Texto 1 – INFLUENCIADORES DIGITAIS: UMA
MERA ENCENAÇÃO SOCIAL?
Na obra Testemunha ocular, o historiador
Peter Burke defende a ideia do uso das imagens
como evidência histórica. Logo na introdução, ele
pondera: “nos próximos anos, será interessante
observar como os historiadores de uma geração
exposta a computadores e televisão praticamente
desde o nascimento, que sempre viveu num
invenção da imprensa e, mais tarde, com a
popularização da fotografia –, origina-se também
desse quadro um debate mais atual sobre o uso
que estamos fazendo das imagens.
Um documentário recém-lançado pela
HBO, Fake famous [“Famoso falso”], escrito e
dirigido por Nick Bilton, traz reflexões instigantes
nesse sentido. A produção gira em torno do
universo dos influenciadores digitais e tem como
argumento um experimento inusitado. Três
anônimos são selecionados para conquistar fama
instantânea nas redes sociais. São jovens na
faixa dos vinte anos, que vislumbram na
experiência a oportunidade de concretizar suas
ambições. Enquanto ajuda-os na construção de
uma imagem mais atraente para os padrões das
redes, a produção do filme vai revelando os
meios espúrios aos quais muitos usuários
recorrem na busca incessante por engajamento.
Talvez não seja uma grande novidade,
mas o documentário escancara a realidade da
compra de seguidores (no caso, bots [“robôs”]),
um dos meios mais comuns para simular um
maior alcance das contas e impressionar marcas
que buscam impulsionar a venda de seus
produtos com a divulgação feita pelos influencers.
Peter Burke bem nos lembra que “as tentações
do realismo, mais exatamente a de tomar uma
representação pela realidade, são particularmente
sedutoras no que se refere a fotografias e
retratos”. Em tempos remotos, já eram usuais
representações artísticas que favoreciam as
figuras retratadas. “Os modelos geralmente
vestiam suas melhores roupas para serem
pintados, de tal forma que os historiadores seriam
desaconselhados a tratar retratos pintados como
evidência do vestuário cotidiano”, acrescenta
Burke. Ora, se artifícios como esses definem as
imagens há tanto tempo, o que haveria de novo
no comportamento visto hoje nas redes sociais?
Ao falar dos sistemas de convenções que
sempre acompanharam a produção de retratos, o
historiador sentencia: “as posturas e gestos dos
modelos e os acessórios e objetos representados
à sua volta seguem um padrão e estão
frequentemente carregados de um sentido
simbólico”. Se tomarmos como exemplo os
antigos retratos da aristocracia, podemos
entender, segundo essa lógica, que o reparo da
aparência e o acréscimo de acessórios eram uma
forma, portanto, de reafirmação simbólica de uma
realidade já dada. Burke lembra como os
governantes apareciam em armaduras e em
vestes de coroação, no que lhes conferia maior
dignidade.
Certamente, a imaginação humana
permitiu que pessoas fossem retratadas de
formas não totalmente equivalentes a suas
existências concretas. No entanto, o que havia
era mais um idealismo nas representações
individuais do que aquilo que notamos hoje – a
frequente falta de qualquer lastro com a
realidade. Por um lado, é interessante reconhecer
a democratização existente agora quanto à
produção e à circulação de imagens. Por outro, é
justamente a proliferação e o amplo alcance de
distorções como as mostradas no documentário
Fake famous que levam a um questionamento
sobre o quanto não estamos presos a uma teia de
artificialidade, regida ainda por relações
mercadológicas nem sempre explícitas.
JÚLIA CORRÊA
Adaptado de fronteiras.com, abril/2021.
Para defender sua tese acerca dos usos da imagem, a autora emprega o seguinte recurso central de organização do argumento:
A palavra “que” é um importante elemento de coesão textual, podendo, por exemplo, introduzir complementos verbais.
Isso ocorre em:
A QUÍMICA DA FELICIDADE
Você é feliz? E agora, neste exato momento, você está feliz? Esperamos que sim. Mas, seja qual for o seu
veredicto, você provavelmente hesitou um pouquinho antes de responder.
Porque a felicidade é fugidia: às vezes conseguimos agarrá-la, e queremos ficar assim para sempre, mas aí
ela começa a escorrer como areia por entre os dedos - ou simplesmente some, sem motivo aparente, para
reaparecer tempos depois.
Como escreveu Machado de Assis, a felicidade é uma quimera: algo que você passa a vida tentando alcançar,
mas está sempre escapando. Ela é muito mais do que ter saúde, dinheiro, liberdade e uma rede de apoio
social - os critério's usados pelo World Happiness Report, da ONU, para medir o grau de felicidade de uma
nação.
Na décima edição desse ranking, publicado, em 2022, o Brasil aparece apenas na 38ª posição; e os países
mais felizes do mundo são, pela ordem, Finlândia, Dinamarca e Islândia. A Finlândia, aliás, lidera o ranking
há cinco anos. Só que 18,8% da sua população tem algum problema psicológico, especialmente depressão
- o percentual mais alto da União Europeia.
Cada vez mais gente tenta resolver o problema recorrendo aos antidepressivos, mas isso desencadeou um
fenômeno curioso: ao mesmo tempo em que aumenta o uso desses medicamentos, a porcentagem de
deprimidos na sociedade segue crescendo.
No ano passado, um trabalho publicado por cientistas ingleses jogou lenha na fogueira. Eles revisaram os
dados de 17 grandes estudos, que somados avaliam mais de 100 mil pessoas, e chegaram a uma conclusão
bombástica: não existe relação entre a depressão e baixos níveis de serotonina no cérebro - o que a maior
parte dos antidepressivos trata.
A notícia correu o mundo, com uma onda de manchetes dizendo que essas drogas não funcionam, e seu
efeito é mero placebo. Não é bem assim. Todos os antidepressivos que estão no mercado foram submetidos
a testes e passaram.
O mais prováv~I é que a felicidade e a infelicidade estejam relacionadas a mecanismos cerebrais mais
complexos do que se imagina.
Compilado e adaptado. Brono Garattoni e Tiago Cordeiro. Disponível em
{hllps:l/super. abril. com. brlcienciala-quimica-da-felicidade/], consultado em 7.2.2023.
"A Finlândia, aliás, lidera o ranking há cinco anos" - o termo sublinhado, da forma que está grafado, foi corretamente empregado, considerando-se a norma culta da língua, apenas em qual das frases abaixo?
Considere os fragmentos a seguir.
I. "Chegou o novo celular da moda".
lI. "Legal! Vou comprar".
Os tempos verbais nos fragmentos I e lI, indicam, respectivamente:
Luiz necessitava colher algumas assinaturas de familiares em um documento, mas as pessoas
envolvidas moravam em outra cidade distante 145 km de onde ele se encontrava. Ele optou então
em reservar um carro em uma locadora de veículos de sua cidade e no dia seguinte, logo cedo,
pegou o carro na locadora e partiu para a cidade onde se encontravam seus parentes, retornando
para sua casa no início da noite do mesmo dia.
Sabendo que o veículo foi alugado, com seguro, por uma diária de R$ 96,00, podendo o usuário
percorrer até 100 km sem custo adicional e a cada quilômetro excedente a este limite seria cobrado
o valor de R$ 4,50, qual foi o valor total pago por Luiz auando da devolução qo veículo no fi11al qo
dia?
Nos termos da Constituição Federal, a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelo princípio, dentre outros:
A Lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006, conhecida também como Lei Maria da Penha, criou diversos mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, dentre eles:
Considerando a Estrutura Organizacional da Guarda Civil do Município de Bertioga estabelecida pela Lei Complementar nº 17/2002 e alterações, assinale a alternativa que não apresenta um dos órgãos dessa instituição.
Conforme previsão expressa do Estatuto Geral das Guardas Municipais, as guardas municipais não poderão ter efetivo superior a:
O artigo 61 da Lei nº 12.378/2010 instituiu, no âmbito dos CAUs de todas as unidades da federação, a Comissão de Ensino e Formação, de natureza:
Com relação às reuniões plenárias ordinárias, é correta a seguinte afirmativa:
A contar da data de sua aprovação, o prazo para publicação dos atos do Plenário que exijam divulgação é, em dias, de:
No que diz respeito aos procedimentos da audiência de instrução, é incorreta a seguinte afirmativa:
Constitui uma característica da documentação localizada nos arquivos correntes ou de primeira fase:
Decretos, regimentos e resoluções são atos classificados como: