Julgue os próximos itens, relativos ao controle exercido pelos tribunais de contas.
Os tribunais de contas possuem competência para realizar o controle externo da administração pública, porém, no caso de fiscalização de contratos, estarão subordinados ao Poder Legislativo.
Julgue os próximos itens, relativos ao controle exercido pelos tribunais de contas.
Os tribunais de contas têm o prazo de até dois anos para proceder à apreciação do ato sujeito a fiscalização, sob pena de perda da pretensão punitiva da irregularidade.
No que se refere a demonstrações financeiras de divulgação, consórcios, empresas em liquidação extrajudicial e auditoria, julgue o seguinte item.
Entre as atribuições do órgão estatutário denominado “comitê de auditoria” de instituições financeiras, consta a de avaliar o cumprimento, pela administração, das
recomendações feitas pelos auditores, assim como a de estabelecer e divulgar procedimentos para gerir informações acerca do descumprimento de dispositivos legais
e regulamentares.
Ivan, André e Caio celebraram negócio jurídico pelo qual se obrigaram a entregar um veículo da marca M a Bruna. Na data avençada para o cumprimento da obrigação, Ivan deu à Bruna um carro da marca M de sua propriedade.
Sobre a situação hipotética apresentada, assinale a afirmativa correta
Text I
Shock of the old: Believe it or not, battery-powered vehicles
have been around since Victorian times.
The history of the electric car is surprisingly enraging. If you
imagine early electric vehicles at all (full disclosure: I didn’t until
recently), it will probably be as the quixotic and possibly dangerous
dream of a few eccentrics, maybe in the 1920s or 1930s, when
domestic electrification became widespread. It’s easy to imagine
some stiff-collared proto-Musk getting bored of hunting and
affairs, eyeing his newly installed electric lights speculatively, then
wreaking untold havoc and mass electrocutions. The reality is
entirely different.
By 1900, a third of all cars on the road in the US were electric;
we’re looking at the history of a cruelly missed opportunity, and it
started astonishingly early. The Scottish engineer Robert Anderson
had a go at an electric car of sorts way back in the 1830s, though
his invention was somewhat stymied by the fact rechargeable
batteries were not invented until 1859, making his crude carriage
something of a one-trick pony (and far less useful than an actual
pony).
It’s debatable whether or not Scotland was ready for this brave
new world anyway: in 1842, Robert Davidson (another Scot, who
had, a few years earlier, also tried his hand at an electric vehicle)
saw his electric locomotive Galvani “broken by some malicious
hands almost beyond repair” in Perth. The contemporary
consensus was that it was attacked by railway workers fearful for
their jobs.
Despite this unpromising start, electric vehicles had entered
widespread commercial circulation by the start of the 20th
century, particularly in the US. Electric cabs crisscrossed
Manhattan, 1897’s bestselling US car was electric and, when he
was shot in 1901, President McKinley was taken to hospital in an
electric ambulance. London had Walter Bersey’s electric taxis, and
Berlin’s fire engines went electric in 1908; the future looked bright,
clean and silent.
By the 1930s, however, the tide had definitively turned against
electric, cursed by range limitations and impractical charging times
while petrol gained the upper hand thanks partly – and ironically –
to the electric starter motor. The Horseless Age magazine, which
vehemently backed the petrol non-horse, would have been
delighted. There was a brief resurgence of interest in the late
1960s, when the US Congress passed a bill promoting electrical
vehicle development, but nothing much actually happened until
the Nissan Leaf sparked interest in 2009. Electric still isn’t quite
there yet, battling infrastructure and battery problems that might
have been familiar to Anderson and friends.
Adapted from The Guardian, Tuesday 24 October 2023, p. 6
https://www.theguardian.com/lifeandstyle/series/shock-of-the-old/2023/oct/24/all
At the dawn of the 20th century in the United States of America,
the use of electricity-powered vehicles seemed to be:
Text I
Shock of the old: Believe it or not, battery-powered vehicles
have been around since Victorian times.
The history of the electric car is surprisingly enraging. If you
imagine early electric vehicles at all (full disclosure: I didn’t until
recently), it will probably be as the quixotic and possibly dangerous
dream of a few eccentrics, maybe in the 1920s or 1930s, when
domestic electrification became widespread. It’s easy to imagine
some stiff-collared proto-Musk getting bored of hunting and
affairs, eyeing his newly installed electric lights speculatively, then
wreaking untold havoc and mass electrocutions. The reality is
entirely different.
By 1900, a third of all cars on the road in the US were electric;
we’re looking at the history of a cruelly missed opportunity, and it
started astonishingly early. The Scottish engineer Robert Anderson
had a go at an electric car of sorts way back in the 1830s, though
his invention was somewhat stymied by the fact rechargeable
batteries were not invented until 1859, making his crude carriage
something of a one-trick pony (and far less useful than an actual
pony).
It’s debatable whether or not Scotland was ready for this brave
new world anyway: in 1842, Robert Davidson (another Scot, who
had, a few years earlier, also tried his hand at an electric vehicle)
saw his electric locomotive Galvani “broken by some malicious
hands almost beyond repair” in Perth. The contemporary
consensus was that it was attacked by railway workers fearful for
their jobs.
Despite this unpromising start, electric vehicles had entered
widespread commercial circulation by the start of the 20th
century, particularly in the US. Electric cabs crisscrossed
Manhattan, 1897’s bestselling US car was electric and, when he
was shot in 1901, President McKinley was taken to hospital in an
electric ambulance. London had Walter Bersey’s electric taxis, and
Berlin’s fire engines went electric in 1908; the future looked bright,
clean and silent.
By the 1930s, however, the tide had definitively turned against
electric, cursed by range limitations and impractical charging times
while petrol gained the upper hand thanks partly – and ironically –
to the electric starter motor. The Horseless Age magazine, which
vehemently backed the petrol non-horse, would have been
delighted. There was a brief resurgence of interest in the late
1960s, when the US Congress passed a bill promoting electrical
vehicle development, but nothing much actually happened until
the Nissan Leaf sparked interest in 2009. Electric still isn’t quite
there yet, battling infrastructure and battery problems that might
have been familiar to Anderson and friends.
Adapted from The Guardian, Tuesday 24 October 2023, p. 6
https://www.theguardian.com/lifeandstyle/series/shock-of-the-old/2023/oct/24/all
The idiom in “the tide had definitively turned” (5th paragraph)
implies that the course of events had:
Oh, so we can hate each other and fear each other
We can build these walls between each other
Baby, blow by blow and brick by brick
Keep yourself locked in, yourself locked in
[…]
Oh, maybe we should love somebody
Oh, maybe we could care a little more
So maybe we should love somebody
Instead of polishing the bombs of holy war
KEYS, A. Here. Estados Unidos: RCA Records, 2016.
Nessa letra de canção, que aborda um contexto de ódio e intolerância, o marcador “instead of ” introduz a ideia de
Atenção: Para responder às questões de números 21 a 27, considere a Constituição Federal de 1988.
Umgrupo de pessoas protetoras dos animais quer se reunir, pacificamente e sem armas, em um local aberto ao público para defender ideias que os beneficiam. Essa reunião pode ocorrer,
Julgue o item a seguir, relativo aos princípios gerais da contabilidade das instituições reguladas pelo BCB, instrumentos financeiros e a operações de crédito.
Os instrumentos financeiros que não se enquadrem nas categorias de títulos para negociação ou de títulos mantidos até o vencimento devem ser registrados na categoria títulos
disponíveis para venda.
A estrutura a termo das taxas de juros é um conceito que descreve a relação entre as taxas de juros (ou rendimentos) e os diferentes prazos até o vencimento dos títulos de dívida. Essa relação é tipicamente representada por uma curva de rendimentos, que mostra as taxas de juros para títulos de dívida de qualidade similar, mas com diferentes datas de vencimento.
Ross, Westerfield e Jaffe. Administração financeira.
25.ª ed. São Paulo: Atlas, 2002 (com adaptações).
Considerando o assunto abordado no fragmento de texto precedente, julgue o item que se segue.
A estrutura a termo reflete as expectativas do mercado em relação às futuras taxas de juros e fornece indícios sobre a conjuntura econômica, sendo influenciada por fatores como políticas monetárias, expectativas de inflação e condições econômicas globais.
A respeito de fundos de investimento e eficiência dos mercados, julgue o item subsecutivo.
Um fundo com investimento de pelo menos uma parte de seu patrimônio em ativos atrelados à variação cambial é um fundo cambial, de acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Acerca dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, julgue o item seguinte
O rendimento dos títulos Tesouro IPCA corresponde a uma taxa prefixada de juros somada à variação do índice nacional de preços ao consumidor amplo (IPCA) no período.
Supondo que os valores 3, 0, 0, 1, 4 constituam uma realização de uma amostra aleatória simples de tamanho n igual a 5 retirada de uma população com função de probabilidade
denota o parâmetro a ser estimado e x ∈ {0, 1, 2, … }, julgue o seguinte item.
A estimativa da variância do estimador de máxima verossimilhança do parâmetro
é igual a 0,32.
No que se refere a vetores autorregressivos, julgue o item que se segue.
Em um modelo de vetor autorregressivo de ordem p, cada variável do sistema é modelada como uma função linear das defasagens de todas as variáveis incluídas no modelo, incluindo as próprias defasagens passadas.
Considerando que o desvio padrão amostral de uma amostra aleatória simples retirada de uma população normal seja denotado por Sn , julgue o próximo item
Caso a população seja normal padrão, então, pela lei fraca dos grandes números,
converge em probabilidade para 1 à medida que n → +∞.
O Código Civil, ao tratar da caracterização do empresário, afasta desse instituto as pessoas naturais que exercem profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística. Todavia, o Código Civil admitiu a possibilidade de essas pessoas virem a ser reputadas empresárias e, como tal, sujeitarem−se à inscrição na Junta Comercial.
Assinale a opção que apresenta a condição para que isso ocorra.
É fundamentalmente no Minho, norte de Portugal, que o cavaquinho aparece como instrumento tipicamente popular, ligado às formas essenciais da música característica dessa província. O cavaquinho minhoto tem escala rasa com o tampo, o que facilita a prática do “rasqueado”. O cavaquinho chega ao Brasil diretamente de Portugal, e o modelo brasileiro é maior do que a sua versão portuguesa, com
uma caixa de ressonância mais funda. Semelhante ao cavaquinho minhoto, o machete, ou machetinho madeirense, é um pequeno cordófono de corda dedilhada, que faz parte da grande e diversificada família das violas de mão portuguesas. O ukulele tem a sua origem no século XIX, tendo como ancestrais o braguinha (ou machete) e o rajão, instrumentos levados pelos madeirenses quando eles emigraram para o Havaí.
OLIVEIRA, E. V. Cavaquinhos e família. Disponível em:
https://casadaguitarra.pt. Acesso em: 18 nov. 2021 (adaptado).
O conjunto dessas práticas musicais demonstra que os instrumentos mencionados no texto
“Y si llueve, que llueva” es un refrán gallego. Para mí cobró sentido una noche de febrero, cuando vivía en el barrio de la Macarena de Sevilla con dos buenos amigos, gallegos también. Mi compañero y yo nos decidimos a salir ese sábado de noche, pese a que había estado lloviendo algunas horas a lo largo del día. La idea era una locura, al parecer. Le propusimos salir “de parranda” con nosotros a una
amiga andaluza, ésta respondió que no, nos dijo que no iba a salir un día de lluvia. Flipamos. Comentamos entre nosotros que si los gallegos no saliésemos de casa cuando llueve, en invierno saldríamos poco. Habríamos inventado el confinamiento hace mucho."
Los gallegos no dejamos de salir por la lluvia.
Disponível em: https://politicahora.es. Acesso em: 26 out. 2021.
O comportamento dos personagens narrado no texto destaca o(a)
Considere o código a seguir, escrito na linguagem de programação Python (versão 3.11.3).
<1> import pandas as pd
<2> x = {"0": pd.Series([1.0, 2.0], index=["a", "b"]),
<3> "1": pd.Series([3.0, 4.0, 5.0], index=["a", "b", "c"])}
<4> x = pd.DataFrame(x)
<5> y = x["1"][:2].iloc[-1]
Assinale a opção que indica o valor que y recebe na linha <5>.
A Lei nº 14.600/2023 trata da organização atual dos órgãos da Presidência da República e dos Ministérios.
Ela estabelece que
A Constituição Federal Brasileira de 1988 estabelece os princípios fundamentais da Administração Pública. Inscritos no artigo 37,
esses princípios formam a base para uma administração pública que deve ser transparente, responsável e comprometida com o
bem-estar coletivo.
O princípio relacionado ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública para alcançar os melhores
resultados na prestação do serviço público é denominado Princípio da
Era uma vez um país, uma cidade, uma praça, algumas mães... Las Madres de Plaza de Mayo! Silenciosas, com lenços brancos na cabeça, rondavam a Praça de Maio. Incansáveis, caminharam por dias, meses, anos. Foram chamadas de loucas. Em silêncio, criaram um fato político, escancararam as entranhas da repressão, desafiaram o aparato militar e suas dores ecoaram pelo mundo. Como
observou Oliveira, “à luz do dia, sob as janelas do ditador, sob chuva, sob sol, no silêncio entrecortado de gritos, faziam ouvir como que a alucinação de uma litania, que ecoou no país, na América Latina e além-mar”. Era impossível ignorá-las, estavam lá, sempre em silêncio, mas estavam lá.
GONÇALVES, R. De antigas e novas loucas: Madres e Mães de Maio
contra a violência de Estado. Lutas Sociais, n. 29, jul.-dez. 2012.
Qual problema de âmbito nacional argentino o movimento social mencionado expôs ao mundo?
Eu sentia falta do futuro. É claro que eu sabia, muito mesmo antes da recorrência dele, que nunca envelheceria. Era muito provável que eu nunca mais fosse ver o oceano de uma altura de trinta mil pés de novo, uma distância tão grande que não dá nem para distinguir as ondas, nem nenhum barco, de um jeito que faz o oceano parecer um enorme e infinito monólito. Eu poderia imaginá-lo. Eu poderia me lembrar dele. Mas não poderia vê-lo de novo, e me ocorreu que a ambição voraz dos seres humanos nunca é saciada quando os sonhos
são realizados, porque há sempre a sensação de que tudo poderia ter sido feito melhor e ser feito outra vez.
GREEN, J. A culpa é das estrelas. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012.
O texto apresenta uma reflexão da personagem acerca de um problema característico da filosofia contemporânea, que trata da(s)
Em 1960, a primeira pílula anticoncepcional foi comercializada nos EUA, e, em poucos anos, o método contraceptivo se difundiu pelo mundo, inclusive no Brasil. Em nosso país, a chegada das pílulas anticoncepcionais foi simultânea às discussões neomalthusianas sobre a crise demográfica, à aceleração dos processos de modernização e ao boom da indústria farmacêutica multinacional.
DIAS, T. M. et al. A pílula da oportunidade: discursos sobre as pílulas
anticoncepcionais em A Gazeta da Farmácia, 1960-1981. História,
Ciências, Saúde — Manguinhos, n. 3, jul.-set. 2018 (adaptado).
Qual foi o efeito social resultante do avanço tecnológico mencionado no texto?
As capas dos folhetos de cordel, já então ilustradas por postais fotográficos, desenhos ou fotogramas de filmes, demoravam mais de uma semana para serem transformadas em clichês em Recife ou Fortaleza, o que levou a que santeiros e artesãos locais fossem requisitados para cortar na umburana — madeira preferida para o taco xilográfico pela facilidade do talhe e abundância — princesas, dragões, cangaceiros.
CARVALHO, G. Xilogravura: os percursos da criação popular.
Revista do Instituto de Estudos Brasileiros,
n. 39, 1986 (adaptado)
No início do século XX, a incorporação da técnica de produção descrita no texto promoveu uma renovação da
A regra de ouro, popularmente conhecida pelo provérbio “Trate os outros como gostaria de ser tratado”, é um dos princípios morais mais onipresentes. A noção subjacente, que apela para o senso ético mais básico, se expressa de uma forma ou de outra em praticamente todas as tradições religiosas, e poucos filósofos morais deixaram de invocar a regra ou pelo menos de tecer comentários a respeito da relação com seus próprios princípios.
DUPRÉ, B. 50 grandes ideias da humanidade. São Paulo: Planeta do Brasil, 2016.
O princípio ético apresentado no texto, como elemento estruturante da vida em sociedade, se traduz pela seguinte formulação teórica:
Diante do pouco dinheiro para produtos básicos de sobrevivência, são as adolescentes o alvo mais vulnerável à precariedade menstrual. Sofrem com dois fatores: o desconhecimento da importância da higiene menstrual para sua saúde e a dependência dos pais ou familiares para a compra do absorvente, que acaba entrando na lista de artigos supérfluos da casa.
A falta do absorvente afeta diretamente o desempenho escolar dessas estudantes e, como consequência, restringe o desenvolvimento de seu potencial na vida adulta. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do IBGE, revelaram que, das meninas entre 10 e 19 anos que
deixaram de fazer alguma atividade (estudar, realizar afazeres domésticos, trabalhar ou, até mesmo, brincar) por problemas de saúde nos 14 dias anteriores à data da pesquisa, 2,88% deixaram de fazê-la por problemas menstruais. Para efeitos de comparação, o índice de
meninas que relataram não ter conseguido realizar alguma de suas atividades por gravidez e parto foi menor: 2,55%.
Dados da ONU apontam que, no mundo, uma em cada dez meninas falta às aulas durante o período menstrual. No Brasil, esse número é ainda maior: uma entre quatro estudantes já deixou de ir à escola por não ter absorventes. Com isso, perdem, em média, até 45 dias de aula, por ano letivo, como revela o levantamento Impacto da Pobreza Menstrual no Brasil. O ato biológico de menstruar acaba por virar mais um fator de desigualdade de oportunidades entre os gêneros.
Disponível em: www12.senado.leg.br.
Acesso em: 21 jan. 2024 (adaptado).
Esse texto é marcado pela função referencial da linguagem, uma vez que cumpre o propósito de
— Eu lhe juro, Aurélia. Estes lábios nunca tocaram a face de outra mulher, que não fosse minha mãe. Meu primeiro beijo de amor, guardei-o para minha esposa, para ti...
[...]
— Ou de outra mais rica! — disse ela, retraindo-se para fugir ao beijo do marido, e afastando-o com a ponta dos dedos. A voz da moça tomara o timbre cristalino, eco da rispidez e aspereza do sentimento que lhe sublevava o seio, e que parecia ringir-lhe nos lábios como aço.
— Aurélia! Que significa isto?
— Representamos uma comédia, na qual ambos desempenhamos o nosso papel com perícia consumada. Podemos ter este orgulho, que os melhores atores não nos excederiam. Mas é tempo de pôr termo a esta cruel mistificação, com que nos estamos escarnecendo mutuamente, senhor. Entremos na realidade por mais triste que ela seja; e resigne-se cada um ao que é, eu, uma mulher traída; o senhor, um homem vendido.
— Vendido! — exclamou Seixas ferido dentro d’alma.
— Vendido, sim: não tem outro nome. Sou rica, muito rica; sou milionária; precisava de um marido, traste indispensável às mulheres honestas. O senhor estava no mercado; comprei-o. Custou-me cem contos de réis, foi barato; não se fez valer. Eu daria o dobro, o triplo, toda a minha riqueza por este momento.
ALENCAR, J. Senhora. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 2003.
Ao tematizar o casamento, esse fragmento reproduz uma concepção de literatura romântica evidenciada na
Feijoada à minha moda
Amiga Helena Sangirardi
Conforme um dia prometi
Onde, confesso que esqueci
E embora — perdoe — tão tarde
(Melhor do que nunca!) este poeta
Segundo manda a boa ética
Envia-lhe a receita (poética)
De sua feijoada completa.
Em atenção ao adiantado
Da hora em que abrimos o olho
O feijão deve, já catado
Nos esperar, feliz, de molho.
Uma vez cozido o feijão
(Umas quatro horas, fogo médio)
Nós, bocejando o nosso tédio
Nos chegaremos ao fogão
[...]
De carne-seca suculenta
Gordos paios, nédio toucinho
(Nunca orelhas de bacorinho
Que a tornam em excesso opulenta!)
[...]
Enquanto ao lado, em fogo brando
Desmilinguindo-se de gozo
Deve também se estar fritando
O torresminho delicioso
Em cuja gordura, de resto
(Melhor gordura nunca houve!)
Deve depois frigir a couve
Picada, em fogo alegre e presto.
[...]
Dever cumprido. Nunca é vã
A palavra de um poeta... — jamais!
Abraça-a, em Brillat-Savarin,
O seu Vinicius de Moraes.
MORAES, V. In: CÍCERO, A.; QUEIROZ, E. (Org.). Vinicius de Moraes:
nova antologia poética. São Paulo: Cia. das Letras, 2005 (fragmento)
Apesar de haver marcas formais de carta e receita, a característica que define esse texto como poema é o(a)
TEXTO I
A linguagem visual dos adornos transmite informações sobre prestígio e transgressão, direito e dever, pois só é permitido ao indivíduo o uso de adornos de sua linhagem. Quando diretamente vinculadas aos conceitos cosmológicos, as artes indígenas convertem-se antes em prismas que refletem as concepções acerca da composição do universo e dos componentes que o povoam.
AGUILAR, N. (Org.); DIAS, J. A. B. F.; VELTHEN, L. H. V. Mostra do
redescobrimento: artes indígenas. São Paulo: Fundação Bienal de
São Paulo-Associação Brasil 500 anos, 2000 (adaptado).
TEXTO II

Diadema (etnia Kayapó). Estados do Mato Grosso e Pará. Museu de Arte Indígena, s.d.
Disponível em: www.maimuseu.com.br. Acesso em: 11 jul. 2024.
Pela leitura desses textos, infere-se que a compreensão da arte plumária indígena requer a consideração da