Em A disseminação (1972), Derrida ilustra a desconstrução com um exemplo tomado da
história da filosofia. No Fedro, Platão narra o mito de Tot __ o deus que inventou a escrita
__ e Tamuz __ o rei egípcio a quem ele ofereceu a criação. Tamuz recusa o presente,
julgando que seus perigos suplantam seus benefícios para a humanidade.
FEARN, Nicholas. Aprendendo a filosofar em 25 lições. Do poço de Tales à desconstrução de Derrida. Trad.
Maria Luiza S. de A. Borges. Rio de janeiro: Editora Zahar, 2004 p.175
A partir dessa referência e com base nos estudos realizados, para Derrida é CORRETO
afirmar que
O sistema teológico chegou à mais alta perfeição de que é susceptível quando substituiu,
pela ação providencial de um ser único, o jogo variado de numerosas divindades
independentes, que primitivamente tinham sido imaginadas. Do mesmo modo, o último
termo do sistema metafísico consiste em conceber, em lugar de diferentes entidades
particulares, uma única grande entidade geral, a natureza, considerada como fonte
exclusiva de todos os fenômenos. Paralelamente, a perfeição do sistema positivo, à qual
este tende sem cessar, apesar de ser muito provável que nunca deva atingi-la, seria
poder representar todos os diversos fenômenos observáveis como casos particulares dum
único fato geral, como a gravitação o exemplifica. (...). Só a filosofia positiva pode ser
considerada a única base sólida da reorganização social, que deve terminar o estado de
crise no qual se encontram, há tanto tempo, as nações mais civilizadas.
COMTE, Augusto. Curso de filosofia Positiva. Primeira lição. Trad. Jose A. Giannotti. São Paulo: Nova cultural, 1991 p.
15.17
A partir do fragmento acima e em conformidade com o positivismo de Augusto Comte, é
CORRETO afirmar que
“Embora tenhamos de reconhecer os aspectos inovadores da contribuição de Dewey,
sobretudo quanto à oposição à escola tradicional [...], prejuízos resultaram da assimilação
inadequada das novas ideias e da tentativa de sua implantação sem critérios."
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. 3. ed. Revista e Ampliada, São Paulo: Moderna,
2006 p.171
Nessa reflexão sobre os resultados da escola nova, a autora, em sua obra destaca o fato
de que
Desde A Estrutura das Revoluções Científicas de Thomas Kuhn, o desenvolvimento da
ciência não se efetua por acumulação dos conhecimentos, mas por transformação dos
princípios que os organizam.
MORIN, Edgar. Educação e complexidade: os sete saberes e outros ensaios. Trad. Edgard de Assis
Carvalho. São Paulo: Cortez, 2002 p. 52
“Considero “paradigmas" as realizações científicas universalmente reconhecidas que,
durante algum tempo, fornecem problemas e soluções modelares para uma comunidade
de praticantes de uma ciência". (...). As revoluções científicas são os complementos
desintegradores da tradição à qual a atividade da ciência normal está ligada. (...)
Thomas KUHN. Estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Editora Perspectiva. 2 ed. 1978 p.15-30
As grandes realizações das ciências encontram-se sempre circunscritas por um
paradigma, seja ele já consolidado ou emergente. Sobre essa afirmação é CORRETO
afirmar que
“Quando lemos os romances de Balzac, Dickens, Dostoiévsky, Tolstói, Proust,
aprendemos, compreendemos e percebemos o que as ciências não chegam a dizer
porque ignoram os sujeitos humanos... A exclusão do sujeito efetuou-se com base na
concordância de que as experimentações e observações realizadas por diversos
observadores permitiriam atingir um conhecimento objetivo. Mas, desse modo, ignorou-se
que as teorias científicas não são puro e simples reflexo das realidades objetivas, mas
coprodutos das estruturas do espírito humano e das condições socioculturais do
conhecimento."
MORIN, Edgar. Educação e complexidade: os sete saberes e outros ensaios. Trad. Edgard de Assis
Carvalho. São Paulo: Cortez, 2002 p. 34 53
A partir desse fragmento sobre os pressupostos que animavam essa referida concepção
de ciência criticada por Morin, é CORRETO afirmar que eles
“O entendimento humano avança por dois meios: a reunião de fatos para a descoberta de
novos fenômenos e a união desses fenômenos sob a influência simplificadora de
explicações redutivas. Por vezes, constatamos que, assim que os dados disponíveis
foram adequadamente reduzidos, surgem novos dados que lançam dúvida sobre a
redução e exigem que reconsideremos o fenômeno em sua totalidade.”
FEARN, Nicholas. Aprendendo a filosofar em 25 lições. Do poço de Tales à desconstrução de
Derrida. Trad. Maria Luiza S. de A. Borges. Rio de janeiro: Editora Zahar, 2004. P.13-14
A partir desse fragmento e das reflexões realizadas pelo autor nessa obra,
“Depois do desmoronamento da bela ordem cósmica e de sua substituição por uma
natureza completamente desprovida de sentido e conflituosa, não há mais nada de divino
no universo ao qual o espírito humano possa se dedicar a ver, contemplar. A ordem, a
harmonia, a beleza e a bondade não são mais dadas de imediato, não se inscrevem mais
a priori no seio do próprio real...
Daí a nova tarefa da ciência moderna não residir mais na contemplação passiva de uma
beleza dada, já inscrita no mundo, mas no trabalho, na elaboração ativa, ou na
construção de leis que permitem dar a um universo desencantado um sentido que, a
princípio, ele não mais tem. Portanto, ela não é mais um espetáculo passivo, mas uma
atividade do espírito."
FERRY, Luc. Aprender a viver. Trad. Vera Lúcia dos Reis. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007 P. 121-122
Sobre a concepção de ciência, é CORRETO afirmar que
“Os fins são vários e nós escolhemos alguns dentre eles [...] segue-se que nem todos os
fins são absolutos; mas o sumo bem é claramente algo de absoluto. Portanto, só existe
um fim absoluto [...]. Ora, nós chamamos de absoluto aquilo que merece ser buscado por
si mesmo, e não com vistas em outra coisa; por isso chamamos de absoluto incondicional
aquilo que é sempre desejável em si mesmo e nunca no interesse de outra coisa. Ora,
esse é o conceito que preeminentemente fazemos da felicidade. [...]. Para o homem, a
vida conforme a razão é a melhor e a mais aprazível, pois que a razão, mais que qualquer
outra coisa, é o homem. Donde se conclui que essa vida é também a mais feliz."
ARISTÓTELES, Ética a Nicômaco, Livro I.
“Estranho seria fazer do homem sumamente feliz um solitário, pois ninguém escolheria a
posse do mundo sob a condição de viver só, já que o homem é um ser político e está em
sua natureza o viver em sociedade."
ARISTÓTELES, Ética a Nicômaco. Livro V. 2
Com base nesses fragmentos e em outras informações sobre o pensamento aristotélico, o
conceito da felicidade se traduz como fim último da vida,
“Os que se dedicam à critica das ações humanas jamais se sentem tão embaraçados
como quando procuram agrupar e harmonizar sob uma mesma luz todos os atos dos
homens, pois estes se contradizem comumente e a tal ponto que não parecem provir de
um mesmo indivíduo. (...). Nossa maneira habitual de fazer está em seguir os nossos
impulsos instintivos para a direita ou para a esquerda, para cima ou para baixo, segundo
as circunstâncias. Só pensamos no que queremos no próprio instante em que o queremos,
e mudamos de vontade como muda de cor o camaleão".
MONTAIGNE, M. Ensaios. Livro II. Cap. I. Trad. Sérgio Milliet. São Paulo: Nova cultural, 1991. P.157.
Em conformidade com o fragmento acima, sobre as condições do agir humano, é
CORRETO afirmar que
32
Visto que na alma se encontram três espécies de coisas ___ paixões, faculdades e
disposições de caráter ___ a virtude deve pertencer a uma destas. (...) A virtude é, pois,
uma disposição de caráter relacionada com a escolha e consistente numa mediania, isto é,
a mediania relativa a nós, a qual é determinada por um princípio racional próprio do
homem dotado de sabedoria prática (...). Pois, tornamo-nos justos praticando atos justos,
moderados praticando ações moderadas, e corajosos praticando ações corajosas.
[...] Ora, julga-se que é cunho característico de um homem dotado de sabedoria prática o
poder deliberar bem sobre o que é bom e conveniente para ele, não sob um aspecto
particular, como por exemplo sobre as espécies de coisas que contribuem para a saúde e
o vigor, mas sobre aquelas que contribuem para a vida boa em geral.
Aristóteles, Ética a Nicômaco. Livro II e VI. São Paulo: Nova cultural, 1991, p.31 . 33 104
Com base nesse trecho e em outras informações sobre o pensamento aristotélico, é
CORRETO afirmar que a virtude
Há duas maneiras de subestimar, desdenhar e se equivocar no julgamento da importância
do Holocausto [...]. Uma é apresentar o Holocausto como algo que aconteceu aos judeus,
como um evento da história judaica. Isso torna o Holocausto único, confortavelmente
atípico e sociologicamente inconsequente. [...]. Outra maneira de apresentar o Holocausto
[...] é como um caso extremo de uma ampla e conhecida categoria de fenômenos sociais,
categoria seguramente abominável e repulsiva, mas com a qual podemos (e devemos)
conviver. [...] Assim, o Holocausto é como mais um item (embora de destaque) numa
ampla categoria que abarca muitos casos “semelhantes” de conflito, preconceito ou
agressão.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e Holocausto. Trad. Marcus Penchel. Rio de janeiro: Zahar, 1998.
p. 19-20
O mundo dos campos da morte e a sociedade que engendra revelam o lado
progressivamente mais obscuro da civilização judaico-cristã. Civilização significa
escravidão, guerras, exploração e campos da morte. Também significa higiene médica,
elevadas ideias religiosas, belas artes e requintada música. É um erro imaginar que
civilização e crueldade selvagem sejam antíteses [...]
RUBENSTEIN, Richard. “The Cunning of History”. Nova York: Harper, 1978, p. 91, 195 Citado
em BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e Holocausto. Trad. Marcus Penchel. Rio de janeiro: Zahar,
1998 . p. 28
A partir desses fragmentos, considerando o tema do totalitarismo, sobre o fenômeno do
holocausto, é CORRETO afirmar que ele
Na contramão das tendências dominantes, as políticas de orçamento participativo
permitem fortalecer os direitos de cidadania e resgatar a importância do espaço político e
o significado dos interesses públicos, e dão início a um processo de reforma radical do
Estado centrada numa esfera pública renovada ___ nem estatal, nem privada: pública [...].
Trata-se de reformular a relação dos governos com a cidadania, de colocar as estruturas
de governo sob controle direto da população, de levar a cabo uma tentativa de
mobilização permanente dos cidadãos, apontando para outra forma de Estado, na prática
incompatível não apenas com os modelos políticos liberais, mas com a própria dinâmica
do capitalismo, ainda mais em sua fase neoliberal, em que os mecanismos de mercado e
de liberdade da propriedade privada primam sobre tudo.
SADER, Emir. Para outras democracias. In: SANTOS, Boaventura de Souza (Org.) Democratizar a
democracia: os caminhos da democracia participativa. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 2009 P. 670
Com base nesse fragmento, considerando as exigências e o desafio da construção de
uma nova forma de Estado e governo, é CORRETO afirmar que
[...] a França repudiou sem pestanejar seus gurus de outrora. Depois, impediu a
passagem das políticas identitárias provenientes da América, assim como das teorias da
sociedade como emaranhado de comunidades [...]. Por todas essas razões, a França
parecesse ter desertado do debate intelectual mundial: não adotou suas novas
modalidades acadêmicas nem aderiu verdadeiramente às redes internacionais e deixoulhe
de pasto uma dezena de autores marginalizados em seu país.
CUSSET, François. Filosofia francesa: a influência de Foucault, Derrida, Deleuze & cia. Trad.
Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 291
A partir da leitura da obra Filosofia Francesa, é CORRETO afirmar que
Considerando-se a reflexão de Edgar Morin sobre os sete saberes necessários à educação do futuro, é CORRETO afirmar que esses saberes essenciais dizem respeito também
À primeira vista, nada pode parecer mais ilimitado do que o pensamento humano, que
não apenas escapa a toda autoridade e a todo poder do homem, mas também nem
sempre é reprimido dentro dos limites da natureza e da realidade. (...). Entretanto, embora
nosso pensamento pareça possuir esta liberdade ilimitada, verificaremos, através de um
exame mais minucioso, que ele está realmente confinado dentro de limites muito
reduzidos e que todo poder criador do espírito não ultrapassa a faculdade de combinar,
de transpor, aumentar ou de diminuir os materiais que nos foram fornecidos pelos
sentidos e pela experiência. (...)
HUME, David. Investigação acerca do entendimento humano. Seção II. Da origem das ideias.
Trad. Anoar Aiex. 5 edição. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1992, p.70
Na disputa com Renê Descartes, sobre a possibilidade de ideia inata e universal, é
CORRETO afirmar que David Hume considera que