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Michel Eyquem de Montaigne (1533-1592) compara, nos trechos, as guerras das sociedades Tupinambá com as chamadas

"guerras de religião" dos franceses que, na segunda metade do século XVI, opunham católicos e protestantes.

"(...) não vejo nada de bárbaro ou selvagem no que dizem daqueles povos; e, na verdade, cada qual considera bárbaro o que

não se pratica em sua terra. (...) Não me parece excessivo julgar bárbaros tais atos de crueldade [o canibalismo] , mas que o

fato de condenar tais defeitos não nos leve à cegueira acerca dos nossos. Estimo que é mais bárbaro comer um homem vivo

do que o comer depois de morto; e é pior esquartejar um homem entre suplícios e tormentos e o queimar aos poucos, ou

entregá-lo a cães e porcos, a pretexto de devoção e fé, como não somente o lemos mas vimos ocorrer entre vizinhos nossos

conterrâneos; e isso em verdade é bem mais grave do que assar e comer um homem previamente executado. (...) Podemos

portanto qualificar esses povos como bárbaros em dando apenas ouvidos à inteligência, mas nunca se compararmos a nós

mesmos, que os excedemos em toda sorte de barbaridades."

MONTAIGNE, Michel Eyquem de, Ensaios, São Paulo: Nova Cultural, 1984

De acordo com o texto, pode-se afirmar que, para Montaigne,

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