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Esaú e Jacó

Ora, aí está justamente a epígrafe do livro, se eu lhe

quisesse pôr alguma, e não me ocorresse outra. Não é

somente um meio de completar as pessoas da narração

com as ideias que deixarem, mas ainda um par de lunetas

para que o leitor do livro penetre o que for menos claro ou

totalmente escuro.

Por outro lado, há proveito em irem as pessoas da

minha história colaborando nela, ajudando o autor, por

uma lei de solidariedade, espécie de troca de serviços,

entre o enxadrista e os seus trebelhos.

Se aceitas a comparação, distinguirás o rei e a dama,

o bispo e o cavalo, sem que o cavalo possa fazer de torre,

nem a torre de peão. Há ainda a diferença da cor, branca

e preta, mas esta não tira o poder da marcha de cada

peça, e afinal umas e outras podem ganham a partida, e

assim vai o mundo.

ASSIS, M. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1964 (fragmento).

O fragmento do romance Esaú e Jacó mostra como o

narrador concebe a leitura de um texto literário. Com base

nesse trecho, tal leitura deve levar em conta

Um dia, meu pai tomou-me pela mão, minha mãe

beijou-me a testa, molhando-me de lágrimas os cabelos

e eu parti.

Duas vezes fora visitar o Ateneu antes da minha

instalação.

Ateneu era o grande colégio da época. Afamado por

um sistema de nutrido reclame, mantido por um diretor

que de tempos a tempos reformava o estabelecimento,

pintando-o jeitosamente de novidade, como os

negociantes que liquidam para recomeçar com artigos de

última remessa; o Ateneu desde muito tinha consolidado

crédito na preferência dos pais, sem levar em conta a

simpatia da meninada, a cercar de aclamações o bombo

vistoso dos anúncios.

O Dr. Aristarco Argolo de Ramos, da conhecida família

do Visconde de Ramos, do Norte, enchia o império com o

seu renome de pedagogo. Eram boletins de propaganda

pelas províncias, conferências em diversos pontos da

cidade, a pedidos, à substância, atochando a imprensa

dos lugarejos, caixões, sobretudo, de livros elementares,

fabricados às pressas com o ofegante e esbaforido

concurso de professores prudentemente anônimos,

caixões e mais caixões de volumes cartonados em

Leipzig, inundando as escolas públicas de toda a parte

com a sua invasão de capas azuis, róseas, amarelas,

em que o nome de Aristarco, inteiro e sonoro, ofereciase

ao pasmo venerador dos esfaimados de alfabeto dos

confins da pátria. Os lugares que os não procuravam

eram um belo dia surpreendidos pela enchente, gratuita,

espontânea, irresistível! E não havia senão aceitar a

farinha daquela marca para o pão do espírito.

POMPÉIA, R. O Ateneu. São Paulo: Scipione, 2005

Ao descrever o Ateneu e as atitudes de seu diretor, o

narrador revela um olhar sobre a inserção social do

colégio demarcado pela

O nascimento da crônica

Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. É dizer: Que calor! Que desenfreado calor! Diz-se isto, agitando as pontas do lenço, bufando como um touro, ou simplesmente sacudindo a sobrecasaca. Resvala-se do calor aos fenômenos atmosféricos, fazemse algumas conjeturas acerca do sol e da lua, outras sobre a febre amarela, manda-se um suspiro a Petrópolis, e La glace est rompue; está começada a crônica. Mas, leitor amigo, esse meio é mais velho ainda do que as crônicas, que apenas datam de Esdras. Antes de Esdras, antes de Moisés, antes de Abraão, Isaque e Jacó, antes mesmo de Noé, houve calor e crônicas. No paraíso é provável, é certo que o calor era mediano, e não é prova do contrário o fato de Adão andar nu. Adão andava nu por duas razões, uma capital e outra provincial. A primeira é que não havia alfaiates, não havia sequer casimiras; a segunda é que, ainda havendo-os, Adão andava baldo ao naipe. Digo que esta razão é provincial, porque as nossas províncias estão nas circunstâncias do primeiro homem.

ASSIS, M. In: SANTOS, J .F. As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007 (fragmento).

Um dos traços fundamentais da vasta obra literária de Machado de Assis reside na preocupação com a expressão e com a técnica de composição. Em O nascimento da crônica, Machado permite ao leitor entrever um escritor ciente das características da crônica, como

Texto I



Eu amo a rua. Esse sentimento de natureza toda íntima não vos seria revelado por mim se não julgasse, e razões não tivesse para julgar, que este amor assim absoluto e assim exagerado é partilhado por todos vós. Nós somos irmãos, nós nos sentimos parecidos e iguais; nas cidades, nas aldeias, nos povoados, não porque soframos, com a dor e os desprazeres, a lei e a polícia, mas porque nos une, nivela e agremia o amor da rua. É este mesmo o sentimento imperturbável e indissolúvel, o único que, como a própria vida, resiste às idades e às épocas.
RIO, J. A rua. In: A alma encantadora das ruas. São Paulo: Companhia das Letras, 2008 (fragmento).



Texto II



A rua dava-lhe uma força de fisionomia, mais consciência dela. Como se sentia estar no seu reino, na região em que era rainha e imperatriz. O olhar cobiçoso dos homens e o de inveja das mulheres acabavam o sentimento de sua personalidade, exaltavam-no até. Dirigiu-se para a rua do Catete com o seu passo miúdo e sólido. [...] No caminho trocou cumprimento com as raparigas pobres de uma casa de cômodos da vizinhaça.
[...] E debaixo dos olhares maravilhados das pobres raparigas, ela continuou o seu caminho, arrepanhando a saia, satisfeita que nem uma duquesa atravessando os seus domínios.
BARRETO, L. Um e outro. In: Clara dos anjos. Rio de Janeiro: Editora Mérito (fragmento).



A experiência urbana é um tema recorrente em crônicas, contos e romances do final do século XIX e início do XX, muitos dos quais elegem a rua para explorar essa experiência. Nos fragmentos I e II, a rua é vista, respectivamente, como lugar que

Quincas Borba mal podia encobrir a satisfação do triunfo. Tinha uma asa de frango no prato, e trincava-a com filosófica serenidade. Eu fiz-lhe ainda algumas objeções, mas tão frouxas, que ele não gastou muito tempo em destruí-las.

— Para entender bem o meu sistema, concluiu ele, importa não esquecer nunca o princípio universal, repartido e resumido em cada homem. Olha: a guerra, que parece uma calamidade, é uma operação conveniente, como se disséssemos o estalar dos dedos de Humanitas; a fome (e ele chupava filosoficamente a asa do frango), a fome é uma prova a que Humanitas submete a própria víscera. Mas eu não quero outro documento da sublimidade do meu sistema, senão este mesmo frango. Nutriu-se de milho, que foi plantado por um africano, suponhamos, importado de Angola. Nasceu esse africano, cresceu, foi vendido; um navio o trouxe, um navio construído de madeira cortada no mato por dez ou doze homens, levado por velas, que oito ou dez homens teceram, sem contar a cordoalha e outras partes do aparelho náutico. Assim, este frango, que eu almocei agora mesmo, é o resultado de uma multidão de esforços e lutas, executadas com o único fim de dar mate ao meu apetite. ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Civilização Brasiliense, 1975 .

A filosofia de Quincas Borba — a Humanitas — contém princípios que, conforme a explanação do personagem, consideram a cooperação entre as pessoas uma forma de


Capítulo III



Um criado trouxe o café. Rubião pegou na xícara e, enquanto lhe deitava açúcar, ia disfarçadamente mirando a bandeja, que era de prata lavrada. Prata, ouro, eram os metais que amava de coração; não gostava de bronze, mas o amigo Palha disse-lhe que era matéria de preço, e assim se explica este par de figuras que esta aqui na sala: um Mefistófeles e um Fausto. Tivesse, porém, de escolher, escolheria a bandeja - primor de argentaria, execução fina e acabada. O criado esperava teso e sério. Era espanhol; e não foi sem resistência que Rubião o aceitou das mãos de Cristiano; por mais que lhe dissesse que estava acostumado aos seus crioulos de Minas, e não queria línguas estrangeiras em casa, o amigo Palha insistiu, demonstrando-lhe a necessidade de ter criados brancos. Rubião cedeu com pena. O seu bom pajem, que ele queria pôr na sala, como um pedaço da província, nem pôde deixar na cozinha, onde reinava um francês, Jean; foi degradado a outros serviços.
ASSIS, M. Quincas Borba. In: Obra completa. V.1. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993 (fragmento).



Quincas Borba situa-se entre as obras-primas do autor e da literatura brasileira. No fragmento apresentado, a peculiaridade do texto que garante a universalização de sua abordagem reside

Leia o texto e examine a ilustração:

Óbito do autor

(....) expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de

1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos,

rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui

acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não

houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia − peneirava − uma chuvinha

miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis

da última hora a intercalar esta engenhosa idéia no discurso que proferiu à beira

de minha cova: −"Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer

comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos

mais belos caracteres que tem honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas

gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe

funéreo, tudo isto é a dor crua e má que lhe rói à natureza as mais íntimas

entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado." (....)

Compare o texto de Machado de Assis com a ilustração de Portinari. É correto afirmar que a ilustração do pintor

No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo de época: o romantismo.
“Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.”
ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson,1957
A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao romantismo está transcrita na alternativa:

O texto abaixo foi extraído de uma crônica de Machado de Assis e refere-se ao

trabalho de um escravo.

?Um dia começou a guerra do Paraguai e durou cinco anos, João repicava e

dobrava, dobrava e repicava pelos mortos e pelas vitórias. Quando se

decretou o ventre livre dos escravos, João é que repicou. Quando se fez a

abolição completa, quem repicou foi João. Um dia proclamou-se a

República. João repicou por ela, repicaria pelo Império, se o Império

retornasse.

(MACHADO, Assis de. Crônica sobre a morte do escravo João, 1897)

A leitura do texto permite afirmar que o sineiro João:

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