No final de janeiro de 2024, o governo brasileiro divulgou a nova política industrial, denominada “Nova Indústria Brasil” (NIB). Com o subtítulo “Plano de Ação para a Neoindustrialização”, o documento oficial ressalta que
o fortalecimento da indústria brasileira é chave para o desenvolvimento sustentável do Brasil, dos pontos de vista social, econômico e ambiental.
Disponível em: https://www.gov.br/mdic/pt-br/composicao/se/cndi/plano-de-acao/nova-industria-brasil-plano-de-acao.pdf. Acesso em: 16 fev. 2024.
O argumento em prol da reindustrialização brasileira é amparado pela teoria econômica.
De acordo com Nicholas Kaldor, a indústria de transformação, como um todo, funciona como motor do crescimento econômico, no longo prazo, porque
No livro “Desenvolvimento e Estagnação: o Debate entre Desenvolvimentistas e Liberais Neoclássicos”, o economista André Nassif compara as formas distintas através das quais se manifesta o fenômeno da chamada “doença holandesa”.
A chamada doença holandesa (Dutch disease), como sugere a expressão, acometeu a Holanda nos anos 1960, quando foram descobertas consideráveis reservas de gás natural. Com mercados relativamente desregulados, o aumento da rentabilidade esperada acabou provocando forte realocação dos recursos produtivos da economia para o setor de recursos naturais não renováveis, reduzindo os investimentos na indústria manufatureira do país. Em 1977, a revista The Economist cunhou a expressão “doença holandesa” em alusão ao fenômeno […]. De acordo com a concepção novo-desenvolvimentista, a doença holandesa na periferia latino-americana e em diversos outros países em desenvolvimento, ao invés de replicar a forma clássica que afetou a Holanda, assume a forma concebida originalmente por Gabriel Palma. Nesse novo conceito de doença holandesa, o aumento da participação do setor de commodities na estrutura produtiva e na cesta exportadora resulta do conjunto de reformas econômicas liberalizantes (liberalização comercial, abertura ao fluxo internacional de capitais de curto prazo etc.), adotadas sob a forma de tratamento de choque, haja vista a intensidade e rapidez com que foram implementadas a partir da década de 1990.
NASSIF, A. Desenvolvimento e Estagnação: o Debate entre Desenvolvimentistas e Liberais Neoclássicos. São Paulo: Contracorrente, 2023. p. 219; 283-284. Adaptado.
Para os países fortemente dependentes das exportações de produtos primários e outras commodities, como o Brasil, nos períodos de boom de preços desses produtos nos mercados globais, a doença holandesa acarreta
A teoria das vantagens comparativas, proposta por David Ricardo, em 1817, é, ainda hoje, a principal base analítica para a defesa do livre-comércio na economia global. No entanto, como comenta Paul Krugman, no trecho seguinte, por causa de suas hipóteses irrealistas, o princípio ricardiano tem sido questionado na atualidade.
A defesa do comércio livre está, atualmente, mais em dúvida do que em qualquer momento desde a publicação, em 1817, dos Princípios de Economia Política de Ricardo. Este questionamento não decorre das pressões políticas por proteção, que triunfaram no passado, sem abalar os fundamentos intelectuais da teoria das vantagens comparativas. Pelo contrário, ele resulta das mudanças que ocorreram recentemente na própria teoria do comércio internacional [...]. Os novos modelos de
comércio internacional não apenas deixam em dúvida até que ponto o comércio real pode ser explicado por vantagens comparativas, como também abrem a possibilidade de que a intervenção governamental, através de restrições às importações, subsídios à exportação e assim por diante, possa, em algumas circunstâncias, ser utilizada em prol do interesse nacional.
KRUGMAN, P. R. Is free trade passé? Journal of Economic Perspectives, v. 1, n. 2, 1987. p.131-132. Adaptado.
Em contraste com o que se observa no mundo real, a teoria das vantagens comparativas, na versão neoclássica do princípio ricardiano, pressupõe a prevalência de
Considere as seguintes siglas:
PIB = Produto Interno Bruto,
PIL = Produto Interno Líquido,
PNB = Produto Nacional Bruto,
PNL = Produto Nacional Líquido,
II = Impostos Indiretos,
ID = Impostos Diretos,
Subs = Subsídios,
RLEE = Renda Líquida Enviada ao Exterior,
RP = Renda Pessoal,
RN = Renda Nacional,
RPD = Renda Pessoal Disponível,
Transf = Transferências do governo para as famílias,
Sp = Poupança Privada,
Sg = Poupança do Governo,
Se = Poupança Externa.
Ademais, considere que o subscrito cf representa “a custo de fatores” e o subscrito pm representa “a preços de mercado”.
Assim, avalie se as seguintes expressões relacionam corretamente os agregados macroeconômicos.
I. PNLcf = PIBpm – depreciação – II + Subs. – RLEE.
II. RPD = RP – ID sobre famílias.
III. Se = RLEE – Exportações + Importações.
Está correto o que se afirma em
A inflação e o desemprego são fenômenos dos mais preocupantes para os governantes. Nesse sentido, analise as afirmações abaixo:
1. A inflação de demanda é a situação caracterizada pelo excesso de demanda agregada em relação à oferta agregada, popularmente é a situação em que há mais dinheiro em poder da população em que a oferta de bens e produtos. Em uma visão monetarista, pode-se afirmar que o processo inflacionário se origina quando o governo aumenta a emissão de moeda ao financiar seus déficits. Alguns mecanismos de redução da demanda agregada são: aumento da carga tributária, elevação das taxas de juros, redução dos gastos do governo, controle de crédito e arrocho salarial.
2. A inflação de custos pode ser identificada como uma inflação de oferta, pois os preços sobem quando os custos de produção aumentam e os empresários repassam parte destes custos ao preço final do produto. São geradores desse tipo de inflação: aumento dos custos dos preços de matérias primas importadas, aumento de salários, quedas de produção, atuação perversa de alguns monopólios. Como mecanismo de controle e equilíbrio, o governo pode implementar política salarial mais rígida, políticas de controle sobre os lucros das empresas, políticas de controle sobre os preços dos produtos.
3. A inflação inercial só ocorre se houver manifestação do governo aceitando níveis mais elevados. Os agentes econômicos só agirão se perceberem que o governo está aceitando os novos patamares de preço. O retorno ao equilíbrio é mais complexo, em geral as reuniões entre os agentes governamentais, sindicatos e comunidade podem resolver a situação.
4. Existem diferentes tipos de desemprego, o friccional, em que os indivíduos estão desempregados temporariamente, ou seja, estão em transição de um emprego para outro; existe o desemprego estrutural, que ocorre pelo desempenho sazonal de algumas atividades econômicas e existe também o desemprego estrutural causado pela recessão do ciclo econômico.
5. O economista inglês A.W. H. Philips observou em seus estudos uma relação inversa e não linear entre os níveis de emprego e as taxas de inflação. Ele demonstrou (conhecida “curva de Philips) que quanto maior a inflação, menor será o desemprego e vice-versa. Philips considerou a taxa natural de desemprego e chegou à conclusão de que, se o governo reduzir a taxa de desemprego por meio de uma política expansionista, ele acabará gerando aumento nas taxas inflacionárias.
O resultado da somatória dos números correspondentes às afirmações correta
Considerando as principais variáveis relacionadas ao comércio e à produção de petróleo, julgue o item a seguir.
A oferta de petróleo e de seus derivados está sujeita a economias de escala e de escopo.
A forma como uma sociedade está organizada nas questões políticas, econômicas e sociais para o desenvolvimento das atividades econômicas considerando a produção, a troca e o consumo de bens e serviços é definida como:
A política econômica é um mecanismo de intervenção do governo na economia com objetivo de gerar crescimento e desenvolvimento econômico. Analise as afirmações abaixo:
1. A política fiscal é o mecanismo que o governo utiliza para o gerenciamento de suas receitas, através da arrecadação de impostos e dos seus gastos. Através dessa política, o governo pode expandir ou contrair a economia. Se há aumento da tributação (arrecadação) e baixos níveis de gastos, o governo está aplicando uma política fiscal contracionista, ao contrário, o aumento do gasto do governo e o “alívio” na tributação cria um efeito expansionista na economia.
2. Se o governo gasta mais do que arrecada, ele possui déficits, e, se essa situação permanecer, pode transformar-se em dívida pública, que deverá ser financiada, gerando custos financeiros para o governo.
3. O governo tem pouco ou nenhum controle sobre a política cambial, uma vez que a taxa dólar é estabelecida pelo mercado internacional.
4. A política monetária pode ser utilizada para controle dos níveis inflacionários. Um dos mecanismos é a taxa de juros oficial (SELIC). Entre outros efeitos, o aumento na taxa de juros causa um efeito “cascata” no sistema financeiro e todos os agentes passam a operar com taxas de juros mais elevadas, tornando o crédito mais caro e restringindo o consumo e controlado o aumento da demanda por bens e serviços.
5. A política de rendas estabelece o valor do salário-mínimo, assim como seus reajustes. Esta política trata também dos programas sociais e subsídios diversos para o desenvolvimento econômico do país.
O resultado da somatória dos números correspondentes às afirmações corretas
Para que haja equilíbrio da renda nacional, o governo exerce importante papel. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta.
I. O equilíbrio da renda nacional ocorre quando a oferta agregada é igual à demanda agregada da economia. Qualquer movimento em uma das variáveis macroeconômicas pode alterar o equilíbrio e são passíveis de serem mensuradas. Os gastos do governo alteram a equação de equilíbrio: Y = C + I + G, onde Y é a renda, C é o consumo, I é o investimento e G é o gasto do governo. O multiplicador dos gastos governamentais é conhecido por 1/1-b, onde 1-b é a inclinação da função.
II. Caso a economia se encontre em situação de um hiato deflacionário, com desequilíbrio entre oferta e demanda agregada, o governo poderá adotar as seguintes medidas: aumentar seus gastos, reduzir os tributos, fazendo com que a renda disponível aumente, assim como o consumo. Por fim, estimular os investimentos, com alternativa de redução da tributação sobre os rendimentos.
III. A Política Fiscal interfere no nível de renda e pleno emprego da economia. Se a economia estiver em situação de hiato inflacionário, o governo poderá adotar algumas medidas com vistas à redução da demanda agregada, quais sejam: aumentar os gastos do governo, reduzir os tributos e estimular os investimentos.
IV. Estudos econômicos demonstram que, embora os investimentos interfiram no nível de equilíbrio da renda, por si só ele não irá gerar efeito multiplicador na economia, equação demonstrada por K = -1/1+b, onde 1-b é a inclinação da função investimento. Para alcançar o equilíbrio, o nível de investimento deverá ser semelhante ao nível de aumento na demanda agregada.
Em relação às características econômicas, técnicas e operacionais da indústria do petróleo, julgue o seguinte item.
As atividades de upstream são realizadas em áreas próximas dos centros de consumo dos derivados, devido à economia de escala.
Em relação às características econômicas, técnicas e operacionais da indústria do petróleo, julgue o seguinte item.
Os preços do petróleo têm comportamento sazonal em decorrência de condições de produção, mas não de aspectos climáticos.
No modelo macroeconômico clássico,
Uma opção fundamental da economia é o regime de câmbio que será empregado, definido como o preço da moeda estrangeira em unidades da moeda doméstica. Acerca dos regimes de câmbio fixo e flutuante, é correto afirmar que
A chamada teoria das vantagens comparativas e absolutas é um modelo importante para analisar o comércio internacional e determinar os ganhos de comércio, bem como os produtos exportados e importados pelos diversos países. Tal modelo mostra que
Segundo a Teoria “q” de Tobin, quando o mercado de ações sobrevaloriza uma empresa em termos do seu valor de reposição de capital instalado, é INCORRETO afirmar que: