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TEXTO I

Versos de amor

A um poeta erótico Oposto ideal ao meu ideal conservas. Diverso é, pois, o ponto outro de vista Consoante o qual, observo o amor, do egoísta Modo de ver, consoante o qual, o observas. Porque o amor, tal como eu o estou amando, É Espírito, é éter, é substãncia fluida, É assim como o ar que a gente pega e cuida, Cuida, entretanto, não o estar pegando! É a transubstanciação de instintos rudes, Imponderabilíssima, e impalpável, Que anda acima da carne miserável Como anda a garça acima dos açudes! ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996 (fragmento).

TEXTO II

Arte de amar Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.

A alma é que estraga o amor. Só em Deus ela pode encontrar satisfação. Não noutra alma. Só em Deus — ou fora do mundo. As almas são incomunicáveis. Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo. Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993

Os Textos I e II apresentam diferentes pontos de vista sobre o tema amor. Apesar disso, ambos definem esse sentimento a partir da oposição entre

Vai, a Sol

Ora o pássaro careceu de fazer necessidade, fez e o herói ficou escorrendo sujeira de urubu. Já era de madrugadinha e o tempo estava inteiramente frio. Macunaíma acordou tremendo, todo lambuzado. Assim mesmo examinou bem a pedra mirim da ilhota para vê si não havia alguma cova com dinheiro enterrado. Não havia não. Nem a correntinha encantada de prata que indica pro escolhido, tesouro de holandês. Havia só as formigas jaquitaguas ruivinhas.

Então passou Caivanogue, a estrela da manhã. Macunaíma já meio enjoado de tanto viver pediu pra ela que o carregasse pro céu.

Caivanogue foi se chegando porém o herói fedia muito.

— Vá tomar banho! — ela fez. E foi-se embora. Assim nasceu a expressão "Vá tomar banho" que os brasileiros empregam se referindo a certos imigrantes europeus. ANDRADE, M. Macunaíma: o herói sem nenhum caráter. Rio de Janeiro: Agir, 2008

O fragmento de texto faz parte do capítulo VII, intitulado "Vei, a Sol", do livro Macunaíma, de Mário de Andrade, pertencente à primeira fase do Modernismo brasileiro. Considerando a linguagem empregada pelo narrador, é possível identificar

Carta ao Tom 74

Rua Nascimento Silva, cento e sete

Você ensinando pra Elizete

As canções de canção do amor demais

Lembra que tempo feliz

Ah, que saudade,

Ipanema era só felicidade

Era como se o amor doesse em paz

Nossa famosa garota nem sabia

A que ponto a cidade turvaria

Esse Rio de amor que se perdeu

Mesmo a tristeza da gente era mais bela

E além disso se via da janela

Um cantinho de céu e o Redentor

É, meu amigo, só resta uma certeza,

É preciso acabar com essa tristeza

É preciso inventar de novo o amor

MORAES, V.; TOQUINHO. Bossa Nova, sua história, sua gente.

São Paulo: Universal; Philips,1975 (fragmento).

O trecho da canção de Toquinho e Vinícius de Moraes

apresenta marcas do gênero textual carta, possibilitando

que o eu poético e o interlocutor

Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo.

Não é.

A coisa mais fina do mundo é o sentimento.

Aquele dia de noite, o pai fazendo serão, ela falou comigo:

"Coitado, até essa hora no serviço pesado".

Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.

Não me falou em amor.

Essa palavra de luxo.

PRADO, A. Poesia reunida. São Paulo: Siciliano, 1991

Um dos procedimentos consagrados pelo Modernismo foi a percepção de um lirismo presente nas cenas e fatos do cotidiano. No poema de Adélia Prado, o eu lírico resgata a poesia desses elementos a partir do(a)

Em relação ao poema acima apresentado, à obra de Carlos Drummond de Andrade e às diversas fases do Modernismo brasileiro, julgue os próximos itens.

A linguagem empregada no poema não traduz os princípios apregoados por Mário de Andrade no que se refere à expressão literária brasileira pautada em uma gramática de extração popular, inspirada na língua falada no Brasil.

Em relação ao poema acima apresentado, à obra de Carlos Drummond de Andrade e às diversas fases do Modernismo brasileiro, julgue os próximos itens.

Na última estrofe do poema, o eu-lírico faz alusão a tempos distintos da modernização brasileira, mediante referência à existência íntima e à passagem do tempo experienciada em termos individuais.



No fragmento, as escolhas lexicais remetem às

origens geográficas e sociais da literatura de cordel.

Exemplifica essa remissão o uso de palavras como

Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré história havia a préhistoria da pré historia e há via o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o que, mas sei que o universo jamais começou.
[...]
Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Como começar pelo incio, se as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes de pré pré historia já havia os monstros apocalípticos? Se esta historia não existe, passara a existir. Pensar é um ato.Sentir é um fato. Os dois juntos – sou eu que escrevo o que estou escrevendo [...]Felicidades? Nunca vi palavra mais doida, inventada pelas nordestinas que andam por aí aos montes.
Como eu ireis dizer agora, esta historia será o resultado de uma visao gradual – há dois anos e meio venho aos poucos descobrindo os porquês. É visao da iminência de.De que? Quem sabe se mais tarde saberei. Como que estou escrevendo na hora mesma em que sou lido. Só não inicio pelo fim que justificaria o começo – como a morte parece dizer sobre a vida – porque preciso registrar os fatos antecedentes
LISPECTOR. C . A hora da estrala. Rio de Janeiro; Rocco 1998 (fragmentado).



A elaboração de uma voz narrativa peculiar acompanha a trajetoria literária de Clarice Lispector, culminada com a obra. A hora da estrela de 1977, ano da morte da escritora. Nesse fragmento, nota-se essa peculiaridade porque o narrador



As canções de Noel Rosa, compositor brasileiro de Vila Isabel, apesar de revelarem uma aguçada preocupação do artista com seu tempo e com as mudanças político-culturais no Brasil, no início dos anos 1920, ainda são modernas. Nesse fragmento do samba Não tem tradução, por meio do recurso da metalinguagem, o poeta propõe



TEXTO II



Um vulto da história da música popular brasileira, reconhecido nacionalmente, é Noel Rosa. Ele nasceu em 1910, no Rio de Janeiro; portanto, se estivesse vivo, estaria completando 100 anos. Mas faleceu aos 26 anos de idade, vítima de tuberculose, deixando um acervo de grande valor para o patrimônio cultural brasileiro. Muitas de suas letras representam a sociedade contemporânea, como se tivessem sido escritas no século XXI.
Disponível em: http://www.mpbnet.com.br. Acesso em: abr. 2010.



Um texto pertencente ao patrimônio literário-cultural brasileiro é atualizável, na medida em que ele se refere a valores e situações de um povo. A atualidade da canção Onde está a honestidade?, de Noel Rosa, evidencia-se por meio



Texto I



Logo depois transferiram para o trapiche o depósito dos objetos que o trabalho do dia lhes proporcionava. Estranhas coisas entraram então para o trapiche. Não mais estranhas, porém, que aqueles meninos, moleques de todas as cores e de idades as mais variadas, desde os nove aos dezesseis anos, que à noite se estendiam pelo assoalho e por debaixo da ponte e dormiam, indiferentes ao vento que circundava o casarão uivando, indiferentes à chuva que muitas vezes os lavava, mas com os olhos puxados para as luzes dos navios, com os ouvidos presos às canções que vinham das embarcações...
AMADO, J. Capitães da Areia. São Paulo: Companhia das Letras, 2008 (fragmento).



Texto II



À margem esquerda do rio Belém, nos fundos do mercado de peixe, ergue-se o velho ingazeiro – ali os bêbados são felizes. Curitiba os considera animais sagrados, provê as suas necessidades de cachaça e pirão. No trivial contentavam-se com as sobras do mercado.
TREVISAN, D. 35 noites de paixão: contos escolhidos. Rio de Janeiro: BestBolso, 2009 (fragmento).



Sob diferentes perspectivas, os fragmentos citados são exemplos de uma abordagem literária recorrente na literatura brasileira do século XX. Em ambos os textos,

A tentação é comer direto da fonte. A tentação é comer

direto na lei. E o castigo é não querer mais parar de comer,

e comer–se a si próprio que sou matéria igualmente

comível.

LISPECTOR, Clarice. A paixão segundo G.H. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1995.



O romance A Paixão Segundo G. H. é a tentativa

de dar forma ao inenarrável, esbarrando a todo momento

no limite intransponível das palavras. Tal paradoxo, vale

dizer, é o que funda toda literatura clariciana.

ROSENBAUM, Y. No território das pulsões. In: Clarice Lispector.

Cadernos de Literatura Brasileira. Instituto Moreira Salles.

Edição Especial, cadernos 17 e 18, dez. 2004, p. 266.

A repetição de palavras é um dos traços constantes na

obra de Clarice Lispector e remete à impossibilidade de

descrever a experiência vivida. A repetição de “comer", no

trecho citado, sugere

Confidência do Itabirano



Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e
[comunicação.



A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e [
sem horizontes.



E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.



De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...



Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!
ANDRADE, C. D. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003.



Carlos Drummond de Andrade é um dos expoentes do movimento modernista brasileiro. Com seus poemas, penetrou fundo na alma do Brasil e trabalhou poeticamente as inquietudes e os dilemas humanos. Sua poesia é feita de uma relação tensa entre o universal e o particular, como se percebe claramente na construção do poema Confidência do Itabirano. Tendo em vista os procedimentos de construção do texto literário e as concepções artísticas modernistas, conclui-se que o poema acima

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