Notava as coisas e via que mandava comprar um frangão, quatro ovos e um peixe para comer, e nada lhe traziam, porque não se achava na praça, nem no açougue, e, se mandava pedir as coisas e outras às casas particulares, lhas mandavam. Então disse o bispo: verdadeiramente que nestas terras andam as coisas trocadas, porque toda ela não é republica, sendo-o cada casa.
(SALVADOR, Frei Vicente do. História do Brasil: 1500-1627. Livro I, cap.II, p.42-3, NOVAIS, Fernando A. (Org.). História da vida privada no Brasil : cotidiano e vida privada na América Portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1997, p.14).
As condições de privacidade na colônia eram marcadas
A transformação dos Direitos do Homem nos direitos dos sans-culottes foi o ponto de inflexão não só da Revolução Francesa como de todas as revoluções que se seguiram. Isso se deve em
não pequena medida ao fato de que Karl Marx, o maior teórico das revoluções de todos os tempos, estava muito mais interessado na história do que na política e, portanto, deixou praticamente de lado as intenções originais das revoluções, a instauração da liberdade e concentrou a atenção de forma quase exclusiva no curso aparentemente objetivo dos acontecimentos revolucionários. Em outras palavras, levou mais de meio século para que a transformação dos Direitos do Homem nos direitos dos sans-cullotes, a renuncia à liberdade
perante os ditames das necessidades, encontrasse o seu teórico.
(ARENDT, Hannah. Sobre a Revolução. São Paulo: Cia. das Letras, 2011, p.94-95)
Para Hannah Arendt, a concepção de revolução em Karl Marx orientou-lhe a interpretação
Em 1808, como consequência da invasão francesa a Portugal, chega a família real ao Brasil. D. João, o príncipe regente, sua mãe, D. Maria, e ainda fidalgos, oficiais, clérigos, açafatas, que os acompanham nessa desdita que marca o fim do período colonial. A capital do vice-reino terá de absorver todo esse “povo” e acomodar várias secretarias [...].Como manter essa corte e a
ampliação do aparelho burocrático com a penúria do tesouro real ?
(SCHNOOR, Eduardo. Os senhores dos caminhos: a elite na transição para o século XIX. IN : DEL PRIORE, Mary. Revisão do paraíso: os brasileiros e o Estado em 500 anos de história. Rio de Janeiro: Campus, 2000, p.163)
As soluções encontradas pela administração para o problema da escassez de recursos necessários à manutenção da corte no Brasil foram
Oportunidades e fatalidades que se sucedem ao longo do ciclo vital das pessoas modelam suas biografias, e as situações em que ocorrem refletem-se nas configurações familiares, quando
examinadas em um momento dado [...]. Do ponto de vista demográfico interagem, nesse caso, processos que resultam da “evolução dos níveis e padrões da fecundidade”, do “quantum do
tempo da nupcialidade”, das separações e divórcios e dos recasamentos, das alterações das curvas de mortalidade e seus diferenciais por sexo e idade, e da intensidade dos deslocamentos
espaciais da população.
(BERQUÓ, Elza. Arranjos familiares no Brasil: uma visão demográfica. In: SCHWARCZ, Lilian Moritz. História da vida privada no Brasil: contrastes da intimidade contemporânea. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p.186)
Os arranjos familiares no Brasil sempre foram marcados por grande dinamicidade. Entre os fatores que contribuem para a alteração da estrutura familiar, destaca-se
François Audigier (In: GUIMARÃES, 2016, p. 25), analisando o ensino de História, destaca a importância de se desenvolver no educando a consciência histórica.
Nesse contexto, analise os itens a seguir.
Conforme as informações e reflexões do autor em relação à consciência histórica no processo educativo do ensino de história, o desenvolvimento dessa consciência histórica no educando permite o que está descrito em
No Dicionário de ensino de História (2019), encontra-se uma reflexão acerca do “conhecimento histórico escolar” e sua trajetória até o presente momento. Ao analisar a trajetória do conceito, a autora descortina como essa questão central no pensamento histórico e do ensino de História foi se construindo. Considerando uma das reflexões apresentadas pelo campo da pesquisa no ensino de História apresentada nesse verbete, tem-se a conclusão de que
Mais do que o livro, o professor precisa ter conteúdo. Cultura. Até um pouco de erudição não faz mal algum. Sem estudar e saber a matéria não pode haver ensino. É inadmissível um professor que quase não lê.
PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi. Por uma história prazerosa e consequente. In: KARNAL, Leandro. História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2007. p. 22.
Segundo esse trecho, para o professor de História desenvolver uma aula com efetividade, é necessário
[...] o Brasil passou a aproveitar com mais eficiência as oportunidades de diversificação e ampliação de seu comércio exterior, conforme atesta a estratégia de diversificação de parcerias comerciais que antecedeu e ‘amaciou’ os efeitos da crise de 2008/2009.
SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. O Brasil no mundo. In: SCHWARCZ, Lilia Moritz (direção). História do Brasil Nação: 1808-2010. V. 5 Modernização, ditadura e democracia. 1964-2010. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014. p. 163.
De acordo com o autor, o que permitiu ao Brasil passar praticamente incólume pela crise do capitalismo de 2008 foi uma estratégia política, expressa na(o)
No processo de ocupação do território brasileiro, durante o período da colonização portuguesa, Três centros urbanos se destacaram, por fazer parte da primeira Rede Urbana Nacional, formando uma hinterland, que funcionava como importante canal de escoamento de mercadorias que se destinavam à exportação.
Os três centros urbanos foram:
Muitos foram os movimentos sociais ocorridos no Brasil durante o século XIX. Na Bahia, particularmente no sertão, a chamada Guerra de Canudos teve forte repercussão nacional e envolveu tropas do governo que foram recrutadas para combater os sertanejos liderados por um religioso.
Sobre essa Guerra, é correto afirmar:
Nessa conferência, esses países criaram uma nova estratégia para se posicionarem diante do mundo, denominada “não alinhamento”.
DSobre essa estratégia, é correto afirmar:
Figueiredo prosseguiu no caminho da abertura política iniciada no governo Geisel. O comando das iniciativas ficou nas mãos do general Golbery e do ministro da Justiça, Petrônio Portella.
(Boris Fausto, História concisa do Brasil)
Durante o governo Figueiredo, a abertura política avançou com
"Assim Paul Klee consegue criar, com a aquarela O cometa de Paris, um símbolo irônico da vida em 1918, que vibra entre o entusiasmo e o derrotismo, entre as esperanças e os temores, entre as visões arrojadas e a dura realidade. Quem acreditava que os cometas fossem sinais seria capaz de ver o dia 11 de novembro de 1918, o dia do cessar-fogo, no qual a velha Europa se encontrava em escombros ao mesmo tempo que comemorava, em meio a revoluções e grandes impérios que desabavam, fazendo a ordem mundial vacilar, como a realização de profecias estelares. (...). Poucas vezes, diante de um mundo que se encontrava no limiar de uma nova era, parecera tão inevitável engajar-se e lutar pelas próprias visões. Novas ideias políticas, uma nova sociedade, uma nova arte, uma nova cultura e um novo pensamento foram concebidos. Um novo homem, o homem do século XX, que nascera a partir das chamas da guerra, livre das amarras do mundo antigo, foi proclamado. Como uma fênix, a Europa, e com ela o restante do mundo, deveria reerguer-se das cinzas".
Fonte: SCHÖNPFLUG, Daniel. A era do cometa. São Paulo: Todavia, 2018, pp. 14-15.
Segundo o autor, a aquarela O cometa de Paris poderia ser associado aos acontecimentos de novembro de 1918 e às consequências:
"E, 1917, as mulheres iniciaram o movimento grevista nas oficinas do Cotonifício Crespi. (...). Os jornais operários, sem dúvida, constroem duas imagens femininas que contrastam frontalmente. Uma mulher submissa que não sabe como lutar e, ao mesmo tempo, uma figura combativa que sai às ruas e enfrenta sem reservas as autoridades públicas e policiais. (...). Em geral, a recusa das mulheres em participar das organizações sindicais ou partidárias foi vista como inconsciência política, tanto pelos militantes quanto pela produção acadêmica, ao menos até muito recentemente. Talvez se possa indagar se esta atitude de descomprometimento com instituições políticas, controladas por figuras masculinas, não tenha significado uma certa compreensão dos obstáculos intransponíveis com que se defrontava a mulher, não só na fábrica, mas também na família. Quantos pais e maridos não impediram o envolvimento de suas esposas e filhas nas agitações políticas da época?"
Fonte: RAGO, Margareth. Do cabaré ao lar, Brasil 1890-1930. São Paulo: Paz e Terra, 2014, pp. 100-101.
Assinale a alternativa incorreta sobre a questão de gênero no Brasil República:
Excerto 1: “Eu repeti a atividade da oficina e pedi que desenhassem o Tempo. Saíram coisas bem legais, tipo um menino desenhou o ser humano e sua evolução, do mais antigo ao mais recente.” – professora T.
Excerto 2: "A gente precisa ensinar os alunos a observarem os acontecimentos políticos, como o Impeachment, e pensarem sobre eles. A gente já viveu isso [o impeachment], porque deixamos acontecer de novo?" – professora T.
Excerto 3: O professor A. ao trabalhar o tema Feudalismo com 7º Ano, sugeriu que os alunos pesquisassem o que estava acontecendo na América, na África, na Ásia e na Oceania no ano de 1300.
Fonte: Adaptado de FORNECK, Mara Betina. Ensino de História, tempo e temporalidades. dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Ensino de História, Porto Alegre, 2017, pp. 63, 66 e 67.
Assinale a alternativa que indique, respectivamente, as noções de temporalidade presentes nos excertos acima: