A dor que o eu lírico sente pela ausência do outro ao longo das estrofes:
Leia o texto abaixo e responda às questões de 1 a 7:
ENTÃO, ADEUS!
(Lygia Fagundes Telles)
Isto aconteceu na Bahia, numa tarde em que eu visitava
a mais antiga e arruinada igreja que encontrei por lá, perdida na
última rua do último bairro. Aproximou-se de mim um padre
velhinho, mas tão velhinho, tão velhinho que mais parecia feito
de cinza, de teia, de bruma, de sopro do que de carne e osso.
Aproximou-se e tocou o meu ombro:
— Vejo que aprecia essas imagens antigas — sussurroume
com sua voz débil. E descerrando os lábios murchos num
sorriso amável: - Tenho na sacristia algumas preciosidades. Quer
vê-las?
Solícito e trêmulo foi-me mostrando os pequenos
tesouros da sua igreja: um mural de cores remotas e tênues como
as de um pobre véu esgarçado na distância; uma Nossa Senhora
de mãos carunchadas e grandes olhos cheios de lágrimas; dois
anjos tocheiros que teriam sido esculpidos por Aleijadinho, pois
dele tinham a inconfundível marca nos traços dos rostos severos
e nobres, de narizes já carcomidos... Mostrou-me todas as
raridades, tão velhas e tão gastas quanto ele próprio. Em
seguida, desvanecido com o interesse que demonstrei por tudo,
acompanhou-me cheio de gratidão até a porta.
— Volte sempre — pediu-me.
— Impossível — eu disse. — Não moro aqui, mas, em todo
o caso, quem sabe um dia... — acrescentei sem nenhuma
esperança.
— E então, até logo! — ele murmurou descerrando os
lábios num sorriso que me pareceu melancólico como o destroço
de um naufrágio.
Olhei-o. Sob a luz azulada do crepúsculo, aquela face
branca e transparente era de tamanha fragilidade, que cheguei a
me comover. Até logo?... “Então, adeus!", ele deveria ter dito. Eu
ia embarcar para o Rio no dia seguinte e não tinha nenhuma ideia
de voltar tão cedo à Bahia. E mesmo que voltasse, encontraria
ainda de pé aquela igrejinha arruinada que achei por acaso em
meio das minhas andanças? E mesmo que desse de novo com
ela, encontraria vivo aquele ser tão velhinho que mais parecia um
antigo morto esquecido de partir?!...
Ouça, leitor: tenho poucas certezas nesta incerta vida,
tão poucas que poderia enumerá-las nesta breve linha. Porém,
uma certeza eu tive naquele instante, a mais absoluta das
certezas: “Jamais o verei." Apertei-lhe a mão, que tinha a mesma
frialdade seca da morte.
— Até logo! - eu disse cheia de enternecimento pelo seu
ingênuo otimismo.
Afastei-me e de longe ainda o vi, imóvel no topo da
escadaria. A brisa agitava-lhe os cabelos ralos e murchos como
uma chama prestes a extinguir-se. “Então, adeus!", pensei
comovida ao acenar-lhe pela última vez. “Adeus."
(...)
Durante o jantar ruidoso e calorento, lembrei-me de
Kipling. “Sim, grande e estranho é o mundo. Mas principalmente
estranho..."
Meu vizinho da esquerda quis saber entre duas garfadas:
— Então a senhora vai mesmo nos deixar amanhã?
Olhei para a bolsa que tinha no regaço e dentro da qual
já estava minha passagem de volta com a data do dia seguinte.
E sorri para o velhinho lá na ponta da mesa.
— Ah, não sei... Antes eu sabia, mas agora já não sei.
http://www.releituras.com/lftelles_entaoadeus.asp - acesso em 11/01/2017
Ao ler o texto apresentado, podemos notar que: I. a personagem principal se despediu do padre, acreditando nunca mais o ver, por isso disse Adeus. II. a personagem principal se despediu dizendo Adeus, pois não se identificou com a cidade visitada. III. o padre se mostrou uma pessoa pouco simpática. É correto o que se afirma apenas em
A questão refere-se ao poema seguinte:
Das afirmações seguintes: I. O poema apresenta algumas imagens que, à primeira vista, parecem ser surrealistas. II. Entre as opções do homem e suas ações, existe uma contradição. III. Os dois últimos versos do poema apresentam um exemplo de inversão.
Pelas características do texto, qual a função predominante?
Que sentido no texto o autor atribui à palavra “cristandade"?
O sentido da expressão destacada no texto
O indianismo foi uma das principais tendências do Romantismo brasileiro e colaborou sobremaneira para a construção da identidade nacional. Os escritores, com o objetivo de definir a etnia brasileira, viam no índio, mais que o branco (colonizador português) ou o negro (vindo de outro continente) o verdadeiro representante da raça brasileira.
Assinale a alternativa que comprova essa afirmação.
Nos versos ― É ferida que dói e não se sente. /É um contentamento descontente. ‖ De Luís de Camões existe a presença de uma figura de linguagem. Ela pode ser classificada como:
O soneto é um tipo textual clássico, muito valorizado e utilizado por muitos poetas durante a história da literatura. Qual das alternativas abaixo está correta com relação ao soneto:
O poema foi publicado no livro “A rosa do povo”, de 1945, que reúne textos escritos por Drummond durante a Segunda Guerra Mundial e a ditadura do Estado Novo, instaurada por Getúlio Vargas no Brasil. Considerando esse fato, indique a afirmativa falsa.
Apesar de o personagem-narrador aparentar pedir desculpas ao leitor pela narrativa que apresentará, não desiste de escrever e atribui a necessidade de escrever
Em relação ao texto, chega-se à conclusão de que
Das afirmações seguintes:
I- O eu lírico é uma mulher e representa todas as mulheres da história humana, inclusive as consideradas “anormais".
II- No verso “no sulco que os pés escreveram" a função sintática do pronome relativo destacado é de objeto direto.
III- Em “as que comiam terra", a função sintática do pronome relativo destacado é de predicativo do sujeito.
Leia o fragmento seguinte do poema “José", de Carlos Drummond de Andrade, e avalie as afirmativas apresentadas sobre ele.
I. A palavra “se" repete-se sempre na mesma posição caracterizando a figura de linguagem denominada “anáfora".
II. A palavra “se" é valorizada pelo eco que faz no interior de outras palavras.
III. O jogo sonoro apoia-se na alternância de sílabas fortes e fracas.
IV. A força de contraste presente nos dois versos finais apoia-se na alternância entre as sílabas fortes e fracas do poema.
Estão corretas as afirmativas:
Leia o trecho e indique a alternativa correta:
“Para que ocorra polissemia é necessário que haja alguma relação de sentidos entre os possíveis sentidos da palavra ambígua".
(Ribeiro, Ana Claudia Dias, 2015)
Por exemplo: