Gilberto Velho, no livro “Individualismo e Cultura” (1999), discute a relação indivíduo e sociedade argumentando que, apesar das determinações sociais, existe na sociedade margem de manobra para opções e alternativas, ou seja, para que o sujeito decida e escolha caminhos específi cos. Para realizar essa refl exão, o autor utiliza a noção de:
Em “Um Jogo Absorvente: Notas sobre a briga de galos balinesa”, Geertz (1989) compara a briga de galos realizada em Bali com a apreciação de obras de arte, e demonstra como é possível compreender a mentalidade do balinês a partir de sua relação com o embate ali travado: “É apenas na aparência que os galos brigam ali – na verdade, são os homens que se defrontam”. Nesse sentido, também a briga de galos balinesa é:
A cultura é um fenômeno coletivo, pois é compartilhada pelas pessoas que vivem ou viveram no mesmo ambiente social onde ela foi aprendida. Portanto, ela deriva do ambiente social e não dos nossos genes. Um dos modelos utilizados para ilustrar o construto cultura tem a forma de anéis concêntricos, em que cada anel corresponde a uma manifestação de cultura. Acerca desse assunto, assinale a opção correta.
Leia o texto a seguir.
Falar da contribuição das raças humanas para a civilização mundial poderia assumir um aspecto surpreendente numa coleção de brochuras destinadas a lutar contra o preconceito racista. Resultaria num esforço vão ter consagrado tanto talento e tantos esforços para demonstrar que nada, no estado atual da ciência, permite afirmar a superioridade ou a inferioridade intelectual de uma raça em relação a outra […].
(Claude Lévi-Strauss. Raça e História. 3a Edição. Lisboa, Editorial Presença,1980. Adaptado)
O que determina a diferença cultural entre os povos?
Ao propor "Uma teoria científica da cultura", é CORRETO afirmar a respeito de
Malinowski, que esse teórico
Sobre a sociologia da educação francesa de Pierre Bourdieu (1998), é INCORRETO
afirmar que
Já se disse, numa expressão feliz, que a contribuição brasileira para a civilização será de cordialidade — daremos ao mundo o "homem cordial". A lhaneza no trato, a hospitalidade, a generosidade, virtudes tão gabadas por estrangeiros que nos visitam, representam, com efeito, um traço definido do caráter brasileiro, na medida, ao menos, em que permanece ativa e fecunda a influência ancestral dos padrões de convívio humano, informados no meio rural e patriarcal. Sergio Buarque de Holanda.
Raízes do Brasil. 26.ª edição, São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 146-147.
Considerando as ideias do trecho acima e o pensamento político e social brasileiro, julgue os itens que se seguem.
Segundo Sergio Buarque de Holanda, a cordialidade, traço característico do brasileiro, constitui um fator positivo para o processo de construção do Estado democrático e impessoal no Brasil.
Julgue o próximo item, referentes às dimensões, às concepções e às linguagens da cultura
A reprodução da cultura como bem singular local torna-se cada vez mais necessária à sua projeção mercadológica universal.
Julgue o próximo item, referentes às dimensões, às concepções e às linguagens da cultura.
Vive-se, na contemporaneidade, uma corrida frenética pela patrimonialização de expressões culturais materiais e imateriais, no Brasil, pois isso possibilita o auferimento de novas rendas nos lugares favorecidos por essa patrimonialização.
O estruturalismo não é uma escola sociológica, mas um método
de análise que permeou diversas disciplinas desde a década de
1930, da linguística à psicologia e à antropologia, tendo
influenciado numerosas teorias sociológicas contemporâneas.
Com relação à estrutura, entendida como modelo teórico, analise
as afirmativas a seguir.
I. O modelo de uma estrutura inerente à língua, como sistema
de diferenças entre os seus diversos elementos considerados
em sua solidariedade sincrônica, foi proposto pelo linguista
Ferdinand de Saussure.
II. A estrutura na antropologia de Lévi-Strauss é um dado
concreto, observável e mensurável, que se manifesta nas
normas sociais, como o parentesco, por exemplo.
III. A emergência do pós-estruturalismo, com Jacques Derrida,
radicaliza as premissas do estruturalismo, ao recusar
qualquer forma de análise que se refira a elementos internos
ao texto.
Assinale:
Julgue os itens a seguir, a respeito da cultura, da diversidade e da identidade nacionais.
Progresso, modernização e integração territorial aparecem como palavras de ordem na busca de consolidação do Estado brasileiro, no século XX e da construção de uma identidade nacional.
Não é o falo (ou a falta de) o fundamento desta visão de mundo
[androcêntrica], e sim é essa visão de mundo que, estando
organizada segundo a divisão em gêneros relacionais, masculino
e feminino, pode instituir o falo, constituído em símbolo da
virilidade, de ponto de honra caracteristicamente masculino; e
instituir a diferença entre os corpos biológicos em fundamentos
objetivos da diferença entre os sexos, no sentido de gênero,
construídos como duas essências sociais hierarquizadas.
(Tradução de BOURDIEU, Pierre. La domination masculine. Paris: Seuil, 2002, p. 43)
As opções a seguir caracterizam corretamente as pré-condições
para que haja a perpetuação de uma cultura androcêntrica,
à exceção de uma. Assinale-a.
A polissemia do conceito de cultura faz parte da própria história
de sua construção, culminando com as contribuições da
Antropologia e das Ciências Sociais a partir da segunda metade
do século XIX.
Assinale a opção que apresenta corretamente um conceito de
cultura de acordo com seu proponente.
Como muitos antropólogos já concluíram, a distinção clássica
entre natureza e cultura não pode ser utilizada para descrever
dimensões ou domínios internos a cosmologias não-ocidentais
sem passar antes por uma crítica etnológica rigorosa. Tal crítica
exige a dissociação e redistribuição dos predicados subsumidos
nessas duas séries paradigmáticas que tradicionalmente se
opõem (natureza e cultura): universal e particular, objetivo e
subjetivo, dado e construído, humanidade e animalidade, entre
tantos outros. Um dos traços do pensamento ameríndio seria seu
multinaturalismo em contraste com as cosmologias
multiculturalistas modernas. Enquanto estas se apóiam na
implicação mútua entre unicidade da natureza e multiplicidade
das culturas, a concepção ameríndia suporia uma unidade do
espírito e uma diversidade dos corpos. Recombinar, portanto,
para depois dessubstancializar, pois as categorias de Natureza e
Cultura, no pensamento ameríndio, não possuem o mesmo
estatuto de seus análogos ocidentais; elas não assinalam regiões
do ser, mas antes configurações relacionais, pontos de vista.
(CASTRO, E.Viveiros de (adaptado de http://www.oquenosfazpensar.com/web/).)
Assinale a alternativa que identifica a corrente teórica da
antropologia contemporânea descrita no trecho citado.
“É na aparência que os galos brigam ali – na verdade, são os
homens que se defrontam (...). Os homens balineses, ou grande
maioria deles pelo menos, despendem um tempo enorme com
seus favoritos, aparando–os, alimentando–os, discutindo sobre
eles, experimentando–os uns contra os outros, ou apenas
admirando–os, com um misto de admiração embevecida ou
uma auto–absorção sonhadora”.
(GEERTZ, C. “Um jogo absorvente: notas sobre a briga de galos balinesa” In. A
Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1989, pp. 283,285.)
Com relação à concepção de cultura aplicada na análise da
briga de galos, de Clifford Geertz, analise as afirmativas a
seguir.
I. A briga de galos é um costume insólito.
II. A briga de galos é um cálculo hedonista.
III. A briga de galos é um modelo total de vida social.
Assinale: