Wittgenstein afirma, em seu Tractatus LogicoPhilosophicus, que a Filosofia não é nenhuma das ciências da Natureza. O objetivo da Filosofia é a clarificação lógica do pensamento. A Filosofia não é uma doutrina, mas uma atividade. O resultado da Filosofia não é um número de proposições filosóficas, mas o fato de que as proposições são esclarecidas. A Filosofia tem por fim tornar claros e delimitar rigorosamente os pensamentos. Esse modo de pensar indica que filosofar é um processo, uma ação e exige o que se convencionou chamar de Atitudes Filosóficas. Com base nisso, assinale a alternativa que apresenta o conjunto que melhor reflete essas atitudes.
Plutarco, filósofo grego, cunhou a expressão “sincretismo”
para indicar a união dos habitantes da ilha de Creta contra
um inimigo comum ou um mal maior, mas a expressão,
com o passar do tempo, acabou por significar um
fenômeno típico na história das religiões para indicar a
osmose de ritos, tradições não homogêneas e crenças até
formar um conjunto de formas religiosas. Desse modo,
acerca das características do sincretismo religioso,
marque V para verdadeiro ou F para falso e, em seguida,
assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
( ) Fenômeno típico da fenomenologia histórica da
religião, devido a motivos de ordem antropológicocultural.
( ) A dinâmica do intercâmbio de tradições, cultos e
nomes de divindades converte-se em um
reconhecimento mútuo e na manutenção de
determinados elementos originalmente
independentes.
( ) No âmbito filosófico, o sincretismo é a expressão, na
Antiguidade, dos limites fluidos entre a religião e a
Filosofia e dos vínculos entre a Filosofia e o mito.
( ) Fusão de elementos culturais diferentes, ou até
antagônicos, em um só elemento, continuando
perceptíveis alguns sinais originários.
( ) O sincretismo religioso é como um transbordamento
de sistemas doutrinais heterogêneos. Veja-se o
intento do gnosticismo de fundir o cristianismo com
as Filosofias helenistas ou, como ocorreu nos
primeiros séculos do cristianismo, nos quais
brotavam doutrinas orientais, Filosofia grega e
superstições pagãs no jardim da espiritualidade
cristã.
Segundo o Dicionário de Política, o termo Legitimidade possui dois significados: um genérico e um específico e é na linguagem política que aparece o significado específico. Nesse contexto, o Estado é o ente a que mais se refere o conceito de Legitimidade. Em um primeiro enfoque aproximado, pode-se definir Legitimidade como sendo um atributo do Estado, que consiste na presença, em uma parcela significativa da população, de um grau de consenso capaz de assegurar a obediência sem a necessidade de recorrer ao uso da força, a não ser em casos esporádicos. É por essa razão que todo poder busca alcançar consenso, de maneira que seja reconhecido como legítimo, transformando a obediência em adesão. A crença na Legitimidade é, pois, o elemento integrador na relação de poder que se verifica no âmbito do Estado. Encarando o Estado sob o enfoque sociológico e não jurídico, constata-se que o processo de legitimação não tem como ponto de referência o Estado no seu conjunto, e sim nos seus diversos aspectos. Sendo assim, assinale a alternativa que apresenta um aspecto que não condiz com esta definição.
Em “A Microfísica do Poder”, mais especificamente no
capítulo Sobre a Prisão (uma entrevista concedida à
Magazine Littéraire), Foucault faz uma retomada aos
séculos XVIII e XIX e aí enfatiza a repressão e a prisão
fazendo uma analogia com seu tempo contemporâneo.
Para Foucault, a prisão esteve, desde sua origem, ligada a
um projeto de transformação dos indivíduos.
Habitualmente, acredita-se que a prisão era uma espécie
de depósito de criminosos, depósito cujos inconvenientes
se teriam constatado por seu funcionamento, de tal forma
que se teria dito ser necessário reformar as prisões, fazer
delas um instrumento de transformação dos indivíduos.
Com base nas ideias do autor, marque V para verdadeiro
ou F para falso e, em seguida, assinale a alternativa que
apresenta a sequência correta.
( ) Esse ponto de vista de Foucault acaba com o
preconceito contemporâneo de que a prisão sempre
serviu para encarcerar os delinquentes e mantê-los
à margem das “estruturas éticas” da sociedade.
( ) Foucault refuta a ideologia do “depósito de presos” e
diz que “os textos, os programas, as declarações de
intenção estão aí para mostrar” que em algum
momento a prisão teve “um instrumento tão
aperfeiçoado quanto a escola, a caserna ou o
hospital” para transformar os delinquentes.
( ) Pode-se depreender que Foucault acredita que, ao
invés de transformar o indivíduo num ser digno
perante a sociedade, passou a transformá-lo em
indivíduo execrável e temido. Além disso, esse
processo de “educação” transformou-se numa
fábrica de novos criminosos.
( ) O trabalho penal ou prisional deveria preparar o
indivíduo, o delinquente, para um trabalho que o
tornasse digno de ser humano, que não o deixasse à
margem da sociedade, como um “eterno marginal”,
quando saísse da prisão. Contudo, esse exercício,
dentro da prisão, sem objetivo, sem um referencial
externo, não obtém êxito, não incute no individuo
uma forma ideal de trabalhador.
( ) Para Foucault, o trabalho penal é o mero
aprendizado deste ou daquele ofício. O aprendizado
da própria virtude pelo trabalho nunca interessou ao
sistema penal.
Com base no texto, assinale a alternativa que apresenta uma proposta que pode ser considerada uma solução para essa contradição.
No Livro “É proibido Proibir – Sartre” de Fernando José de Almeida, lê-se: É bom explicar o que é “existir” num sentido filosófico. O existir tem sua origem etimológica na palavra latina “ex-sistere”, que quer dizer “estar em pé, fora de”. Isto é, poder observar o próprio ser como se estivesse fora dele. Assim, pode-se afirmar que só o homem existe, porque somente ele é capaz de distanciarse de si mesmo e de seus atos para examiná-los, criticá- los ou valorizá-los. Desse modo, a partir deste texto, é correto afirmar que
Entre os primeiros pensadores da filosofia, foi recorrente a referência a elementos naturais como a água, o fogo, a terra e o ar para a explicação da realidade. Um desses casos é encontrado na seguinte sentença. “Este mundo, o mesmo de todos os (seres), nenhum deus, nenhum homem o fez, mas era, é e será um fogo sempre vivo, acendendo-se em medidas e apagando-se em medidas”. Essa frase, como consta no volume dedicado aos pré-socráticos da coleção Os pensadores, é atribuída a:
Durante a filosofia escolástica, destaca-se o nome de Guilherme de Ockham, por conta de seu pensamento pautado por um princípio de economia. Segundo Etienne Gilson, em A filosofia na Idade Média, Ockham não se cansava de repetir que, se quisermos uma proposição que nos garanta, ao mesmo tempo, a sua verdade e a realidade que ela afirma, precisaremos de uma:
Na “Terceira dissertação” de Genealogia da moral, Nietzsche discute a famosa definição que Kant oferece do belo, contrapondo a ela “uma outra, de um verdadeiro ‘espectador’ e artista”. Este escritor, a quem Nietzsche se refere e que, conforme o próprio filósofo alemão, chamou o belo de “uma promessa de felicidade”, é:
Jean-Paul Sartre, em O ser e o nada, faz uma fenomenologia das dimensões temporais. Tendo em vista essa descrição fenomenológica sobre o passado e o presente, ele conclui que:
Filosofia é questão de ideias. Entretanto, para alguns filósofos, ela é também questão de estilo. Gilles Deleuze pensava assim, e por isso dizia que “os grandes filósofos são também grandes estilistas”, como fez na entrevista do livro Conversações, dedicada exclusivamente ao tema da filosofia. Nessa entrevista, o pensador francês define, ainda, que tal estilo em filosofia é:
Na figura a seguir, Voltaire, Jean Jacques Rousseau e Benjamin Franklin estão reunidos em um medalhão intitulado “ a tocha do universo” . A imagem retrata a expectativa da Era das Luzes de que o progresso social e moral poderia ser alcançado pela ação da instrução, a “ tocha” da razão que, passada de mão em mão, ilumina toda a humanidade.

A figura a seguir se intitula “ O burguês e o operário” e circulava entre os trabalhadores, em meados do século XIX, com os seguintes dizeres: “ Vejamos Burguês... Confiscastes duas revoluções e fostes os únicos beneficiados. – Nós recomeçamos em 1848 para que todo mundo ganhe, VÓS e NÓS...”

Partindo do contexto social e intelectual ao qual a imagem se refere, assinale a alternativa que identifica as ideias políticas da burguesia liberal e do operariado.
Observe as imagens a seguir.

A primeira reproduz a obra de arte A fonte (1917), apresentada por Marcel Duchamp no Salão da Sociedade Novaiorquina de Artistas Independentes. A segunda reproduz Garrafas de Coca prateadas (1967), de Andy Warhol.
As afirmativas a seguir descrevem corretamente o sentido inovador das obras dos dois artistas, à exceção de uma. Assinale a.
Alasdair MacIntyre é um dos principais protagonistas do movimento de reabilitação da filosofia prática desencadeado nas últimas décadas do século passado. Crítico radical do projeto iluminista moderno e defensor apaixonado da Ética clássica das virtudes, seu pensamento se caracteriza por uma erudita apropriação das teorias morais e políticas dos gregos antigos aos nossos dias. (...) Os conceitos fundamentais apresentados por Alasdair MacIntyre na renovada concepção aristotélica da moralidade são os de narrativa, prática e tradição.
(ARAÚjO, Luiz Bernardo Leite. “ MacIntyre e a Ética das virtudes” in http://www.pgfil.uerj.br/pdf/publicacoes/araujo/MacIntyre.pdf)
Com base no trecho acima, assinale a alternativa que caracteriza corretamente essa retomada da ética das virtudes e sua relação com os valores morais no mundo contemporâneo.
pluralistas é uma exigência da ética das virtudes contemporâneas, como instrumento de defesa das identidades culturais particulares.