Para muitos pensadores do Pensamento Social Brasileiro, o
Brasil dos séculos XIX e XX seria caracterizado por uma estrutura
agrária arcaica e por uma consequente ausência de valores cívicos.
Ao mesmo tempo, teríamos produzido uma estrutura institucionallegal
liberal considerada moderna para os padrões dos países em
desenvolvimento. Essa representação do Brasil como moderno e
arcaico pode ser condensada na categoria:
“Os mal-estares da pós-modernidade provêm de uma espécie de liberdade de procura do prazer que tolera uma segurança individual pequena demais”. Ao comparar a pós-modernidade, como defi nida acima, com a modernidade, que seria caracterizada por menos liberdade e mais segurança (e mal-estar), Bauman (1998) busca analisar a atualização do importante conceito sociológico de:
Em Casa-Grande e Senzala, Freyre (2005) discute como a casa grande reuniria ao redor do senhor de escravos todos aqueles que este considerava como seus bens: família, herdeiros, amantes, escravos, agregados, políticos, padres etc., incorporando todos à estrutura da propriedade, ao invés de separar e discriminar. Assim, Freyre apresenta a partir dessa metáfora um dos traços característicos da organização social e política do Brasil denominado:
“Seja como for, a era moderna continua a operar sob a premissa
de que a vida, e não o mundo, é o bem supremo do homem (…).”
(ARENDT, 1999: 332).
Em “A Condição Humana”, Hannah Arendt discute como o advento
do cristianismo esvaziou a importância que o espaço público tinha
na Antiguidade, ao valorizar a vida e a luta pela sua continuidade,
através do labor e do trabalho, em detrimento do pensamento,
da refl exão e da participação na vida pública. Expressando uma
preocupação presente em outro de seus trabalhos, para a autora,
a consequência para o homem moderno dessa inversão de valores
é a perda:
Para Max Weber, o que caracterizaria o capitalismo moderno por ele analisado seria a busca por efi cácia na realização dos objetivos, conceito expresso na categoria:
Para Alexander, em Teoria Social Hoje (apud Giddens &
Turner org., 1999), um clássico é um texto que permite ao cientista
social aprender com ele tanto quanto com a leitura de um autor contemporâneo.
O autor defende que se leia os clássicos para refl etir
sobre questões contemporâneas, em oposição a uma abordagem
que vê tais obras apenas como:
Em “Individualismo e Cultura”, Velho (1981) defende que o cientista social pode investigar sua própria sociedade, chamando atenção para o fato de que o conhecimento advindo da experiência pessoal não é sinônimo de conhecimento científi co. Para o autor, a investigação sobre a própria cultura pode permitir uma compreensão da complexidade dos fenômenos sociais para além dos “mapas e códigos básicos nacionais e de classe através dos quais fomos socializados”. Para tanto, defende que o cientista social:
A análise weberiana do fenômeno da dominação fundamenta-se na:
A mensuração dos fatos sociais depende da categorização do mundo social. As atividades sociais devem ser distinguidas antes que qualquer frequência ou percentual possa ser atribuído a qualquer distinção. É necessário ter uma noção das distinções entre categorias sociais, antes que se possa medir quantas pessoas pertencem a uma ou outra categoria. (BAUER, M., GASKELL, G. & ALLUM, N. Qualidade, quantidade e interesses do conhecimento. Petrópolis: Vozes: 2005. p. 24) Em termos metodológicos, o argumento apresentado pelos autores sustenta a:
Abordando a transição do fordismo ao pós-fordismo, Manuel Castells caracteriza o funcionamento da sociedade em rede e destaca:
O meio ambiente como um bem universal e uniforme não existe no campo das relações sociais. Nem tampouco existe um sujeito universal preocupado com a proteção ambiental. Existem, sim, situações concretas, passíveis de se transformarem em mobilização de grupos sociais específicos, que contam com acervos definidos de recursos (simbólicos e organizacionais) e que falam a partir de percepções, valores, projetos, necessidades e interesses pertinentes ao lugar que ocupam. Isso significa que esses grupos atribuem valores próprios, apresentam demandas específicas e elaboram as suas compreensões a respeito do meio ambiente. (FUKS, M. Conflitos ambientais no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: UFRJ, 2001. p. 97) Na perspectiva do autor, tratado como um espaço de conflitos, o meio ambiente representa:
Ao elaborar o conceito de cidadania regulada, Wanderley Guilherme dos Santos interpreta o caso brasileiro como:
Depois que um casal do Zimbábue foi alvo de tiros no distrito de Alexandra — onde mais um imigrante foi morto — a África do Sul decidiu enviar o exército para o distrito, situado na maior cidade do país, Johannesburgo. O objetivo é tentar conter os ataques xenófobos que se alastraram pelo país e já deslocaram 5 mil imigrantes.
O Globo, 22/4/2015, p. 23 (com adaptações).
Considerando o fragmento de texto acima e os múltiplos aspectos que ele suscita, julgue os itens a seguir.
Diante da magnitude alcançada pelo fenômeno migratório na atualidade, a Organização das Nações Unidas e a União Europeia assumiram a coordenação do processo de transporte e de distribuição dos milhares de imigrantes asiáticos e africanos que chegam à Europa.
Em texto recente, o jornalista e escritor Alfredo Sirkis condenou aquilo que chamou de "duas fantasias ideologicamente distintas, mas igualmente nocivas: a do 'bandido vítima da sociedade' e a da polícia e das prisões abarrotadas, que, mais dia menos dia, acabarão com as drogas. Em ambas, a realidade está no reverso". Para Sirkis, falta ao país uma "política minimamente inteligente e realista de segurança", que enfrente a "demagogia de uns e a irresponsabilidade de outros", além de defender um ordenamento jurídico que combata eficazmente a criminalidade violenta e não abarrote as prisões de pessoas que não representam ameaça maior à sociedade.
Em face das ideias do texto e das múltiplas implicações da realidade por ele abordadas, julgue os itens seguintes.
A sociedade contemporânea, ao tornar-se cada vez mais complexa, fragmentando-se em incontáveis segmentos, amplia consideravelmente as fontes geradoras de conflitos e de violência.
Observe a figura e leia o texto a seguir:


Com base na figura, no texto e nos conhecimentos
sobre os valores humanos, a ética e a moral,
considere as afirmativas a seguir:
I – Em determinado país que não possui leis contra a
exploração do trabalho infantil, se uma empresa
utilizar–se desta prática, estará sendo ética, por
estar amparada juridicamente, mas não estará
sendo moralmente correta.
II – Em países que possuem leis claras contra a
exploração do trabalho infantil, se alguém utilizarse
desta forma de labuta para obter lucros, estará
isento de moral e de ética.
III – O fato de um País possuir leis que condenam o
trabalho infantil caracteriza um dos elementos da
moral desse País e relaciona–se com a Declaração
Universal dos Direitos Humanos.
Assinale a alternativa correta: