Bertrand Russell conta a história de um peru que descobrira, em sua primeira manhã na fazenda de perus, que fora alimentado às 9 da manhã. Contudo, ele não tirou conclusões apressadas. Esperou até recolher um grande número de observações do fato de que era alimentado às 9 da manhã e fez essas observações sob uma ampla variedade de circunstâncias, às quartas e quintas-feiras, em dias quentes e dias frios, em dias chuvosos e dias secos. A cada dia acrescentava uma outra proposição de observação à sua lista. Finalmente, sua consciência ficou satisfeita e ele concluiu. “Eu sou alimentado sempre às 9 da manhã”.
CHALMERS, A. O que é ciência, afinal?
São Paulo: Brasiliense, 1993 (adaptado).
Qual tipo de raciocínio corresponde ao padrão de pensamento exibido pelo personagem do texto?
TEXTO I
O empirismo moderno foi, em grande parte, condicionado por dois dogmas. Um deles é a crença em certa divisão fundamental entre verdades analíticas, ou fundadas em significados independentemente de questões de fato, e verdades sintéticas, ou fundadas em fatos. O outro dogma é o reducionismo: a crença de que todo enunciado significativo é equivalente a algum construto lógico sobre termos que se referem à experiência imediata.
QUINE, W. V. O. Dois dogmas do empirismo. In: RYLE, G. et al.
Ensaios. São Paulo: Abril Cultural, 1975.
TEXTO II
Teses: 1. Somente os enunciados que possuem conteúdo factual são teoricamente significativos; enunciados que não podem, em princípio, estar fundamentados pela experiência são carentes de significado. 2. As ciências empíricas usam somente o conteúdo empírico da realidade. 3. A filosofia usa um conceito não empírico da realidade.
CARNAP, R. Pseudoproblemas na filosofia. In: SCHLICK, M.;
CARNAP, R.; POPPER, K. Coletânea de textos.
São Paulo: Abril Cultural, 1975.
Ao comparar os textos, conclui-se que eles apresentam posicionamentos filosóficos divergentes com relação ao
Quem se mete pelo caminho do pedido de perdão deve estar pronto a escutar uma palavra de recusa. Entrar na atmosfera do perdão é aceitar medir-se com a possibilidade sempre aberta do imperdoável. Perdão pedido não é perdão a que se tem direito [devido]. É com o preço destas reservas que a grandeza do perdão se manifesta.
RICOEUR, P. O perdão pode curar. Disponível em: www.lusosofia.net. Acesso em: 14 out. 2019.
A reflexão sobre o perdão apresentada no texto encontra fundamento na(s)
Não tinha outra filosofia. Nem eu. Não digo que a Universidade me não tivesse ensinado alguma; mas eu decorei-lhe só as fórmulas, o vocabulário, o esqueleto. Tratei-a como tratei o latim; embolsei três versos de Virgílio, dois de Horácio, uma dúzia de locuções morais e políticas, para as despesas da conversação. Tratei-os como tratei a história e a jurisprudência. Colhi de todas as cousas a fraseologia, a casca, a ornamentação.
ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.
A descrição crítica do personagem de Machado de Assis assemelha-se às características dos sofistas, contestados pelos filósofos gregos da Antiguidade, porque se mostra alinhada à
Os movimentos da agricultura urbana no Rio de Janeiro vêm crescendo nos últimos vinte anos, tanto por meio de reproduções de modelos de vida antigos, vinculados ao resgate dos próprios costumes, como — e cada vez mais — são revelados hábitos inventivos nos
quais moradores urbanos de diferentes classes sociais, sem nenhuma referência anterior com o campo, passam a se dedicar a essas atividades. Ao possibilitar o acesso ao plantio e, consequentemente, à alimentação, permite-se uma nova relação com o que se come, reduzindo o percurso da cadeia produtiva e aproximando produtores de consumidores, pois ambos se confundem nas experiências de agricultura urbana.
PORTILHO, M.; RODRIGUES, C. G. O.; FERNANDEZ, A. C. F. Cultivando relações no
arranjo local da Penha: a mobilização de mulheres a partir das práticas de agricultura
urbana na favela. Cidades, Comunidades e Territórios, n. 42, jun. 2021.
A prática agrícola destacada no texto apresenta como vantagem no espaço urbano a
Não tinha outra filosofia. Nem eu. Não digo que a Universidade me não tivesse ensinado alguma; mas eu decorei-lhe só as fórmulas, o vocabulário, o esqueleto. Tratei-a como tratei o latim; embolsei três versos de Virgílio, dois de Horácio, uma dúzia de locuções morais e políticas, para as despesas da conversação. Tratei-os como tratei a história e a jurisprudência. Colhi de todas as cousas a fraseologia, a casca, a ornamentação.
ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.
A descrição crítica do personagem de Machado de Assis assemelha-se às características dos sofistas, contestados pelos filósofos gregos da Antiguidade, porque se mostra alinhada à
Os trechos apresentam divergências conceituais entre autores que sustentam um entendimento segundo o qual a igualdade entre os homens se dá em razão de uma
A Demócrito atribui-se a origem do conceito de
Segundo Rawls, a concepção de justiça legisla sobre ideias do bem, de forma que
O texto apresenta uma elaboração teórica de Tomás de Aquino caracterizada por

O texto faz uma apresentação crítica acerca do pensamento de Demócrito, segundo o qual o "princípio constitutivo das coisas" estava representado pelo(a)
A atividade atualmente chamada de ciência tem se mostrado fator importante no desenvolvimento da civilização liberal: serviu para eliminar crenças e práticas supersticiosas, para afastar temores brotados da ignorância e para fornecer base intelectual de avaliação de costumes herdados e de normas tradicionais de conduta.
NAGEL, E et aI. Ciência: natureza e objetivo. São Paulo: Cultrix, 1975 (adaptad)
Quais características permitem conceber a ciência com os aspectos críticos mencionados?
Após ter examinado cuidadosamente todas as coisas, cumpre enfim concluir e ter por constante que esta proposição, eu sou, eu existo, é necessariamente verdadeira todas as vezes que a enuncio ou que a concebo em meu espírito.
DESCARTES, R. Meditações. Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979
A proposição "eu sou, eu existo" corresponde a um dos momentos mais importantes na ruptura da filosofia do século XVII com os padrões da reflexão medieval, por
A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que continuamente se abre perante nossos olhos (isto em o universo), que não se pode compreender antes de entender a língua e conhecer os caracteres com os quais está escrito. Ele está escrito em língua matemática, os caracteres são triângulos, circunferências e outras figuras geométricas, sem cujos maior é impossível entender humanamente as palavras: sem eles, vagamos perdidos dentro de um obscuro labirinto.
Galilei, G. O ensaiador. Os pensadores. São Paulo. Abril Cultural. 1978.
No contexto da Revolução Científica do século CVII, assumir a posição de Galileu significativa defender a