Apesar da crítica de alguns autores de que Kant não teria fundamentado a suposição de que “há
dois troncos do conhecimento humano”, ele apresenta a sensibilidade e o entendimento como
sendo estes dois troncos que “talvez brotem de uma raiz comum, mas desconhecida a nós”. A
estas duas faculdades, o filósofo de Königsberg acrescenta, na segunda parte da Analítica
Transcendental, a faculdade do juízo. Evidencie o que exista de errado nos itens abaixo que se
propõem ser uma sinopse das três faculdades do conhecimento segundo Kant.
I. Enquanto o objeto da sensibilidade é dado por meio da afecção do ânimo, o objeto do entendimento, uma
multiplicidade indeterminada da intuição, é pensado, isto é, determinado.
II. Na sensibilidade, a capacidade do ânimo de ser afetado se chama sensibilidade (receptividade). O efeito
exercido pelo objeto, a matéria da sensibilidade, se chama sensação. Do lado do entendimento, a capacidade
de determinar o objeto, isto é, de produzir representações por si mesmo se chama entendimento, a faculdade
dos conceitos.
III. A relação com o objeto mediante a sensação chama-se pura (a priori), ao passo que a relação com o objeto
mediante as categorias do entendimento se chama empírica (a posteriori).
IV. O objeto indeterminado (do ponto de vista conceitual) de uma intuição empírica é o fenômeno. O objeto
(Gegenstand) como fenômeno determinado pelo entendimento se chama objeto (Objetk).
V. Na faculdade da sensibilidade, as formas puras da intuição são as categorias, ao passo que na faculdade
do entendimento, os seus conceitos puros são o espaço e o tempo.