Liberdade e igualdade são duas grandes “ famílias” políticas contemporâneas herdeiras do estandarte da Revolução Francesa. Ao longo do século XX, assistimos a lutas políticas que ora acentuaram a defesa da primeira, ora da segunda. Com relação às características do debate filosófico que moldou essas correntes e seus desdobramentos contemporâneos, analise as afirmativas a seguir.
I. O princípio da igualdade alimentou uma plataforma de direitos coletivos econômicos e sociais, como a distribuição de renda, de que é exemplo o programa “ Brasil sem Miséria” .
II. O princípio da liberdade foi traduzido em direitos individuais e civis, entre os quais a equiparação de direitos e deveres de casais heterossexuais e homossexuais, recentemente adotada pelo Código Civil brasileiro.
III. Uma radicalização do princípio da liberdade é representada pelo neoliberalismo, alinhado aos valores do individualismo e do mercado livre, de que é exemplo o monetarismo de Milton Friedman.
Assinale:
Em O existencialismo é um humanismo, Jean Paul Sartre afirmou: “ O homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo” , mostrando que a liberdade
Desde a antiga Grécia até aos nossos dias, a reflexão sobre a política constitui uma parte fundamental do desenvolvimento histórico da filosofia, articulada em quatro vertentes:
1- como indagação sobre o político ou o Estado ideal;
2- como pesquisa do critério da legitimidade do poder;
3- como identificação da especificidade da política;
4- como metodologia das ciências políticas e análise da linguagem política.
As afirmativas a seguir caracterizam corretamente as vertentes citadas, à exceção de uma. Assinale a.
Em Ideologia e aparelhos ideológicos do Estado, Louis Althusser propõe a distinção entre Aparelho Repressivo de Estado e Aparelhos Ideológicos de Estado, contribuindo para a teoria marxista de Estado.

A partir da charge, analise as afirmativas a seguir.
I. A atitude pedagógica da personagem Mafalda remete ao universo escolar, lembrando que as instituições de ensino são aparelhos repressivos de Estado.
II. A luta de classes visa aos aparelhos ideológicos de Estado; daí o interesse do proletariado em tomar o poder de instituições que “ apagam ideologias” , como a polícia.
III. O cassetete simboliza uma função da violência exercida pelo aparelho repressivo de Estado que secundariamente também exerce função de ideologia.
Assinale:
A crítica à racionalidade instrumental iluminista pelos pensadores da Escola de Frankfurt levou à constatação do desencantamento do mundo e redundou no desaparecimento do sujeito autônomo. Na modernidade, o esclarecimento se converteu no “ triunfo da igualdade repressiva, na medida em que a cultura contemporânea confere a tudo um ar de semelhançaM” , segundo Adorno e Horkheimer.
Com relação a essa crítica da razão iluminista, analise as afirmativas a seguir.
I. A racionalidade iluminista derrubou o controle mítico religioso sobre a natureza e a sociedade, mas passou a dominá las e controlá las por meio da ciência e da técnica.
II. A racionalidade instrumental anula a reflexão em detrimento da ação voltada para a mercantilização, devendo ser substituída por uma razão crítica.
III. Adorno e Horkheimer recusam a noção liberal de progresso substituindo a pela de consciência de classe como motor transformador da história.
Assinale:
Para mim, estudar era muito fácil e prazeroso; dediquei me às letras com tanta paixão e tal foi o fascínio que exercitaram sobre mim, que, muito cedo, decidi renunciar à carreira militar, à herança e aos meus direitos de primogênito em favor dos meus irmãos: abandonei, em suma, definitivamente a corte de Marte para ser educado no seio de Minerva. E, dado que, entre todas as disciplinas filosóficas, preferi as armas da dialética, por seus argutos raciocínios, posso dizer que troquei as armas da guerra por estas armas, e que, aos triunfos militares, preferi as vitórias nas disputas filosóficas.
(Traduzido de Pedro Abelardo. Storia delle mie disgrazie. Lettere d'amore di Abelardo e Eloisa. Milano: Garzanti, 1974.)
A partir do texto de Pedro Abelardo, assinale a alternativa que identifica corretamente as características da educação escolástica nele referidas.
O amor é tema do diálogo O banquete, de Platão. Nele, os convivas se divertem fazendo elogios a Eros, deus do amor. De acordo com o que nos é relatado nessa obra, Sócrates ouviu o discurso que pronuncia sobre Eros de:
Nas suas famosas Meditações, Descartes mostrou como a dúvida pode ser de grande utilidade ao preparar o caminho para o pensamento. Na segunda meditação, conforme Descartes explica no “resumo” dessa obra, o espírito supõe que não existem todas as coisas de que tenha a menor dúvida, para logo em seguida o espírito reconhecer que é:
Na “Carta sobre o humanismo”, que é parte de Marcas do caminho, Martin Heidegger definiu um princípio fundamental de toda sua filosofia sobre a linguagem. De acordo com o que afi rma Heidegger, logo no começo desse texto, a linguagem é:
Nas Investigações fi losófi cas, Ludwig Wittgenstein indaga quantas espécies de frases existem na linguagem. De acordo com o que ele define nesta obra,
Para Aristóteles, a Física é a segunda ciência teórica ou filosofia segunda, cujo objeto de
investigação consiste na substância sensível (segunda em relação à suprassensível, que é a
primeira), intrinsecamente caracterizada pelo movimento, diferentemente da metafísica que tinha
por objeto a substância imóvel. Sobre a Teoria Aristotélica acerca da Física e da Matemática, é
adequado afirmar:
I. Nos livros de Física de Aristóteles só existem considerações sobre o caráter metafísico, dado que os
âmbitos das ciências se comunicam estruturalmente entre si a tal ponto que não existem distinção entre o
sensível e o suprassensível. O suprassensível é causa e razão do sensível e vice-versa, e tanto a indagação
metafísica como a indagação física (no mesmo sentido) acabam no suprassensível.
II. A física para Aristóteles é a ciência das formas e das essências. Comparada com a física moderna, a
aristotélica resulta em uma ontologia ou em uma metafísica do sensível, mais do que em uma ciência positiva.
III. Se a física é a teoria da substância em movimento, faz-se evidente que a explicação desse movimento
constituirá sua parte principal. O movimento ou a mudança em geral consiste, precisamente, em passar do
estado do ser em potência até o ser em ato (o movimento é o ato de atualização do que é em potência
enquanto tal).
IV. Os objetos matemáticos não são entidades reais, porém tampouco são algo irreal. Subsistem
potencialmente nas coisas sensíveis e nossa razão separa mediante a abstração. Trata-se de entes de razão
que só subsistem em ato em nossas mentes, em virtude precisamente de nossa capacidade de abstração
(subsistem como separados só em nossa mente e exclusivamente graças a ela). Em potência, subsistem nas
coisas enquanto sua propriedade intrínseca.
V. Aristóteles dividiu a realidade sensível em duas esferas claramente diferenciadas entre si: por um lado, o
mundo sublunar e, por outro, o mundo supralunar. O mundo sublunar está caracterizado por um movimento
local e, mais exatamente, pelo movimento circular, que jamais permite corrupção. Ao contrário, o mundo
celeste se caracteriza por todas as formas de mudança entre as quais predominam a geração e a corrupção.
A ética é uma das áreas de discussão filosófica, sendo, com a política, a que constitui a chamada
Filosofia Prática. Dentre as várias correntes de pensamento da Filosofia há o Ceticismo. Também
neste campo de argumentação é possível identificar um discurso ético. Dentre os itens abaixo, o
que pode ser visto como pertencente ao modo cético de propor a Ética?
I. “Para o ceticismo as sentenças éticas não são propriamente juízos, ou seja, elas não podem levantar a
pretensão à verdade, isto é, uma legitimação racional”.
II. “Decisões a respeito de normas se situam propriamente na esfera do irracional. Sentenças verdadeiras são
as que exprimem acordo com a realidade: aqui se situa o campo da razão, pois a única fonte de conhecimento
são a experiência e a observação, de tal modo que o conhecimento das ciências modernas da natureza é o
paradigma de todo e qualquer conhecimento”.
III. “O método experimentado e testado nas ciências modernas da natureza deve ser também aplicado à
filosofia, de modo especial à ética. Todo o campo do pensamento conceitual é sempre reconduzido à percepção
sensível, o que significa dizer que todo o pensamento, em última instância, se reduz à representação sensível e
não há conhecimento que ultrapasse o nível da experiência”.
IV. “Leva até as últimas consequências a ética hedonista na medida em que para ele a moral só fundamenta o
valor ético na satisfação psicológica e de nenhum modo levanta a pretensão de absolutidade e universalidade
que este valor expressava na tradição. Mesmo porque não há a liberdade de escolha o que torna impossível
falar de ética em sentido estrito”.
V. “O que constitui o específico da linguagem ética é a ‘significação emotiva’, uma vez que o uso desta
linguagem tem a finalidade de exercer influência sobre o comportamento dos outros através de sugestões.
Proferimentos éticos são, portanto, intrumentos de que nos utilizamos para tentar mudar as atitudes dos outros,
visto que os fundamentos aduzidos para legitimar estas sentenças não passam de meios de influência psíquica,
pois esta linguagem é, essencialmente, instrumento de influência psicológica”.
“O Pensamento transcendental se entende, antes de tudo, como um confronto com o relativismo e
com o caráter contraditório do ceticismo de tal modo que sua pretensão mais profunda é a
restauração da razão.” Este modelo de pensamento que se iniciou com Immanuel Kant – que
imprimiu a chamada reviravolta copernicana do pensar – teve muitos seguidores, e aperfeiçoadores,
destacadamente Karl-Otto Apel. Identifique o que pertence exclusivamente à base do modelo ético
de pensar deste último.
I. A pretensão de reformular o pensamento anterior a partir da combinação da reviravolta transcendental com a
reviravolta linguístico-pragmática do pensar fez surgir a proposta apeliana. Deste modo, abre-se a possibilidade
efetiva de uma fundamentação última do princípio-fundamento de tudo, o que não ocorreu com a filosofia
anterior.
II. “A posição básica é a afirmação de que qualquer proferimento, mesmo o do relativista e o do cético, sempre
pressupõe verdade e enquanto tal se autodestrói, quando nega a verdade explicitamente, como é o caso do
cético”.
III. “Retoma a velha tarefa da filosofia e a reinterpreta: a filosofia tem a ver com a explicitação do ‘fundamento’
sempre pressuposto e por esta razão ineliminável do pensamento e a ação (...) este fundamento é subjetivo, a
estrutura ineliminável da subjetividade finita”.
IV. “Através da mediação da linguagem faz-se uma passagem de uma ‘filosofia da subjetividade’, típica do
pensamento anterior, para uma ‘filosofia da intersubjetividade’, respondendo a um dos apelos mais fortes do seu
tempo”.
V. “A razão não pode mais dizer qualquer de sério diante das grandes questões que atormentam a humanidade
de hoje. Estamos presos a nossas escolhas, que não podem mais ser fundamentadas. Aliás, nossa própria
sensibilidade histórica não nos imuniza contra a tentação do estabelecimento de normas universais?”.
O motivo predominante da obra de Jean-Jacques Rousseau é o contraste entre o homem natural e o
homem artificial. Sobre este pensador é correto afirmar:
I. A divisão entre o teu e o meu dá origem ao estado de sociedade civil.
II. Para Rousseau, pessoas morais são os indivíduos naturais, que, pelo contrato social, criam a vontade geral
como corpo moral coletivo ou Estado.
III. A própria vontade do corpo social ou soberano é a vontade geral que é a soma das vontades particulares.
IV. O governo não é o intermediário entre os súditos e o corpo político. Os depositários do poder executivo
exercem uma autoridade legítima sobre o povo, afinal, não são empregados do povo.
V. O princípio da vida política repousa na autoridade soberana. O poder legislativo é o coração do Estado; o
poder executivo, o cérebro. Não é pelas leis que o Estado subsiste, mas em virtude do poder legislativo.
Dizer que “Oscar é artista ou Michael não é arquiteto” é logicamente equivalente a dizer que: