?Precisa-se nacionais sem nacionalismo, (...) movidos pelo presente mas
estalando naquele cio racial que só as tradições maduram! (...). Precisa-se
gentes com bastante meiguice no sentimento, bastante força na peitaria,
bastante paciência no entusiasmo e sobretudo, oh! sobretudo bastante
vergonha na cara!
(...) Enfim: precisa-se brasileiros! Assim está escrito no anúncio vistoso de
cores desesperadas pintado sobre o corpo do nosso Brasil, camaradas.
(Jornal A Noite, São Paulo, 18/12/1925 apud LOPES, Telê Porto Ancona. Mário
de Andrade: ramais e caminhos. São Paulo: Duas Cidades, 1972)
No trecho acima, Mário de Andrade dá forma a um dos itens do ideário
modernista, que é o de firmar a feição de uma língua mais autêntica,
“brasileira", ao expressar-se numa variante de linguagem popular identificada
pela (o):