O Círio de Nazaré é uma festa que ocorre, anualmente, na cidade de Belém do Pará, no segundo domingo do mês de outubro. Sua estrutura ritualística tem origem no catolicismo devocional que surge em Portugal por volta do século XV. Até 1789, a festa em louvor a Nossa Senhora de Nazaré, em Belém, era marcada pelas ladainhas e novenas. Em 1790, a Igreja Católica autorizou a realização de festa em homenagem à Virgem. A primeira procissão ocorreu em 1793. Existindo há mais de duzentos anos, a Festa congrega um extenso mosaico de elementos integrados em diferentes planos e graus de intensidade.
ALMEIDA, I. M. A. Revisitando o Círio de Nazaré a partir da lente
sociológica de Eidorfe Moreira. Boletim do Museu Paraense
Emílio Goeldi, n. 3, set.-dez. 2015 (adaptado)
O reconhecimento da festa descrita no texto, como patrimônio histórico, encontra sustentação no(a)
Influenciadores negros têm recorrentemente chamado a atenção para o fato de terem muito menos repercussão em suas postagens e nas entregas do seu conteúdo quando comparados com os influenciadores brancos, mesmo se fotos, contextos e anúncios forem extremamente semelhantes. Segundo o site Negrê, a digital influencer e youtuber criadora do projeto digital Preta Pariu iniciou um experimento em uma plataforma. Após perceber a crescente queda nos índices de alcance digital, a paulista publicou fotografias de modelos brancas em seu perfil e analisou as métricas de engajamento. Surpreendentemente, a ferramenta de estatísticas aferiu um aumento de 6 000% em seu alcance.
Disponível em: https://diplomatique.org.br.
Acesso em: 21 jan. 2024 (adaptado).
A apresentação do dado estatístico ao final desse texto revela a intenção de
Há experiências de lutas sociais de reapropriação cultural da natureza que são movimentos emblemáticos, como a dos seringueiros no Brasil, que da luta sindical para a comercialização da borracha chegaram a inventar o conceito de reserva extrativista e estão avançando para um novo modo de produção, uma nova racionalidade produtiva, mostrando que é possível viver bem, e não apenas sobreviver, em harmonia com a natureza que habitam. O novo planeta que podemos imaginar é feito desses territórios produtivos que não são apenas economias de autossubsistência mas economias que potencializam a produtividade ecológica de seus territórios.
LEFF, E. Discursos sustentáveis. São Paulo: Cortez, 2010 (adaptado)
O texto expõe a possibilidade de uma nova racionalidade produtiva por meio de uma gestão territorial que se baseia na
TEXTO I

Anônimo. Cabeça de uma figura feminina.
Circa 2700-2500 a.C. Escultura em mármore, 8 × 3,2 cm.
Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque.
TEXTO II

MODIGLIANI, A. Cabeça de mulher. Circa 1910-1911.
Escultura em calcário, 68,3 × 15,9 × 24,1 cm.
National Gallery of Art, Washington.
WOLKOFF, J. These 5,000-Year-Old Sculptures Look Shockingly Similar to Modern Art.
Disponível em: www.artsy.net. Acesso em: 19 jun. 2019.
A leitura comparativa das duas esculturas, separadas por mais de 2500 anos, indica a
O rompimento da barragem de Fundão levou muito consigo. A lama soterrou sonhos e modificou de forma permanente centenas de vidas nascidas e criadas em Bento Rodrigues e Paracatu, em Mariana (MG). Mas não somente. Ao se estender ao longo do rio, outras famílias e histórias foram atingidas de formas diferentes. Ao fugirem dos rejeitos que rapidamente tomaram as localidades, deixaram para trás os resquícios da vida que tiveram até o 5 de novembro de 2015. Nada jamais seria igual.
SANTOS, P. Histórias soterradas. Curinga,
n. 19, nov. 2016 (adaptado).
Conforme o texto, o evento gerou o seguinte impacto na relação entre as pessoas e o seu espaço vivido:
A internet fortalece o engajamento e a visibilidade de populações tradicionais e indígenas por meio de redes sociais, rádios e veículos de mídia digital. Ela também promove a criação e o fortalecimento de mercados e a inovação nos sistemas de financiamento, integrando
pequenos agricultores e produtores da comunidade florestal a cadeias de abastecimento maiores.
GROTTERA, C.; CASTRO, L. M.; BRITO, M. C. Como a tecnologia
pode ser uma aliada na conservação ambiental.
Nexo Jornal, 14 ago. 2021.
A adoção da tecnologia mencionada amplia a rentabilidade das comunidades citadas, ao possibilitar o(a):
A alma funciona no meu corpo de maneira maravilhosa. Nele se aloja, certamente, mas sabe bem dele escapar: escapa para ver as coisas através da janela dos meus olhos, escapa para sonhar quando durmo, para sobreviver quando morro. Minha alma durará muito tempo e mais que muito tempo, quando meu corpo vier a apodrecer. Viva minha alma! É meu corpo luminoso, purificado, virtuoso, ágil, móvel, tépido, viçoso; é meu corpo liso, castrado, arredondado como uma bolha de sabão.
FOUCAULT, M. O corpo utópico, as heterotopias.
São Paulo: Edições N-1, 2013.
Esse texto reforça uma concepção metafísica clássica que remete a um(a)
No Brasil, os remanescentes de antigos quilombos, “mocambos”, “comunidades negras rurais”, “quilombos contemporâneos”, “comunidades quilombolas” ou “terras de preto” referem-se a um mesmo patrimônio territorial e cultural inestimável, que só recentemente passaram a ter atenção do Estado e ser do interesse de algumas autoridades e organismos oficiais.
ANJOS, R. S. A. Cartografia e quilombos: territórios étnicos
africanos no Brasil. Africana Studia, n. 9, 2007.
Na esfera de ação do Estado, com a Constituição de 1988, os espaços mencionados tornaram-se objeto de
O que alicerça, portanto, o acolhimento de refugiados pelos Estados gira em torno da fronteira erguida entre inclusão e exclusão, admissão e rejeição, desejáveis e indesejáveis; ao mesmo tempo, enseja vulnerabilidade, indefinição e incerteza a esses migrantes internacionais forçados.
MOREIRA, J. B. Refugiados no Brasil. REMHU, n. 43, jul.-dez. 2014.
A eliminação, para os refugiados, do tipo de fronteira descrita no texto necessita de políticas públicas de
TEXTO I

Disponível em: https://earth.google.com. Acesso em: 13 out. 2023.
TEXTO II

Disponível em: https://earth.google.com. Acesso em: 13 out. 2023.
A comparação entre as imagens de satélite indica a ocorrência de um processo de
TEXTO I
A fotografia de Regina Valkenborgh apresenta 2953 arcos de luz cruzando o céu e registra o nascer e o pôr do sol ao longo de oito anos. Em 2012, essa estudante da Universidade de Hertfordshire colocou uma folha de papel fotográfico em uma lata com um pequeno orifício, criando assim uma câmera pinhole de baixa tecnologia. Porém, a lata foi esquecida em um telescópio no observatório da universidade. Esse projeto esquecido acabou revelando a foto do pôr do sol de maior exposição já tirada.
SANTOS, A. Disponível em: https://socientifica.com.br.
Acesso em: 13 nov. 2021 (adaptado).
TEXTO II
Representação de 2953 arcos de luz cruzando o céu, registrando o nascer e o pôr do sol ao longo de oito anos

VALKENBORGH, R. Fotografia. Reino Unido:
Universidade Hertfordshire (2012-2020).
Disponível em: www.thisiscolossal.com. Acesso em: 1 nov. 2022.
O experimento realizado por Regina Valkenborgh resultou no entendimento de que a
TEXTO I
O empirismo moderno foi, em grande parte, condicionado por dois dogmas. Um deles é a crença em certa divisão fundamental entre verdades analíticas, ou fundadas em significados independentemente de questões de fato, e verdades sintéticas, ou fundadas em fatos. O outro dogma é o reducionismo: a crença de que todo enunciado significativo é equivalente a algum construto lógico sobre termos que se referem à experiência imediata.
QUINE, W. V. O. Dois dogmas do empirismo. In: RYLE, G. et al.
Ensaios. São Paulo: Abril Cultural, 1975.
TEXTO II
Teses: 1. Somente os enunciados que possuem conteúdo factual são teoricamente significativos; enunciados que não podem, em princípio, estar fundamentados pela experiência são carentes de significado. 2. As ciências empíricas usam somente o conteúdo empírico da realidade. 3. A filosofia usa um conceito não empírico da realidade.
CARNAP, R. Pseudoproblemas na filosofia. In: SCHLICK, M.;
CARNAP, R.; POPPER, K. Coletânea de textos.
São Paulo: Abril Cultural, 1975.
Ao comparar os textos, conclui-se que eles apresentam posicionamentos filosóficos divergentes com relação ao
Oh, so we can hate each other and fear each other
We can build these walls between each other
Baby, blow by blow and brick by brick
Keep yourself locked in, yourself locked in
[…]
Oh, maybe we should love somebody
Oh, maybe we could care a little more
So maybe we should love somebody
Instead of polishing the bombs of holy war
KEYS, A. Here. Estados Unidos: RCA Records, 2016.
Nessa letra de canção, que aborda um contexto de ódio e intolerância, o marcador “instead of ” introduz a ideia de
É fundamentalmente no Minho, norte de Portugal, que o cavaquinho aparece como instrumento tipicamente popular, ligado às formas essenciais da música característica dessa província. O cavaquinho minhoto tem escala rasa com o tampo, o que facilita a prática do “rasqueado”. O cavaquinho chega ao Brasil diretamente de Portugal, e o modelo brasileiro é maior do que a sua versão portuguesa, com
uma caixa de ressonância mais funda. Semelhante ao cavaquinho minhoto, o machete, ou machetinho madeirense, é um pequeno cordófono de corda dedilhada, que faz parte da grande e diversificada família das violas de mão portuguesas. O ukulele tem a sua origem no século XIX, tendo como ancestrais o braguinha (ou machete) e o rajão, instrumentos levados pelos madeirenses quando eles emigraram para o Havaí.
OLIVEIRA, E. V. Cavaquinhos e família. Disponível em:
https://casadaguitarra.pt. Acesso em: 18 nov. 2021 (adaptado).
O conjunto dessas práticas musicais demonstra que os instrumentos mencionados no texto
“Y si llueve, que llueva” es un refrán gallego. Para mí cobró sentido una noche de febrero, cuando vivía en el barrio de la Macarena de Sevilla con dos buenos amigos, gallegos también. Mi compañero y yo nos decidimos a salir ese sábado de noche, pese a que había estado lloviendo algunas horas a lo largo del día. La idea era una locura, al parecer. Le propusimos salir “de parranda” con nosotros a una
amiga andaluza, ésta respondió que no, nos dijo que no iba a salir un día de lluvia. Flipamos. Comentamos entre nosotros que si los gallegos no saliésemos de casa cuando llueve, en invierno saldríamos poco. Habríamos inventado el confinamiento hace mucho."
Los gallegos no dejamos de salir por la lluvia.
Disponível em: https://politicahora.es. Acesso em: 26 out. 2021.
O comportamento dos personagens narrado no texto destaca o(a)