(...) como se a experiência do limite sozinha pudesse ser a salvação para alguém que se perdeu. (l. 10-12)
Com base no trecho acima, pode-se caracterizar a experiência do limite como:
potencialmente letal (l. 7)
O significado da palavra sublinhada se relaciona com a ideia de:
Assinale a alternativa que contém o fenômeno linguístico CORRETO da região citada:
Atenção: As questões de números 1 a 4 referem-se ao texto abaixo.
Houve um tempo em que eu comia um monte de coisas e não precisava contar nada para ninguém. Na civilização
contemporânea, on-line, conectada o tempo todo, se não for registrado e postado, não aconteceu. Comeu, jantou, bebeu? Então,
prove. Não está na rede? Então, não vale.
Não estou aqui desfiando lamúrias de dinossauro tecnológico. Pelo contrário: interajo com muita gente e publico ativamente
fotos de minhas fornadas. A vida, hoje, é digital. Contudo, presumo que algumas coisas não precisam deixar de pertencer à esfera
privada. Sendo tudo tão novo nessa área, ainda engatinhamos a respeito de uma etiqueta que equilibre a convivência entre câmeras,
pratos, extroversão, intimidade.
Em meados da década passada, quando a cozinha espanhola de vanguarda ainda povoava os debates e as fantasias de
muitos gourmets, fotografar pratos envolvia um dilema: devorar ou clicar? A criação saía da cozinha, muitas vezes verticalizada,
comumente finalizada com esferas delicadas, espumas fugazes... O que fazer, capturá-la em seu melhor instante cenográfico,
considerando luzes e sombras, e comê-la depois, já desfigurada, derretida, escorrida? Ou prová-la imediatamente, abrindo mão da
imagem? Nunca tive dúvidas desse tipo (o que talvez faça de mim um bom comensal, mas um mau divulgador).
Fotos e quitutes tornaram-se indissociáveis, e acho que já estamos nos acostumando. Mas será que precisa acontecer
durante todo o repasto? Não dá para fazer só na chegada do prato e depois comer sossegado, à maneira analógica? Provavelmente
não: há o tratamento da imagem, a publicação, os comentários, as discussões, a contabilidade das curtidas. Reconheço que, talvez
antiquadamente, ainda sinto desconforto em ver casais e famílias à mesa, nos salões, cada qual com seu smartphone, sem diálogos
presenciais ou interações reais. A pizza esfria e perde o viço; mas a foto chega tinindo aos amigos de rede.
(Adaptado de: CAMARGO, Luiz Américo. Comeu e não postou? Então, não valeu. Disponível em: http://brasil.elpais.com/brasil/2017/01/09/opinion/1483977251_216185.html)
Depreende-se corretamente do texto que
Atenção: As questões de números 6 a 9 referem-se ao texto abaixo.
Muito antes de nos ensinarem e de aprendermos as regras de bom comportamento socialmente construídas e promovidas, e
de sermos exortados a seguir certos padrões e nos abster de seguir outros, já estamos numa situação de escolha moral. Somos, por
assim dizer, inevitavelmente − existencialmente −, seres morais: somos confrontados com o desafio do outro, o desafio da
responsabilidade pelo outro, uma condição do ser-para.
Afirmar que a condição humana é moral antes de significar ou poder significar qualquer outra coisa representa que, muito
antes de alguma autoridade nos dizer o que é “bem" e “mal" (e por vezes o que não é uma coisa nem outra), deparamo-nos com a
escolha entre “bem" e “mal". E a enfrentamos desde o primeiro momento do encontro com o outro. Isso, por sua vez, significa que,
quer escolhamos quer não, enfrentamos nossas situações como problemas morais, e nossas opções de vida como dilemas morais.
Esse fato primordial de nosso ser no mundo, em primeiro lugar, como uma condição de escolha moral não promete uma vida
alegre e despreocupada. Pelo contrário, torna nossa condição bastante desagradável. Enfrentar a escolha entre bem e mal significa
encontrar-se em situação de ambivalência. Esta poderia ser uma preocupação relativamente menor, estivesse a ambiguidade de
escolha limitada à preferência direta por bem ou mal, cada um definido de forma clara e inequívoca; limitada em particular à escolha
entre atuar baseado na responsabilidade pelo outro ou desistir dessa ação – de novo com uma ideia bastante clara do que envolve
“atuar baseado na responsabilidade".
(Adaptado de: BAUMAN, Zygmunt. Vida em fragmentos: sobre a ética pós-moderna. Trad. Alexandre Werneck. Rio de Janeiro, Zahar,
2011, p. 11-12)
Uma afirmação em consonância com as ideias defendidas no texto está em:
A desigualdade mundial: de 150 euros por mês a 3.000 euros
por mês
A desigualdade mundial contrasta países cuja renda média
por habitante é da ordem de 150-250 euros por mês (África
Subsaariana e Índia) com países onde a renda média por
habitante alcança um patamar entre 2.500-3.000 euros por mês
(Europa Ocidental, América do Norte, Japão) – ou seja, onde as
pessoas ganham vinte vezes mais. A média global, que
corresponde aproximadamente ao nível da China, situa-se em
torno de 600-800 euros mensais.
Essas ordens de grandeza são significativas e merecem ser
guardadas na memória. É preciso salientar, todavia, que são
afetadas por margens de erro significativas: é sempre muito mais
difícil medir a desigualdade entre nações (ou entre épocas
diferentes) do que dentro de um determinado país.
PIKETY, Thomas. O capital no século XXI. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014, p. 69
Segundo o texto, as ordens de grandeza levantadas são afetadas
por uma margem de erro, definida pelo(a)
Atenção: As questões de números 1 a 6 referem-se ao texto seguinte.
A representação da “realidade" na imprensa
Parece ser um fato assentado, para muitos, que um jornal ou um telejornal expresse a “realidade". Folhear os cadernos de
papel de ponta a ponta ou seguir pacientemente todas as imagens do grande noticiário televisivo seriam operações que atualizariam a
cada dia nossa “compreensão do mundo". Mas esse pensamento, tão disseminado quanto ingênuo, não leva em conta a questão da
perspectiva pela qual se interpretam todas e quaisquer situações focalizadas. Submetermo-nos à visada do jornalista que compôs a
notícia, ou mesmo à do câmera que flagra uma situação (e que, aliás, tem suas tomadas sob o controle de um editor de imagens), é
desfazermo-nos da nossa própria capacidade de análise, é renunciarmos à perspectiva de sujeitos da nossa interpretação.
Tanto quanto os propalados e indiscutíveis “fatos", as notícias em si mesmas, com a forma acabada pela qual se veiculam, são
parte do mundo: convém averiguar a quem interessa o contorno de uma análise política, o perfil criado de uma personalidade, o
sentido de um levante popular ou o alcance de uma medida econômica. O leitor e o espectador atentos ao que leem ou veem não têm
o direito de colocar de lado seu senso crítico e tomar a notícia como espelho fiel da “realidade". Antes de julgarmos “real" o “fato" que
já está interpretado diante de nossos olhos, convém reconhecermos o ângulo pelo qual o fato se apresenta como indiscutível e como
se compõe, por palavras ou imagens, a perspectiva pela qual uma bem particular “realidade" quer se impor para nós, dispensandonos
de discutir o ponto de vista pelo qual se construiu uma informação.
(Tibério Gaspar, inédito)
Diante das informações que habitualmente nos oferecem os jornais e os noticiários, devemos, segundo o autor do texto,
Atenção: As questões de números 7 a 9 referem-se ao texto seguinte.
[A obsessão pelo futuro]
Desprezível é a alma obcecada pelo futuro, a que é infeliz antes da infelicidade. Não terá descanso, e a necessidade de querer
conhecer o futuro lhe fará deixar de lado o presente que poderia ser melhor desfrutado. Tal criatura sofre o mesmo na espera e nas
suas desgraças, aflige-se mais do que é preciso e antes do necessário. A mesma fraqueza que faz com que veja a aflição faz com
que não saiba avaliá-la. O mesmo descomedimento com que aguarda a felicidade absoluta faz com que esqueça que o fio sobre o
qual o gênero humano oscila nada mais nos promete do que o imprevisto.
(Adaptado de: SÊNECA. Aprendendo a viver. Porto Alegre: L&PM, 2010, p. 100-101)
Está inteiramente clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 1 a 4.
Aspectos Culturais de Mato Grosso do Sul
A cultura de Mato Grosso do Sul é o conjunto de manifestações artístico-culturais desenvolvidas pela população sul-mato-
-grossense muito influenciada pela cultura paraguaia. Essa cultura estadual retrata, também, uma mistura de várias outras
contribuições das muitas migrações ocorridas em seu território.
O artesanato, uma das mais ricas expressões culturais de um povo, no Mato Grosso do Sul, evidencia crenças, hábitos,
tradições e demais referências culturais do Estado. É produzido com matérias primas da própria região e manifesta a criatividade e a
identidade do povo sul-mato-grossense por meio de trabalhos em madeira, cerâmica, fibras, osso, chifre, sementes, etc.
As peças em geral trazem à tona temas referentes ao Pantanal e às populações indígenas, são feitas nas cores da paisagem
regional e, além da fauna e da flora, podem retratar tipos humanos e costumes da região.
(Adaptado de: CANTU, Gilberto. Disponível em: http://profgilbertocantu.blogspot.com.br/2013/08/aspectos-culturais-de-mato-grosso-dosul.html)
O artesanato, uma das mais ricas expressões culturais de um povo, no Mato Grosso do Sul, evidencia crenças, hábitos, tradições e demais referências culturais do Estado. (2ºparágrafo) No contexto, o trecho destacado veicula a ideia de
Seriam mantidas a correção gramatical e o sentido original do texto
CG1A1AAA, caso, no trecho “Como lembra Marilena Chaui, a
cidadania se define pelos princípios da democracia, significando
necessariamente conquista e consolidação social e política"
(L. 21 a 23),
Antigamente, as pessoas sabiam de cor o nome
de ruas e o melhor trajeto para qualquer canto da cidade.
O conhecimento que hoje vive restrito ___ cabeça dos
taxistas foi transferido quase que por completo aos
auxiliares de navegação via satélite (o mais famoso deles
sendo o Sistema de Posicionamento Global - GPS). Essa
mudança modifica fortemente nossa capacidade cognitiva
para localização. Segundo uma pesquisa inglesa, quando
utilizamos o serviço do GPS para nos locomover, é como
se "desligássemos" algumas áreas de nosso cérebro.
Os pesquisadores analisaram o cérebro de 24
voluntários, colocados em um simulador de navegação
que recriava ___ vizinhança de Soho, bairro da região
central de Londres. Eles tinham de chegar a um destino
predeterminado, se locomovendo por ruas da área no
menor caminho possível. A análise monitorava o
comportamento da região do cérebro associada ___
memória e localização e da região ligada ao planejamento
e tomada de decisão.
Enquanto "dirigiam" pela cidade sem a ajuda do
GPS, os participantes mantinham um número muito maior
de funções cerebrais. Eram registrados picos de atividade
quando eles entravam em novas ruas e quando se
deparavam com várias opções de caminhos. Da mesma
maneira, áreas ligadas ao planejamento eram acionadas
quando precisavam reorientar a rota. Quando auxiliados
por serviços de localização, no entanto, as mesmas
regiões permaneciam sem atividade. "Quando a
tecnologia diz para você aonde ir, essas partes do cérebro
simplesmente não respondem aos estímulos da cidade. É
como se nosso cérebro desligasse o interesse nas ruas
___ volta", disse Hugo Spiers ao jornal britânico The
Guardian.
http://super.abril.com.br/tecnologia... - adaptado
Com relação ao texto, marcar C para as afirmativas
Certas, E para as Erradas e, após, assinalar a alternativa
que apresenta a sequência CORRETA :
(---) O fato de não precisarmos mais nos localizar por
conta própria afetou nossa capacidade cognitiva de
localização.
(---) Com o surgimento do GPS, nem mesmo os taxistas
têm conhecimento de nomes de ruas e trajetos.
(---) Os voluntários do estudo simularam estar dirigindo
para que suas funções cerebrais fossem analisadas.
(---) Embora o cérebro “desligue" algumas áreas ao usar
um GPS, há outras áreas novas do cérebro que são
ativadas pelo uso do sistema.