Os Jogos Olímpicos já não são mais os mesmos. E isso não é nem uma crítica, nem um elogio. É uma constatação. Esse movimento começou com o vôlei de praia tornando-se esporte olímpico em 1996, passou pela chegada do BMX Racing como primeiro “radical” a entrar no programa em 2008, e agora atinge seu momento mais insólito com a inclusão do break dance como modalidade dos Jogos de Paris, em 2024. Para os mais tradicionalistas, o cruzamento da linha que delimitava o que é esporte e o que é cultura e arte é uma afronta ao espírito dos Jogos Olímpicos. Skate e surfe, que há anos têm competições na televisão, pareciam estar na divisa entre esses dois mundos, o limite do aceitável pelos puristas. O break dance estaria do lado de “lá” dessa fronteira. Para o Comitê Olímpico Internacional, a decisão faz parte de uma estratégia de se comunicar com jovens urbanos que se exercitam e se entretêm de uma maneira muito diferente da dos seus avós.
Disponível em: www.uol.com.br. Acesso em: 19 nov. 2021 (adaptado)
A mudança no programa olímpico mencionada no texto mostra que o esporte está se
TEXTO I
“As novelas brasileiras foram as primeiras a aparecer na TV russa ainda na época de Gorbachov, nos anos 1980. Elas causaram sensação. Houve casos anedóticos, como quando o Parlamento da Federação Russa terminou a sessão mais cedo para ver o último capítulo de Escrava Isaura”, conta o russo Anatoli Sostanov, consultor na área de TV internacional e ex-diretor da emissora estatal russa Canal.
Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 16 out. 2021.
TEXTO II
As novelas de maior impacto em Angola foram as produções brasileiras. Fizeram tanto sucesso que um mercado popular, na época era o maior a céu aberto na África, chegou a receber o nome de Roque Santeiro, novela brasileira exibida naquele país na década de 1980. A influência das produções brasileiras fez com que os angolanos conhecessem o Brasil por meio das novelas. Além de entreter, os folhetins brasileiros até hoje ditam a moda em Angola. Figurinos e acessórios de personagens se transformam em uma verdadeira febre e influenciam o comportamento.
Disponível em: https://tvbrasil.ebc.com.br.
Acesso em: 16 out. 2021 (adaptado).
Embora situados em continentes diferentes com práticas sociais distintas, Rússia e Angola se aproximam, conforme os textos I e II, no aspecto
Os salões permitiam aos escritores da época do Iluminismo adentrar no universo dos poderosos. Figuras como as de Voltaire e Duclos exortavam seus “irmãos” a aproveitarem da mobilidade que era oferecida pela ordem social do Antigo Regime, juntando-se à elite.
Nos últimos decênios do Ancien Régime, ele foi se tornando cada vez mais o reduto dos filósofos do Alto Iluminismo, que deixavam os cafés para os tipos inferiores de literário. Com efeito, os cafés se constituíram na antítese lógica dos salões. Eles eram abertos a todos, a um passo da rua. Como é possível constatar, salões e cafés constituem interessantes instituições do espaço público literário através
das quais é possível vislumbrar as bases sociais nas quais se assentavam o Alto e o Baixo Iluminismo.
HABERMAS, J. Mudança estrutural da esfera pública:
investigações quanto a uma categoria da sociedade burguesa.
Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1984 (adaptado).
No período iluminista, os espaços sociais mencionados contribuíram para
Bertrand Russell conta a história de um peru que descobrira, em sua primeira manhã na fazenda de perus, que fora alimentado às 9 da manhã. Contudo, ele não tirou conclusões apressadas. Esperou até recolher um grande número de observações do fato de que era alimentado às 9 da manhã e fez essas observações sob uma ampla variedade de circunstâncias, às quartas e quintas-feiras, em dias quentes e dias frios, em dias chuvosos e dias secos. A cada dia acrescentava uma outra proposição de observação à sua lista. Finalmente, sua consciência ficou satisfeita e ele concluiu. “Eu sou alimentado sempre às 9 da manhã”.
CHALMERS, A. O que é ciência, afinal?
São Paulo: Brasiliense, 1993 (adaptado).
Qual tipo de raciocínio corresponde ao padrão de pensamento exibido pelo personagem do texto?
No primeiro dia, foi colocada uma panela de barro no centro do barracão, a qual representava o espírito do morto presente na sala. Aqueles que dançavam depositavam moedas ao passarem junto dela e, ao seu redor, milho branco, mel, água, acaçás, cachaça. No segundo dia, os ogãs, antes de iniciar a cerimônia, caminharam pelo corredor formado pelas casas, batendo com longas varas de bambus nos seus beirais, até alcançarem o portão de entrada. No terceiro dia, quatro pessoas, as mais influentes do culto, carregaram um lençol, que aparentemente continha um corpo em seu interior. No entanto, esse corpo era formado por folhas verdes de plantas, que foram derramadas sobre uma pessoa.
MANZOCHI, H. M. Axexe, um rito de passagem. Revista do Museu
de Arqueologia e Etnologia, n. 5, 1995 (adaptado)
O ritual brasileiro apresentado no texto representa, para seus adeptos, a
Uma das principais atividades provocadas pela arte, a reflexão, é abandonada pela indústria cultural. A indústria cultural seria como uma isca que ilude os indivíduos, com o sonho de que eles são livres, originais, únicos e especiais quando, na verdade, os trata como servos
e partes de uma massa homogênea.
FONTES, B.; MAGALHÃES, R. O que é indústria cultural? In:
BODART, C. N. (Org.). Conceitos e categorias do ensino de
sociologia. Maceió: Café com Sociologia, 2021 (adaptado)
Ao analisar as consequências da dinâmica apresentada no texto, as autoras destacam a importância do conceito como:
TEXTO I
Uma única árvore joga entre 300 e 1000 litros de água por dia para a atmosfera. Considerando a demanda mínima que uma pessoa consome de água, ou seja, 120 litros por dia, uma única árvore pode ser capaz de produzir água para até oito pessoas.
MAGNO, C. Estudiosos explicam o motivo de chover tanto
em Belém. Disponível em: www.diarioonline.com.br.
Acesso em: 6 nov. 2021.
TEXTO II
A Amazônia perdeu diariamente uma área de floresta maior do que 4 mil campos de futebol apenas em setembro de 2021. Em todo o mês, foram devastados 1 224 km², o que corresponde ao tamanho da cidade do Rio de Janeiro e é a pior marca para setembro em 10 anos. Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon),
que monitora a floresta por meio de imagens de satélites.
FREITAS, A. Desmatamento na Amazônia em setembro foi o maior
para o período em 10 anos. Disponível em: www.cnnbrasil.com.br.
Acesso em: 6 nov. 2021.
Para a região amazônica, a relação entre as informações dos textos indica uma redução do(a)
A valsa vienense é a mais antiga das danças de salão tradicional. É dançada desde a Idade Média, quando os pares davam voltas pelo salão realizando giros em torno de si mesmos em postura fechada. Pelo fato de ser dançada aos pares em contato íntimo, a valsa encantava a sociedade medieval, como também sofria proibições por infringir os “bons costumes”. Originária das danças campestres e folclóricas, no século XVI, a aristocracia francesa abandonou a valsa por sua estreita relação com a cultura plebeia, retomando-a posteriormente.
FRANCO, N.; FERREIRA, N. Evolução da dança no contexto histórico:
aproximações iniciais com o tema. Repertório, n. 26, 2016 (adaptado).
A expressão cultural descrita no texto foi rejeitada no início da Idade Moderna por congregar

Disponível em: www.hongkiat.com. Acesso em: 18 ago. 2017 (adaptado).
O texto estabelece uma relação entre elementos da natureza e comandos de um programa de computador para
TEXTO I
Capítulo 4, versículo 3
Minha palavra vale um tiro, eu tenho muita munição Na queda ou na ascensão, minha atitude vai além E tem disposição pro mal e pro bem Talvez eu seja um sádico ou um anjo, um mágico Ou juiz, ou réu, o bandido do céu Malandro ou otário, quase sanguinário Franco atirador se for necessário Revolucionário, insano, ou marginal Antigo e moderno, imortal Fronteira do céu com o inferno Astral imprevisível, como um ataque cardíaco do verso.
RACIONAIS MCs. Sobrevivendo ao inferno.
São Paulo: Cosa Nostra, 1997 (fragmento).
TEXTO II
Pode-se dizer que as várias experiências narradas nos discos do Racionais tratam no fundo de um só tema: a violência que estrutura a nossa sociedade. O grupo canta a violência que estrutura as relações entre os familiares, os amigos, o homem e a mulher, o traficante e
o viciado. Canta a violência do crime. A violência causada por inveja ou por vaidade. Também canta que a relação entre as classes sociais é sempre violenta: o racismo, a miséria, os baixos salários, a concentração de renda, a esmola, a publicidade, o alcoolismo, o jornalismo, o poder policial, a justiça, o sistema penitenciário, o governo existem por meio da violência.
GARCIA, W. Ouvindo Racionais MCs. Teresa: revista de
literatura brasileira, n. 5, 2004 (adaptado).
Na letra da canção, a tematização da violência mencionada no Texto II manifesta-se
Cap. XLVIII / Terpsícore
Ao contrário do que ficou dito atrás, Flora não se aborreceu na ilha. Conjeturei mal, emendo-me a tempo. Podia aborrecer-se pelas razões que lá ficam, e ainda outras que poupei ao leitor apressado; mas, em verdade, passou bem a noite. A novidade da festa, a vizinhança do mar, os navios perdidos na sombra, a cidade defronte com os seus lampiões de gás, embaixo e em cima, na praia e nos outeiros, eis aí aspectos novos que a encantaram durante aquelas horas rápidas.
Não lhe faltavam pares, nem conversação, nem alegria alheia e própria. Toda ela compartia da felicidade dos outros. Via, ouvia, sorria, esquecia-se do resto para se meter consigo. Também invejava a princesa imperial, que viria a ser imperatriz um dia, com o absoluto poder de despedir ministros e damas, visitas e requerentes, e ficar só, no mais recôndito do paço, fartando-se de contemplação ou de música. Era assim que Flora definia o ofício de governar. Tais ideias passavam e tornavam. De uma vez alguém lhe disse, como para lhe dar força: “Toda alma livre é imperatriz!”.
ASSIS, M. Esaú e Jacó. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1974
Convidada para o último baile do Império, na Ilha Fiscal, localizada no Rio de Janeiro, Flora devaneia sobre aspectos daquele contexto, no qual o narrador ironiza a
Maranhenses que moram longe matam a saudade da terra natal usando expressões próprias do estado. Se o maranhês impressiona e desperta a curiosidade de quem mora no próprio Maranhão, imagine de quem vem de outros estados e países? A variedade linguística local é enorme e o modo de falar tão próprio e característico dos maranhenses vem conquistando muita gente e inspirando títulos e muito conteúdo digital com a criação de podcasts, blogs, perfis na internet, além de estampar diversos tipos de produtos e serviços de empresas locais.
Com saudades do Maranhão, morando há 16 anos no Rio de Janeiro, um fotógrafo maranhense criou um perfil na internet no qual compartilha a culinária, brincadeiras e o ‘dicionário’ maranhês. “A primeira vez que fui a uma padaria no Rio, na inocência, pedi 3 reais de ‘pães misturados’. Quando falei isso, as pessoas pararam e me olharam de uma forma bem engraçada, aí já fiquei ‘encabulado, ó’ e o atendente sorriu e explicou que lá não existia pão misturado e, sim, pão francês e suíço. Depois foi a minha vez de explicar sobre os pães ‘massa grossa e massa fina’”, contou o fotógrafo, com humor.
Disponível em: https://oimparcial.com.br.
Acesso em: 1 nov. 2021 (adaptado).
A vivência relatada no texto evidencia que as variedades linguísticas
Celerina Patricia Sánchez Santiago comentó que su acercamiento a la poesía fue por la escuela, con libros de texto en español. Descubrió el gusto por las letras pero notó que no había textos en la suya, así que, contra muchos comentarios negativos que recibió en ese momento, decidió emprender el camino de la escritura pero en mixteco. “Fue un proceso de años para notar que en mi lengua podía escribir poesía, porque me decían que mi lengua era tan pobre que no podía tener conceptos abstractos, era un reto pero yo sabía que
sí era posible”.
Este proceso no sólo le ayudó a vivir la poesía en mixteco, sino a “ir descubriendo mi propia historia y la de mi pueblo”. Comentó que las lenguas habladas en el territorio nacional se encuentran en gran desventaja con el español. “El reconocimiento a la diversidad no se ha hecho y ha sido tratada de borrar. Este es un país con 68 lenguas y somos monolingües del español. Antes había nulo de reconocimiento de ser bilingüe, negabas que hablabas tu lengua, hasta le decían dialecto. Era parte del proceso fatal que nos llevó a no reconocernos en un país multilingüe. ¿Si tenemos varias lenguas por qué no aprender?”.
Disponível em: www.fapcom.edu.br. Acesso em: 20 nov. 2021.
Em sua escrita poética, a poetisa mexicana Celerina Patricia Sánchez Santiago assume o desafio de
Pressão, depressão, estresse e crise de ansiedade. Os males da sociedade contemporânea também estão no esporte. A tenista Naomi Osaka, do Japão, jogadora mais bem paga do mundo e que já ocupou o número 2 do ranking, retirou-se do torneio de Roland Garros de 2021 porque não estava conseguindo administrar as crises de ansiedade provocadas pelos grandes eventos, por ser uma estrela aos 23 anos, e pelo peso de parte da imprensa. O tenista australiano Nick Kyrgios, de 25 anos, revelou sua “situação triste e solitária” enquanto lutava contra a depressão causada pelo ritmo avassalador do Circuito Mundial de Tênis. O jogador de basquete americano Kevin Love também tornou público seu quadro de ansiedade e depressão. O mundo do atleta é solitário e distante da família. O que vemos numa partida não reflete a rotina desgastante. A imprensa denomina atletas como heróis, como se aquele corpo fosse indestrutível, mas a mente é o ponto fraco da história.
Disponível em: www.uol.com.br. Acesso em: 31 out. 2021 (adaptado).
As causas do desequilíbrio na saúde mental apontadas no texto estão relacionadas às
Meu irmão é filho adotivo. Há uma tecnicidade no termo, filho adotivo, que contribui para sua aceitação social. Há uma novidade que por um átimo o absolve das mazelas do passado, que parece limpá-lo de seus sentidos indesejáveis. Digo que meu irmão é filho adotivo e as pessoas tendem a assentir com solenidade, disfarçando qualquer pesar, baixando os olhos como se não sentissem nenhuma ânsia de perguntar mais nada. Talvez compartilhem da minha inquietude, talvez de fato se esqueçam do assunto no próximo gole ou na próxima
garfada. Se a inquietude continua a reverberar em mim, é porque ouço a frase também de maneira parcial — meu irmão é filho — e é difícil aceitar que ela não termine com a verdade tautológica habitual: meu irmão é filho dos meus pais. Estou entoando que meu irmão é filho e uma interrogação sempre me salta aos lábios: filho de quem?
FUCKS, J. A resistência. São Paulo: Cia. das Letras, 2015.
Das reflexões do narrador, apreende-se uma perspectiva que associa a adoção