Jean Jacques Rousseau escolheu a imagem a seguir para o frontispício da edição de 1801 de seu Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. Ela representa um nativo do sudoeste da África, um hotentote, retornando “ para os seus iguais” , como informa a legenda que acompanha a figura.
Imagem e legenda se referem a uma anedota então conhecida: um jovem hotentote fora trazido para a Europa e demonstrara grande aptidão em se adaptar e assimilar outra cultura. Mas, após uma visita aos seus parentes, decidiu voltar para os seus.

Rousseau, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a
falsa.
( ) Para Rousseau, a origem da desigualdade entre os homens se relaciona à dicotomia entre natural e artificial, expressa visualmente na distinção entre o selvagem e o homem civilizado.
( ) Para o filósofo, a maneira de viver dos europeus não tem valor universal, como ilustra o ato do hotentote de se despir e voltar “ para os seus iguais” .
( ) A imagem ilustra o regresso do hotentote ao estado natural, exemplificando a teoria de Rousseau sobre a gênese histórica das culturas e das sociedades civis e a consequente corrupção do homem natural.
As afirmativas são, respectivamente,
(...) Sob o signo da tecnologia, a ética tem a ver com ações de um alcance causal que carece de precedentes (...). Tudo isso coloca a responsabilidade no centro da ética. (...) A ética ora exigida não pode permanecer no desrespeitoso antropocentrismo que caracteriza a ética tradicional, particularmente a ética ocidental helênico judaico cristã. As possibilidades apocalípticas radicadas na moderna tecnologia nos têm ensinado que o exclusivismo antropocêntrico poderia ser um prejuízo e que necessita, ao menos, de uma revisão.
Diante destas constatações, Hans Jonas formula um novo imperativo, relacionado a um novo tipo de ação humana: “ Age de tal forma que os efeitos de tua ação sejam compatíveis com a permanência de uma vida autenticamente humana sobre a terra” . (JONAS, Hans. El principio del responsabilidad: ensayo de una ética para
la civilización tecnológica. Barcelona: Herder, 1995, pp. 16 17, 40, 99.)
As afirmativas a seguir formulam coerentemente o novo imperativo da ética para uma civilização tecnológica, segundo Hans Jonas, à exceção de uma. Assinale a.
Durante a filosofia medieval, uma das mais constantes discussões foi aquela sobre a relação entre fé e razão, já que, em princípio, cada uma delas parecia uma via distinta para se alcançar Deus ou a verdade. O pensamento religioso, nesse momento da história, refletiu sobre a sua interação com o entendimento argumentativo da filosofia. Conforme observa Danilo Marcondes na sua Iniciação à história da filosofia, Santo Agostinho adotou uma posição decisiva nesse contexto, postulando que, quanto aos ensinamentos religiosos, deve-se adotar o seguinte procedimento:
Em suas teses “Sobre o conceito da história”, publicadas em Magia e técnica, arte e política (Obras escolhidas v. 1), Walter Benjamin analisa criticamente a ideia do progresso. Na tese 13, Benjamin afirma que a ideia de um progresso da humanidade na história é inseparável da ideia de sua marcha no interior de um tempo caracterizado como:
Durante o século XX, a filósofa Hannah Arendt afirmou que existe uma antiga resposta para a pergunta sobre o sentido da política tão simples e concludente, que poderia dispensar outras respostas por completo. De acordo com o que explana Hannah Arendt em O que é política?, esse sentido da política é:
Ao período Pré-Socrático pertencem os primeiros físicos de que temos informação. Este grupo se
subdivide entre físicos pluralistas e físicos ecléticos, conforme se estruturam seus argumentos.
Analise os itens abaixo e identifique os argumentos que jamais poderiam ter sido ditos por algum
destes físicos pré-socráticos.
I. Segundo Empédocles, assim como para Parmênides, são impossíveis o nascer e o perecer, entendidos
como um proceder do nada e um ir para o nada, porque o ser é, e o não-ser não é. O que os homens
denominam de nascimento e morte não são mais que misturas e dissoluções de quatro substâncias (água, ar,
terra e fogo), que permanecem eternamente iguais e indestrutíveis. A novidade de Empédocles consiste em
haver proclamado a inalterabilidade quantitativa e a “intransformabilidade” destas quatro realidades.
II. O filósofo atomista Carnéades afirmava a impossibilidade do não-ser e reitera que o nascer não é mais do
que um “agregar-se das coisas que são”, e o morrer, um “desagregar-se das mesmas” ou, melhor dito, um
“separar-se” das coisas.
III. Como é sabido, os filósofos atomistas afirmam que, ao faltar um critério geral e absoluto de verdade,
desaparece também toda possibilidade de achar uma verdade particular. No entanto, não por isso, desaparece
também a necessidade da ação. Precisamente para resolver o problema da vida, Leucipo e Demócrito propõem
a famosa doutrina do provável.
IV. Anaxágoras se declara totalmente de acordo com a impossibilidade de que exista o não ser e que, portanto,
nascer e morrer constituem acontecimentos reais: “Os gregos, no entanto, consideravam corretamente o nascer
e o morrer: efetivamente, nenhuma coisa produz um processo de composição e de divisão: assim, para falar
corretamente, haveria de se chamar ‘compor-se’ ao nascer, e ‘dividir-se’ ao morrer”.
V. Anaxágoras afirma que água, terra, ar e fogo não estão em condição de explicar as inúmeras qualidades que
se manifestam nos fenômenos. Para ele, existem sementes ou elementos dos quais procedem as coisas, elas
devem ser tantas como as inumeráveis quantidades de coisas: sementes que possuam formas, cores e gostos
de todas as classes, isto é, infinitamente diversas.
O centro do Livro A República, de Platão, se encontra situado no celebérrimo Mito da Caverna.
Paulatinamente o mito foi sendo interpretado como símbolo da metafísica, da gnosiologia, da
dialética e, inclusive, da ética e da mística platônicas. Sem dúvida, este é o mito que melhor
expressa todo o pensamento de Platão. Identifique se há verdade na interpretação do significado
deste mito no que se segue.
I. Significa os distintos graus ontológicos da realidade, ou seja, os gêneros do ser sensível e suprassensível,
junto com suas subdivisões: as sombras da caverna são as meras aparências sensíveis das coisas e as
estátuas são as coisas sensíveis. O muro é a linha divisória entre as coisas sensíveis e as suprassensíveis.
Mais além do muro, as coisas verdadeiras simbolizam o verdadeiro ser, e as ideias e o sol simbolizam a Ideia do
Bem.
II. Simboliza os graus do conhecimento, em suas duas espécies e seus dois graus. A visão das sombras
simboliza a eikasia ou imaginação e a visão das estátuas é a pistis ou crença. O passo desde a visão das
estátuas até a visão dos objetos verdadeiros e a visão do sol – primeiro mediata, e logo imediata – representa a
dialética em seus diversos graus e a pura intelecção.
III. Representa o aspecto ascético, místico e teológico do platonismo. A vida na dimensão dos sentidos e do
sensível é a vida na caverna, enquanto que a vida na dimensão do espírito é a vida na plena luz. Ao passar do
sensível até o inteligível está especificamente representado como uma libertação das ataduras, uma conversão.
A visão suprema do sol e da luz em si é a visão do Bem e a contemplação do divino.
IV. Manifesta uma concepção política refinadamente platônica. Este filósofo nos fala de um regresso à caverna
por parte daquele que se havia libertado das cadeias, e tal regresso tem como objetivo a libertação das cadeias
que sujeitam a quem havia sido antes seus companheiros de escravidão.
V. O regresso do desacorrentado à caverna é, sem dúvida, o retorno do filósofo-político, que – se se limitasse a
seguir a seus próprios desejos – permaneceria contemplando o verdadeiro. Em vez disso, superando seu
desejo, desce para buscar salvar também aos demais. O verdadeiro político, segundo Platão, não ama o
comando e o poder, mas usa o mando e o poder como um serviço, para levar a cabo o bem.
Agostinho é, de longe, o primeiro grande pensador da Filosofia Cristã. A sua tentativa de cristianizar
o pensamento platônico nos rendeu obras memoráveis. Identifique qual(is) destas citações são de
autoria do Bispo de Hipona.
I. “Em Deus nada tem um significado acidental, porque n’Ele não há acidentes; não obstante, nem tudo o que
d’Ele se predica, predica-se segundo a substância. Nas coisas criadas e mutáveis, o que não se predica em
um sentido substancial não pode ser predicado mais que em sentido acidental... Porém em Deus nada se
predica em sentido acidental, porque n’Ele não há nada de mutável, e não obstante, nem tudo o que se
predica, predica-se em um sentido substancial”.
II. “Cada coisa, pois, foi criada de acordo com sua própria razão ou ideia. E estas razões ou ideias, onde são
encontradas se não é na mente do Criador? Com efeito, Deus não poderia contemplar algo que estivesse fora
de si mesmo, com o intuito de tomá-lo como modelo para criar o que criava: seria um sacrilégio só pensá-lo”.
III. “A boa natureza não se encontra em um indivíduo, e sim porque este o quer assim, e seria de outra
maneira se assim o quisesse: por isso, só se lhes aplicam um justo castigo aos defeitos naturais e não aos
voluntários. A natureza se converte em mal, não porque se dirija para coisas más, e sim porque se dirige
erroneamente, contra a ordem da vontade, a um ser inferior, afastando-se d’Aquele que é o Supremo”.
IV. “Por que, com efeito, a falaz fortuna leva a cabo tão notáveis vicissitudes? Aos inocentes lhes oprime a
dura pena causada pelo delito, enquanto perversos desígnios se sentam em um alto trono, e os malfeitores,
em um ímpio escambo, pisoteiam a cabeça dos justos. A clara virtude, rodeada por obscuras sombras, jaz
oculta, e o justo redime as culpas dos iníquos”.
V. “É próprio de um grande coração recorrer em todas as coisas à dialética; porque o recorrer a ela é recorrer
à razão; de modo que quem não recorre a ela, estando feito à imagem e semelhança de Deus segundo a
razão, menospreza sua dignidade e não pode renovar dia-a-dia a sua imagem e semelhança de Deus”.
Apesar da crítica de alguns autores de que Kant não teria fundamentado a suposição de que “há
dois troncos do conhecimento humano”, ele apresenta a sensibilidade e o entendimento como
sendo estes dois troncos que “talvez brotem de uma raiz comum, mas desconhecida a nós”. A
estas duas faculdades, o filósofo de Königsberg acrescenta, na segunda parte da Analítica
Transcendental, a faculdade do juízo. Evidencie o que exista de errado nos itens abaixo que se
propõem ser uma sinopse das três faculdades do conhecimento segundo Kant.
I. Enquanto o objeto da sensibilidade é dado por meio da afecção do ânimo, o objeto do entendimento, uma
multiplicidade indeterminada da intuição, é pensado, isto é, determinado.
II. Na sensibilidade, a capacidade do ânimo de ser afetado se chama sensibilidade (receptividade). O efeito
exercido pelo objeto, a matéria da sensibilidade, se chama sensação. Do lado do entendimento, a capacidade
de determinar o objeto, isto é, de produzir representações por si mesmo se chama entendimento, a faculdade
dos conceitos.
III. A relação com o objeto mediante a sensação chama-se pura (a priori), ao passo que a relação com o objeto
mediante as categorias do entendimento se chama empírica (a posteriori).
IV. O objeto indeterminado (do ponto de vista conceitual) de uma intuição empírica é o fenômeno. O objeto
(Gegenstand) como fenômeno determinado pelo entendimento se chama objeto (Objetk).
V. Na faculdade da sensibilidade, as formas puras da intuição são as categorias, ao passo que na faculdade
do entendimento, os seus conceitos puros são o espaço e o tempo.
“Todos os homens, por natureza, tendem ao saber. Sinal disso é o amor pelas sensações. De fato, eles
amam as sensações por si mesmas, independente da sua utilidade e amam, acima de todas, a sensação da
visão”. In: ARISTÓTELES. Metafísica. Trad. Marcelo Perine. São Paulo: Edições Loyola, 2002, p.4
Analise as proposições abaixo.
I. Segundo Aristóteles, o mundo que pensamos observar à nossa volta é uma mera ilusão, pois a verdadeira
realidade está oculta de nossos sentidos e só pode ser conhecida através da razão.
II. De acordo com Galileu, as cores são dependentes da mente e relativa a quem percebe, ou seja, não é em
absoluto uma característica dos objetos externos, ou melhor, existe em nossas mentes.
III. Pelo fato de a extensão constituir a natureza do corpo e o que é extenso poder ser dividido em várias partes,
representando com isto um defeito, Descartes conclui que Deus não é um corpo.
IV. Os objetos físicos estão além das ideias. É o que pressupõe Berkeley, afinal um objeto físico tal como uma
cadeira não existe apenas na mente de quem observa.
V. É através de entidades mentais chamadas de ideias, que Locke acreditava que experimentamos o mundo
físico indiretamente.
“Se desejarmos compreender o essencial da Técnica, não devemos partir da técnica da era mecanicista
e ainda menos da enganadora noção segundo a qual é finalidade da técnica a concepção de utensílios e
máquinas”. In: SPENGLER, Oswald. O homem e a técnica. 2ed. Trad. João Botelho. Lisboa: Guimarães
Editores, 1993, p.39
Analise as proposições abaixo.
I. Para Spengler, a técnica é um fenômeno estritamente humano.
II. Conforme o filósofo Martin Heidegger, a técnica de máquinas até agora é o fenômeno mais visível da
essência da técnica moderna, a qual é idêntica à essência da metafísica moderna.
III. Habermas e Marcuse partilham da mesma perspectiva em relação à técnica, pois ambos creem que a
superação da técnica está no âmbito do trabalho e das relações de produção.
IV. Para Heidegger, a técnica tradicional e a técnica moderna são formas de desencobrimento.
V. Para Ortega y Gasset, entre a pedra usada pelo homem primitivo e a máquina mais moderna há uma
diferença de qualidade, não de grau.
O Brasil, historicamente, é multifacetado. Para cá acorreram, em épocas distintas, diversos povos com suas culturas, religiões e costumes que, naturalmente, aprenderam a conviver e a se respeitar. No aspecto religioso, praticamente não se encontram conflitos em nossa história. Contudo, a história da humanidade registra guerras, conflitos e perseguições religiosas – como a Inquisição, por exemplo –, e essa questão da aceitação ou imposição de uma verdade religiosa foi objeto de análises filosóficas. Nesse aspecto, assinale a alternativa que apresenta a norma ou o princípio da liberdade religiosa.
No texto, o autor cita uma conclusão lógica de Uexküll. Assinale a alternativa que apresenta esta conclusão.
Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, as definições de moral, imoral e amoral.
Nos últimos anos, o consumo de drogas tem aumentado no Brasil e preocupado cada vez mais a sociedade e as autoridades públicas. No entanto, seu uso não é exclusivo dos tempos modernos. Ao longo da história, o homem sempre conviveu com a utilização de substâncias psicoativas embora seus motivos nunca fossem idênticos. Os jovens, por uma série de razões como a curiosidade, uma maior sujeição a pressões sociais e por frequentar ambientes que criam oportunidades como a própria escola e festas, entre outros exemplos, acabam se tornando um alvo fácil para aqueles que promovem o seu consumo. O estudo “Neurociências: consumo e dependência de substâncias psicoativas”, publicado pela Organização Mundial da Saúde em 2004 indica os principais fatores de risco que conduzem ao consumo destas substâncias. Desse modo, assinale a alternativa que apresenta um fator que não pertence a esta categoria.