Já reparei uma coisa: bola de futebol, seja nova, seja velha, é um ser muito compreensivo, que dança conforme a música: se está no Maracanã, numa decisão de título, ela rola e quiçá com um ar dramático, mantendo sempre a mesma pose adulta, esteja nos pés de Gérson ou nas mãos de um gandula. Em compensação, num racha de menino, ninguém é mais sapeca: ela corre para cá, corre para lá, quiçá no meio-fio, para de estalo no canteiro, lambe a canela de um, deixa-se espremer
entre mil canelas, depois escapa, rolando, doida, pela calçada. Parece um bichinho.
NOGUEIRA, A. Peladas. Os melhores da crônica brasileira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977 (fragmento).
O texto expressa a visão do cronista sobre a bola de futebol. Entre as estratégias escolhidas para dar colorido a sua expressão, identifica-se, predominantemente, uma função da linguagem caracterizada pela intenção do autor em

A língua é um patrimônio cultural indispensável para a preservação da memória e da identidade de um povo. Nesse contexto, percebe-se, na tirinha, uma crítica
Diz-se, em termos gerais, que é preciso “falar a mesma língua": o português, por exemplo, que é a língua que utilizamos. Mas trata-se de uma língua portuguesa ou de várias línguas portuguesas? O português da Bahia é o mesmo português do Rio Grande do Sul? Não está cada um deles sujeito a influências diferentes ― linguísticas, climáticas, ambientais? O português do médico é igual ao do seu cliente? O ambiente social e o cultural não determinam a língua? Estas questões levam à constatação de que existem níveis de linguagem. O vocabulário, a sintaxe e mesmo a pronúncia variam segundo esses níveis.
VANOYE, F. Usos da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1981 (fragmento).
Na fala e na escrita, são observadas variações de uso, motivadas pela classe social do indivíduo, por sua região, por seu grau de escolaridade, pelo gênero, pela intencionalidade do ato comunicativo, ou seja, pelas situações linguísticas e sociais em que a linguagem é empregada. A variedade linguística adequada à situação específica de uso social está expressa
Sacolas
Por que optar pelas duráveis,
como faziam nossos avós?
O mundo produz sacolas plásticas desde a década
de 1950. Como não se degradam facilmente na natureza,
grande parte delas ainda vão continuar por mais de 300
anos em algum lugar do planeta.
Calcula-se que até 1 trilhão de sacolas plásticas são
produzidas anualmente em todo mundo. O Brasil produz
mais de 12 bilhões todos os anos, e 80% delas são
utilizadas uma única vez.
Sacolas plásticas são leves e voam ao vento.
Por isso, elas entopem esgotos e bueiros, causando
enchentes. São encontradas até no estômago de
tartarugas marinhas, baleias, focas e golfinhos mortos
por sufocamento.
Várias redes de supermercados do Brasil e do
mundo já estão sugerindo o uso de caixas de papelão
e colocando à venda sacolas de pano ou de plástico
duráveis para transportar as mercadorias.
Sacolas plásticas descartáveis são gratuitas para
os consumidores, mas têm um custo incalculável para
o meio ambiente.
Anúncio publicitário veiculado na revista Veja. N° 27, 8 jul. 2009.
Os argumentos utilizados no texto indicam que seu
público-alvo é o consumidor e seu objetivo é estimular
O Ensino no Novo Milênio
Tecnicamente, o e-learning é o ensino realizado através de meios eletrônicos. É basicamente um sistema hospedado no servidor de uma empresa de qualquer tamanho — ou de pessoa física — que vai transmitir, pela internet ou intranet, informações e instruções aos alunos, visando agregar conhecimento específico. O sistema
pode substituir total ou, o que é mais comum, parcialmente, o instrutor como o condutor do processo de ensino.
PEREIRA, J. Meu Próprio Negócio. São Paulo, nº 87, maio 2010.
A utilização de meios eletrônicos no processo de ensino e aprendizagem é uma realidade da vida contemporânea. O aluno acessa informações e segue instruções visando agregar conhecimento na aprendizagem por meio da
educação a distância, a qual
Um asteroide de cerca de um mil metros de diâmetro, viajando a 288 mil quilômetros por hora, passou a uma distância insignificante ― em termos cósmicos ― da Terra, pouco mais do dobro da distância que nos separa da Lua. Segundo os cálculos matemáticos, o asteroide cruzou a órbita da Terra e somente não colidiu porque ela não estava naquele ponto de interseção. Se ele tivesse sido capturado pelo campo gravitacional do nosso planeta e colidido, o impacto equivaleria a 40 bilhões de toneladas de TNT ou o equivalente à explosão de 40 mil bombas de hidrogênio, conforme calcularam os computadores operados pelos astrônomos do programa de Exploração do Sistema Solar da Nasa; se caísse no continente, abriria uma cratera de cinco quilômetros, no mínimo, e destruiria tudo o que houvesse num raio de milhares de outros; se desabasse no oceano, provocaria maremotos que devastariam imensas regiões costeiras. Enfim, uma visão do Apocalipse.
Disponível em: http://bdjur.stj.jus.br. Acesso em: 23 abr. 2010 (fragmento).
Com base na leitura do fragmento, percebe-se que o texto foi construído com o objetivo de

O texto publicitário tem como objetivo principal o convencimento do seu público-leitor e, para alcançar esse objetivo, utiliza diferentes tipos de linguagem. Na peça publicitária, que foi divulgada na ocasião da aprovação da Lei Seca, os elementos verbais e não verbais foram usados a fim de levar a população a

As modernas técnicas de comunicação estão associadas aos impactos da mensagem. Nesse texto, a intenção é
Piraí, Piraí, Piraí
Piraí bandalargou-se um pouquinho
Piraí infoviabilizou
Os ares do município inteirinho
Com certeza a medida provocou
Um certo vento de redemoinho
Diabo de menino agora quer
Um ipod e um computador novinho
Certo é que o sertão quer virar mar
Certo é que o sertão quer navegar
No micro do menino internetinho
GIL, G. Banda larga cordel. Geleia Geral. 2008.
Disponível em: http://www.gilbertogil.com.br. Acesso em: 24 abr. 2010 (fragmento).
No texto, encontram-se as expressões “bandalargou-se", “infoviabilizou" e “internetinho", que indicam a influência da tecnologia digital na língua. Em relação à dinamicidade da língua no processo de comunicação, essas expressões representam
O tema da velhice foi objeto de estudo de brilhantes filósofos ao longo dos tempos. Um dos melhores livros sobre o assunto foi escrito pelo pensador e orador romano Cícero: A Arte do Envelhecimento. Cícero nota, primeiramente, que todas as idades têm seus encantos e suas dificuldades. E depois aponta para uma paradoxo da humanidade. Todos sonhamos ter uma vida longa, o que significa viver muitos anos. Quando realizamos a meta, em vez de celebrar o feito, nos atiramos a um estado de melancolia e amargura. Ler as palavras de Cícero sobre envelhecimento pode ajudar a aceitar melhor a passagem do tempo.
NOGUEIRA, P. Saúde & Bem-Estar Antienvelhecimento.Época. 28 abr. 2008.
O autor discute problemas relacionados ao envelhecimento, apresentando argumentos que levam a inferir que seu objetivo é
É água que não acaba mais
Dados preliminares divulgados por pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFP)
Texto para as questões 122 e 123.

Considerando a autoria e a seleção lexical desse texto, bem como os argumentos nele mobilizados, constata-se que o objetivo do autor do texto é
Motivadas ou não historicamente, normas prestigiadas ou estigmatizadas pela comunidade sobrepõem-se ao longo do território, seja uma relação de oposição, seja de complementaridade, sem, contudo, anular a interseção de usos que configuram uma norma nacional distinta da do português europeu. Ao focalizar essa questão, que opõe não só as normas do português de Portugal às normas do português brasileiro, mas também as chamadas normas cultas locais às populares ou vernáculas, deve-se insistir na ideia de que essas normas se consolidaram em diferentes momentos da nossa história e que só a partir do século XVIII se pode começar a pensar na bifurcação das variantes continentais, ora em consequência de mudanças ocorridas no Brasil, ora em Portugal, ora, ainda, em ambos territórios.
CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. (orgs).
Ensino de Gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007 (adaptado).
O português do Brasil não é uma língua uniforme. A variação linguística é um fenômeno natural, ao qual todas as línguas estão sujeitas. Ao considerar as variedades linguísticas, o texto mostra que as normas podem ser aprovadas ou condenadas socialmente, chamando a atenção do leitor para a