" Narizinho correu os olhos pela assistência. Não podia haver nada mais curioso. Besourinhos de fraque e flores na lapela
conversavam com baratinhas de mantilha e miosótis nos cabelos. Abelhas douradas, verdes e azuis, falavam mal das vespas de
cintura fina - achando que era exagero usarem coletes tão apertados. Sardinhas aos centos criticavam os cuidados excessivos que
as borboletas de toucados de gaze tinham com o pó das suas asas. Mamangavas de ferrões amarrados para não morderem. E
canários cantando, e beija-flores beijando flores, e camarões camaronando, e caranguejos caranguejando, tudo que é pequenino e
não morde, pequeninando e não mordendo."
LOBATO, Monteiro. Reinações de Narizinho. São Paulo: Brasiliense, 1947
No último período do trecho, há uma série de verbos no gerúndio que contribuem para caracterizar o ambiente fantástico descrito.
Expressões como "camaronando", "caranguejando" e "pequeninando e não mordendo" criam, principalmente, efeitos de
Só falta o Senado aprovar o projeto de lei [sobre o uso de termos estrangeiros no Brasil] para que palavras como shopping
center , delivery e drive-through sejam proibidas em nomes de estabelecimentos e marcas. Engajado nessa valorosa luta
contra o inimigo ianque, que quer fazer área de livre comércio com nosso inculto e belo idioma, venho sugerir algumas outras
medidas que serão de extrema importância para a preservação da soberania nacional, a saber:
........
- Nenhum cidadão carioca ou gaúcho poderá dizer "Tu vai" em espaços públicos do território nacional;
- Nenhum cidadão paulista poderá dizer "Eu lhe amo" e retirar ou acrescentar o plural em sentenças como "Me vê um chopps
e dois pastel";
..........
- Nenhum dono de borracharia poderá escrever cartaz com a palavra "borraxaria" e nenhum dono de banca de jornal
anunciará "Vende-se cigarros";
..........
- Nenhum livro de gramática obrigará os alunos a utilizar colocações pronominais como "casar-me-ei" ou "ver-se-ão".
PIZA, Daniel. Uma proposta imodesta. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 8/04/2001
No texto acima, o autor
A crônica muitas vezes constitui um espaço para reflexão sobre aspectos da sociedade em que vivemos.
"Eu, na rua, com pressa, e o menino segurou no meu braço, falou qualquer coisa que não entendi. Fui logo dizendo que não tinha,
certa de que ele estava pedindo dinheiro. Não estava. Queria saber a hora.
Talvez não fosse um Menino De Família, mas também não era um Menino De Rua. É assim que a gente divide. Menino De Família é
aquele bem-vestido com tênis da moda e camiseta de marca, que usa relógio e a mãe dá outro se o dele for roubado por um Menino
De Rua. Menino De Rua é aquele que quando a gente passa perto segura a bolsa com força porque pensa que ele é pivete,
trombadinha, ladrão. (...) Na verdade não existem meninos De rua. Existem meninos NA rua. E toda vez que um menino está NA rua é
porque alguém o botou lá. Os meninos não vão sozinhos aos lugares. Assim como são postos no mundo, durante muitos anos
também são postos onde quer que estejam. Resta ver quem os põe na rua. E por quê."
COLASSANTI, Marina. In: Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco, 1999
No terceiro parágrafo em "... não existem meninos De rua. Existem meninos NA rua.", a troca de De pelo Na determina que a
relação de sentido entre "menino" e "rua" seja
Murilo Mendes, em um de seus poemas, dialoga com a carta de Pero Vaz de Caminha:
“A terra é mui graciosa,
Tão fértil eu nunca vi.
A gente vai passear,
No chão espeta um caniço,
No dia seguinte nasce
Bengala de castão de oiro.
Tem goiabas, melancias,
Banana que nem chuchu.
Quanto aos bichos, tem-nos muito,
De plumagens mui vistosas.
Tem macaco até demais
Diamantes tem à vontade
Esmeralda é para os trouxas.
Reforçai, Senhor, a arca,
Cruzados não faltarão,
Vossa perna encanareis,
Salvo o devido respeito.
Ficarei muito saudoso
Se for embora daqui".
MENDES, Murilo. Murilo Mendes — poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994
Arcaísmos e termos coloquiais misturam-se nesse poema, criando um efeito de contraste,
como ocorre em:
Nas conversas diárias, utiliza-se freqüentemente a palavra “próprio” e ela se ajusta a várias
situações. Leia os exemplos de diálogos:
I - A Vera se veste diferente!
- É mesmo, é que ela tem um estilo próprio próprio.
II - A Lena já viu esse filme uma dezena de vezes! Eu não consigo ver o
que ele tem de tão maravilhoso assim.
- É que ele é próprio próprio para adolescente.
III - Dora, o que eu faço? Ando tão preocupada com o Fabinho! Meu filho
está impossível!
- Relaxa, Tânia! É próprio próprio da idade. Com o tempo, ele se acomoda.
Nas ocorrências I, II e III, “próprio” é sinônimo de, respectivamente,

O problema enfrentado pelo migrante e o sentido da expressão “sustança" expressos nos
quadrinhos, podem ser, respectivamente, relacionados a
Os provérbios constituem um produto da sabedoria popular e, em geral, pretendem transmitir um ensinamento. A alternativa em que os dois provérbios remetem a ensinamentos semelhantes é:
Oxímoro (ou paradoxo) é uma construção textual que agrupa significados que se excluem
mutuamente. Para Garfield, a frase de saudação de Jon (tirinha abaixo) expressa o maior de
todos os oxímoros.

Nas alternativas abaixo, estão transcritos versos retirados do poema “O operário em
construção". Pode-se afirmar que ocorre um oxímoro em
Em uma conversa ou leitura de um texto, corre-se o risco de atribuir um significado inadequado a um termo ou expressão, e isso pode levar a certos resultados
inesperados, como se vê nos quadrinhos abaixo.

Nessa historinha, o efeito humorístico origina-se de uma situação criada pela fala da Rosinha no primeiro quadrinho, que é:
O uso do pronome átono no início das frases é destacado por um poeta e por
um gramático nos textos abaixo.

Comparando a explicação dada pelos autores sobre essa regra, pode-se afirmar
que ambos:
As histórias em quadrinhos, por vezes, utilizam animais como personagens e a eles
atribuem comportamento humano. O gato Garfield é exemplo desse fato.

O 3º quadrinho sugere que Garfield:
Em muitos jornais, encontramos charges, quadrinhos, ilustrações, inspirados nos fatos noticiados. Veja um exemplo:
O texto que se refere a uma situação semelhante à que inspirou a charge é: