Na edição de hoje do programa Notícias da Semana, a professora Cleuza Cecato fala sobre o jubileu da rainha Elizabeth II e a congolês morto no Rio de Janeiro. Uma notícia internacional e outra nacional que possuem desdobramentos globais e podem aparecer na sua prova para concurso público.
Começamos o programa com uma notícia internacional: o jubileu da rainha Elizabeth II. E se você está se perguntando o que é o jubileu da rainha? Saiba que um jubileu é o aniversário especial de um grande evento. Sendo assim, nesse caso, o jubileu de platina da rainha Elizabeth significa 70 anos no poder. É importante lembrar que os festejos da data exata, 06/02, são modestos porque esse é o aniversário de morte do seu pai, motivo pelo qual ela se tornou rainha.
Mas, apesar de ser uma notícia internacional ela tem desdobramentos globais como a professora Cleuza menciona, afinal, uma mulher que está a todo esse tempo a frente de uma dinastia, nos traz uma possibilidade de estudar o percurso histórico e perceber quantas coisas mudaram não apenas na coroa, mas na sociedade como um todo.
É preciso lembrar que Elizabeth II foi coroada porque seu tio, que era o primeiro da fila de sucessão, se casou com uma mulher divorciada. E, há 70 anos atrás, era inadmissível esse tipo de casamento na família real e muito menos, a coroação de uma pessoa que seguiu esse caminho. Assim, a professora traz outro fato importante contextualizado, foram nos anos 70 que o Brasil teve a sua lei de divorcio aprovada. Dessa forma, podemos notar as transformações sociais.
Uma curiosidade interessante é que o vestido de casamento da rainha Elizabeth II precisou ser restaurado para ficar exposto. Isso porque o casamento ocorreu na época da Segunda Guerra Mundial. Sendo assim, não havia recurso disponível para a moda naquela época, mesmo que o dinheiro não fosse um problema para a família em questão. Por isso, ele foi confeccionado com um tecido de baixa qualidade. (Confira mais sobre a história do vestido)
E a segunda notícia do programa é sobre o congolês morto no Rio de Janeiro, acontecimento de duas semanas atrás. Moïse Mugenyi Kabagambe de 24 anos foi brutalmente assassinado quando cobrava suas diárias de trabalho em um quiosque na praia.
A professora Cleuza lembra que ele era imigrante com status de refugiado no Brasil. E para conseguir esse status é preciso provar que existe guerra, conflito ou qualquer outra coisa que ameace a sua vida diariamente no país de origem. Ou seja, é como se o Brasil estivesse dando uma espécie de asilo, oferecendo “votos de cuidado”. Dessa forma, a situação é um paradoxal se levar em conta a crueldade com que ele foi morto.
E para trazer mais informação sobre o tema, a professora indica a leitura do Atlas da Violência, que é produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). A ideia desse documento é retratar a violência no Brasil principalmente a partir dos dados do Sistema
de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do
Ministério da Saúde.
Além disso, a professora lembra que como não temos uma guerra mundial há mais de 70 anos, embora haja conflitos regionais, considera-se que a violência diminuiu, que as pessoas se tornaram mais civilizadas com o tempo e menos instintivas, mas quando acontece um assassinato como esse, a população fica descrente.
E para fechar a edição de hoje do Notícias da Semana, a professora Cecato trouxe três indicações de leitura: O Discurso do Rei; Churchill & Orwell: A Luta pela Liberdade; e Os Anjos Bons da Nossa Natureza: Por que a violência diminuiu. Confira a sinopse sobre cada um desses livros logo abaixo:
Em seu primeiro discurso como presidente dos Estados Unidos, em 1861, Abraham Lincoln apelou aos “anjos bons de nossa natureza” quando pediu à região sul do país, escravagista, que evitasse uma guerra contra o norte abolicionista. Sua súplica não foi atendida, e os americanos deram início ao conflito mais mortal de sua história.
Banhos de sangue como a Guerra Civil Americana, porém, estão cada vez mais restritos ao passado, e estudiosos tentam hoje entender por que a sociedade contemporânea recorre menos à violência para resolver disputas. Em Os anjos bons da nossa natureza, o psicólogo canadense Steven Pinker toma para si o desafio duplo de responder a essa questão e de explicar as razões pelas quais as pessoas têm trilhado o caminho da paz com mais frequência, seja nas relações interpessoais, seja na diplomacia global.
Os anjos bons da nossa natureza cobre toda a escala de tempo da história humana, baseando-se em levantamentos de dados em arqueologia, estatísticas de criminalidade, contagens de baixas em guerras e outras formas de registro da violência. Numa empreitada multidisciplinar que envolve história, ciências sociais e psicologia, o autor constrói uma teoria robusta e coerente, que já constitui referência fundamental sobre o assunto.
Figuras essenciais na luta contra as ameaças do autoritarismo de esquerda e de direita em um momento crítico do século XX, Churchill e Orwell surgem aqui como fonte de inspiração e exemplo para os dias de hoje. Filho de aristocratas, Winston Churchill (1874-1965) era um liberal conservador alinhado ao governo colonialista britânico. George Orwell (1903-1950), que vinha da classe média baixa, era militante socialista e anti-imperialista.
Escrita pelo vencedor do Prêmio Pulitzer Thomas E. Ricks, essa atualíssima biografia dupla se concentra no período crucial da vida de Churchill e de Orwell: os anos 1930 e 1940, da ascensão dos nazistas até o rescaldo da Segunda Guerra Mundial. Hoje, impressiona testemunhar quão solitária era a posição de Churchill e de Orwell num momento em que a Europa parecia destinada à ditadura, fosse nazifascista ou comunista.
Apresentados como um par complementar, o político marginalizado em busca de redenção e o grande escritor ainda em formação trabalharam pelo mesmo objetivo, embora nunca tenham se encontrado.
Um quase desconhecido e autodidata terapeuta vocal chamado Lionel Logue salvou a família real inglesa nas primeiras décadas do século XX. Logue não era um aristocrata britânico, nem mesmo inglês, mas foi quem, sozinho, levou o duque de York, futuro rei George VI, nervoso e com problemas de fala, a se tornar um dos maiores reis da Grã-Bretanha, depois que seu irmão, Eduardo VIII, abdicou em 1936. História inédita do relacionamento entre Logue e o rei George VI, coescrita com o neto de Logue e baseada exclusivamente nos diários e arquivos de seu avô Lionel. O filme baseado no livro – The King’s Speech – é líder nas indicações ao Globo de Ouro e é um dos favoritos ao Oscar desse ano.
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