Cândido Portinari (1903-1962), em seu livro Retalhos de Minha Vida de Infância, descreve os pés dos trabalhadores.
Pés disformes. Pés que podem contar uma história. Confundiam-se com as pedras e os espinhos. Pés
semelhantes aos mapas: com montes e vales, vincos como rios. (...) Pés sofridos com muitos e muitos quilômetros de
marcha. Pés que só os santos têm. Sobre a terra, difícil era distingui-los. Agarrados ao solo, eram como alicerces, muitas
vezes suportavam apenas um corpo franzino e doente.
(Cândido Portinari, Retrospectiva, Catálogo MASP)
As fantasias sobre o Novo Mundo, a diversidade da natureza e do homem americano e a crítica social foram temas que
inspiraram muitos artistas ao longo de nossa História. Dentre estas imagens, a que melhor caracteriza a crítica social contida no
texto de Portinari é
O texto aponta no quadro de Tarsila do Amaral um tema que também se encontra nos versos transcritos em:
O autor da tira utilizou os princípios de composição de um conhecido movimento artístico para representar a necessidade de
um mesmo observador aprender a considerar, simultaneamente, diferentes pontos de vista.
Das obras reproduzidas, todas de autoria do pintor espanhol Pablo Picasso, aquela em cuja composição foi adotado um
procedimento semelhante é:
Podem ser relacionadas ao texto lido as partes:
Rui Guerra e Chico Buarque de Holanda escreveram uma peça para teatro chamada Calabar,
pondo em dúvida a reputação de traidor que foi atribuída a Calabar, pernambucano que
ajudou decisivamente os holandeses na invasão do Nordeste brasileiro, em 1632
- Calabar traiu o Brasil que ainda não existia? Traiu Portugal, nação que explorava a
colônia onde Calabar havia nascido? Calabar, mulato em uma sociedade escravista e
discriminatória, traiu a elite branca?
Os textos referem-se também a esta personagem.
Texto I: “...dos males que causou à Pátria, a História, a inflexível História, lhe chamará infiel,
desertor e traidor, por todos os séculos”
Visconde de Porto Seguro, in: SOUZA JÚNIOR, A. Do Recôncavo aos Guararapes. Rio de Janeiro: Bibliex, 1949
Texto II: “Sertanista experimentado, em 1627 procurava as minas de Belchior Dias com a
gente da Casa da Torre; ajudara Matias de Albuquerque na defesa do Arraial, onde fora
ferido, e desertara em conseqüência de vários crimes praticados...” (os crimes referidos são o
de contrabando e roubo).
CALMON, P. História do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1959
Pode-se afirmar que: