Leia o texto para responder às questões de números 11 a 18.
Folia agigantada
São Paulo prepara-se para ser palco do maior Carnaval
de rua de sua história. Pela primeira vez, a cidade, que já foi
apelidada de “túmulo do samba”, terá desfiles em todas as
suas 32 subprefeituras.
Também em número de blocos, a folia promete expansão
inédita. Os números são preliminares, mas as 490 agremiações
do ano passado deverão ser largamente suplantadas,
com aumento previsto de 70%. Novas atrações também animarão
a festa, como o famoso Galo da Madrugada, de Pernambuco.
Levantamentos preliminares sugerem que a capital paulista
poderá ser o principal destino turístico do país durante os
festejos, suplantando Rio de Janeiro e Salvador. Com isso,
projeta-se aumento da circulação de dinheiro, em favor de
hotéis, bares, comércio etc.
No cenário animador, um certo clima de ufanismo parece
contagiar quadros da prefeitura, que tem em seus membros
um carnavalesco conhecido – o secretário de Cultura, Alê
Youssef, fundador do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta.
O carnavalesco, que representa uma face mais progressista
do governo municipal, vê no Carnaval também um meio de
manifestação política. O secretário já declarou que pretende
fazer com que a festa seja um contraponto a ameaças à liberdade
de expressão.
A expansão do Carnaval de rua é um fenômeno que se
observa há anos em diversas cidades. No Rio, por exemplo,
os blocos começaram a reconquistar as ruas a partir da primeira
década do século. O retorno do que seria um tipo mais
autêntico de comemoração provocou simpatias e elogios da
população e de cronistas da festa.
Com o tempo, contudo, a outra face do crescimento
da folia foi-se mostrando problemática – a insuficiência de
banheiros públicos, o aumento de furtos, o trânsito interrompido,
as áreas protegidas ocupadas por blocos não autorizados
e o excesso de barulho.
A Prefeitura de São Paulo afirma que reestruturou o planejamento
do evento com vistas a diminuir os transtornos.
Ao longo de 37 reuniões, os trajetos passaram pelo crivo de
diversos órgãos, como CET, SPTrans (responsável pelos ônibus),
polícia e GCM (Guarda Civil Metropolitana). Medidas
em outras áreas também foram anunciadas.
Cabe às autoridades, agora, fazer com que a propalada
reorganização saia do papel e garanta à cidade e a seus moradores
um padrão aceitável de funcionamento.
(Editorial, “Folia agigantada”. Folha de S.Paulo, 05.02.2020. Adaptado)
Considere as passagens do texto:
• Pela primeira vez, a cidade, que já foi apelidada de
“túmulo do samba”, terá desfiles em todas as suas 32
subprefeituras. (1o parágrafo)
• ... o secretário de Cultura, Alê Youssef, fundador
do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta. (4o parágrafo)
• No Rio, por exemplo, os blocos começaram a reconquistar
as ruas a partir da primeira década do século.
(5o parágrafo)
• Com o tempo, contudo, a outra face do crescimento
da folia foi-se mostrando problemática (6o parágrafo)
• Cabe às autoridades, agora, fazer com que a propalada
reorganização saia do papel... (8o parágrafo)
Assinale a alternativa em que se apresentam, correta e
respectivamente, as justificativas para o emprego de vírgulas
em relação às expressões destacadas.
Leia o texto para responder às questões de números 18 a 20.
16 DE JULHO Levantei. Obedeci a Vera Eunice. Fui buscar
agua. Fiz o café. Avisei as crianças que não tinha pão.
Que tomassem café simples e comesse carne com farinha.
Eu estava indisposta, resolvi benzer-me. Abri a boca duas
vezes, certifiquei-me que estava com mau olhado.
A indisposição desapareceu sai e fui ao seu Manoel levar umas latas
para vender. Tudo quanto eu encontro no lixo eu cato para
vender. Deu 13 cruzeiros. Fiquei pensando que precisava
comprar pão, sabão e leite para Vera Eunice. E os 13 cruzeiros
não dava! Cheguei em casa, aliás no meu barraco,
nervosa e exausta. Pensei na vida atribulada que eu levo.
Cato papel, lavo roupa para dois jovens, permaneço na rua o
dia todo. E estou sempre em falta. A Vera não tem sapatos.
E ela não gosta de andar descalça. Faz uns dois anos, que
eu pretendo comprar uma maquina de moer carne. E uma
maquina de costura.
Cheguei em casa, fiz o almoço para os dois meninos.
Arroz, feijão e carne. E vou sair para catar papel. Deixei as
crianças. Recomendei-lhes para brincar no quintal e não sair
na rua, porque os pessimos vizinhos que eu tenho não dão
socego aos meus filhos. Saí indisposta, com vontade de deitar.
Mas o pobre não repousa. Não tem o previlegio de gosar
descanço. Eu estava nervosa interiormente, ia maldizendo a
sorte.
(Carolina Maria de Jesus. Quarto de despejo – diário de uma favelada, 1993)
Ocorre, no texto, variação linguística, adequada à caracterização
da personagem; ocorrem, também, trechos que
atendem à norma-padrão da língua. Esses usos da língua
– com variação linguística e com atendimento à norma-
-padrão – estão, correta e respectivamente, exemplificados
com os trechos:
Leia o texto para responder às questões de números 05 a 12.
Recentemente, a população mundial excedeu a mar-
ca de 8 bilhões, o que representa um aumento de mais um
1 bilhão de seres humanos em pouco mais de uma década.
Mas o relatório recente da ONU alertou que o crescimento
populacional seria uma das maiores causas do aumento das
emissões de gases causadores do efeito estufa e da destrui-
ção ecológica. Cada pessoa a mais aumenta o desgaste dos
recursos biológicos exauríveis do planeta.
“Perda de biodiversidade, mudanças climáticas, desma-
tamento, escassez de água e alimentos – tudo isso é exacer-
bado pelos nossos números enormes, que aumentam conti-
nuadamente”, avalia a ONG Population Matters, com sede no
Reino Unido.
Sara Hertog, especialista em populações das Nações
Unidas, afirmou que não é difícil atribuir o consumo não sus-
tentável e os hábitos de produção à explosão populacional,
especialmente nos países em desenvolvimento no hemisfério
sul. No entanto, ela considera um erro esperar que a desace-
leração do crescimento populacional possa ser a única solu-
ção para esses problemas.
“O aumento da renda tem sido muito mais importante do
que o aumento das populações para impulsionar o consumo
e a poluição a ele associada”, observou, destacando que os
países mais ricos, onde o crescimento populacional foi desa-
celerado ou até revertido, são os que utilizam mais recursos
per capita.
Os países mais pobres e em desenvolvimento na África
Subsaariana e em partes da Ásia, que deverão ter o maior
incremento populacional nas próximas décadas, são respon-
sáveis por apenas uma fração das emissões e da utilização
dos recursos globais.
Segundo a ONG ambientalista Global Footprint Network,
se todos no mundo vivessem como os cidadãos dos Estados
Unidos, seriam necessários os recursos de pelo menos cinco
planetas Terra. Já o modo de vida de um cidadão na Nigéria,
por exemplo, requereria somente 70% dos recursos anuais
do planeta.
(Martin Kuebler. Como 8 bilhões podem dividir um planeta de modo
sustentável? Adaptado)
Na passagem do 1 o parágrafo – Cada pessoa a mais
aumenta o desgaste dos recursos biológicos exauríveis
do planeta –, o trecho em destaque poderia ser substitu-
ído, em concordância com a norma-padrão de regência
verbal, por
Atualmente na cidade de São Paulo existem 1,7 milhão
de idosos, o equivalente a 15% dos paulistanos.
Em 2050, segundo um estudo da Fundação Seade, os idosos
vão corresponder a 30% da população do município.____
as condições de vida _____ melhorando,
permitindo que a população envelheça mais, será
que as estruturas da cidade estão preparadas para lidar
com esses novos números?
Para a professora Yeda Duarte,
da Escola de Enfermagem (EE) da USP, todos nós
precisamos “entender que a velhice e o envelhecimento
fazem parte dessa sociedade. ______, o envelhecimento
tem que ser incluído e compreendido como parte
integrante, participativa e colaboradora desta cidade”.
De acordo com a docente, que é fundadora do curso de
Gerontologia da USP, o princípio da solidariedade deve
ser levado em conta tanto pelo poder público quanto por
nós, os indivíduos. Cuidar melhor das nossas calçadas e
espaços públicos,______ , é essencial.
(Denis Pacheco. Como São Paulo pode tratar melhor a população mais
velha? Disponível em: https://jornal.usp.br/podcast/momento-cidade-15-
-como-sao-paulo-pode-tratar-melhor-a-sua-populacao-mais-velha. Acesso em 03 jan. 2023. Adaptado)
Garante-se a coesão e a coerência textuais preenchendo-
se as lacunas do texto, correta e respectivamente,
com:
Leia o texto para responder às questões de números 13 a 17.
O encantamento do mar.
Tenho passado longos momentos com o olhar mergulha-
do no oceano que se estende à minha frente.
O encantamento pelo mar é inesgotável porque, a cada
dia, ele se faz diferente. Hoje, por exemplo, dia de poucas
nuvens e vento soprando de leste, sei que a água está mais
fria e que é prenúncio de tempo favorável. O mar está mais
para cinzento do que para azul.
Mas o vento pode mudar a qualquer momento. Se soprar
o sudoeste, o mar se encherá de pequenas ondas coroadas
de espuma e se revestirá de azul índigo.
Nestes tempos de quase verão – quase, porque a tem-
peratura sobe desce obedecendo ao comando da chuva ou
de mais uma frente fria – o mar veste seu traje azul profundo.
Ontem à noite teve tempestade, com direito a trovões e
relâmpagos. Já estava dormindo e me assustei com o primei-
ro trovão, pensando que fosse uma explosão. Estamos tão
acostumados com a violência urbana que já não dialogamos
com a natureza, em vez disso pensamos em tiros, explosões,
enfrentamentos. Deitada e protegida pelo lençol, imaginei o
mar momentaneamente iluminado pelos relâmpagos e salpi-
cado pela chuva torrencial. E com esse pensamento, vendo
através das pálpebras fechadas o clarão intermitente, desli-
zei para o sono.
(Marina Colasanti. Adaptado)
Na crônica, a narradora relata que
A alternativa redigida em conformidade com a norma-
padrão de concordância verbal e nominal é:
Leia o texto para responder às questões de números 71 a 75.
Sinal verde à faixa azul
Na sua concepção original, o Código de Trânsito Brasileiro proibia motocicletas de circular entre as fileiras de carros. Mas, por ordem do então presidente Fernando Henrique Cardoso, a norma foi vetada e liberou-se o chamado “corredor”.
À época, a decisão dividiu especialistas – afinal, por questões de segurança, o desenho inicial determinava que as motos rodassem nas faixas, atrás dos demais veículos.
Com os corredores livres, o risco de acidentes cresceria consideravelmente; sem isso, entretanto, a agilidade das duas rodas, principalmente nos centros urbanos, seria afetada. Os obstáculos para fiscalizar eventuais infrações eram outro complicador.
Ainda em fase de testes, as faixas exclusivas para motos, criadas na cidade de São Paulo, são um alento diante desse morticínio. Pintadas de azul para delimitar a distância entre um carro e outro, as duas vias em operação completaram um ano e nove meses sem registrar óbitos desde o início da experiência.
É auspiciosa, pois, a liberação das faixas azuis por parte da Secretaria Nacional de Trânsito em mais dez avenidas – outras quatro tiveram a autorização renovada, mas ainda não estão em funcionamento.
A eficácia da iniciativa decerto exige mais observação, mas já atrai o interesse de outras cidades do país. Políticas como essa devem vir acompanhadas de campanhas educativas, rígida fiscalização e, sobretudo, respeito às leis de trânsito – por motociclistas ou motoristas.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 02.10.2023. Adaptado)
Nas passagens – Com os corredores livres, o risco de acidentes cresceria consideravelmente... (3o parágrafo) / Políticas como essa devem vir acompanhadas... (6o parágrafo) –, as formas verbais destacadas expressam, correta e respectivamente, sentido de
Leia a charge, para responder às questões de números 13 e 14.

É correto afirmar que o efeito de sentido da charge está
associado à dedução, pelo leitor, de que
Meus amigos ______ moscas. Quando as _______ na cozinha, aconselham-me ______ pintar o teto de azul. Ao vê-lo pintado, elas, ___________ , devem pensar que não são amadas.
Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas do enunciado devem ser preenchidas, respectivamente, com:
Leia o texto, para responder às questões de números 10 e 11.
Frida
Tina Modotti não está sozinha frente aos inquisidores.
Está acompanhada, de cada braço, por seus camaradas
Diego Rivera e Frida Kahlo: o imenso buda pintor e sua
pequena Frida, pintora também, a melhor amiga de Tina, a
qual parece uma misteriosa princesa do Oriente mas diz mais
palavrões e bebe mais tequila que um mariachi* de Jalisco.
Frida ri às gargalhadas e pinta esplêndidas telas desde o
dia em que foi condenada à dor incessante.
A primeira dor ocorreu lá longe, na infância, quando seus
pais a disfarçaram de anjo e ela quis voar com asas de palha;
mas a dor de nunca acabar chegou num acidente de rua,
quando um ferro de bonde cravou-se de um lado a outro em
seu corpo, como uma lança, e triturou seus ossos. Desde
então ela é uma dor que sobrevive. Foi operada, em vão,
muitas vezes; e na cama de hospital começou a pintar seus
autorretratos, que são desesperadas homenagens à vida que
lhe sobra.
(Eduardo Galeano, Mulheres. Adaptado)
*mariachi: membro de conjunto popular no México
A alternativa em que o pronome destacado expressa, no
enunciado entre colchetes, a noção de posse é:
Leia o texto, para responder às questões de números 01 a 08.
Pessoas do bem
Volta e meia deparamos com as seguintes questões: porventura
existem pessoas do bem? Podemos dizer que de um
lado há os “do bem” e, de outro, os “do mal”?
Talvez a resposta imediata seja uma negativa. Uma resposta
fácil, porque não envolve compromisso nem esforço.
Não é possível estabelecer e rotular, seguramente, dessa
maneira, muito menos tecer qualquer julgamento. Todos nós
temos bons valores, mas muitas vezes agimos de modo a
prejudicar o próximo e até a nós mesmos, consciente ou
inconscientemente.
Entretanto, se tomarmos essa negação como absoluta, a
confusão se instala. Não poderemos eleger, e esse é um risco,
as coisas boas, nem evoluir nesses valores positivos. Em
outras palavras, se dissermos que jamais se pode traçar uma
linha entre pessoas boas e más, também estamos a dizer
que não existem valores construtivos, que nos fazem caminhar
para um lugar melhor, pois os valores são inseparáveis
das pessoas.
Nesses termos, temos que arriscar, sim, alguns paralelos,
ainda que maniqueístas; aparentemente simplistas. Aliás,
não há nada de errado nessa visão dual do mundo, pois isso
é muito antigo, até inato. O que não parece certo é apontar e
discriminar, para excluir aqueles que não estão inseridos no
grupo do bem. A atividade das pessoas do bem, diga-se, não
tende a segregar, mas sim aproximar, incluir.
Se recorrermos à religião, ao direito, à história, por exemplo,
há um vetor quase que comum e permanente. Pessoas
do bem são aquelas que, na comunidade, respeitam o outro;
sabem ver no outro um espelho. Em suma, as pessoas
que praticam o bem reconhecem que não são únicas e, por
estarem junto às demais, vivem em sintonia com o todo, com
a comunidade.
E numa comunidade assim, a solidariedade triunfa.
Ninguém fica à mercê dos infortúnios da vida. Os que caem
são prontamente socorridos. Os que tropeçam aprendem, no
tropeço, um passo de dança, pois há sempre um parceiro ao
lado com a mão estendida. E as conexões sociais fortes são
hoje, reconhecidamente, um dos melhores ingredientes para
a felicidade.
O final dessa história, portanto, leva a um estado de
espírito que nos traz prazer e vontade de viver. Nossa aposta,
com todas as fichas, é que existe um elo de sequência,
quase de causa e efeito, nas boas atitudes. As pessoas do
bem, altruístas, solidárias, produzem felicidade. Elas nos deixam
felizes.
E se existe uma regra na vida que jamais pode ser revogada
é esta: todos temos direito à felicidade. Dependemos,
portanto, das pessoas do bem.
(Evandro Pelarin, Diário da Região, 18.04.2023. Adaptado)
Na passagem – Em outras palavras, se dissermos que
jamais se pode traçar uma linha entre pessoas boas e
más, também estamos a dizer que não existem valores
construtivos, que nos fazem caminhar para um lugar
melhor
… – os verbos destacados podem ser substituídos,
de acordo com a norma-padrão de concordância e
correlação
de tempo e modo, por:
Leia o texto para responder às questões de números 05 a 12.
Recentemente, a população mundial excedeu a mar-
ca de 8 bilhões, o que representa um aumento de mais um
1 bilhão de seres humanos em pouco mais de uma década.
Mas o relatório recente da ONU alertou que o crescimento
populacional seria uma das maiores causas do aumento das
emissões de gases causadores do efeito estufa e da destrui-
ção ecológica. Cada pessoa a mais aumenta o desgaste dos
recursos biológicos exauríveis do planeta.
“Perda de biodiversidade, mudanças climáticas, desma-
tamento, escassez de água e alimentos – tudo isso é exacer-
bado pelos nossos números enormes, que aumentam conti-
nuadamente”, avalia a ONG Population Matters, com sede no
Reino Unido.
Sara Hertog, especialista em populações das Nações
Unidas, afirmou que não é difícil atribuir o consumo não sus-
tentável e os hábitos de produção à explosão populacional,
especialmente nos países em desenvolvimento no hemisfério
sul. No entanto, ela considera um erro esperar que a desace-
leração do crescimento populacional possa ser a única solu-
ção para esses problemas.
“O aumento da renda tem sido muito mais importante do
que o aumento das populações para impulsionar o consumo
e a poluição a ele associada”, observou, destacando que os
países mais ricos, onde o crescimento populacional foi desa-
celerado ou até revertido, são os que utilizam mais recursos
per capita.
Os países mais pobres e em desenvolvimento na África
Subsaariana e em partes da Ásia, que deverão ter o maior
incremento populacional nas próximas décadas, são respon-
sáveis por apenas uma fração das emissões e da utilização
dos recursos globais.
Segundo a ONG ambientalista Global Footprint Network,
se todos no mundo vivessem como os cidadãos dos Estados
Unidos, seriam necessários os recursos de pelo menos cinco
planetas Terra. Já o modo de vida de um cidadão na Nigéria,
por exemplo, requereria somente 70% dos recursos anuais
do planeta.
(Martin Kuebler. Como 8 bilhões podem dividir um planeta de modo
sustentável? Adaptado)
Assinale a alternativa que apresenta a afirmação correta
de acordo com as informações do texto.
Com base na NBR 6023, são abreviaturas das expressões
“capítulo”, “folha”, “preto e branco” e “volume”, correta
e respectivamente, as formas:
Leia o texto para responder às questões de números 11 a 18.
Folia agigantada
São Paulo prepara-se para ser palco do maior Carnaval
de rua de sua história. Pela primeira vez, a cidade, que já foi
apelidada de “túmulo do samba”, terá desfiles em todas as
suas 32 subprefeituras.
Também em número de blocos, a folia promete expansão
inédita. Os números são preliminares, mas as 490 agremiações
do ano passado deverão ser largamente suplantadas,
com aumento previsto de 70%. Novas atrações também animarão
a festa, como o famoso Galo da Madrugada, de Pernambuco.
Levantamentos preliminares sugerem que a capital paulista
poderá ser o principal destino turístico do país durante os
festejos, suplantando Rio de Janeiro e Salvador. Com isso,
projeta-se aumento da circulação de dinheiro, em favor de
hotéis, bares, comércio etc.
No cenário animador, um certo clima de ufanismo parece
contagiar quadros da prefeitura, que tem em seus membros
um carnavalesco conhecido – o secretário de Cultura, Alê
Youssef, fundador do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta.
O carnavalesco, que representa uma face mais progressista
do governo municipal, vê no Carnaval também um meio de
manifestação política. O secretário já declarou que pretende
fazer com que a festa seja um contraponto a ameaças à liberdade
de expressão.
A expansão do Carnaval de rua é um fenômeno que se
observa há anos em diversas cidades. No Rio, por exemplo,
os blocos começaram a reconquistar as ruas a partir da primeira
década do século. O retorno do que seria um tipo mais
autêntico de comemoração provocou simpatias e elogios da
população e de cronistas da festa.
Com o tempo, contudo, a outra face do crescimento
da folia foi-se mostrando problemática – a insuficiência de
banheiros públicos, o aumento de furtos, o trânsito interrompido,
as áreas protegidas ocupadas por blocos não autorizados
e o excesso de barulho.
A Prefeitura de São Paulo afirma que reestruturou o planejamento
do evento com vistas a diminuir os transtornos.
Ao longo de 37 reuniões, os trajetos passaram pelo crivo de
diversos órgãos, como CET, SPTrans (responsável pelos ônibus),
polícia e GCM (Guarda Civil Metropolitana). Medidas
em outras áreas também foram anunciadas.
Cabe às autoridades, agora, fazer com que a propalada
reorganização saia do papel e garanta à cidade e a seus moradores
um padrão aceitável de funcionamento.
(Editorial, “Folia agigantada”. Folha de S.Paulo, 05.02.2020. Adaptado)
Observe as informações:
• Dessa forma, cabe às autoridades competentes cuidar
para que um acontecimento dessa magnitude transcorra
da maneira mais tranquila possível... (Hora do
pesadelo)
• Cabe às autoridades, agora, fazer com que a propalada
reorganização saia do papel e garanta à cidade e a seus
moradores um padrão aceitável de funcionamento.
(Folia agigantada)
A leitura comparativa dos dois trechos permite concluir
que ambos os editorais
Leia o texto para responder às questões de números 01 a 12.
Hora do pesadelo
O carnaval de rua veio para ficar. O número de blocos
autorizados pela Prefeitura de São Paulo a desfilar entre os
dias 15 de fevereiro e 1o de março chegou a 644, 180 a mais
do que no ano passado. Haverá 678 desfiles em cerca de
400 pontos da cidade. São dados que mostram a potência
econômica e turística desse evento para a cidade. Dessa forma,
cabe às autoridades competentes cuidar para que um
acontecimento dessa magnitude transcorra da maneira mais
tranquila possível, não apenas para os milhares de participantes
mas também para os que, malgrado não queiram participar
da festa, são obrigados a conviver com seus efeitos
mais danosos – sejam as interdições que obrigam moradores
a alterar drasticamente sua rotina de deslocamentos, seja a
incivilidade de muitos dos foliões.
O potencial econômico dos desfiles carnavalescos ajuda
a explicar o exponencial crescimento dos blocos e a atração
de cada vez mais turistas. Esse gigantismo pode representar
ganhos para a cidade, mas é um enorme desafio para
a Prefeitura. A julgar pela experiência dos anos anteriores,
o ambiente para os foliões tem sido em geral satisfatório. O
problema é que a Prefeitura tem sido incapaz de oferecer o
mesmo tratamento àqueles – grande maioria – que não estarão
nos desfiles. Para estes, o carnaval é a hora do pesadelo,
que vem se tornando mais tétrico a cada ano que passa.
Mais blocos e mais desfiles pela cidade significam mais
sujeira, mais barulho, mais ruas fechadas. Paulistanos tornam-
se reféns dentro de suas próprias casas, tendo de suportar,
dia e – principalmente – noite, a algazarra de foliões
que estendem a festa até altas horas, fazendo seu carnaval
particular em local público.
Ao mesmo tempo que aceita e estimula a expansão do
carnaval de rua na cidade, a Prefeitura tem demonstrado
escassa capacidade para coibir o comportamento selvagem
dos que abusam do direito de se divertir na festa. Mas as
vítimas desse descaso começam a reagir.
Um abaixo-assinado de moradores da Vila Leopoldina
levou a Prefeitura a desistir de incluir a Avenida Gastão Vidigal,
a principal do bairro, no circuito dos blocos. Os moradores
disseram que “a região não é servida por metrô e a extensão
da avenida não comporta grandes multidões”. Além disso, “a
estrutura de forças de segurança local não comporta eventos
dessa magnitude” e “haverá multidões apertadas no calor”,
com “barulho, sujeira, urina e vandalismo”, sem falar no cerceamento
do direito de ir e vir e no prejuízo ao comércio –
que inclui a Ceagesp.
A Prefeitura aparentemente aceitou parte dos argumentos,
ao dizer que cancelou o desfile na Avenida Gastão
Vidigal “por motivo de organização e otimização dos espaços
públicos”. A vitória dos moradores da Vila Leopoldina é um
alento para os paulistanos que se sentem destituídos de sua
condição de cidadãos durante o carnaval – período no qual,
para muitos, a lei e as regras de civilidade deixam de valer.
(Editorial, “Hora do pesadelo”. https://opiniao.estadao.com.br. 16.02.2020.
Adaptado)
Analise as passagens do texto:
• ... cabe às autoridades competentes cuidar para que
um acontecimento dessa magnitude transcorra da
maneira mais tranquila possível, não apenas para os
milhares de participantes, mas também para os que,
malgrado não queiram participar da festa... (1o parágrafo)
• O potencial econômico dos desfiles carnavalescos
ajuda a explicar o exponencial crescimento dos blocos...
(2o parágrafo)
• A vitória dos moradores da Vila Leopoldina é um alento
para os paulistanos... (6o parágrafo)
Os termos destacados significam, correta e respectivamente: