Analise o seguinte fragmento do Texto 2: “Os indicadores apontam que o problema começa na alta taxa de distorção idade-série do Fundamental, superior a 40% entre adolescentes de 13 a 16 anos”. Para compreender esse trecho, é fundamental que:
Assinale a alternativa que apresenta a síntese do tema em torno do qual se desenvolve o Texto 1
Para circular em contextos públicos formais, um texto escrito deve estar de acordo com a norma-padrão da língua. Assinale a alternativa em que as normas da concordância verbal foram atendidas.
Após a leitura dos textos, responda às questões
que se seguem.
Texto 1
1 No Brasil de hoje, talvez no mundo, parece
haver um duplo fenômeno de proliferação dos
poetas e de diminuição da circulação da poesia (por
exemplo, no debate público e no mercado). Uma
das possíveis explicações para isso é a resistência
que a poesia tem de se tornar um produto mercantil,
ou seja, de se tornar objeto da cultura de massas.
Ao mesmo tempo, numa sociedade de consumo e
laica, parece não haver mais uma função social
para o poeta, substituído por outros personagens. A
poesia, compreendida como a arte de criar poemas,
se tornou anacrônica?
2 Parece-me que a poesia escrita sempre será
– pelo menos em tempo previsível – coisa para
poucas pessoas. É que ela exige muito do seu
leitor. Para ser plenamente apreciado, cada poema
deve ser lido lentamente, em voz baixa ou alta, ou
ainda “aural", como diz o poeta Jacques Roubaud.
Alguns de seus trechos, ou ele inteiro, devem ser
relidos, às vezes mais de uma vez. Há muitas
coisas a serem descobertas num poema, e tudo
nele é sugestivo: os sentidos, as alusões, a
sonoridade, o ritmo, as relações paronomásicas, as
aliterações, as rimas, os assíndetos, as
associações icônicas etc. Todos os componentes
de um poema escrito podem (e devem) ser levados
em conta. Muitos deles são inter-relacionados. Tudo
isso deve ser comparado a outros poemas que o
leitor conheça. E, de preferência, o leitor deve ser
familiarizado com os poemas canônicos. (...) O
leitor deve convocar e deixar que interajam uns com
os outros, até onde não puder mais, todos os
recursos de que dispõe: razão, intelecto,
experiência, cultura, emoção, sensibilidade,
sensualidade, intuição, senso de humor, etc.
3 Sem isso tudo, a leitura do poema não
compensa: é uma chatice. Um quadro pode ser
olhado en passant; um romance, lido à maneira
dinâmica; uma música, ouvida distraidamente; um
filme, uma peça de teatro, um ballet, idem. Um
poema, não. Nada mais entediante do que a leitura
desatenta de um poema. Quanto melhor ele for,
mais faculdades nossas, e em mais alto grau, são
por ele solicitadas e atualizadas. É por isso que
muita gente tem preguiça de ler um poema, e muita
gente jamais o faz. Os que o fazem, porém, sabem
que é precisamente a exigência do poema – a
interação e a atualização das nossas faculdades –
que constitui a recompensa (incomparável) que ele
oferece ao seu leitor. Mas os bons poemas são
raridades. A função do poeta é fazer essas
raridades. Felizmente, elas são anacrônicas, porque
nos fazem experimentar uma temporalidade
inteiramente diferente da temporalidade utilitária em
que passamos a maior parte das nossas vidas.
(CÍCERO, Antônio. In: antoniocicero. Hogspot.com.br/
2008_09_01archive.html (adaptado de uma entrevista).
Em cada um dos períodos a seguir há uma oração subordinada adverbial: “Nada mais entediante do que a leitura desatenta de um poema. Quanto melhor ele for, mais faculdades nossas, e em mais alto grau, são por ele solicitadas e atualizadas.” (§ 3) Elas expressam, respectivamente:
Texto 2
1 Para o Brasil o homem da África foi trazido
principalmente como mão de obra: a mão de obra
capaz de substituir o indígena, pois este não estava
afeito ao trabalho sedentário e de rotina da lavoura.
(...)
2 Foi particularmente o escravo que influiu na
organização econômica e social do Brasil,
constituindo a escravidão uma daquelas três forças
– as outras duas, a monocultura e o latifúndio – que
caracterizam o processo de exploração da nova
terra portuguesa; e que fixaram igualmente a
paisagem social da vida de família ou coletiva no
Brasil. Esta distinção já a fazia Joaquim Nabuco,
em 1881, antecipando-se assim aos modernos
estudos de interpretação antropológica ou
sociológica sobre o negro: “o mau elemento da
população não foi a raça negra, mas essa raça
reduzida ao cativeiro", escreveu ele em “O
Abolicionismo".
3 Essa situação de escravo, portanto, marca
como traço fundamental e indispensável de ser
assinalada a presença do negro africano no Brasil;
a influência não foi do negro em si, mas do escravo
e da escravidão, já observou Gilberto Freyre.
Como escravo, e por causa da escravidão, o negro
africano teve sua vida perturbada; dela afastado
bruscamente, misturou-se com outros grupos
culturais. Esta circunstância contribuiu para que os
5
valores culturais de que era portador fossem
prejudicados em sua completa autenticidade ao se
integrar no Brasil.
4 Não puderam os escravos negros manter
íntegra sua cultura, nem utilizar preferentemente
suas técnicas em relação ao novo meio. Não foi
possível aos negros revelarem e aplicarem todo o
seu conjunto cultural: ou porque, ao contato com
outros grupos negros, receberam ou perderam
certos elementos culturais, ou porque, como
escravos, tiveram sua cultura deturpada. Daí os
sincretismos e os processos transculturativos.
5 Talvez este fato tenha concorrido para fazer
com que no novo meio nem sempre fosse o negro
um conformado; um joão-bobo que aceitasse
pacificamente o que lhe era imposto. Foi, ao
contrário, e por vezes através de processos
bastante expressivos – e o caso dos Palmares é
típico –, um rebelado.
(JÚNIOR, M. Diégues. Etnias e culturas no Brasil. 4 ed.: Rio,
Paralelo, INL, 1972, p. 85-6.)
Acerca da oração: “Esta distinção já a fazia Joaquim Nabuco, em 1881” (§ 2), pode-se afirmar que:
Texto 2
1 Para o Brasil o homem da África foi trazido
principalmente como mão de obra: a mão de obra
capaz de substituir o indígena, pois este não estava
afeito ao trabalho sedentário e de rotina da lavoura.
(...)
2 Foi particularmente o escravo que influiu na
organização econômica e social do Brasil,
constituindo a escravidão uma daquelas três forças
– as outras duas, a monocultura e o latifúndio – que
caracterizam o processo de exploração da nova
terra portuguesa; e que fixaram igualmente a
paisagem social da vida de família ou coletiva no
Brasil. Esta distinção já a fazia Joaquim Nabuco,
em 1881, antecipando-se assim aos modernos
estudos de interpretação antropológica ou
sociológica sobre o negro: “o mau elemento da
população não foi a raça negra, mas essa raça
reduzida ao cativeiro", escreveu ele em “O
Abolicionismo".
3 Essa situação de escravo, portanto, marca
como traço fundamental e indispensável de ser
assinalada a presença do negro africano no Brasil;
a influência não foi do negro em si, mas do escravo
e da escravidão, já observou Gilberto Freyre.
Como escravo, e por causa da escravidão, o negro
africano teve sua vida perturbada; dela afastado
bruscamente, misturou-se com outros grupos
culturais. Esta circunstância contribuiu para que os
5
valores culturais de que era portador fossem
prejudicados em sua completa autenticidade ao se
integrar no Brasil.
4 Não puderam os escravos negros manter
íntegra sua cultura, nem utilizar preferentemente
suas técnicas em relação ao novo meio. Não foi
possível aos negros revelarem e aplicarem todo o
seu conjunto cultural: ou porque, ao contato com
outros grupos negros, receberam ou perderam
certos elementos culturais, ou porque, como
escravos, tiveram sua cultura deturpada. Daí os
sincretismos e os processos transculturativos.
5 Talvez este fato tenha concorrido para fazer
com que no novo meio nem sempre fosse o negro
um conformado; um joão-bobo que aceitasse
pacificamente o que lhe era imposto. Foi, ao
contrário, e por vezes através de processos
bastante expressivos – e o caso dos Palmares é
típico –, um rebelado.
(JÚNIOR, M. Diégues. Etnias e culturas no Brasil. 4 ed.: Rio,
Paralelo, INL, 1972, p. 85-6.)
O sinal de dois-pontos, usado após “mão de obra” (§ 1), anuncia:
Texto 3
Banzo
Raimundo Correia
Visões que n‟alma o céu do exílio incuba,
Mortais visões! Fuzila o azul infando...
Coleia, basilisco de ouro, ondeando
O Níger... Bramem leões de fulva juba...
Uivam chacais... Ressoa a fera tuba
Dos cafres, pelas grotas retumbando,
E a estralada das árvores, que um bando
De paquidermes colossais derruba...
Como o guaraz nas rubras penas dorme,
Dorme em ninhos de sangue o sol oculto...
Fuma o saibro africano incandescente...
Vai co‟a sombra crescendo o vulto enorme
Do baobá... E cresce n‟alma o vulto
De uma tristeza, imensa, imensamente...
(In: RAMOS, Péricles Eugênio da Silva. Panorama da poesia
brasileira. Rio, Civilização Brasileira, 1959, v. III, p. 90-1.)
Dentre os recursos formais a seguir, o poeta evita recorrer apenas ao que se lê em:
Atenção: As questões de números 1 a 6 referem-se ao texto seguinte.
A velhinha contrabandista
Todos os dias uma velhinha atravessava a ponte entre dois países, de bicicleta e carregando uma bolsa. E todos os dias era
revistada pelos guardas da fronteira, à procura de contrabando. Os guardas tinham certeza que a velhinha era contrabandista, mas
revistavam a velhinha, revistavam a sua bolsa e nunca encontravam nada. Todos os dias a mesma coisa: nada. Até que um dia um
dos guardas decidiu seguir a velhinha, para flagrá-la vendendo a muamba, ficar sabendo o que ela contrabandeava e, principalmente,
como. E seguiu a velhinha até o seu próspero comércio de bicicletas e bolsas.
Como todas as fábulas, esta traz uma lição, só nos cabendo descobrir qual. Significa que quem se concentra no mal
aparentemente disfarçado descuida do mal disfarçado de aparente, ou que muita atenção ao detalhe atrapalha a percepção do todo,
ou que o hábito de só pensar o óbvio é a pior forma de distração.
(VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008, p. 41)
Os dois parágrafos que compõem o texto constituem-se, respectivamente, de uma
Atenção: As questões de números 1 a 6 referem-se ao texto seguinte.
A velhinha contrabandista
Todos os dias uma velhinha atravessava a ponte entre dois países, de bicicleta e carregando uma bolsa. E todos os dias era
revistada pelos guardas da fronteira, à procura de contrabando. Os guardas tinham certeza que a velhinha era contrabandista, mas
revistavam a velhinha, revistavam a sua bolsa e nunca encontravam nada. Todos os dias a mesma coisa: nada. Até que um dia um
dos guardas decidiu seguir a velhinha, para flagrá-la vendendo a muamba, ficar sabendo o que ela contrabandeava e, principalmente,
como. E seguiu a velhinha até o seu próspero comércio de bicicletas e bolsas.
Como todas as fábulas, esta traz uma lição, só nos cabendo descobrir qual. Significa que quem se concentra no mal
aparentemente disfarçado descuida do mal disfarçado de aparente, ou que muita atenção ao detalhe atrapalha a percepção do todo,
ou que o hábito de só pensar o óbvio é a pior forma de distração.
(VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008, p. 41)
Está plenamente clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
Atenção: As questões de números 7 a 14 referem-se ao texto seguinte.
A música relativa
Parece existir uma série enorme de mal-entendidos em torno do lugar-comum que afirma ser a música uma linguagem
universal, passível de ser compreendida por todos. "Fenômeno universal" − está claro que sim; mas "linguagem universal" − até que
ponto?
Ao que tudo indica, todos os povos do planeta desenvolvem manifestações sonoras. Falo tanto dos povos que ainda se
encontram em estágio dito "primitivo" − entre os quais ela continua a fazer parte da magia − como das civilizações tecnicamente
desenvolvidas, nas quais a música chega até mesmo a possuir valor de mercadoria, a propiciar lucro, a se propagar em escala
industrial, transformando-se em um novo fetiche.
Contudo, se essa tendência a expressar-se através de sons dá mostras de ser algo inerente ao ser humano, ela se concretiza
de maneira tão diferente em cada comunidade, dá-se de forma tão particular em cada cultura que é muito difícil acreditar que cada
uma de suas manifestações possua um sentido universal. Talvez seja melhor dizer que a linguagem musical só existe concretizada
por meio de "línguas" particulares ou de "falas" determinadas; e que essas manifestações podem até, em parte, ser compreendidas,
mas nunca vivenciadas em alguns de seus elementos de base por aqueles que não pertençam à cultura que as gerou.
(Adaptado de: MORAES, J. Jota de. O que é música. São Paulo: Brasiliense, 2001, p.12-14)
Atente para as seguintes afirmações: I.No 1º parágrafo, ao distinguir “fenômeno universal” de “linguagem universal”, o autor do texto distingue entre a ocorrência de uma prática planetária e os diferentes sentidos que essa prática ganha em diferentes comunidades. II.No 2º parágrafo, afirma-se que a prática da música está intimamente associada à magia, independentemente do estágio de desenvolvimento das diferentes comunidades humanas. III.No 3º parágrafo, elimina-se a relação de causa e efeito que frequentemente se estabelece entre o nível cultural de um povo e a qualidade da música que ele produz. Em relação ao texto está correto SOMENTE o que se afirma em
Atenção: As questões de números 15 a 20 referem-se ao texto seguinte.
Idades e verdades
O médico e jornalista Drauzio Varella escreveu outro dia no jornal uma crônica muito instigante. Destaco este trecho:
“Nada mais ofensivo para o velho do que dizer que ele tem 'cabeça de jovem'. É considerá-lo mais inadequado do que o rapaz de
20 anos que se comporta como criança de dez. Ainda que maldigamos o envelhecimento, é ele que nos traz a aceitação das
ambiguidades, das diferenças, do contraditório e abre espaço para uma diversidade de experiências com as quais nem sonhávamos
anteriormente."
Tomo a liberdade de adicionar meu comentário de velho: não preciso que os jovens acreditem em mim, tampouco estou aberto
para receber lições dos mocinhos. Nossa alternativa: ao nos defrontarmos com uma questão de comum interesse, discutirmos
honestamente que sentido ela tem para nós. O que nos unirá não serão nossas diferenças, mas o que nos desafia.
(LAMEIRA, Viriato, inédito)
Ao comentar a afirmação de Drauzio Varella, citado no texto, o autor Viriato Lameira propõe que
Leia a tirinha abaixo.

Com a fala do quinto quadrinho, a personagem
A pele vai ficando escura; os pensamentos, claros. (3 parágrafo)
O sentido desse trecho está expresso de outra forma em:
O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se, obrigatoriamente, numa forma do PLURAL para integrar de modo adequado a seguinte frase: