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— O senhor pensa que eu tenho alguma fábrica de dinheiro? (O diretor diz essas coisas a ele, mas olha para todos como quem quer dar uma explicação a todos. Todas as caras sorriem.) Quando seu filho esteve doente, eu o ajudei como pude. Não me peça mais nada. Não me encarregue de pagar as suas contas: já tenho as minhas, e é o que me basta... (Risos.)
    O diretor tem o rosto escanhoado, a camisa limpa. A palavra possui um tom educado, de pessoa que convive com gente inteligente, causeuse. O rosto do Dr. Rist resplandece, vermelho e glabro. Um que outro tem os olhos no chão, a atitude discreta.
    Naziazeno espera que ele lhe dê as costas, vá reatar a palestra interrompida, aquelas observações sobre a questão social, comunismo e integralismo.

MACHADO, D. Os ratos. São Paulo: Círculo do Livro, s/d.

A ficção modernista explorou tipos humanos em situação de conflito social. No fragmento do romancista gaúcho, esse conflito revela a

Na obra de Guimarães Rosa, destaca-se o aspecto afetivo no contorno da paisagem dos sertões mineiros. Nesse fragmento, o narrador empresta à cena uma expressividade apoiada na

O texto é um depoimento de Manuel Bandeira a respeito
da criação de um de seus poemas mais conhecidos.
De acordo com esse depoimento, o fazer poético em
“Vou-me embora pra Pasárgada!”

As soluções de linguagem encontradas pelo narrador
projetam uma perspectiva lírica da paisagem
contemplada. Essa projeção alinha-se ao poético na
medida em que

Uma ouriça

Se o de longe esboça lhe chegar perto,
se fecha (convexo integral de esfera),
se eriça (bélica e multiespinhenta):
e, esfera e espinho, se ouriça à espera.
Mas não passiva (como ouriço na loca);
nem só defensiva (como se eriça o gato);
sim agressiva (como jamais o ouriço),
do agressivo capaz de bote, de salto
(não do salto para trás, como o gato):
daquele capaz de salto para o assalto.

Se o de longe lhe chega em (de longe),
de esfera aos espinhos, ela se desouriça.
Reconverte: o metal hermético e armado
na carne de antes (côncava e propícia),
e as molas felinas (para o assalto),
nas molas em espiral (para o abraço).

MELO NETO, J. C. A educação pela pedra. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997.

Com apuro formal, o poema tece um conjunto semântico que metaforiza a atitude feminina de

Menina

   A máquina de costura avançava decidida sobre o pano. Que bonita que a mãe era, com os alfinetes na boca. Gostava de olhá-la calada, estudando seus gestos, enquanto recortava retalhos de pano com a tesoura. Interrompia às vezes seu trabalho, era quando a mãe precisava da tesoura. Admirava o jeito decidido da mãe ao cortar pano, não hesitava nunca, nem errava. A mãe sabia tanto! Tita chamava-a de ( ) como quem diz ( ). Tentava não pensar as palavras, mas sabia que na mesma hora da tentativa tinha-as pensado. Oh, tudo era tão difícil. A mãe saberia o que ela queria perguntar-lhe intensamente agora quase com fome depressa depressa antes de morrer, tanto que não se conteve e — Mamãe, o que é desquitada? — atirou rápida com uma voz sem timbre. Tudo ficou suspenso, se alguém gritasse o mundo acabava ou Deus aparecia — sentia Ana Lúcia. Era muito forte aquele instante, forte demais para uma menina, a mãe parada com a tesoura no ar, tudo sem solução podendo desabar a qualquer pensamento, a máquina avançando desgovernada sobre o vestido de seda brilhante espalhando luz luz luz.

ÂNGELO, I. Menina. In: A face horrível. São Paulo: Lazuli, 2017.

Escrita na década de 1960, a narrativa põe em evidência uma dramaticidade centrada na


O desenvolvimento das grandes cidades e a consequente

concentração populacional nos centros urbanos geraram

mudanças importantes no comportamento dos indivíduos

em sociedade. No poema de Mário de Andrade, publicado

na década de 1940, a vida na metrópole aparece

representada pela contraposição entre

Poema tirado de uma notícia de jornal

João Gostoso era carregador de feira livre e morava

no morro da Babilônia num barracão sem número.

Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro

Bebeu

Cantou

Dançou

Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e

morreu afogado.

BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira: poesias reunidas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1980

No poema de Manuel Bandeira, há uma ressignificação

de elementos da função referencial da linguagem pela

Cântico VI

Tu tens um medo de

Acabar.

Não vês que acabas todo o dia.

Que morres no amor.

Na tristeza.

Na dúvida.

No desejo.

Que te renovas todo dia.

No amor.

Na tristeza.

Na dúvida.

No desejo.

Que és sempre outro.

Que és sempre o mesmo.

Que morrerás por idades imensas.

Até não teres medo de morrer.

E então serás eterno.

MEIRELES, C. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 1963 (fragmento).

A poesia de Cecília Meireles revela concepções sobre o

homem em seu aspecto existencial. Em Cântico VI, o eu

lírico exorta seu interlocutor a perceber, como inerente à

condição humana,

TEXTO I

Versos de amor

A um poeta erótico Oposto ideal ao meu ideal conservas. Diverso é, pois, o ponto outro de vista Consoante o qual, observo o amor, do egoísta Modo de ver, consoante o qual, o observas. Porque o amor, tal como eu o estou amando, É Espírito, é éter, é substãncia fluida, É assim como o ar que a gente pega e cuida, Cuida, entretanto, não o estar pegando! É a transubstanciação de instintos rudes, Imponderabilíssima, e impalpável, Que anda acima da carne miserável Como anda a garça acima dos açudes! ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996 (fragmento).

TEXTO II

Arte de amar Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.

A alma é que estraga o amor. Só em Deus ela pode encontrar satisfação. Não noutra alma. Só em Deus — ou fora do mundo. As almas são incomunicáveis. Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo. Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993

Os Textos I e II apresentam diferentes pontos de vista sobre o tema amor. Apesar disso, ambos definem esse sentimento a partir da oposição entre

Vai, a Sol

Ora o pássaro careceu de fazer necessidade, fez e o herói ficou escorrendo sujeira de urubu. Já era de madrugadinha e o tempo estava inteiramente frio. Macunaíma acordou tremendo, todo lambuzado. Assim mesmo examinou bem a pedra mirim da ilhota para vê si não havia alguma cova com dinheiro enterrado. Não havia não. Nem a correntinha encantada de prata que indica pro escolhido, tesouro de holandês. Havia só as formigas jaquitaguas ruivinhas.

Então passou Caivanogue, a estrela da manhã. Macunaíma já meio enjoado de tanto viver pediu pra ela que o carregasse pro céu.

Caivanogue foi se chegando porém o herói fedia muito.

— Vá tomar banho! — ela fez. E foi-se embora. Assim nasceu a expressão "Vá tomar banho" que os brasileiros empregam se referindo a certos imigrantes europeus. ANDRADE, M. Macunaíma: o herói sem nenhum caráter. Rio de Janeiro: Agir, 2008

O fragmento de texto faz parte do capítulo VII, intitulado "Vei, a Sol", do livro Macunaíma, de Mário de Andrade, pertencente à primeira fase do Modernismo brasileiro. Considerando a linguagem empregada pelo narrador, é possível identificar

Carta ao Tom 74

Rua Nascimento Silva, cento e sete

Você ensinando pra Elizete

As canções de canção do amor demais

Lembra que tempo feliz

Ah, que saudade,

Ipanema era só felicidade

Era como se o amor doesse em paz

Nossa famosa garota nem sabia

A que ponto a cidade turvaria

Esse Rio de amor que se perdeu

Mesmo a tristeza da gente era mais bela

E além disso se via da janela

Um cantinho de céu e o Redentor

É, meu amigo, só resta uma certeza,

É preciso acabar com essa tristeza

É preciso inventar de novo o amor

MORAES, V.; TOQUINHO. Bossa Nova, sua história, sua gente.

São Paulo: Universal; Philips,1975 (fragmento).

O trecho da canção de Toquinho e Vinícius de Moraes

apresenta marcas do gênero textual carta, possibilitando

que o eu poético e o interlocutor

Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo.

Não é.

A coisa mais fina do mundo é o sentimento.

Aquele dia de noite, o pai fazendo serão, ela falou comigo:

"Coitado, até essa hora no serviço pesado".

Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.

Não me falou em amor.

Essa palavra de luxo.

PRADO, A. Poesia reunida. São Paulo: Siciliano, 1991

Um dos procedimentos consagrados pelo Modernismo foi a percepção de um lirismo presente nas cenas e fatos do cotidiano. No poema de Adélia Prado, o eu lírico resgata a poesia desses elementos a partir do(a)



No fragmento, as escolhas lexicais remetem às

origens geográficas e sociais da literatura de cordel.

Exemplifica essa remissão o uso de palavras como

Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré história havia a préhistoria da pré historia e há via o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o que, mas sei que o universo jamais começou.
[...]
Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Como começar pelo incio, se as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes de pré pré historia já havia os monstros apocalípticos? Se esta historia não existe, passara a existir. Pensar é um ato.Sentir é um fato. Os dois juntos – sou eu que escrevo o que estou escrevendo [...]Felicidades? Nunca vi palavra mais doida, inventada pelas nordestinas que andam por aí aos montes.
Como eu ireis dizer agora, esta historia será o resultado de uma visao gradual – há dois anos e meio venho aos poucos descobrindo os porquês. É visao da iminência de.De que? Quem sabe se mais tarde saberei. Como que estou escrevendo na hora mesma em que sou lido. Só não inicio pelo fim que justificaria o começo – como a morte parece dizer sobre a vida – porque preciso registrar os fatos antecedentes
LISPECTOR. C . A hora da estrala. Rio de Janeiro; Rocco 1998 (fragmentado).



A elaboração de uma voz narrativa peculiar acompanha a trajetoria literária de Clarice Lispector, culminada com a obra. A hora da estrela de 1977, ano da morte da escritora. Nesse fragmento, nota-se essa peculiaridade porque o narrador

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