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Antiode

Poesia, não será esse

o sentido em que

ainda te escrevo:

flor! Te escrevo:

disfarçados urinóis).

Flor é a palavra

flor; verso inscrito

no verso, como as

manhãs no tempo.

Flor é o salto

da ave para o voo:

o salto fora do sono

quando seu tecido

se rompe; é uma explosão

posta a funcionar,

como uma máquina,

uma jarra de flores.

MELO NETO, J. C. Psicologia da composição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997 (fragmento).

A poesia é marcada pela recriação do objeto por

meio da linguagem, sem necessariamente explicá-lo.

Nesse fragmento de João Cabral de Melo Neto, poeta

da geração de 1945, o sujeito lírico propõe a recriação

poética de

Quem é pobre, pouco se apega, é um giro-o-giro no vago dos gerais, que nem os pássaros de rios e lagoas. O senhor vê: o Zé-Zim, o melhor meeiro meu aqui, risonho e habilidoso. Pergunto: - Zé-Zim, por que é que você não cria galinhas-d‘angola, como todo mundo faz? - Quero criar não... - me deu resposta: - Eu gosto muito de mudar... [...] Belo um dia, ele tora. Ninguém discrepa. Eu, tantas, mesmo digo. Eu dou proteção. [...] Essa não faltou também à minha mãe, quando eu era menino, no sertãozinho de minha terra. [...] Gente melhor do lugar eram todos dessa família Guedes, Jidião Guedes; quando saíram de lá, nos trouxeram junto, minha mãe e eu. Ficamos existindo em território baixio da Sirga, da outra banda, ali onde o de-Janeiro vai no São Francisco, o senhor sabe.
ROSA, J. G. Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: José Olympio (fragmento).



Na passagem citada, Riobaldo expõe uma situação decorrente de uma desigualdade social típica das áreas rurais brasileiras marcadas pela concentração de terras e pela relação de dependência entre agregados e fazendeiros. No texto, destaca-se essa relação porque o personagem-narrador

No decênio de 1870, Franklin Távora defendeu a tese de que no Brasil havia duas literaturas independentes dentro da mesma língua: uma do Norte e outra do Sul, regiões segundo ele muito diferentes por formação histórica, composição étnica, costumes, modismos linguísticos etc. Por isso, deu aos romances regionais que publicou o título geral de Literatura do Norte. Em nossos dias, um escritor gaúcho, Viana Moog, procurou mostrar com bastante engenho que no Brasil há, em verdade, literaturas setoriais diversas, refletindo as características locais.
CANDIDO, A. A nova narrativa. A educação pela noite e outros ensaios. São Paulo: Ática, 2003.



Com relação à valorização, no romance regionalista brasileiro, do homem e da paisagem de determinadas regiões nacionais, sabe-se que

A velha Totonha de quando em vez batia no engenho. E era um acontecimento para a meninada. (...) andava

léguas e léguas a pé, de engenho a engenho, como uma edição viva das histórias de Mil e Uma Noites (...) era

uma grande artista para dramatizar. Tinha uma memória de prodígio. Recitava contos inteiros em versos,

intercalando pedaços de prosa, como notas explicativas. (...) Havia sempre rei e rainha, nos seus contos, e forca e

adivinhações. O que fazia a velha Totonha mais curiosa era a cor local que ela punha nos seus descritivos. (...) Os

rios e as florestas por onde andavam os seus personagens se pareciam muito com o Paraíba e a Mata do Rolo. O

seu Barba-Azul era um senhor de engenho de Pernambuco.

(José Lins do Rego. Menino de engenho)

A cor local que a personagem velha Totonha colocava em suas histórias é ilustrada, pelo autor, na seguinte

passagem:

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