Os cativos estranhos não provinham apenas das guerras.
Existiu em várias sociedades africanas a prática de
penhor humano. Um clã, grupo ou linhagem, pela decisão
do patriarca, podia empenhar um dos seus membros
celibatários a uma outra linhagem credora, que poderia
usá-lo gratuitamente até a extinção da dívida. O penhor
poderia ser feito, por exemplo, em momento de grandes
calamidades naturais. Nesse caso, o parente era empenhado
para receber em troca quantidades de comida
para salvar a linhagem.
(Kabengele Munanga e Nilma Lino Gomes. O negro no Brasil de hoje)
Para Munanga e Gomes, essas situações de exploração
do trabalho presentes na África tradicional revelam que