Leia o texto I de Josué de Castro, publicado em 1947
O Brasil, como país subdesenvolvido, em fase de acelerado processo de industrialização não conseguiu
ainda se libertar da fome.
Os baixos índices de produtividade agrícola se constituíram como fatores de base no condicionamento de
um abastecimento alimentar insuficiente e inadequado às necessidades alimentares do nosso povo.
(Adaptado de Josué de Castro. Geografia da Fome)
Leia o texto II sobre a fome no Brasil, publicado em 2001
Uma das evidências contidas no mapa da fome consiste na constatação de que o problema alimentar no
Brasil não reside na disponibilidade e produção interna de grãos e dos produtos tradicionalmente
consumidos no País, mas antes no descompasso entre o poder aquisitivo de ampla parcela da população e
o custo de aquisição de uma quantidade de alimentos compatível com as necessidades do trabalhador e de
sua família.
(http://www.mct.gov.br)
Comparando os textos I e II podemos concluir que a persistência da fome no Brasil resulta principalmente
No ano passado, o governo promoveu uma campanha a fim de reduzir os índices de violência. Noticiando o fato, um
jornal publicou a seguinte manchete:
CAMPANHA CONTRA A VIOLÊNCIA DO GOVERNO DO ESTADO ENTRA EM NOVA FASE
A manchete tem um duplo sentido, e isso dificulta o entendimento. Considerando o objetivo da notícia, esse problema
poderia ter sido evitado com a seguinte redação:
Pequenos tormentos da vida
De cada lado da sala de aula, pelas janelas altas, o azul convida os meninos,
as nuvens desenrolam-se, lentas como quem vai inventando
preguiçosamente uma história sem fim...Sem fim é a aula: e nada acontece,
nada...Bocejos e moscas. Se ao menos, pensa Margarida, se ao menos um
avião entrasse por uma janela e saísse por outra!
(Mário Quintana. Poesias)
Na cena retratada no texto, o sentimento do tédio
Jean de Léry viveu na França na segunda metade do século XVI, época em que as chamadas guerras de religião
opuseram católicos e protestantes. No texto abaixo, ele relata o cerco da cidade de Sancerre por tropas católicas.
(…) desde que os canhões começaram a atirar sobre nós com maior freqüência, tornou-se necessário que
todos dormissem nas casernas. Eu logo providenciei para mim um leito feito de um lençol atado pelas suas
duas pontas e assim fiquei suspenso no ar, à maneira dos selvagens americanos (entre os quais eu estive
durante dez meses) o que foi imediatamente imitado por todos os nossos soldados, de tal maneira que a
caserna logo ficou cheia deles. Aqueles que dormiram assim puderam confirmar o quanto esta maneira é
apropriada tanto para evitar os vermes quanto para manter as roupas limpas (...).
Neste texto, Jean de Léry
Entre os procedimentos recomendados para reduzir acidentes com produtos de limpeza, aquele que deixou de ser
cumprido, na situação discutida na questão anterior, foi:
O texto aponta no quadro de Tarsila do Amaral um tema que também se encontra nos versos transcritos em:
" Narizinho correu os olhos pela assistência. Não podia haver nada mais curioso. Besourinhos de fraque e flores na lapela
conversavam com baratinhas de mantilha e miosótis nos cabelos. Abelhas douradas, verdes e azuis, falavam mal das vespas de
cintura fina - achando que era exagero usarem coletes tão apertados. Sardinhas aos centos criticavam os cuidados excessivos que
as borboletas de toucados de gaze tinham com o pó das suas asas. Mamangavas de ferrões amarrados para não morderem. E
canários cantando, e beija-flores beijando flores, e camarões camaronando, e caranguejos caranguejando, tudo que é pequenino e
não morde, pequeninando e não mordendo."
LOBATO, Monteiro. Reinações de Narizinho. São Paulo: Brasiliense, 1947
No último período do trecho, há uma série de verbos no gerúndio que contribuem para caracterizar o ambiente fantástico descrito.
Expressões como "camaronando", "caranguejando" e "pequeninando e não mordendo" criam, principalmente, efeitos de
"A idade da pedra chegou ao fim, não porque faltassem pedras; a era do petróleo chegará igualmente ao fim, mas não por falta
de petróleo".
Xeque Yamani, Ex-ministro do Petróleo da Arábia Saudita. O Estado de S. Paulo, 20/08/2001
Considerando as características que envolvem a utilização das matérias-primas citadas no texto em diferentes contextos
histórico-geográficos, é correto afirmar que, de acordo com o autor, a exemplo do que aconteceu na Idade da Pedra, o fim da
era do Petróleo estaria relacionado
Em 1958, a seleção brasileira foi campeã mundial pela primeira vez. O texto foi extraído da crônica "A alegria de ser brasileiro",
do dramaturgo Nelson Rodrigues, publicada naquele ano pelo jornal Última Hora.
"Agora, com a chegada da equipe imortal, as lágrimas rolam. Convenhamos que a seleção as merece. Merece por tudo: não só
pelo futebol, que foi o mais belo que os olhos mortais já contemplaram, como também pelo seu maravilhoso índice disciplinar.
Até este Campeonato, o brasileiro julgava-se um cafajeste nato e hereditário. Olhava o inglês e tinha-lhe inveja. Achava o
inglês o sujeito mais fino, mais sóbrio, de uma polidez e de uma cerimônia inenarráveis. E, súbito, há o Mundial. Todo mundo
baixou o sarrafo no Brasil. Suecos, britânicos, alemães, franceses, checos, russos, davam botinadas em penca. Só o brasileiro
se mantinha ferozmente dentro dos limites rígidos da esportividade. Então, se verificou o seguinte: o inglês, tal como o
concebíamos, não existe. O único inglês que apareceu no Mundial foi o brasileiro. Por tantos motivos, vamos perder a
vergonha (...), vamos sentar no meio-fio e chorar. Porque é uma alegria ser brasileiro, amigos".
Além de destacar a beleza do futebol brasileiro, Nelson Rodrigues quis dizer que o comportamento dos jogadores dentro do
campo
Érico Veríssimo relata, em suas memórias, um episódio da
adolescência que teve influência significativa em sua
carreira de escritor.
" Lembro-me de que certa noite - eu teria uns quatorze
anos, quando muito - encarregaram-me de segurar uma
lâmpada elétrica à cabeceira da mesa de operações,
enquanto um médico fazia os primeiros curativos num
pobre-diabo que soldados da Polícia Municipal haviam
"carneado". (...) Apesar do horror e da náusea, continuei
firme onde estava, talvez pensando assim: se esse caboclo
pode agüentar tudo isso sem gemer, por que não hei de
poder ficar segurando esta lâmpada para ajudar o doutor a
costurar esses talhos e salvar essa vida? (...)
Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me
animado até hoje a idéia de que o menos que o escritor
pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a
nossa, é acender a sua lâmpada, fazer luz sobre a
realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a
escuridão, propícia aos ladrões, aos assassinos e aos
tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e
do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica,
acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso,
risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que
não desertamos nosso posto."
VERÍSSIMO, Érico. Solo de Clarineta. Tomo I. Porto Alegre:
Editora Globo, 1978
Neste texto, por meio da metáfora da lâmpada que ilumina
a escuridão, Érico Veríssimo define como uma das funções
do escritor e, por extensão, da literatura,
Michel Eyquem de Montaigne (1533-1592) compara, nos trechos, as guerras das sociedades Tupinambá com as chamadas
"guerras de religião" dos franceses que, na segunda metade do século XVI, opunham católicos e protestantes.
"(...) não vejo nada de bárbaro ou selvagem no que dizem daqueles povos; e, na verdade, cada qual considera bárbaro o que
não se pratica em sua terra. (...) Não me parece excessivo julgar bárbaros tais atos de crueldade [o canibalismo] , mas que o
fato de condenar tais defeitos não nos leve à cegueira acerca dos nossos. Estimo que é mais bárbaro comer um homem vivo
do que o comer depois de morto; e é pior esquartejar um homem entre suplícios e tormentos e o queimar aos poucos, ou
entregá-lo a cães e porcos, a pretexto de devoção e fé, como não somente o lemos mas vimos ocorrer entre vizinhos nossos
conterrâneos; e isso em verdade é bem mais grave do que assar e comer um homem previamente executado. (...) Podemos
portanto qualificar esses povos como bárbaros em dando apenas ouvidos à inteligência, mas nunca se compararmos a nós
mesmos, que os excedemos em toda sorte de barbaridades."
MONTAIGNE, Michel Eyquem de, Ensaios, São Paulo: Nova Cultural, 1984
De acordo com o texto, pode-se afirmar que, para Montaigne,
Quando definem moléculas, os livros geralmente apresentam
conceitos como: "a menor parte da substância capaz de
guardar suas propriedades". A partir de definições desse tipo,
a idéia transmitida ao estudante é a de que o constituinte
isolado (moléculas) contém os atributos do todo.
É como dizer que uma molécula de água possui densidade,
pressão de vapor, tensão superficial, ponto de fusão, ponto
de ebulição, etc. Tais propriedades pertencem ao conjunto,
isto é, manifestam-se nas relações que as moléculas mantêm
entre si.
Adaptado de OLIVEIRA, R. J. O Mito da Substância. Química Nova na
Escola, n. º 1, 1995
O texto evidencia a chamada visão substancialista que ainda
se encontra presente no ensino da Química. Abaixo estão
relacionadas algumas afirmativas pertinentes ao assunto.
I. O ouro é dourado, pois seus átomos são dourados.
II. Uma substância "macia" não pode ser feita de moléculas
"rígidas".
III. Uma substância pura possui pontos de ebulição e fusão
constantes, em virtude das interações entre suas
moléculas.
IV. A expansão dos objetos com a temperatura ocorre
porque os átomos se expandem.
Dessas afirmativas, estão apoiadas na visão substancialista
criticada pelo autor apenas
A capa de uma revista de grande circulação trazia a seguinte informação, relativa a uma reportagem daquela edição:
"O brasileiro diz que é feliz na cama, mas debaixo dos lençóis 47% não sentem vontade de fazer sexo".
O texto abaixo, no entanto, adaptado da mesma reportagem, mostra que o dado acima está errado:
"Outro problema predominantemente feminino é a falta de desejo - 35% das mulheres não sentem nenhuma vontade de ter
relações. Já entre os homens, apenas 12% se queixam de falta de desejo".
Considerando que o número de homens na população seja igual ao de mulheres, a porcentagem aproximada de brasileiros
que não sentem vontade de fazer sexo, de acordo com a reportagem, é
Um jornalista publicou um texto do qual estão transcritos trechos
do primeiro e do último parágrafos:
" "Mamãezinha, minhas mãozinhas vão crescer de novo?' Jamais
esquecerei a cena que vi, na TV francesa, de uma menina da
Costa do Marfim falando com a enfermeira que trocava os
curativos de seus dois cotos de braços. (...) ".
. ......................................................................................................
"Como manter a paz num planeta onde boa parte da humanidade
não tem acesso às necessidade básicas mais elementares? (...)
Como reduzir o abismo entre o camponês afegão, a criança
faminta do Sudão, o Severino da cesta básica e o corretor de
Wall Street? Como explicar ao menino de Bagdá que morre por
falta de remédios, bloqueados pelo Ocidente, que o mal se
abateu sobre Manhattan? Como dizer aos chechenos que o que
aconteceu nos Estados Unidos é um absurdo? Vejam Grozny, a
capital da Chechênia, arrasada pelos russos. Alguém se
incomodou com os sofrimentos e as milhares de vítimas civis,
inocentes, desse massacre? Ou como explicar à menina da
Costa do Marfim o sentido da palavra "civilização' quando ela
descobrir que suas mãos não crescerão jamais? ".
UTZERI, Fritz. Jornal do Brasil, 17/09/2001
Apresentam-se, abaixo, algumas afirmações também retiradas
do mesmo texto. Aquela que explicita uma resposta do autor
para as perguntas feitas no trecho citado é:
Comer com as mãos era um hábito comum na Europa, no século XVI. A técnica empregada pelo índio no Brasil e por um português
de Portugal era, aliás, a mesma: apanhavam o alimento com três dedos da mão direita (polegar, indicador e médio) e
atiravam-no para dentro da boca.
Um viajante europeu de nome Freireyss, de passagem pelo Rio de Janeiro, já no século XIX, conta como "nas casas das roças
despejam-se simplesmente alguns pratos de farinha sobre a mesa ou num balainho, donde cada um se serve com os dedos,
arremessando, com um movimento rápido, a farinha na boca, sem que a mínima parcela caia para fora". Outros viajantes
oitocentistas, como John Luccock, Carl Seidler, Tollenare e Maria Graham descrevem esse hábito em todo o Brasil e entre todas as
classes sociais. Mas para Saint-Hilaire, os brasileiros"lançam a [farinha de mandioca] à boca com uma destreza adquirida, na origem,
dos indígenas, e que ao europeu muito custa imitar".
Aluísio de Azevedo, em seu romance Girândola de amores (1882), descreve com realismo os hábitos de uma senhora abastada que
só saboreava a moqueca de peixe "sem talher, à mão".
Dentre as palavras listadas abaixo, assinale a que traduz o elemento comum às descrições das práticas alimentares dos brasileiros
feitas pelos diferentes autores do século XIX citados no texto.