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Sorriso interior



O ser que é ser e que jamais vacila

Nas guerras imortais entra sem susto,

Leva consigo esse brasão augusto

Do grande amor, da nobre fé tranquila.



Os abismos carnais da triste argila

Ele os vence sem ânsias e sem custo...

Fica sereno, num sorriso justo,

Enquanto tudo em derredor oscila.



Ondas interiores de grandeza

Dão–lhe essa glória em frente à Natureza,

Esse esplendor, todo esse largo eflúvio.



O ser que é ser transforma tudo em flores...

E para ironizar as próprias dores

Canta por entre as águas do Dilúvio!



CRUZ e SOUZA, João da. Sorriso interior. Últimos sonetos. Rio de Janeiro:

UFSC/Fundação Casa de Rui Barbosa/FCC, 1984.

O poema representa a estética do Simbolismo, nascido

como uma reação ao Parnasianismo por volta de 1885. O

Simbolismo tem como característica, entre outras, a visão

do poeta inspirado e capaz de mostrar à humanidade, pela

poesia, o que esta não percebe.

O trecho do poema de Cruz e Souza que melhor

exemplifica o fazer poético, de acordo com as

características dos simbolistas, é:

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