No poema Procura da poesia, Carlos Drummond de
Andrade expressa a concepção estética de se fazer com
palavras o que o escultor Michelângelo fazia com
mármore. O fragmento abaixo exemplifica essa afirmação.
(...)
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
(...)
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
trouxeste a chave?
Carlos Drummond de Andrade. A rosa do povo.
Rio de Janeiro: Record, 1997, p. 13-14
Esse fragmento poético ilustra o seguinte tema
constante entre autores modernistas: