Causou surpresa, portanto, quando foi decifrada a Pedra
de Roseta, no século XVIII, e ficou evidente que praticamente
todo o conhecimento científico e filosófico da Grécia
antiga teve origem no Egito, ou seja, na própria África.
Os sistemas teológicos e filosóficos gregos também têm
origem no Egito, onde vários de seus fundadores, como
Sócrates, Platão e Aristóteles, estudaram com os pensadores
africanos.
Não seria conveniente, naquele contexto, divulgar tais
fatos. Criou-se, então, uma disciplina científica, a egiptologia,
voltada à tarefa de tirar do Egito o crédito por suas
realizações e atribuí-las a uma cultura realmente branca,
a grega. Aliás, os autores lançaram mão de vários recursos,
entre eles o de retratar o Egito como um país branco,
imagem que até hoje prevalece no imaginário popular.
(Elisa Larkin Nascimento. Introdução às antigas civilizações africanas.
Em: Elisa Larkin Nascimento (org.). A matriz africana no mundo.
Adaptado)
De acordo com a autora, o inconveniente de divulgar a
importância do país africano, no contexto em referência,
deve-se ao fato de a Europa