O Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990 dispõe em forma de lei os direitos e proteção integrais às crianças e adolescentes brasileiros. Sobre as orientações contidas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), entende-se que
“A democracia não é, absolutamente, a ditadura da maioria. Pelo contrário, ela pressupõe a proteção
das minorias e a não repressão de ideias que possam parecer afastar-se de padrões estabelecidos, que
possam parecer absurdas (...).” (MORIN, E. Ética, cultura e educação. São Paulo: Cortez, 2001, p. 32)
Para que a avaliação seja mais democrática e inclusiva devemos então, tentar estabelecer com nossos alunos avaliações que
não os coloquem afastados com padrões de respostas que pareçam absurdas como nos afirma Morin. Para considerarmos
esse contexto de avaliação mais democrática, esta deve apresentar uma dimensão
A Resolução CEB nº 3, de 26 de junho de 1998, institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Uma das principais tônicas que permeiam o documento DCNEM com relação ao mundo do trabalho é
“Há a demanda pela definição do papel do coordenador pedagógico; certamente esta busca reflete o
desejo de redefinição da atuação do profissional.” (VASCONCELOS, Celso dos Santos.
Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de
aula. São Paulo: Libertad, 2002, p. 86)
Concordando com o autor acima, numa perspectiva de educação emancipatória, assinale abaixo a principal função da
coordenação pedagógica.
“A contradição entre as classes marca a questão educacional e o papel da escola. Quando a
sociedade capitalista tende a generalizar a escola, esta generalização aparece de forma
contraditória, porque a sociedade burguesa preconizou a generalização da educação escolar
básica.”
(SAVIANI, Dermeval. O trabalho como princípio educativo frente as novas tecnologias. In:
Novas tecnologias, trabalho e educação. Petrópolis /RJ: Vozes, 1994
O trecho acima de Dermeval Saviani chama atenção e analisa a escola no prisma da sociedade burguesa. Tal sociedade
entende ser função da escola
Uma comunidade da periferia da cidade atravessa problemas com a subprefeitura responsável pelas demandas dos seus moradores. Em função das reformas para a chamada “modernização do bairro”, aquele espaço de moradia está mapeado como área reservada à construção de viadutos para maior circulação de veículos. Por conta da ameaça de remoção de suas casas, as relações interpessoais estão fragilizadas e os estudantes da escola local sofrem com os reflexos do problema. Tendo em vista a situação acima relatada e sua relação com a escola local, é correto afirmar que
Não é possível fazer-se profissional da aprendizagem nas condições atuais, marcadas tão insistentemente
pela lógica do instrucionismo. Há que mudar radicalmente o processo de formação, estudar como parte
integrante do exercício profissional, ser capaz do projeto pedagógico próprio, saber pesquisar e elaborar. Ao
mesmo tempo, é essencial imprimir à profissão o horizonte de atualização imprescindível para quem, pela
reconstrução do conhecimento com qualidade formal e política, direciona os tempos. (DEMO. P. Ironias da
educação: mudança e contos sobre mudança. Rio de Janeiro: DP&A, 2000)
O momento educacional atual mais do que nunca requer uma formação de professores comprometidos com o ensino/
aprendizagem, com a luta pelo acesso aos direitos básicos do cidadão. Para isso e muito mais faz-se necessário também tratar
sobre a perspectiva intercultural da educação na formação de professores. Em tal perspectiva valoriza-se os (as)
“O importante e bonito do mundo é
Isso: que as pessoas não estão
Sempre iguais, ainda não foram
Terminadas, mas que elas vão
Sempre mudando. Afinam e desafinam.”
(Guimarães Rosa)
O trabalho educativo permite essa transformação da subjetividade do sujeito de que fala Guimarães Rosa. Logo, o que
caracteriza a excelência do trabalho educativo universitário é também a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão,
ou seja,
“Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no
seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.”
(Paulo Freire)
Uma outra contribuição de Paulo Freire é a sua concepção de currículo, ou seja, na verdade ele trabalha muito mais com
teorias do que com currículos. Sendo assim, Freire valoriza a dimensão filosófica do “currículo” como devendo ser