“Talvez chegue o dia em que o restante da criação animal venha a adquirir os direitos dos quais jamais poderiam ter sido privados, a não ser pela mão da tirania. Os franceses já descobriram que o escuro da pele não é motivo para que um ser humano seja abandonado, irreparavelmente, aos caprichos de um torturador. É possível que algum dia se reconheça
que o número de pernas, a vilosidade da pele ou a terminação dos os sacrum são motivos igualmente insuficientes para se abandonar um ser sensível ao mesmo destino. O que mais deveria traçar a linha insuperável? A faculdade da razão, ou, talvez, a capacidade de falar? Mas para lá de toda comparação possível, um cavalo ou um cão adulto são muito mais racionais, além de bem mais sociáveis, do que um bebê de um dia, uma semana, ou até mesmo um mês. Imaginemos, porém, que as coisas não fossem assim; que importância teria tal fato? A questão não é saber se são capazes de raciocinar, ou se conseguem falar, mas, sim, se são passíveis de sofrimento.”
(J. Bentham. Uma introdução aos princípios da moral e da legislação. São Paulo: Abril Cultural, 1979. Adaptado)
Nesse texto, Jeremy Bentham, filósofo britânico do século XVIII, chama a atenção para
“A epopeia, a tragédia, assim como a poesia ditirâmbica e a maior parte da aulética e da citarística, todas são, em geral, imitações. Diferem, porém, umas das outras, por três aspectos:
ou porque imitam por meios diversos, ou porque imitam objetos diversos ou porque imitam por modos diversos e não da mesma maneira. Pois tal como há os que imitam muitas
coisas, exprimindo-se com cores e figuras (por arte ou por costume), assim acontece nas sobreditas artes: na verdade, todas elas imitam com o ritmo, a linguagem e a harmonia,
usando estes elementos separada ou conjuntamente. Por exemplo, só de harmonia e ritmo usam a aulética e a citarística e quaisquer outras artes congêneres, como a siríngica;
com o ritmo e sem harmonia, imita a arte dos dançarinos, porque também estes, por ritmos gesticulados, imitam caracteres, afetos e ações.”
(Aristóteles, Poética. São Paulo: Abril Cultural, 1984)
A partir do texto, pode-se concluir que, segundo Aristóteles,
“Aqui, portanto, está a complexidade, o fascínio e a tragédia de toda vida política. A política é composta de dois elementos – utopia e realidade – pertencentes a dois planos diferentes
que jamais se encontram. Não há barreira maior ao pensamento político claro do que o fracasso em distinguir entre ideais, que são utopia, e instituições, que são realidade. O comunista, que lançava o comunismo contra a democracia, pensava normalmente no comunismo como um ideal puro de igualdade e fraternidade, e na democracia como uma instituição que existia na Grã-Bretanha, França ou Estados Unidos, e que apresentava os interesses escusos, as desigualdades e a opressão inerentes a todas as instituições políticas. O democrata, que fazia a mesma comparação, estava de fato comparando um padrão ideal de democracia existente no céu, com o comunismo, como uma instituição existente na
Rússia Soviética, com suas divisões de classes, suas caças aos hereges e seus campos de concentração. A comparação, feita, em ambos os casos, entre um ideal e uma instituição,
é irrelevante e não faz sentido. O ideal, uma vez incorporado numa instituição, deixa de ser um ideal e torna-se a expressão de um interesse egoístico, que deve ser destruído em
nome de um novo ideal. Esta constante interação de forças irreconciliáveis é a substância da política. Toda situação política contém elementos mutuamente incompatíveis de utopia
e realidade, de moral e poder.”
(E. H. Carr, Vinte Anos de Crise: 1919-1939. Uma Introdução ao Estudo das Relações Internacionais. Editora Universidade de Brasília, 2001)
Nesse texto, o historiador, jornalista e teórico das relações internacionais britânico E. H. Carr reflete sobre a complexidade da política. Segundo o texto,
“Nenhuma ética tradicional nos instrui sobre as normas do ‘bem’ e do ‘mal’, às quais se devem submeter as modalidades inteiramente novas do poder e de suas criações possíveis.
O novo continente da práxis coletiva que adentramos com a alta tecnologia ainda constitui, para a teoria ética, uma terra de ninguém.”
(Hans Jonas, O princípio responsabilidade. Rio de Janeiro: Contraponto, 2006)
Esse texto procura evidenciar que
Para o grego Aristóteles, o homem é naturalmente político (zóon poliktikon) ou um animal social. O atributo natural humano que informa e possibilita a vida desse ser em sociedade é a(o):
Na famosa “alegoria da caverna", do livro VII de A República, Platão representa o penoso e difícil processo por que passa o filósofo para alcançar o conhecimento verdadeiro. Com essa alegoria, Platão pretende demonstrar que:
Na “Fenomenologia do espírito”, Hegel descreve as etapas de formação da consciência até chegar ao espírito absoluto. É correto afirmar que, no sistema filosófico de Hegel:
Com a queda de Roma, a Igreja romana entrou em processo de politização. A cultura clerical latina originou uma nova filosofia política, cujos principais expoentes são Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. É correto afirmar que:
O liberalismo político, doutrina contrária ao Estado absoluto, tem em John Locke um de seus principais expoentes. Pertencente à escola do direito natural, esse autor fundamenta seus argumentos no trinômio “estado de natureza”, “contrato social” e “estado de sociedade”. É correto afirmar que, para Locke:
Karl Marx possui uma visão negativa do Estado, porquanto, no seu entendimento, este não atende ao bem comum, mas, ao contrário, a interesses específicos de classe. A crítica de Marx ao Estado baseia-se numa concepção propriamente:
As principais concepções filosóficas da moral são o racionalismo, emotivismo e o utilitarismo éticos. É correto afirmar que:
A ética está no centro do sistema filosófico de Immanuel Kant. Com o imperativo categórico “age somente de acordo com aquela máxima pela qual possas ao mesmo tempo querer que ela se torne uma lei universal”, Kant NÃO quer dizer que:
Embora “a moral das pessoas e sua ética acabem por ser a mesma coisa”, ética e moral não são sinônimos, conceitualmente falando. É INCORRETO afirmar que:
Na elaboração de um projeto socioeducacional é preciso fundamentalmente
I. estabelecer o tema e/ou assunto a ser desenvolvido.
II. definir os objetivos.
III. avaliar a capacidade intelectual dos sujeitos envolvidos.
IV. determinar o público alvo.
V. fixar padrões de produtividade e eficiência.
VI. definir uma metodologia de trabalho.
Está correto o que se afirma APENAS em
Na Grécia do século VI, com a escola de Mileto, surge uma nova tentativa de compreensão do mundo – a Filosofia. Os primeiros filósofos foram os chamados cosmologistas ou fisiologistas. A preocupação fundamental destes era com: