Na maior parte da América Latina, os museus surgiram no século passado, fundados coma intenção de "civilizar", ou seja, de trazer para o Novo Mundo os padrões científicos eculturais das nações colonizadoras. Os museus seriam, dessa forma, instituições transplantadas, criadas dentro dos ideais positivistas de progresso. Não por acaso, ficaram,em sua maior parte, sujeitos aos moldes clássicos, a partir da valorização de aspectos dacultura erudita, fortemente associados à elite. Era necessário, pois, assumir uma função socialde maior alcance e ocupar um espaço relevante, capaz de atrair grande quantidade de público.
BARRETO, M. Turismo e legado cultural. Campinas: Papirus, 2002 (adaptado).
A transformação de um número cada vez mais expressivo de museus latino-americanos em espaços destinados a atividades lúdicas e reflexivas está associada ao rompimento com o(a)
TEXTO I
Portadoras de mensagem espiritual do passado, as obras monumentais de cada povo perduram no presente como o testemunho vivo de suas tradições seculares. A humanidade, cada vez mais consciente da unidade dos valores humanos, as considera um bem comum e, perante as gerações futuras, se reconhece solidariamente responsável por preservá-las, impondo a si mesma o dever de transmiti-las na plenitude de sua autenticidade.
Carta de Veneza, 31 de maio de 1964. Disponível em: www.iphan.gov.br.
Acesso em: 7 out. 2019.
TEXTO II
Os sistemas tradicionais de proteção se mostram cada vez menos eficientes diante do processo acelerado de urbanização e transformação de nossa sociedade. A legislação de proteção peca por considerar o monumento, até certo ponto, desvinculado da realidade socioeconômica. O tombamento, ao decretar a imutabilidade do monumento, provoca a redução de seu valor venal e o abandono, o que é uma causa, ainda que lenta, de destruição inevitável.
TELLES, L. S. Manual do patrimônio histórico. Porto Alegre; Caxias do Sul:
Escola Superior de Teologia São Lourenço de Brindes, 1977 (adaptado).
Escritos em temporalidade histórica aproximada, os textos se distanciam ao apresentarem pontos de vista diferentes sobre a(s)
Famoso por ser o encantador de viúvas da cidade de Cabaceiras, na Paraíba, Zé de Sila é um contador de histórias parecido com o personagem Chicó, do Auto da Compadecida. Ele defende veementemente que a oração da avó sustentava mais a chuva. “Quando era pequeno e chovia por aqui, ajudava minha avó colocando os pratos emborcados no terreiro para diminuir o vento. Ela fazia isso e rezava para a chuva durar mais”, diz Zé de Sila.
GALDINO, V.; BARBOSA, R. C. Artistas por um dia?
João Pessoa: Editora Universitária, 2009.
Ao destacar expressões e vivências populares do cotidiano, o texto mobiliza os seguintes aspectos da diversidade regional:
A característica familiar descrita deriva do seguinte aspecto demográfico:
O texto destaca o entendimento segundo o qual a
linguagem, como elemento do processo de socialização,
constitui-se a partir de uma
O processo de estranhamento citado, com base em um conjunto de representações que grupos ou indivíduos formam sobre outros, tem como causa o(a)
Os textos apresentam uma mudança relevante na constituição identitária frente à discriminação racial. No Brasil, o desdobramento dessa mudança revela o( a)
A posição assumida pela Unesco, a partir de 1948, foi motivada por acontecimentos então recentes, dentre os quais se destacava o(a)
Do ponto de vista do funcionamento das democracias contemporâneas, o modelo de sociedade descrito demanda, simultaneamente,
Elaborada em 1969, a releitura contida na Figura 2 revela aspectos de uma trajetória e obra dedicadas à
Ações de educação patrimonial são realizadas
em diferentes contextos e localidades e têm mostrado
resultados surpreendentes ao trazer à tona a autoestima
das comunidades. Em alguns casos, promovem o
desenvolvimento local e indicam soluções inovadoras
de reconhecimento e salvaguarda do patrimônio cultural
para muitas populações.
PELEGRINI, S. C. A.; PINHEIRO, A. P. (Orgs.). Tempo, memória e
patrimônio cultural. Piauí: Edupi, 2010.
A valorização dos bens mencionados encontra-se
correlacionada a ações educativas que promovem a(s)
A abordagem do patrimônio cultural, centrada nos aspectos técnicos da conservação e da restauração, tende a ocultar
a ideia de que a sua preservação é uma pratica social que implica um processo de interpretação da cultura, não apenas material como simbólica,
portadora de referencia a identidade, a ação e a memória dos grupos formadores da sociedade.
FONSECA, M. C. L. Para alem da pedra e cal. In: ABREU, R.; CHAGAS, M. Memória e patrimônio:
ensaios contemporâneos. Rio de Janeiro: DP&A, 2003 (adaptado).
A defesa do patrimônio histórico busca valorizar os bens que representam a nossa identidade.
Nesse sentido, ha manifestações culturais cuja preservação demanda seu reconhecimento como patrimônio imaterial.
Essa concepção de patrimônio expressa-se
No final do século XIX, as Grandes Sociedades carnavalescas alcançaram ampla popularidade entre os foliões cariocas. Tais sociedades cultivavam um pretensioso objetivo em relação à comemoração carnavalesca em si mesma: com seus desfiles de carros enfeitados pelas principais ruas da cidade, pretendiam abolir o entrudo (brincadeira que consistia em jogar água nos foliões) e outras práticas difundidas entre a população desde os tempos coloniais, substituindo-os por formas de diversão que consideravam mais civilizadas, inspiradas nos carnavais de Veneza. Contudo, ninguém parecia disposto a abrir mão de suas diversões para assistir ao carnaval das sociedades. O entrudo, na visão dos seus animados praticantes, poderia coexistir perfeitamente com os desfiles.
PEREIRA, C.) S. Os senhores da alegria; a presença das mulheres nas Grandes Sociedades carnavalescas cariocas em fins do século XIX, In: CUNHA, M. (C. P, Carnavais e outras frestas: ensaios de história social da cultura. Campinas: Unicamp; Cecult, 2002 (adaptado)
Manifestações culturais como o carnaval também têm sua própria história, sendo constantemente reinventadas ao longo do tempo. A atuação das Grandes Sociedades, descrita no texto, mostra que o carnaval representava um momento em que as
O antropólogo americano Marius Barbeau escreveu o
seguinte: sempre que se cante a uma criança uma cantiga
de ninar; sempre que se use uma canção, uma adivinha,
uma parlenda, uma rima de contar, no quarto das crianças
ou na escola; sempre que ditos e provérbios, fábulas,
histórias bobas e contos populares sejam representados;
aí veremos o folclore em seu próprio domínio, sempre em
ação, vivo e mutável, sempre pronto a agarrar e assimilar
novos elementos em seu caminho.
UTLEY, F. L. Uma definição de folclore. In: BRANDÃO, C. R. O que é folclore.
São Paulo: Brasiliense, 1984 (adaptado).
O texto tem como objeto a construção da identidade
cultural, reconhecendo que o folclore, mesmo sendo uma
manifestação associada à preservação das raízes e da
memória dos grupos sociais,
TEXTO I
Em março de 2004, o Brasil reconheceu na
Organização das Nações Unidas a existência, no país,
de pelo menos 25 mil pessoas em condição análoga à
escravidão ― e esse é um índice considerado otimista.
De 1995 a agosto de 2009, cerca de 35 mil pessoas foram
libertadas em ações dos grupos móveis de fiscalização do
Ministério do Trabalho e Emprego.
Mentiras mais contadas sobre trabalho escravo. Disponível em: www.reporterbrasil.com.br.
Acesso em: 22 ago. 2011 (adaptado).
TEXTO II
O Brasil subiu quatro posições entre 2009 e 2010
no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH) divulgado pelo Programa das Nações Unidas
para Desenvolvimento. Mas, se o IDH levasse em conta
apenas a questão da escolaridade, a posição do Brasil
no ranking mundial ficaria pior, passando de 73 para 93.
UCHINAKA, F.; CHAVES–SCARELLI, T. Brasil é o país que mais avança, apesar da
variável “educação" puxar IDH para baixo. Disponível em: http://noticias.uol.com.br.
Acesso em: 22 ago. 2011 (adaptado).
Estão sugeridas nos textos duas situações de exclusão
social, cuja superação exige, respectivamente, medidas de