O processo pelo qual uma ação chega a ser considerada ‘crime’ depende da imposição de significados morais às ações, ou seja, de uma reação moral bem-sucedida por parte de indivíduos e grupos contra comportamentos de outros.
Adaptado de MISSE, Michel. Crime e violência no Brasil contemporâneo. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2006.
Segundo a perspectiva teórica apresentada no trecho acima, a criminalidade é:
O indivíduo é o pior inimigo do cidadão. O ‘cidadão’ é uma pessoa que tende a buscar seu próprio bem-estar através do bem-estar da cidade — enquanto o indivíduo tende a ser morno, cético ou prudente em relação à ‘causa comum’, ao ‘bem comum’, à ‘boa sociedade’ ou à ‘sociedade justa’.
Adaptado de BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
No trecho acima, o autor analisa relações entre individualismo e cidadania.
É correto afirmar que esse trecho explicita:
O conceito de cultura desenvolvido pela antropologia moderna propõe que não há hierarquia entre as culturas humanas.
Segundo essa concepção:
No fim do século XVIII, a Declaração dos Direitos do Homem alterou significativamente o entendimento sobre o que assegura a cada indivíduo a sua dignidade na vida social.
A partir desse momento, passa-se a entender que o homem deve sua dignidade:
“O método da redução sociológica tem uma inspiração eminentemente crítica. Na visão do autor do método, a mudança nas condições materiais que se observava na economia e sociedade brasileiras, na década de 1950, deveria ser acompanhada do abandono da importação da teoria sociológica e da prática de uma assimilação crítica dela, que ele vai chamar de redução sociológica. (...) Esse método é uma das grandes contribuições desse autor para os estudos críticos em administração. Tal método foi resgatado por ele em “A nova ciência das organizações” para demonstrar que a teoria da administração mimetizava a sociologia no que se refere ao fenômeno da hipercorreção, ou seja, a assimilação acrítica de ideias e métodos estrangeiros. (...) como consequência, gerou-se uma utilização inadequada de conceitos, como, por exemplo, a transplantação de ideias da psicologia individual para contextos organizacionais, ao invés da produção de definições apropriadas a partir da psicologia social. (DE PAULA, 2007, p.174-175). O nome do autor a que se refere o texto é:
Sobre as condições históricas do desenvolvimento do pensamento sociológico, assinale a alternativa correta.
John Locke, em seu livro Segundo Tratado sobre o Governo, afirma que no estado de natureza as pessoas são livres, porém não possuem
as condições de fruição da liberdade. Assim, é necessário instituir uma sociedade política com um governo civil.
Assinale a opção que, segundo o autor no livro em referência, expressa os fins da sociedade política e do governo.
Acerca do positivismo, do marxismo e do historicismo, julgue o item a seguir.
De acordo com Karl Marx, o direito é a única ciência capaz de influenciar a economia, em razão do controle social imposto pela estrutura normativa do Estado sobre todos os indivíduos, bem como da capacidade dos homens de se autodeterminarem igualitariamente em um sistema jurídico humanístico e solidário
Um movimento social organizado formado em determinada rede social da Internet pretendia promover manifestação de rua para reivindicar a descriminalização do consumo e da posse da cannabis sativa. Para isso, fez ampla divulgação do evento nas redes sociais. Cientificado do ato, o delegado responsável pelo distrito onde a manifestação ocorreria determinou a abertura de inquérito para apurar a ocorrência do crime de apologia ao uso de drogas, indiciando os organizadores do evento e todos aqueles que haviam divulgado sua realização, bem como os indivíduos que haviam confirmado, via redes sociais, participação na manifestação. Além disso, determinou que o grupo tático de operações policiais contra o tráfico fizesse o policiamento ostensivo e impedisse a realização da manifestação.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item a seguir, considerando o direito como ideologia, os fundamentos sociais da ordem jurídica, os conceitos de grupos sociais, de conflito social e jurídico, de acordo com a sociologia jurídica.
Haja vista a tipificação criminal da apologia ao uso de drogas, infere-se da situação hipotética que o delegado não fez uso ideológico do direito.
O sociólogo Wrigth Mills recorreu à noção de “imaginação sociológica” para definir seu estilo de Sociologia. Assinale a afirmativa correta que identifica a proposta desse autor.
O senso comum foi objeto de inúmeras definições pela Sociologia. As teorias sociológicas contemporâneas, especialmente as de base interacionista, afirmam que o senso comum é
O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) é um capítulo da história intelectual e institucional da geração modernista, um passo decisivo da intervenção governamental no campo da cultura e o lance acertado de um regime autoritário empenhado em construir uma "identidade nacional" iluminista no trópico dependente.
Sérgio Miceli. SPHAN: refrigério da cultura oficial. In: Intelectuais à brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 2001, p. 357-68 (com adaptações).
Tendo como referências iniciais as informações e o tema do texto anteriormente apresentado, julgue o item subsecutivo.
A peça Mandu-Çarará, de Heitor Villa-Lobos, foi composta no âmbito do SPHAN e é um exemplo da união entre antropologia sobre populações indígenas e políticas públicas de patrimônio.
Em tempos de mudanças e reformas, é comum assistirmos a diferentes tipos de lutas sociais, especialmente visando à garantia de direitos e à conquista de novos direitos. Em A Luta pelo Direito, o jurista alemão Rudolf Von Ihering afirma que o fim do Direito é a paz, mas o meio de atingi-lo é a luta.
Considerando essa afirmação e de acordo com o livro citado, assinale a opção que melhor caracteriza o pensamento jusfilosófico de Ihering.
“Um dos grandes problemas que se encontram no ensino de Sociologia tem sido a simples transposição de conteúdos e práticas de ensino do nível superior – tal como se dá nos cursos de Ciências Sociais – para o nível médio. Esquecem-se as mediações necessárias ou por ignorância ou por preconceito: por ignorância porque muitos professores de cursos superiores desconhecem metodologias de ensino, estratégias, recursos, etc. que permitiriam um trabalho mais interessante, mais proveitoso, mais criativo e produtivo; ignora-se mesmo que a aula expositiva seja um caso, talvez o mais recorrente, mas não o único, com que se podem trabalhar os conteúdos de ensino; o preconceito deve-se à resistência a preocupações didáticas ou metodológicas no que se refere ao ensino, acreditando-se que basta ter o conhecimento – as informações? – para que se possa ensinar algo a alguém. É necessário, mas não suficiente. Os professores do nível superior prevalecem-se de uma situação peculiar desses cursos: os alunos que ali estão o fazem por escolha e não por obrigação, enquanto os alunos da escola básica ali estão por obrigação e não por escolha – não estão ali para serem sociólogos, historiadores, matemáticos, físicos ou literatos". BRASIL. Orientações curriculares para o ensino médio. Brasília: Ministério da Educação, 2006.
Com base nas Orientações curriculares para o ensino médio, avalie as asserções a seguir e a relação entre elas.
I. As dificuldades do ensino de Sociologia começam nas universidades, com cursos desprovidos de estratégias pedagógicas para transposição dos conteúdos ensinados no ensino superior para o ensino médio.
PORQUE
II. Entre outros problemas, os professores universitários não dispõem de formação didática adequada para o ensino em nível médio, além de não desenvolverem estratégias para o ensino de um público não constituído por interesse na matéria.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
“O cidadão era um cara, na época dos meus pais, muito bom de grana. É verdade. O cidadão era o chique, era o rico. Ele era o dono do comércio, o dono de uma firma... O trabalhador não era cidadão não. Isso não existia. O trabalhador era um peão. Peão, peão, peão toda a vida. Meu pai veio para São Paulo como um simples agricultor e morreu como um servente de obra. Mas ele cumpriu suas obrigações, cumpriu todos os seus deveres. E, quando ia a algum lugar e precisava de algum direito, ninguém tratava como cidadão. Eles tratavam como um marginal, como se fosse um lixo. Eu vi isso e vivi isso também. A injustiça me deixava com muita raiva". [morador da periferia de São Paulo, falando sobre seu pai e a cidadania no Brasil entre os anos de 1930 a 1970]. HOLSTON, James. Cidadania insurgente: disjunções da democracia e da modernidade no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
Considerando a narrativa sobre a cidadania, avalie as seguintes afirmações:
I. A cidadania, no Brasil, é um fenômeno que percorre a formação de uma república democrática e evidencia a dignidade do trabalhador como sujeito de direito.
II. O trabalhador brasileiro nem sempre encontrou reconhecimento social e garantias que retratam a sua dignidade como sujeito de direito.
III. Historicamente, o reconhecimento do trabalhador como cidadão, no Brasil, funciona como meio de demarcar as pessoas que são dignas ou não de ter acesso a direitos.
É correto o que se afirma em