A vontade do falecido
Alguns dias depois, deu-se o evento. Seu Irineu pisou no prego e esvaziou. Apanhou um resfriado, do resfriado passou à pneumonia, da pneumonia passou ao estado de coma e do estado de coma não passou mais. Levou pau e foi reprovado. Um médico do SAMDU*, muito a contragosto, compareceu ao local e deu o atestado de óbito.
Tudo que era parente com razoáveis esperanças de herança foi velar o morto.
Tomou-se conhecimento de uma carta que estava cuidadosamente colocada dentro do cofre, sobre o dinheiro deixado por seu Irineu. E na carta o velho dizia: “Quero ser enterrado junto com a quantia existente nesse cofre, que é tudo o que eu possuo e que foi ganho com o suor do meu rosto, sem a ajuda de parente vagabundo nenhum”. E, por baixo, a assinatura com firma reconhecida para não haver dúvida: Irineu de Carvalho Pinto Boaventura.
Para quê! Nunca se chorou tanto num velório, sem se ligar pro morto. A parentada chorava às pampas, mas não apareceu ninguém com peito para desrespeitar a vontade do falecido.
Foi quase na hora do corpo sair. Desde o momento em que se tomou conhecimento do que a carta dizia, que Altamirando imaginava um jeito de passar o morto para trás. Era muita sopa deixar aquele dinheiro ali pro velho gastar com minhoca. Pensou, pensou e, na hora que iam fechar o caixão, ele deu o grito de “pera aí”. Tirou os sessenta milhões de dentro do caixão, fez um cheque da mesma importância, jogou lá dentro e disse “fecha”.
– Se ele precisar, mais tarde desconta o cheque no Banco.
* SAMDU – Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência, já extinto.
(Stanislaw Ponte Preta. Dois amigos e um chato, 1986. Adaptado)
Nas passagens “Um médico do SAMDU, muito a contragosto, compareceu ao local…” (1° parágrafo) e “A parentada chorava às pampas…” (4° parágrafo), as expressões em destaque opõem-se, quanto ao sentido, respectivamente, a:
Leia a tira.

As frases do primeiro e do último quadrinho estão reescritas em conformidade com a norma-padrão em:
Avaliar os servidores
Instituições funcionam bem quando conseguem promover os incentivos corretos. Em se tratando do serviço público, isso significa recompensar o mérito e o esforço, evitando que funcionários sucumbam às forças da inércia.
Uma das razões do fracasso do socialismo real, recorde-se, foi a ausência de estímulos do gênero aos trabalhadores. Para estes, a escolha racional era não chamar a atenção dos superiores, negativa ou positivamente.
A gestão de pessoal no Estado brasileiro não chega a reproduzir um modelo soviético, mas carece de sistema eficaz de incentivos e sanções. Com efeito, políticas de bônus por produtividade nas carreiras públicas ainda são tímidas e raramente bem desenhadas.
Já a dispensa de servidores por insuficiência de desempenho, embora prevista na Constituição, não pode ser posta em prática porque o Congresso nunca elaborou uma lei complementar que regulamentasse a avaliação dos profissionais, como a Carta exige.
Vislumbra-se, agora, uma possibilidade de avanço. Discute-se no Senado projeto que cria um sistema de avaliação periódica, a ser adotado por União, Estados e municípios, que poderá levar à exoneração de servidores que obtenham, por sucessivas vezes (o número exato ainda é objeto de negociação), notas inferiores a 30% da pontuação máxima.
Será ingenuidade, entretanto, contar com uma aprovação fácil – os sindicatos da categoria já se mobilizam contra o texto.
Tampouco se deve imaginar que basta uma lei para alterar o statu quo. Sistemas de avaliação de servidores já existentes em alguns órgãos muitas vezes não passam de um jogo de cena corporativista, que acaba por distribuir premiações quase generalizadas.
As dificuldades, contudo, não podem ser pretexto para o imobilismo. O projeto se apresenta como um passo inicial importante; uma vez posto em prática, a experiência servirá de base para eventuais aperfeiçoamentos.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 29.09.2017. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a frase – Tampouco se deve imaginar que basta uma lei para alterar o statu quo. (7° parágrafo) – está reescrita de acordo com a norma-
-padrão de colocação pronominal e tem sentido compatível com o original.
Leia o texto para responder à questão.
Briga de irmãos... Nós éramos cinco e brigávamos muito, recordou Augusto, olhos perdidos num ponto X, quase sorrindo. Isto não quer dizer que nos detestássemos. Pelo contrário. A gente gostava bastante uns dos outros e não podia viver na separação. Se um de nós ia para o colégio (era longe o colégio, a viagem se fazia a cavalo, dez léguas na estrada lamacenta, que o governo não consertava), os outros ficavam tristes uma semana. Depois esqueciam, mas a saudade do mano muitas vezes estragava o nosso banho no poço, irritava ainda mais o malogro da caça de passarinho: “Se Miguel estivesse aqui, garanto que você não deixava o tiziu fugir”, gritava Édison. “Você assustou ele falando alto... Miguel te quebrava a cara”. Miguel era o mais velho, e fora fazer o seu ginásio. Não se sabe bem por que a sua presença teria impedido a fuga do pássaro, nem ainda por que o tapa no rosto de Tito, com o tiziu já longínquo, teria remediado o acontecimento. Mas o fato é que a figura de Miguel, evocada naquele instante, embalava nosso desapontamento e de certo modo participava dele, ajudando-nos a voltar para casa de mãos vazias e a enfrentar o risinho malévolo dos Guimarães: “O que é que vocês pegaram hoje?” “Nada”. Miguel era deste tamanho, impunha-se. Além disto, sabia palavras difíceis, inclusive xingamentos,
que nos deixavam de boca aberta, ao explodirem na discussão, e que decorávamos para aplicar na primeira oportunidade, em nossas brigas particulares com os meninos da rua. Realmente, Miguel fazia muita falta, embora cada um de nós trouxesse na pele a marca de sua autoridade. E pensávamos com ânsia no seu regresso, um pouco para gozar de sua companhia, outro pouco para aprender nomes feios, e bastante para descontar os socos que ele nos dera, o miserável.
(Carlos Drummond de Andrade, A Salvação da Alma.Em: O sorvete e outras histórias.)
Assinale a alternativa em que a frase está coerente quanto ao sentido do texto e em conformidade com a norma-padrão.
Assinale a alternativa correta. A segunda oração do primeiro quadrinho encontra-se na voz passiva. Ao passá-la para a voz ativa tem-se:
A questão é referente a tira a seguir:

A palavra ENCERADEIRA, usada na tira, é formada por:
Dadas as orações:
I- Jamais o esquecerei.
II- Espero te dizer a verdade sempre.
III- Eu lhe dei a outra face.
Quanto à colocação pronominal, a alternativa que apresenta correção é:
A partir da análise da estrutura do texto acima, percebese que ilustra o gênero conto. Assinale a alternativa que NÃO aponta para uma característica desse gênero textual.
Observe o emprego dos pronomes oblíquos átonos nas orações abaixo e as afirmações feitas sobre eles, em seguida, assinale a opção correta.
“Os irmãos se exercitavam.” (6º§)
“enquanto ela não se sentasse” (7º§)
Dentre as palavras abaixo retiradas do texto, assinale aquela cuja acentuação gráfica justifica-se pelo mesmo motivo da que encontramos em “Polícia”.
“...ninguém é capaz de passar as vinte e quatro horas do dia sem alguns momentos de entrega ao universo fabuloso.” (linhas 12 a 14)
Segundo essa afirmação, a literatura é uma
Assinale a alternativa em que o termo em destaque classifica-se como vocativo.
Leia:
Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho mais que desejar,
Pois tenho em mim a parte desejada. (Luís de Camões)
Quanto à sílaba tônica, as palavras em destaque são
Considere as seguintes frases:
I – Os policiais deteram o infrator em flagrante delito.
II – Quando vocês comporem obras de grande valor literário,poderão divulgá-las.
III – Se eles se opusessem ao projeto, nada seria possível.
IV – Se nós obtivermos êxito, dedicaremos tudo a você!
Quanto às formas verbais destacadas, estão corretas somente

Com relação às ideias do texto CB1A1AAA, julgue o item que se segue.
Depreende-se do último parágrafo do texto que a associação entre violência e pobreza potencializa a vulnerabilidade das classes sociais menos favorecidas.