Os textos a seguir foram extraídos de duas crônicas publicadas no
ano em que a seleção brasileira conquistou o tricampeonato
mundial de futebol.
O General Médici falou em consistência moral. Sem isso,
talvez a vitória nos escapasse, pois a disciplina consciente,
livremente aceita, é vital na preparação espartana para o rude
teste do campeonato. Os brasileiros portaram-se não apenas
como técnicos ou profissionais, mas como brasileiros, como
cidadãos deste grande país, cônscios de seu papel de
representantes de seu povo. Foi a própria afirmação do valor do
homem brasileiro, como salientou bem o presidente da República.
Que o chefe do governo aproveite essa pausa, esse minuto de
euforia e de efusão patriótica, para meditar sobre a situação do
país. (...) A realidade do Brasil é a explosão patriótica do povo ante
a vitória na Copa.
Danton Jobim. Última Hora, 23/6/1970 (com adaptações).
O que explodiu mesmo foi a alma, foi a paixão do povo:
uma explosão incomparável de alegria, de entusiasmo, de orgulho.
(...) Debruçado em minha varanda de Ipanema, [um velho amigo]
perguntava: — Será que algum terrorista se aproveitou do delírio
coletivo para adiantar um plano seu qualquer, agindo com frieza e
precisão? Será que, de outro lado, algum carrasco policial teve
ânimo para voltar a torturar sua vítima logo que o alemão apitou o
fim do jogo?
Rubem Braga. Última Hora, 25/6/1970 (com adaptações).
Avalie as seguintes afirmações a respeito dos dois textos e do
período histórico em que foram escritos.
I Para os dois autores, a conquista do tricampeonato mundial de
futebol provocou uma explosão de alegria popular.
II Os dois textos salientam o momento político que o país
atravessava ao mesmo tempo em que conquistava o
tricampeonato.
III À época da conquista do tricampeonato mundial de futebol, o
Brasil vivia sob regime militar, que, embora politicamente
autoritário, não chegou a fazer uso de métodos violentos contra
seus opositores.
É correto apenas o que se afirma em