Cem anos de solidão [fragmento]
Gabriel García Marquez
O coronel Gerineldo Márquez foi o primeiro a
perceber o vazio da guerra. Na sua condição de
chefe civil e militar de Macondo mantinha duas
vezes por semana conversas telegráfi cas com o
coronel Aureliano Buendía. No começo, aquelas
entrevistas determinavam o curso de uma guerra
de carne e osso cujos contornos perfeitamente
defi nidos permitiam estabelecer a qualquer
momento o ponto exato em que se encontrava,
e a prever seus rumos futuros. Embora nunca se
deixasse arrastar para o terreno das confi dências,
nem mesmo pelos amigos mais próximos, coronel
Aureliano Buendía conservava o tom familiar que
permitia identifi cá-lo [1] do outro lado da linha.
Muitas vezes prolongou as conversas muito além
do tempo previsto e deixou-as [2] derivar rumo a
comentários de caráter doméstico.
(MÁRQUEZ, Gabriel García. Cem anos de solidão. 91.ed.
Rio de Janeiro: Record, 2015. p. 177)
Sobre os termos destacados no texto e sua devida concordância, é CORRETO afi rmar que:
Famigerado
João Guimarães Rosa
Foi de incerta feita o evento. Quem pode
esperar coisa tão sem pés nem cabeça?
Eu estava em casa, o arraial sendo de todo
tranquilo. Parou-me à porta o tropel. Cheguei à
janela.
Um grupo de cavaleiros. Isto é, vendo melhor:
um cavaleiro rente, frente à minha porta,
equiparado, exato; e, embolados, de banda, três
homens a cavalo. [...]
(ROSA, João Guimarães Rosa. Primeiras estórias. 15.ed.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. p. 56)
Em três momentos do texto, o autor faz uso do acento grave. Tal uso justifi ca-se por indicar:
Para responder às questões de 8 a 10, tome
como base o texto abaixo.
Setembro Amarelo quer conscientizar
população e prevenir suicídios.
“Provavelmente, todos nós conhecemos alguém
que já pensou, tentou ou chegou a cometer
suicídio", afi rma Adriana Rizzo, voluntária do
Centro de Valorização da Vida (CVV), uma
associação que presta serviço voluntário de apoio
emocional e prevenção do suicídio. No Brasil,
a cada 100 mil pessoas, quase sete tiraram a
própria vida em 2012, segundo a pesquisa mais
recente da Organização Mundial da Saúde. Além
disso, a OMS afi rma que, para cada suicídio,
podem ter ocorrido mais de 20 outras tentativas
que não deram certo (...).
Apesar de o país ter uma taxa baixa comparado
a nações como a Índia, que passa de 30 casos
em 100 mil habitantes, o suicídio é considerado
um problema de saúde pública. A boa notícia é
que, segundo a OMS, nove em cada dez casos
poderiam ser prevenidos.
Com o objetivo de quebrar o tabu em torno do tema
e ajudar na prevenção, diversas associações se
uniram e, desde 2014, promovem no Brasil o
Setembro Amarelo. A ideia é reunir, durante um
mês, eventos que abram espaço para debates
e divulgação do tema. “A campanha é para
conscientizar, falar sobre o suicídio. É possível
prevenir quando falamos sobre o tema, porque
é uma questão de atenção, de cuidado com as
pessoas", explica Adriana.
O mês foi escolhido porque 10 de setembro
é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.
Monumentos são iluminados com a cor amarela
e diversas ações são realizadas, como passeios
ciclísticos, caminhadas e abordagens em locais
públicos. (...)
(POLLO, Luiza. Setembro Amarelo quer conscientizar
população e prevenir suicídios. O Estado de S. Paulo.
Disponível em: http://emais.estadao.com.br/noticias/
bem-estar,setembro-amarelo-quer-conscientizarpopulacao-e-prevenir-suicidios,10000074841>.
Publicado
em: 09/09/2016. Acessado em: 07/11/2016).
Na passagem “Apesar de o país ter uma taxa baixa comparado a nações como a Índia, que passa de 30 casos em 100 mil habitantes, o suicídio é considerado um problema de saúde pública”, a relação semântica estabelecida entre as orações desse período é de:
José
Carlos Drummond de Andrade
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
[...]
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
[...]
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia poética. São
Paulo: Companhia das Letras, 2012. p. 28-29)
Todos os verbos utilizados no fragmento em questão podem ser reunidos em três grupos, conforme os tempos verbais empregados. Assinale a alternativa que indica, respectivamente, os tempos verbais empregados em cada um desses grupos.
O exemplo das rosas
Manuel Bandeira
Uma mulher queixava-se do silêncio do amante:
Já não gostas de mim, pois não encontras
palavras para me louvar!
Então ele, apontando-lhe a rosa que lhe morria
no seio:
Não será insensato pedir a esta rosa que fale?
Não vês que ela se dá toda no seu perfume?
(BANDEIRA, Manuel, Lira dos cinquent'anos. São Paulo:
Global, 2013. p. 27)
Sobre o uso expressivo da pontuação no poema “O exemplo das rosas”, pode-se afi rmar que:
Trecho para a questão 06.
Não resta dúvida, pois, que mesmo não se
aceitando a experiência jurídica como um sistema
gradativo de normas, preciso é reconhecer
que todos os modelos jurídicos só podem
valer, isto é, ter ______________ e efi cácia
no ______________ de validade traçado ou
______________ pelas normas constitucionais
que distribuem originariamente as esferas de
competência.
(REALE, Miguel. Lições preliminares de Direito. 27.ed. São
Paulo: Saraiva, 2002. p. 195)
Completam adequadamente as lacunas, respectivamente:
Para responder às questões de 8 a 10, tome
como base o texto abaixo.
Setembro Amarelo quer conscientizar
população e prevenir suicídios.
“Provavelmente, todos nós conhecemos alguém
que já pensou, tentou ou chegou a cometer
suicídio", afi rma Adriana Rizzo, voluntária do
Centro de Valorização da Vida (CVV), uma
associação que presta serviço voluntário de apoio
emocional e prevenção do suicídio. No Brasil,
a cada 100 mil pessoas, quase sete tiraram a
própria vida em 2012, segundo a pesquisa mais
recente da Organização Mundial da Saúde. Além
disso, a OMS afi rma que, para cada suicídio,
podem ter ocorrido mais de 20 outras tentativas
que não deram certo (...).
Apesar de o país ter uma taxa baixa comparado
a nações como a Índia, que passa de 30 casos
em 100 mil habitantes, o suicídio é considerado
um problema de saúde pública. A boa notícia é
que, segundo a OMS, nove em cada dez casos
poderiam ser prevenidos.
Com o objetivo de quebrar o tabu em torno do tema
e ajudar na prevenção, diversas associações se
uniram e, desde 2014, promovem no Brasil o
Setembro Amarelo. A ideia é reunir, durante um
mês, eventos que abram espaço para debates
e divulgação do tema. “A campanha é para
conscientizar, falar sobre o suicídio. É possível
prevenir quando falamos sobre o tema, porque
é uma questão de atenção, de cuidado com as
pessoas", explica Adriana.
O mês foi escolhido porque 10 de setembro
é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.
Monumentos são iluminados com a cor amarela
e diversas ações são realizadas, como passeios
ciclísticos, caminhadas e abordagens em locais
públicos. (...)
(POLLO, Luiza. Setembro Amarelo quer conscientizar
população e prevenir suicídios. O Estado de S. Paulo.
Disponível em: http://emais.estadao.com.br/noticias/
bem-estar,setembro-amarelo-quer-conscientizarpopulacao-e-prevenir-suicidios,10000074841>.
Publicado
em: 09/09/2016. Acessado em: 07/11/2016).
A partir da leitura do texto acima, pode-se inferir que: I - A quebra do tabu e a prevenção ao suicídio são dois focos da campanha Setembro Amarelo no Brasil. II - Os dados sobre o suicídio no Brasil se equiparam aos da Índia, razão pela qual a campanha Setembro Amarelo se faz urgente. III - A pesquisa mais recente da OMS mostra que, para cada suicídio, outras 20 tentativas certamente ocorrem. Está(ão) correto(s):
Memórias do Cárcere, Capítulo II
Graciliano Ramos
No começo de 1936, funcionário na instrução
pública de Alagoas, tive a notícia de que
misteriosos telefonemas, com veladas ameaças,
me procuravam, o endereço. Desprezei as
ameaças: ordinariamente o indivíduo que
tenciona ofender outro não oavisa. Mas os
telefonemas continuaram. Mandei responder
que me achava na repartição diariamente, das
nove horas ao meio-dia, das duas às cinco da
tarde. Não era o que pretendiam. Nada de
requerimentos: queriam visitar-me em casa.
(RAMOS, Graciliano. Memórias do cárcere. 49.ed. Rio de
Janeiro: Record, 2015. p.17)
Assinale a alternativa que analisa a devida colocação pronominal, segundo a norma culta, dos termos destacados no texto, respectivamente:
Trecho para a questão 07.
Causou-me sempre uma certa angústia pensar
que todas as línguas se limitam a meia dúzia ou
uma dúzia talvez de palavras para nomear tudo
o que uma pessoa pode sentir por outra, pode
pretender de outra. Enquanto que os vocabulários
da agricultura, da pecuária, da caça, da guerra,
dos jogos são prolixos, minuciosos, inesgotáveis,
o da convivência pessoal é incrivelmente tosco.
E como a língua fornece a pauta da primeira
interpretação da vida, a prisão linguística obstrui
a liberdade das relações pessoais. Não sabemos
bem o que pretendemos de cada pessoa e de
fato não o pretendemos e não o conseguimos
porque não temos palavras com que o nomear.
(MARÍAS, Julían. Antropologia metafísica. São Paulo:
Duas Cidades, 1971. p. 235-236)
Quanto à regência verbal, estão corretamente classificados os verbos: