Na sociedade líquido-moderna da hipermodernidade globalizante, o fazer compras não pressupõe nenhum discurso. O consumidor — o hiperconsumidor — compra aquilo que lhe apraz. Ele segue as suas inclinações individuais. O curtir é o seu lema.
Esse movimento social de hiperconsumismo, de vida para o consumo, guiou a pessoa natural para o caminho da necessidade, da vontade e do gosto pelo consumo, bem como impulsionou o descarte de cada vez mais recursos naturais finitos. Isso tem transformado negativamente o planeta, ao trazer prejuízos não apenas para as futuras gerações, como também para as atuais, o que resulta em problemas sociais, crises humanitárias e degradação do meio ambiente ecologicamente equilibrado, além de afetar o desenvolvimento humano, ao se precificar o ser racional, dissolvendo-se toda solidez social e trazendo-se à tona uma sociedade líquido-moderna de hiperconsumidores vorazes e indiferentes às consequências de seus atos sobre o meio ambiente ecologicamente equilibrado e sobre as gerações atuais e futuras.
O consumismo é uma economia do logro, do excesso e do lixo, pois faz que o ser humano trabalhe duro para adquirir mais coisas, mas traz a sensação de insatisfação porque sempre há alguma coisa melhor, maior e mais rápida do que no presente. Ao mesmo tempo, as coisas que se possuem e se consomem enchem não apenas os armários, as garagens, as casas e as vidas, mas também as mentes das pessoas.
Nessa sociedade líquido-moderna de hiperconsumidores, o desejo satisfeito pelo consumo gera a sensação de algo ultrapassado; o fim de um consumo significa a vontade de iniciar qualquer outro. Nessa vida de hiperconsumo e para o hiperconsumo, a pessoa natural fica tentada com a gratificação própria imediata, mas, ao mesmo tempo, os cérebros não conseguem compreender o impacto cumulativo em um nível coletivo. Assim, um desejo satisfeito torna-se quase tão prazeroso e excitante quanto uma flor murcha ou uma garrafa de plástico vazia.
O hiperconsumismo afeta não apenas a relação simbiótica entre o ser humano e o planeta, como também fere de morte a moral, ao passo que torna tudo e todos algo precificável, descartável e indiferente.
Fellipe V. B. Fraga e Bruno B. de Oliveira. O consumo colaborativo como mecanismo de desenvolvimento sustentável na sociedade líquido-moderna. LAECC.
Edição do Kindle (com adaptações).
Com base nas ideias e nos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se segue.
O termo “apraz” (segundo período do primeiro parágrafo) corresponde a uma forma flexionada do verbo aprazar.
O objeto indireto é um termo da oração que complementa o sentido do verbo transitivo indireto.
Assinale a opção em que o pronome pessoal oblíquo exerce a função de objeto indireto.
A quais classes de palavras pertencem os verbetes em negrito, respectivamente: “Esse negócio de que qualquer máquina só é tão inteligente quanto quem a usa não vale com ele.”
Os complementos verbais podem se apresentar diferenciados conforme o tipo de ligação estabelecida com os verbos a eles relacionados.
Em relação ao fragmento destacado a seguir “[...] conferindo concretude aos direitos e liberdades fundamentais [...]”, os mesmos tipos de complementos podem ser identificados em:
Quanto à conjugação de certos verbos da língua portuguesa, assinale a alternativa na qual as formas verbais
destacadas estão conjugadas CORRETAMENTE.
Para responder às questões de números 1 a 14, baseie-se no texto abaixo.
Texto I
AO SOM DA VALSA
1º§ A casa do coronel podia conter o triplo das pessoas convidadas para o sarau daquela noite; mas o coronel preferia convidar apenas as pessoas mais íntimas e familiares. Era homem pouco cerimonioso, gostava sobretudo da intimidade.
2º§ Quando Félix entrou dançava-se uma quadrilha. O coronel foi ter com ele e levou-o para onde estava a mulher, que já o esperava com ansiedade, pela razão, dizia ela, de que era um dos poucos rapazes que ainda conversavam com velhas, estando entre moças. Félix sentou-se ao pé de D. Matilde. Estava então de bom humor e conversou alegremente até que a música parou.
3º§ A mulher do coronel era o tipo da mãe de família. Tinha quarenta anos, e ainda conservava na fronte, embora secas, as rosas da mocidade. Era uma mistura de austeridade e meiguice, de extrema bondade e extrema rigidez. Gostava muito de conversar e rir, e tinha a particularidade de amar a discussão, exceto em dois pontos que para ela estavam acima das controvérsias humanas: a religião e o marido. A sua melhor esperança, afirmava, seria morrer nos braços de ambos. Dizia-lhe Félix às vezes que não era acertado julgar pelas aparências, e que o coronel, excelente marido em reputação, fora na realidade pecador impenitente. Ria-se a boa senhora destes inúteis esforços para abalar a boa fama do esposo. Reinava uma santa paz naquele casal, que soubera substituir os fogos da paixão pela reciprocidade da confiança e da estima.
4º§ A conversa com a dona da casa roubou algum tempo às moças, segundo a expressão do coronel. Era necessário que Félix se dividisse com as senhoras que ainda tinham amor aos exercícios coreográficos. Recusou, pretextando a presença de D. Matilde.
5º§ — Oh! por mim não! respondeu a boa senhora; o direito das velhas tem um limite no direito das moças. Vá, doutor, e mais tarde volte cá, se o não agarrarem por aí...
6º§ Valsava-se. Félix levantou-se e foi buscar um par. Não tendo preferência por nenhuma senhora, lembrou-lhe ir pedir a filha do coronel. Atravessava a sala para ir buscá-la defronte, quando foi abalroado por um par valsante. Conquanto fosse navegante prático daqueles mares, não pôde evitar o turbilhão. Susteve o equilíbrio com rara felicidade e foi procurar melhor caminho, costeando a parede. Nesse momento os valsantes pararam perto dele. Pareceu-lhe reconhecer Lívia, irmã de Viana. Com as faces avermelhadas e o seio ofegante, a moça pousava molemente o braço no braço do cavalheiro. Murmurou algumas palavras, que Félix não pôde ouvir, e depois de lançar um olhar em roda de si, continuou a valsar.
ASSIS, Machado. 1839 – 1908. Ressurreição. / - São Paulo: Globo, 1997. P. 12-13.
Há verbo no modo imperativo afirmativo em:
“Unamos agora os pés e ___________ um salto por cima da escola, a enfadonha escola, onde aprendi a ler, escrever, contar, dar cambalhotas, apanhá-las, e ir fazer diabruras, ora nos morros, ora nas praias, onde quer que fosse propício a ociosos”.
Nesse trecho, o personagem-narrador Brás Cubas, de Machado de Assis, faz um pedido ao leitor para que, juntos, adiantem o tempo da narrativa. Para isso, utiliza o mesmo modo verbal para os dois verbos que iniciam o período: o verbo unir e o verbo dar. O verbo conjugado que completa, então, corretamente a lacuna é
Na prosa poética de Gabriela Mistral, o eu lírico, com o uso reiterado do imperativo, demonstra
Mantendo-se o sentido original do texto 1A1-I, a locução “formos propor” (início do segundo parágrafo) poderia ser corretamente substituída pela forma verbal
A respeito desse texto, analise as seguintes afirmativas.
Estão corretas as afirmativas
INSTRUÇÃO: Analise o texto a seguir para responder à questão.
Releia este trecho.
“Aprecie com moderação”
O único verbo encontrado no texto está no modo
Analise o emprego dos verbos existir e saber no fragmento transcrito a seguir, extraído da reportagem “O PARQUE DOS DINOSSAROS” (Veja, 25/09/19), com atenção para o aspecto da concordância verbal.
“No total, existem no momento dezesseis diplomatas no ostracismo, e a maioria não sabe direito como foi parar nessa situação e se ainda tem alguma chance de obter um posto de verdade no ministério. O custo desse desperdício de experiência é de cerca de 4,5 milhões de reais por ano”.
Avalie as proposições com (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas :
( ) Está correto o emprego do verbo “existir” no plural, pois está em harmonia com o sujeito posposto “dezesseis diplomatas”.
( ) Considerando no contexto frasal, a possível correspondência entre os verbos “existir” e “haver”, o verbo “existir” admitiria o uso no singular, sem constituir erro gramatical.
( ) Está correto o uso do verbo “saber” no singular, pois a concordância se dá entre o verbo e o núcleo gramatical “maioria”, formalmente no singular, apesar da noção de plural.
( ) Substituindo-se “a maioria” por “a maioria desses diplomatas”, o verbo “saber” admitiria as duas formas – singular ou plural, neste último caso, concordando com o adjunto e não com o núcleo.
Asequência CORRETAde preenchimento dos parentes é:
“Muitas vezes não há palavras nas línguas locais para exprimir esses conceitos.” Em relação ao verbo destacado é correto afirmar que:
Os verbos destacados a seguir estão corretamente classificados quanto à sua transitividade nos parênteses, exceto: