Michel Eyquem de Montaigne (1533-1592) compara, nos trechos, as guerras das sociedades Tupinambá com as chamadas
"guerras de religião" dos franceses que, na segunda metade do século XVI, opunham católicos e protestantes.
"(...) não vejo nada de bárbaro ou selvagem no que dizem daqueles povos; e, na verdade, cada qual considera bárbaro o que
não se pratica em sua terra. (...) Não me parece excessivo julgar bárbaros tais atos de crueldade [o canibalismo] , mas que o
fato de condenar tais defeitos não nos leve à cegueira acerca dos nossos. Estimo que é mais bárbaro comer um homem vivo
do que o comer depois de morto; e é pior esquartejar um homem entre suplícios e tormentos e o queimar aos poucos, ou
entregá-lo a cães e porcos, a pretexto de devoção e fé, como não somente o lemos mas vimos ocorrer entre vizinhos nossos
conterrâneos; e isso em verdade é bem mais grave do que assar e comer um homem previamente executado. (...) Podemos
portanto qualificar esses povos como bárbaros em dando apenas ouvidos à inteligência, mas nunca se compararmos a nós
mesmos, que os excedemos em toda sorte de barbaridades."
MONTAIGNE, Michel Eyquem de, Ensaios, São Paulo: Nova Cultural, 1984
De acordo com o texto, pode-se afirmar que, para Montaigne,
Um jornalista publicou um texto do qual estão transcritos trechos
do primeiro e do último parágrafos:
" "Mamãezinha, minhas mãozinhas vão crescer de novo?' Jamais
esquecerei a cena que vi, na TV francesa, de uma menina da
Costa do Marfim falando com a enfermeira que trocava os
curativos de seus dois cotos de braços. (...) ".
. ......................................................................................................
"Como manter a paz num planeta onde boa parte da humanidade
não tem acesso às necessidade básicas mais elementares? (...)
Como reduzir o abismo entre o camponês afegão, a criança
faminta do Sudão, o Severino da cesta básica e o corretor de
Wall Street? Como explicar ao menino de Bagdá que morre por
falta de remédios, bloqueados pelo Ocidente, que o mal se
abateu sobre Manhattan? Como dizer aos chechenos que o que
aconteceu nos Estados Unidos é um absurdo? Vejam Grozny, a
capital da Chechênia, arrasada pelos russos. Alguém se
incomodou com os sofrimentos e as milhares de vítimas civis,
inocentes, desse massacre? Ou como explicar à menina da
Costa do Marfim o sentido da palavra "civilização' quando ela
descobrir que suas mãos não crescerão jamais? ".
UTZERI, Fritz. Jornal do Brasil, 17/09/2001
Apresentam-se, abaixo, algumas afirmações também retiradas
do mesmo texto. Aquela que explicita uma resposta do autor
para as perguntas feitas no trecho citado é:
"A palavra tatuagem é relativamente recente. Toda a gente
sabe que foi o navegador Cook que a introduziu no Ocidente,
e esse escrevia tattou, termo da Polinésia de tatou ou tu
tahou, "desenho´.
(...) Desde os mais remotos tempos, vemo-la a transformarse:
distintivo honorífico entre uns homens, ferrete de
ignomínia entre outros, meio de assustar o adversário para os
bretões, marca de uma classe de selvagens das ilhas
marquesas (...) sinal de amor, de desprezo, de ódio (...). Há
três casos de tatuagem no Rio, completamente diversos na
sua significação moral: os negros,os turcos com o fundo
religioso e o bando de meretrizes, dos rufiões e dos humildes,
que se marcam por crime ou por ociosidade."
RIO, João do. Os Tatuadores. Revista Kosmos. 1904, apud: A alma
encantadora das ruas, SP: Cia das Letras, 1999
Com base no texto são feitas as seguintes afirmações:
I. João do Rio revela como a tatuagem já estava presente
na cidade do Rio de Janeiro, pelo menos desde o início
do século XX, e era mais utilizada por alguns setores da
população.
II. A tatuagem, de origem polinésia, difundiu-se no ocidente
com a característica que permanece até hoje: utilização
entre os jovens com função estritamente estética.
III. O texto mostra como a tatuagem é uma prática que se
transforma no tempo e que alcança inúmeros sentidos
nos diversos setores das sociedades e para as
diferentes culturas.
Está correto o que se afirma apenas em
De acordo com a história em quadrinhos protagonizada por Hagar e seu filho Hamlet, pode-se afirmar que a postura de Hagar
Os textos referem-se à integração do índio à chamada civilização brasileira.
I - “Mais uma vez, nós, os povos indígenas, somos vítimas de um pensamento que separa e
que tenta nos eliminar cultural, social e até fisicamente. A justificativa é a de que somos
apenas 250 mil pessoas e o Brasil não pode suportar esse ônus.(...) É preciso congelar essas
idéias colonizadoras, porque elas são irreais e hipócritas e também genocidas.(...) Nós, índios,
queremos falar, mas queremos ser escutados na nossa língua, nos nossos costumes.”
Marcos Terena, presidente do Comitê Intertribal Articulador dos Direitos Indígenas na ONU e fundador das Nações Indígenas,
Folha de S. Paulo, 31 de agosto de 1994
II - “O Brasil não terá índios no final do século XXI (...) E por que isso? Pela razão muito
simples que consiste no fato de o índio brasileiro não ser distinto das demais comunidades
primitivas que existiram no mundo. A história não é outra coisa senão um processo
civilizatório, que conduz o homem, por conta própria ou por difusão da cultura, a passar do
paleolítico ao neolítico e do neolítico a um estágio civilizatório.”
Hélio Jaguaribe, cientista político, Folha de S. Paulo, 2 de setembro de 1994
Pode-se afirmar, segundo os textos, que
Qual dos slogans abaixo poderia ser utilizado para defender o ponto de vista neomalthusiano?
Qual dos slogans abaixo poderia ser utilizado para defender o ponto de vista dos reformistas?