“O Pensamento transcendental se entende, antes de tudo, como um confronto com o relativismo e
com o caráter contraditório do ceticismo de tal modo que sua pretensão mais profunda é a
restauração da razão.” Este modelo de pensamento que se iniciou com Immanuel Kant – que
imprimiu a chamada reviravolta copernicana do pensar – teve muitos seguidores, e aperfeiçoadores,
destacadamente Karl-Otto Apel. Identifique o que pertence exclusivamente à base do modelo ético
de pensar deste último.
I. A pretensão de reformular o pensamento anterior a partir da combinação da reviravolta transcendental com a
reviravolta linguístico-pragmática do pensar fez surgir a proposta apeliana. Deste modo, abre-se a possibilidade
efetiva de uma fundamentação última do princípio-fundamento de tudo, o que não ocorreu com a filosofia
anterior.
II. “A posição básica é a afirmação de que qualquer proferimento, mesmo o do relativista e o do cético, sempre
pressupõe verdade e enquanto tal se autodestrói, quando nega a verdade explicitamente, como é o caso do
cético”.
III. “Retoma a velha tarefa da filosofia e a reinterpreta: a filosofia tem a ver com a explicitação do ‘fundamento’
sempre pressuposto e por esta razão ineliminável do pensamento e a ação (...) este fundamento é subjetivo, a
estrutura ineliminável da subjetividade finita”.
IV. “Através da mediação da linguagem faz-se uma passagem de uma ‘filosofia da subjetividade’, típica do
pensamento anterior, para uma ‘filosofia da intersubjetividade’, respondendo a um dos apelos mais fortes do seu
tempo”.
V. “A razão não pode mais dizer qualquer de sério diante das grandes questões que atormentam a humanidade
de hoje. Estamos presos a nossas escolhas, que não podem mais ser fundamentadas. Aliás, nossa própria
sensibilidade histórica não nos imuniza contra a tentação do estabelecimento de normas universais?”.