“A burocracia busca organizar, de forma estável e duradoura, a cooperação de um grande número de indivíduos, cada qual detendo uma função especializada. Separa-se a esfera pessoal, privada e familiar da esfera do trabalho, vista como esfera pública de atuação do indivíduo. Nas sociedades tradicionais, normalmente a esfera familiar e a esfera trabalho se confundiam, dado o caráter pessoal das relações. Na sociedade industrial, como vimos, há uma ruptura com esses padrões” (MOTTA; VASCONCELOS, 2010, p. 8). Como decorrência disso, a estrutura burocrática é baseada em princípios. Sobre eles, analise as assertivas abaixo e assinale V, se verdadeiros, ou F, se falsos.
( ) A existência de funções definidas e competências rigorosamente determinadas por leis ou regulamentos. A divisão de tarefas é feita racionalmente, baseando-se em regras específicas, a fim de permitir o exercício das tarefas necessárias à consecução dos objetivos da organização.
( ) Os membros do sistema têm direitos e deveres delimitados por regras e regulamentos. Essas regras se aplicam igualmente a todos, de acordo com seu cargo ou sua função.
( ) Existe uma hierarquia definida por regras explícitas, e as prerrogativas de cada cargo e função são definidas legalmente e regulam o exercício da autoridade e seus limites.
( ) O recrutamento é previamente estabelecido, garantindo-se a igualdade formal na contratação. Portadores de diplomas legalmente estabelecidos têm o mesmo direito de concorrer ao exercício de determinado cargo.
( ) A remuneração deve ser igual para o exercício de cargos e funções semelhantes.
( ) A promoção e o avanço na carreira devem ser regulados por normas e com base em critérios objetivos, e não em favoritismos ou relações pessoais.
( ) Há uma separação completa entre a função e as características pessoais do indivíduo que a ocupa.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
Considerando as teorias sociológicas sobre o tema dos movimentos sociais, assinale a alternativa correta.
Os estudos sobre as estruturas que atribuem sentido a um sistema cultural são fundamentais para as práticas sociológicas e para o ensino de sociologia. Assinale a alternativa que corresponde ao principal método de estudo da cultura proposto por Claude Lévi-Strauss.
No livro "Condição Pós-moderna", David Harvey defende a existe uma relação entre a ascensão de formas culturais pósmodernas, a emergência de modos mais flexíveis de acumulação e um novo ciclo de compressão do tempo-espaço na organização do capitalismo. De acordo com este autor, o advento da pós-modernidade coincide com a crise de qual sistema de produção capitalista?
Zygmunt Bauman é um destacado sociólogo contemporâneo que empregou a ideia de formas líquidas para caracterizar dinâmicas das sociedades contemporâneas. Em relação a estas formas líquidas, assinale a alternativa abaixo não representa a “liquidez” de Bauman.
Em “O mal-estar na pós-modernidade”, Bauman (1998) apresenta os ‘tipos’ que personifi cam o período contemporâneo: o turista e o vagabundo, em oposição aos ‘tipos’ modernos; os arrivistas e os párias que, como nômades, são caracterizados por estar sempre em movimento, mas buscando um lugar para permanecer. Nesse sentido, o que caracterizaria a pós-modernidade para o autor é:
Conforme a análise de André Gorz a respeito do capitalismo avançado, as crises ambientais tendem ao agravamento em função:
Falar de uma cultura do consumo é considerar os valores dominantes de uma sociedade como valores que não só são organizados pelas práticas de consumo, mas também, de certo modo, derivados delas. Por conseguinte, poderíamos descrever a sociedade contemporânea como materialista, como uma sociedade transformada em mercadoria ou como uma sociedade de escolhas e da soberania do consumidor. (SLATER, Don. Cultura do consumo e modernidade. São Paulo: Nobel, 2002. p. 32) De acordo com o autor, a cultura do consumo é um fenômeno tratado por perspectivas teóricas opostas que enfatizam, respectivamente,
Tratando das incertezas geradas no contexto da Modernidade Tardia, a teoria da sociedade de risco postula que o controle dessas incertezas implica:
A sociedade tradicional está por definição virada para o próprio passado, e o seu presente é esse passado. E porque as coisas se passam assim, não existe a “história” propriamente dita; a continuidade entre o ontem e o hoje obscurece a consciência das diferenças entre o que “foi” e o que “é”. A existência de uma ciência histórica pressupõe, pois, um mundo em mutação, e de modo muito particular um mundo no qual homens considerem o passado como um fardo de que urge libertarem-se. (GIDDENS, A. Capitalismo e moderna teoria social. 7. ed. Lisboa: Presença, 2000. p. 17) Considerando o argumento apresentado pelo autor, o objeto de reflexão da sociologia pressupõe um padrão de conduta caracterizado pelo/pela:
Boaventura de Sousa Santos, em “Pela Mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade” (1994), argumenta que o pós-marxismo da década de 1980 teria como traço principal ser “antirreducionista, antideterminista e processualista”. Como exemplo de tal pós-marxismo, destaca, fora dos países centrais, os estudos sobre novos movimentos sociais e sobre a transição democrática na América Latina e os estudos sobre contextos coloniais e pós-coloniais, na Índia. Segundo ele, o reducionismo econômico seria criticado por não permitir a contextualização, em seus próprios termos, de fatores:
Após a 2ª Guerra Mundial, o campo da teoria social estava bastante centralizado em torno do que Giddens e Turner (1999), em “Teoria Social Hoje”, defi niram como ‘empirismo lógico’, ou seja, que a ciência social deveria ter os mesmos critérios de validade e procedimento que a ciência natural. A partir dos anos 1970, contudo, os autores identifi cam uma ‘mudança decisiva’ no campo, resultado de novas abordagens teóricas inclusive no campo da ciência natural. A consequência dessa ‘mudança decisiva’ foi:
De fato, quando o sociólogo se limita a tomar à sua conta os objetivos de reflexão do senso comum e a reflexão comum sobre esses objetivos, não tem mais nada a opor à certeza comum de que pertence a todos os homens falarem de tudo o que é humano e julgarem qualquer discurso, até mesmo científico, sobre o que é humano. (BOURDIEU, P.; CHAMBOREDON, J. C.; PASSERON, J.C. Ofício de sociólogo. Petrópolis: Vozes, 2004. p. 36) De acordo com a perspectiva apresentada, o conhecimento sociológico demanda cuidados metodológicos para que se preserve:
“Os mal-estares da pós-modernidade provêm de uma espécie de liberdade de procura do prazer que tolera uma segurança individual pequena demais”. Ao comparar a pós-modernidade, como defi nida acima, com a modernidade, que seria caracterizada por menos liberdade e mais segurança (e mal-estar), Bauman (1998) busca analisar a atualização do importante conceito sociológico de:
A sociedade pós–moderna tem, entre suas marcas, a multiplicidade de identidades
culturais, sociais e políticas, e o pluralismo e diversidade que daí resultam. Boaventura
Santos faz um paralelo entre sociedade pós–moderna e ciência pós–moderna, ao explicitar
que no "plano analítico, a reflexão sobre o paradigma da ciência pós–moderna deve ser
completada pela reflexão sobre o paradigma da sociedade pós–moderna".
Para ele, esse paradigma científico pós–moderno