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Assinale a frase argumentativa a seguir cuja premissa de raciocínio é feita à base de um julgamento opinativo.

Em todas as frases a seguir procurou-se evitar a repetição do termo sublinhado.

Assinale a opção em que o processo utilizado para isso foi corretamente identificado.

Cada uma das opções a seguir fala da língua escrita e alude a uma de suas funções.

Assinale a frase que se refere à função de transferência do ato comunicativo para outro tempo ou lugar.

Quem nunca se deparou com alguma antiga anotação e se frustrou por não conseguir entender a própria 
caligrafia? A triste verdade: estamos esquecendo como escrever à mão! 
Escrever à mão está entre as técnicas culturais mais importantes da evolução humana. Milhares de anos atrás, 
as informações eram esculpidas em argila ou pedra, ou escritas com tinta em folhas de palmeira, pergaminho ou 
papiro. Até a invenção da imprensa, a escrita à mão era a única maneira de registrar a linguagem em qualquer meio 
que fosse. 
A escrita mais antiga de que se tem conhecimento tem cerca de 5 mil a 6 mil anos: desenvolvida pelos sumérios 
no atual Iraque, a escrita cuneiforme era utilizada na administração do comércio. Essa escrita pictórica consistia em 
cerca de 900 pictogramas e ideogramas, ou seja, símbolos e sinais que eram riscados em tábuas de argila úmida com 
pedaços de madeira. Com o tempo, essa "caligrafia" evoluiu para várias fontes e também para nosso alfabeto 
moderno. 
Ao contrário da fala, a escrita antigamente era reservada apenas a uma minoria: a nobreza, os intelectuais e os 
comerciantes. O fato de tantas pessoas saberem ler e escrever hoje em dia é resultado da introdução da escolaridade 
obrigatória no século XX. 
Nestes tempos virtuais, nós nos limitamos a digitar em computadores e smartphones e, quando muito, 
fazemos uma lista de compras ou poucas outras anotações à mão. Raramente — ou com certa relutância — nos 
comunicamos por meio de canetas e papel, enquanto a comunicação por e-mails, mensagens de texto ou —
sobretudo entre os mais jovens — por mensagens de voz virou a regra. 
Em plena era digital, agora nos parece extremamente tedioso escrever um texto mais longo à mão. Para que 
um cartão de aniversário ou uma carta sejam escritos de forma particularmente bela, é necessário dedicar toda nossa 
concentração. 
Desde crianças, aprendemos a escrever à mão da forma mais correta e ordenada possível. Embora todas as 
crianças aprendam as mesmas letras, a escrita de cada um é sempre muito particular. Durante a adolescência e o 
início da fase adulta, nossa caligrafia costuma mudar significativamente, mas depois disso ela permanece 
praticamente a mesma para a maioria das pessoas — cada um desenvolve uma caligrafia única. 
Mas sem prática e controle, a caligrafia só tende a piorar. Problemas de caligrafia são há muito um problema 
da sociedade como um todo, e não apenas dos estudantes, como muitas vezes se supõe. A caligrafia correta e legível, 
afinal, passa por uma verificação na escola. 
Ainda assim, a Associação Alemã de Educação e Formação vem há anos reclamando do declínio das 
habilidades de escrita e do aumento dos déficits motores entre crianças em idade escolar. De acordo com o Estudo 
sobre o desenvolvimento, os problemas e as intervenções na questão da caligrafia (STEP 2022), cada vez mais crianças 
estão tendo dificuldades para escrever de forma rápida e legível. E os lockdowns e a prática de ensino domiciliar 
durante a pandemia do coronavírus só pioraram a situação. 
À medida que as pessoas envelhecem, durante a adolescência e no início da idade adulta, a caligrafia tende a 
se tornar cada vez mais ilegível — também por causa da falta de prática e controle. 
Digitar em um teclado é imbatível, especialmente para textos mais longos, pois a estrutura do texto pode ser 
alterada conforme desejado. A correção automática também elimina erros banais, tornando a escrita mais rápida, 
mais legível e menos cansativa. 
A escrita à mão, por outro lado, desafia o cérebro mais do que a digitação e, portanto, promove o aprendizado. 
Além disso, ao se escrever, o cérebro compara a escrita resultante com modelos aprendidos das letras e palavras e 
ajusta a posição dos dedos em tempo real. Olhos e cérebro monitoram constantemente se os dedos estão segurando 
a caneta corretamente, aplicando a quantidade certa de pressão, e se claras linhas são criadas ao escrever. Isso requer 
uma coordenação muito precisa entre os processos visuais e motores. É essa combinação de informação visual e 
processamento de informação que promove o aprendizado. 
De fato, a escrita à mão é mais lenta do que a digitação, mas isso não é necessariamente uma desvantagem. A 
lentidão natural nos obriga a processar informações de forma mais intensiva. 
Resumimos o que ouvimos ou pensamos com mais clareza, destacamos palavras-chave ou citações concisas, 
às vezes usamos setas ou marcadores para estabelecer conexões e, geralmente, nos envolvemos mais intensamente 
com o conteúdo, retendo-o em nossa memória por mais tempo. 

Internet: <https://g1.globo.com > (com adaptações).

Com base nas ideias veiculadas no texto, assinale a alternativa correta. 

Quem nunca se deparou com alguma antiga anotação e se frustrou por não conseguir entender a própria 
caligrafia? A triste verdade: estamos esquecendo como escrever à mão! 
Escrever à mão está entre as técnicas culturais mais importantes da evolução humana. Milhares de anos atrás, 
as informações eram esculpidas em argila ou pedra, ou escritas com tinta em folhas de palmeira, pergaminho ou 
papiro. Até a invenção da imprensa, a escrita à mão era a única maneira de registrar a linguagem em qualquer meio 
que fosse. 
A escrita mais antiga de que se tem conhecimento tem cerca de 5 mil a 6 mil anos: desenvolvida pelos sumérios 
no atual Iraque, a escrita cuneiforme era utilizada na administração do comércio. Essa escrita pictórica consistia em 
cerca de 900 pictogramas e ideogramas, ou seja, símbolos e sinais que eram riscados em tábuas de argila úmida com 
pedaços de madeira. Com o tempo, essa "caligrafia" evoluiu para várias fontes e também para nosso alfabeto 
moderno. 
Ao contrário da fala, a escrita antigamente era reservada apenas a uma minoria: a nobreza, os intelectuais e os 
comerciantes. O fato de tantas pessoas saberem ler e escrever hoje em dia é resultado da introdução da escolaridade 
obrigatória no século XX. 
Nestes tempos virtuais, nós nos limitamos a digitar em computadores e smartphones e, quando muito, 
fazemos uma lista de compras ou poucas outras anotações à mão. Raramente — ou com certa relutância — nos 
comunicamos por meio de canetas e papel, enquanto a comunicação por e-mails, mensagens de texto ou —
sobretudo entre os mais jovens — por mensagens de voz virou a regra. 
Em plena era digital, agora nos parece extremamente tedioso escrever um texto mais longo à mão. Para que 
um cartão de aniversário ou uma carta sejam escritos de forma particularmente bela, é necessário dedicar toda nossa 
concentração. 
Desde crianças, aprendemos a escrever à mão da forma mais correta e ordenada possível. Embora todas as 
crianças aprendam as mesmas letras, a escrita de cada um é sempre muito particular. Durante a adolescência e o 
início da fase adulta, nossa caligrafia costuma mudar significativamente, mas depois disso ela permanece 
praticamente a mesma para a maioria das pessoas — cada um desenvolve uma caligrafia única. 
Mas sem prática e controle, a caligrafia só tende a piorar. Problemas de caligrafia são há muito um problema 
da sociedade como um todo, e não apenas dos estudantes, como muitas vezes se supõe. A caligrafia correta e legível, 
afinal, passa por uma verificação na escola. 
Ainda assim, a Associação Alemã de Educação e Formação vem há anos reclamando do declínio das 
habilidades de escrita e do aumento dos déficits motores entre crianças em idade escolar. De acordo com o Estudo 
sobre o desenvolvimento, os problemas e as intervenções na questão da caligrafia (STEP 2022), cada vez mais crianças 
estão tendo dificuldades para escrever de forma rápida e legível. E os lockdowns e a prática de ensino domiciliar 
durante a pandemia do coronavírus só pioraram a situação. 
À medida que as pessoas envelhecem, durante a adolescência e no início da idade adulta, a caligrafia tende a 
se tornar cada vez mais ilegível — também por causa da falta de prática e controle. 
Digitar em um teclado é imbatível, especialmente para textos mais longos, pois a estrutura do texto pode ser 
alterada conforme desejado. A correção automática também elimina erros banais, tornando a escrita mais rápida, 
mais legível e menos cansativa. 
A escrita à mão, por outro lado, desafia o cérebro mais do que a digitação e, portanto, promove o aprendizado. 
Além disso, ao se escrever, o cérebro compara a escrita resultante com modelos aprendidos das letras e palavras e 
ajusta a posição dos dedos em tempo real. Olhos e cérebro monitoram constantemente se os dedos estão segurando 
a caneta corretamente, aplicando a quantidade certa de pressão, e se claras linhas são criadas ao escrever. Isso requer 
uma coordenação muito precisa entre os processos visuais e motores. É essa combinação de informação visual e 
processamento de informação que promove o aprendizado. 
De fato, a escrita à mão é mais lenta do que a digitação, mas isso não é necessariamente uma desvantagem. A 
lentidão natural nos obriga a processar informações de forma mais intensiva. 
Resumimos o que ouvimos ou pensamos com mais clareza, destacamos palavras-chave ou citações concisas, 
às vezes usamos setas ou marcadores para estabelecer conexões e, geralmente, nos envolvemos mais intensamente 
com o conteúdo, retendo-o em nossa memória por mais tempo. 

Internet: <https://g1.globo.com > (com adaptações).

Assinale a alternativa cuja frase apresenta o verbo “esquecer” com o mesmo sentido em que ele está empregado no seguinte trecho do texto: “estamos esquecendo como escrever à mão!” (linha 2). 

Quem nunca se deparou com alguma antiga anotação e se frustrou por não conseguir entender a própria 
caligrafia? A triste verdade: estamos esquecendo como escrever à mão! 
Escrever à mão está entre as técnicas culturais mais importantes da evolução humana. Milhares de anos atrás, 
as informações eram esculpidas em argila ou pedra, ou escritas com tinta em folhas de palmeira, pergaminho ou 
papiro. Até a invenção da imprensa, a escrita à mão era a única maneira de registrar a linguagem em qualquer meio 
que fosse. 
A escrita mais antiga de que se tem conhecimento tem cerca de 5 mil a 6 mil anos: desenvolvida pelos sumérios 
no atual Iraque, a escrita cuneiforme era utilizada na administração do comércio. Essa escrita pictórica consistia em 
cerca de 900 pictogramas e ideogramas, ou seja, símbolos e sinais que eram riscados em tábuas de argila úmida com 
pedaços de madeira. Com o tempo, essa "caligrafia" evoluiu para várias fontes e também para nosso alfabeto 
moderno. 
Ao contrário da fala, a escrita antigamente era reservada apenas a uma minoria: a nobreza, os intelectuais e os 
comerciantes. O fato de tantas pessoas saberem ler e escrever hoje em dia é resultado da introdução da escolaridade 
obrigatória no século XX. 
Nestes tempos virtuais, nós nos limitamos a digitar em computadores e smartphones e, quando muito, 
fazemos uma lista de compras ou poucas outras anotações à mão. Raramente — ou com certa relutância — nos 
comunicamos por meio de canetas e papel, enquanto a comunicação por e-mails, mensagens de texto ou —
sobretudo entre os mais jovens — por mensagens de voz virou a regra. 
Em plena era digital, agora nos parece extremamente tedioso escrever um texto mais longo à mão. Para que 
um cartão de aniversário ou uma carta sejam escritos de forma particularmente bela, é necessário dedicar toda nossa 
concentração. 
Desde crianças, aprendemos a escrever à mão da forma mais correta e ordenada possível. Embora todas as 
crianças aprendam as mesmas letras, a escrita de cada um é sempre muito particular. Durante a adolescência e o 
início da fase adulta, nossa caligrafia costuma mudar significativamente, mas depois disso ela permanece 
praticamente a mesma para a maioria das pessoas — cada um desenvolve uma caligrafia única. 
Mas sem prática e controle, a caligrafia só tende a piorar. Problemas de caligrafia são há muito um problema 
da sociedade como um todo, e não apenas dos estudantes, como muitas vezes se supõe. A caligrafia correta e legível, 
afinal, passa por uma verificação na escola. 
Ainda assim, a Associação Alemã de Educação e Formação vem há anos reclamando do declínio das 
habilidades de escrita e do aumento dos déficits motores entre crianças em idade escolar. De acordo com o Estudo 
sobre o desenvolvimento, os problemas e as intervenções na questão da caligrafia (STEP 2022), cada vez mais crianças 
estão tendo dificuldades para escrever de forma rápida e legível. E os lockdowns e a prática de ensino domiciliar 
durante a pandemia do coronavírus só pioraram a situação. 
À medida que as pessoas envelhecem, durante a adolescência e no início da idade adulta, a caligrafia tende a 
se tornar cada vez mais ilegível — também por causa da falta de prática e controle. 
Digitar em um teclado é imbatível, especialmente para textos mais longos, pois a estrutura do texto pode ser 
alterada conforme desejado. A correção automática também elimina erros banais, tornando a escrita mais rápida, 
mais legível e menos cansativa. 
A escrita à mão, por outro lado, desafia o cérebro mais do que a digitação e, portanto, promove o aprendizado. 
Além disso, ao se escrever, o cérebro compara a escrita resultante com modelos aprendidos das letras e palavras e 
ajusta a posição dos dedos em tempo real. Olhos e cérebro monitoram constantemente se os dedos estão segurando 
a caneta corretamente, aplicando a quantidade certa de pressão, e se claras linhas são criadas ao escrever. Isso requer 
uma coordenação muito precisa entre os processos visuais e motores. É essa combinação de informação visual e 
processamento de informação que promove o aprendizado. 
De fato, a escrita à mão é mais lenta do que a digitação, mas isso não é necessariamente uma desvantagem. A 
lentidão natural nos obriga a processar informações de forma mais intensiva. 
Resumimos o que ouvimos ou pensamos com mais clareza, destacamos palavras-chave ou citações concisas, 
às vezes usamos setas ou marcadores para estabelecer conexões e, geralmente, nos envolvemos mais intensamente 
com o conteúdo, retendo-o em nossa memória por mais tempo. 

Internet: <https://g1.globo.com > (com adaptações).

Sem prejuízo da correção gramatical e dos sentidos originais do texto, a preposição “com” (linha 40) poderia ser substituída por 

LÍNGUA PORTUGUESA I

Com crise atual, clima passa a ser visto como ator relevante na História

 

Atravessamos um período de urgente preocupação climática. No Brasil, seca intensa, incêndios devastadores em diversos biomas e desastres como as chuvas que atingiram o Sul do país em 2024. No mundo, inundações no Saara e, em muitos outros países, elevação das temperaturas e do nível do mar. Para o campo da história, apesar de hoje os estudos que tratam de mudanças climáticas se mostrarem mais atuais que nunca, esse não é um tema novo, uma vez que muitos autores nos séculos 18 e 19 já pensavam a saúde e a doença a partir de suas relações com o ambiente e o clima.

Um pesquisador da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) tem se dedicado a temas ambientais e às transformações ecológicas que caracterizam o chamado Antropoceno, termo que designa uma nova época geológica definida pelo impacto do homem na Terra. Ele analisa como a relação entre clima e saúde foi percebida ao longo da história, afirmando que as mudanças climáticas interferem na saúde, podendo influenciar na propagação de vetores — como mosquitos que transmitem doenças —, na qualidade das águas e do ar, na fisiologia dos organismos e na produção de alimentos.

Para o pesquisador, a covid-19 trouxe à tona a discussão sobre a pandemia como parte de uma crise sistêmica, o que ocorreu não apenas entre cientistas e historiadores da doença e da medicina, mas também na esfera pública, na grande mídia e nas redes sociais. “Durante a pandemia, na imprensa, nas redes, ouvimos frases como ‘isso é uma expressão da crise ecológica’, ‘a humanidade é o vírus’. E essa questão não é supernova”.

Ele afirma que há correntes nos séculos 18 e 19 que pensavam a saúde de forma abrangente e integrada ao meio ambiente. Isso é bastante claro no século 19, porque a própria maneira de conceber as inter-relações entre doença, corpo e ambiente tinha base nas ideias do neo-hipocratismo, de que os corpos precisam estar em equilíbrio com o ambiente e que o desequilíbrio causa a doença.

Entre os estudos citados pelo pesquisador, consta uma pesquisa sobre a malária no interior de São Paulo, cuja proposta é pensar essas epidemias, conectando-as com a dinâmica do Tietê: “A malária é uma doença muito dependente de fatores ecológicos, muito ligada a questões climáticas, aos regimes hídricos. Ela convida a pensar a história das doenças não apenas como a narrativa da campanha de saúde pública focada em vacinas e antibióticos; essa é uma história que também envolve atores que pensaram doença e saúde de maneira a integrar as relações biológicas, as relações com o ambiente e com o clima”.

A COC/Fiocruz tem uma forte tradição de pesquisas sobre a Amazônia. A razão disso, segundo o pesquisador, deve-se “à importância incontornável que a Amazônia tem nos estudos científicos e na saúde pública e pela própria densidade das pesquisas que vão se realizar a partir da segunda metade do século 20”. O bioma pode ser visto como uma representação dos processos e dos impactos globais que caracterizam o Antropoceno, refletindo as interações e as tensões entre os humanos e a natureza em uma área específica. “É quase um truísmo afirmar que é importante conservar a Amazônia por causa de seu papel na regulação climática, da chuva e do ciclo da água. A Amazônia é uma região vital para o equilíbrio do clima, da biodiversidade e dos recursos naturais, representando muitos dos desafios globais enfrentados em termos de conservação ambiental e impacto humano”.

O pesquisador também destacou o caráter transnacional da própria Amazônia, que se estende por nove países (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Venezuela e Suriname), acrescentando que o bioma ultrapassa as fronteiras políticas e que a história ambiental, por si só, já problematiza a ideia de uma história nacional, uma vez que rios, biomas e paisagens atravessam territórios. Além disso, sempre houve na região grandes projetos com financiamento de instituições internacionais e multilaterais. O pesquisador ressaltou ainda que há uma perspectiva na escrita da história de pensar a Amazônia de forma global desde a época colonial.

Analisando a forma como a história lidou com o clima, o pesquisador afirma que por muito tempo as ciências sociais estiveram intimamente ligadas ao tema, no entanto, muitas vezes de maneira determinista, inclusive, justificando o colonialismo: “as ideias sobre clima, em muitos casos, envolveram uma visão racista a partir do pensamento de que povos, clima e ambiente tinham seus respectivos lugares. Isso foi uma estrutura para a legitimação científica do conceito de raça. Ou seja, assim como plantas e animais são ligados a ambientes específicos, o mesmo aconteceria com as raças humanas. Então, por muito tempo, a questão do clima, do ambiente, foi muito ligada a essa visão determinista, que teve consequências danosas ao servir de suporte para o racismo e o colonialismo”.

Para ele, no entanto, agora, com a emergência da questão das mudanças climáticas contemporâneas, o clima vem sendo recuperado como “partícipe da história” e não mais a partir da ideia de que o clima determina a história e o caráter da sociedade. “Não é mais possível pensar processos climáticos sem considerar seus enredamentos com agência humana, com as organizações sociais e os processos políticos”.

 MANNHEIMER, Vivian. Com crise atual, clima passa a ser visto como ator relevante na História. Agência Fiocruz de Notícia, 12 nov. 2024. Disponível em: https://agencia.fiocruz.br/com-cri-se-atual-clima-passa-ser-visto-como-ator relevante-na-historia. Acesso em: 18 jan. 2025. Adaptado

O acento grave indicativo de crase nos termos em destaque está empregado de acordo com as regras da norma-padrão da Língua Portuguesa em

LÍNGUA PORTUGUESA I

Com crise atual, clima passa a ser visto como ator relevante na História

 

Atravessamos um período de urgente preocupação climática. No Brasil, seca intensa, incêndios devastadores em diversos biomas e desastres como as chuvas que atingiram o Sul do país em 2024. No mundo, inundações no Saara e, em muitos outros países, elevação das temperaturas e do nível do mar. Para o campo da história, apesar de hoje os estudos que tratam de mudanças climáticas se mostrarem mais atuais que nunca, esse não é um tema novo, uma vez que muitos autores nos séculos 18 e 19 já pensavam a saúde e a doença a partir de suas relações com o ambiente e o clima.

Um pesquisador da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) tem se dedicado a temas ambientais e às transformações ecológicas que caracterizam o chamado Antropoceno, termo que designa uma nova época geológica definida pelo impacto do homem na Terra. Ele analisa como a relação entre clima e saúde foi percebida ao longo da história, afirmando que as mudanças climáticas interferem na saúde, podendo influenciar na propagação de vetores — como mosquitos que transmitem doenças —, na qualidade das águas e do ar, na fisiologia dos organismos e na produção de alimentos.

Para o pesquisador, a covid-19 trouxe à tona a discussão sobre a pandemia como parte de uma crise sistêmica, o que ocorreu não apenas entre cientistas e historiadores da doença e da medicina, mas também na esfera pública, na grande mídia e nas redes sociais. “Durante a pandemia, na imprensa, nas redes, ouvimos frases como ‘isso é uma expressão da crise ecológica’, ‘a humanidade é o vírus’. E essa questão não é supernova”.

Ele afirma que há correntes nos séculos 18 e 19 que pensavam a saúde de forma abrangente e integrada ao meio ambiente. Isso é bastante claro no século 19, porque a própria maneira de conceber as inter-relações entre doença, corpo e ambiente tinha base nas ideias do neo-hipocratismo, de que os corpos precisam estar em equilíbrio com o ambiente e que o desequilíbrio causa a doença.

Entre os estudos citados pelo pesquisador, consta uma pesquisa sobre a malária no interior de São Paulo, cuja proposta é pensar essas epidemias, conectando-as com a dinâmica do Tietê: “A malária é uma doença muito dependente de fatores ecológicos, muito ligada a questões climáticas, aos regimes hídricos. Ela convida a pensar a história das doenças não apenas como a narrativa da campanha de saúde pública focada em vacinas e antibióticos; essa é uma história que também envolve atores que pensaram doença e saúde de maneira a integrar as relações biológicas, as relações com o ambiente e com o clima”.

A COC/Fiocruz tem uma forte tradição de pesquisas sobre a Amazônia. A razão disso, segundo o pesquisador, deve-se “à importância incontornável que a Amazônia tem nos estudos científicos e na saúde pública e pela própria densidade das pesquisas que vão se realizar a partir da segunda metade do século 20”. O bioma pode ser visto como uma representação dos processos e dos impactos globais que caracterizam o Antropoceno, refletindo as interações e as tensões entre os humanos e a natureza em uma área específica. “É quase um truísmo afirmar que é importante conservar a Amazônia por causa de seu papel na regulação climática, da chuva e do ciclo da água. A Amazônia é uma região vital para o equilíbrio do clima, da biodiversidade e dos recursos naturais, representando muitos dos desafios globais enfrentados em termos de conservação ambiental e impacto humano”.

O pesquisador também destacou o caráter transnacional da própria Amazônia, que se estende por nove países (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Venezuela e Suriname), acrescentando que o bioma ultrapassa as fronteiras políticas e que a história ambiental, por si só, já problematiza a ideia de uma história nacional, uma vez que rios, biomas e paisagens atravessam territórios. Além disso, sempre houve na região grandes projetos com financiamento de instituições internacionais e multilaterais. O pesquisador ressaltou ainda que há uma perspectiva na escrita da história de pensar a Amazônia de forma global desde a época colonial.

Analisando a forma como a história lidou com o clima, o pesquisador afirma que por muito tempo as ciências sociais estiveram intimamente ligadas ao tema, no entanto, muitas vezes de maneira determinista, inclusive, justificando o colonialismo: “as ideias sobre clima, em muitos casos, envolveram uma visão racista a partir do pensamento de que povos, clima e ambiente tinham seus respectivos lugares. Isso foi uma estrutura para a legitimação científica do conceito de raça. Ou seja, assim como plantas e animais são ligados a ambientes específicos, o mesmo aconteceria com as raças humanas. Então, por muito tempo, a questão do clima, do ambiente, foi muito ligada a essa visão determinista, que teve consequências danosas ao servir de suporte para o racismo e o colonialismo”.

Para ele, no entanto, agora, com a emergência da questão das mudanças climáticas contemporâneas, o clima vem sendo recuperado como “partícipe da história” e não mais a partir da ideia de que o clima determina a história e o caráter da sociedade. “Não é mais possível pensar processos climáticos sem considerar seus enredamentos com agência humana, com as organizações sociais e os processos políticos”.

 MANNHEIMER, Vivian. Com crise atual, clima passa a ser visto como ator relevante na História. Agência Fiocruz de Notícia, 12 nov. 2024. Disponível em: https://agencia.fiocruz.br/com-cri-se-atual-clima-passa-ser-visto-como-ator relevante-na-historia. Acesso em: 18 jan. 2025. Adaptado

Segundo as informações apresentadas no texto, os estudos sobre as relações do homem com o ambiente e o clima

LÍNGUA PORTUGUESA I

Com crise atual, clima passa a ser visto como ator relevante na História

 

Atravessamos um período de urgente preocupação climática. No Brasil, seca intensa, incêndios devastadores em diversos biomas e desastres como as chuvas que atingiram o Sul do país em 2024. No mundo, inundações no Saara e, em muitos outros países, elevação das temperaturas e do nível do mar. Para o campo da história, apesar de hoje os estudos que tratam de mudanças climáticas se mostrarem mais atuais que nunca, esse não é um tema novo, uma vez que muitos autores nos séculos 18 e 19 já pensavam a saúde e a doença a partir de suas relações com o ambiente e o clima.

Um pesquisador da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) tem se dedicado a temas ambientais e às transformações ecológicas que caracterizam o chamado Antropoceno, termo que designa uma nova época geológica definida pelo impacto do homem na Terra. Ele analisa como a relação entre clima e saúde foi percebida ao longo da história, afirmando que as mudanças climáticas interferem na saúde, podendo influenciar na propagação de vetores — como mosquitos que transmitem doenças —, na qualidade das águas e do ar, na fisiologia dos organismos e na produção de alimentos.

Para o pesquisador, a covid-19 trouxe à tona a discussão sobre a pandemia como parte de uma crise sistêmica, o que ocorreu não apenas entre cientistas e historiadores da doença e da medicina, mas também na esfera pública, na grande mídia e nas redes sociais. “Durante a pandemia, na imprensa, nas redes, ouvimos frases como ‘isso é uma expressão da crise ecológica’, ‘a humanidade é o vírus’. E essa questão não é supernova”.

Ele afirma que há correntes nos séculos 18 e 19 que pensavam a saúde de forma abrangente e integrada ao meio ambiente. Isso é bastante claro no século 19, porque a própria maneira de conceber as inter-relações entre doença, corpo e ambiente tinha base nas ideias do neo-hipocratismo, de que os corpos precisam estar em equilíbrio com o ambiente e que o desequilíbrio causa a doença.

Entre os estudos citados pelo pesquisador, consta uma pesquisa sobre a malária no interior de São Paulo, cuja proposta é pensar essas epidemias, conectando-as com a dinâmica do Tietê: “A malária é uma doença muito dependente de fatores ecológicos, muito ligada a questões climáticas, aos regimes hídricos. Ela convida a pensar a história das doenças não apenas como a narrativa da campanha de saúde pública focada em vacinas e antibióticos; essa é uma história que também envolve atores que pensaram doença e saúde de maneira a integrar as relações biológicas, as relações com o ambiente e com o clima”.

A COC/Fiocruz tem uma forte tradição de pesquisas sobre a Amazônia. A razão disso, segundo o pesquisador, deve-se “à importância incontornável que a Amazônia tem nos estudos científicos e na saúde pública e pela própria densidade das pesquisas que vão se realizar a partir da segunda metade do século 20”. O bioma pode ser visto como uma representação dos processos e dos impactos globais que caracterizam o Antropoceno, refletindo as interações e as tensões entre os humanos e a natureza em uma área específica. “É quase um truísmo afirmar que é importante conservar a Amazônia por causa de seu papel na regulação climática, da chuva e do ciclo da água. A Amazônia é uma região vital para o equilíbrio do clima, da biodiversidade e dos recursos naturais, representando muitos dos desafios globais enfrentados em termos de conservação ambiental e impacto humano”.

O pesquisador também destacou o caráter transnacional da própria Amazônia, que se estende por nove países (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Venezuela e Suriname), acrescentando que o bioma ultrapassa as fronteiras políticas e que a história ambiental, por si só, já problematiza a ideia de uma história nacional, uma vez que rios, biomas e paisagens atravessam territórios. Além disso, sempre houve na região grandes projetos com financiamento de instituições internacionais e multilaterais. O pesquisador ressaltou ainda que há uma perspectiva na escrita da história de pensar a Amazônia de forma global desde a época colonial.

Analisando a forma como a história lidou com o clima, o pesquisador afirma que por muito tempo as ciências sociais estiveram intimamente ligadas ao tema, no entanto, muitas vezes de maneira determinista, inclusive, justificando o colonialismo: “as ideias sobre clima, em muitos casos, envolveram uma visão racista a partir do pensamento de que povos, clima e ambiente tinham seus respectivos lugares. Isso foi uma estrutura para a legitimação científica do conceito de raça. Ou seja, assim como plantas e animais são ligados a ambientes específicos, o mesmo aconteceria com as raças humanas. Então, por muito tempo, a questão do clima, do ambiente, foi muito ligada a essa visão determinista, que teve consequências danosas ao servir de suporte para o racismo e o colonialismo”.

Para ele, no entanto, agora, com a emergência da questão das mudanças climáticas contemporâneas, o clima vem sendo recuperado como “partícipe da história” e não mais a partir da ideia de que o clima determina a história e o caráter da sociedade. “Não é mais possível pensar processos climáticos sem considerar seus enredamentos com agência humana, com as organizações sociais e os processos políticos”.

 MANNHEIMER, Vivian. Com crise atual, clima passa a ser visto como ator relevante na História. Agência Fiocruz de Notícia, 12 nov. 2024. Disponível em: https://agencia.fiocruz.br/com-cri-se-atual-clima-passa-ser-visto-como-ator relevante-na-historia. Acesso em: 18 jan. 2025. Adaptado

A frase em que a concordância do verbo em destaque está empregada de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa é

O debate sobre o futuro da Amazônia depende essencialmente de como se define desenvolvimento. Diversas iniciativas governamentais — e privadas, muitas vezes ilegais — desde os anos 1970 estão centradas na ideia de ocupação do território para atividades agropecuárias e de mineração, além do uso dos rios para geração de energia elétrica, mesmo que isso implique a derrubada descontrolada da floresta. Na região Norte, o desmatamento contínuo, que já consumiu 20% da área original da floresta no Brasil, afeta negativamente o clima regional, com impacto no continente e no restante do planeta. 

 A floresta amazônica exerce um papel fundamental na chamada química atmosférica: é uma gigantesca fonte de vapor d’água, que leva chuva da região Norte até a bacia do rio da Prata, favorecendo, por exemplo, a atividade agropecuária da região Centro-Oeste. Um estudo mostra que o desmatamento 
total ou parcial das três grandes florestas tropicais do mundo — a da bacia do Congo e a do Sudeste Asiático, além da amazônica, a maior delas — causaria um aumento da temperatura do planeta de 0,7 °C, o que equivale a boa parte do aquecimento gerado pela ação humana desde a Revolução Industrial.

 O ecossistema rico e delicado da Amazônia demanda um modelo de desenvolvimento próprio que privilegie as particularidades da floresta, aproveitando sua imensa biodiversidade e respeitando a população local — indígenas, ribeirinhos e moradores das cidades. A discussão deve contemplar questões como o manejo sustentável de recursos como pesca, madeira e frutos, a oferta de infraestrutura para seus habitantes (na região que concentra 20% de água doce de toda a Terra, 30% da população não tem acesso à água potável e 87% vive sem coleta de esgoto), o combate ao desmatamento ilegal, a grilagem de terras públicas, entre outros pontos. A ciência tem a contribuir no estudo da biodiversidade; na domesticação de espécies nativas com relevância comercial; e na recuperação de pastagens abandonadas para uso em uma agricultura mais tecnológica e uma pecuária mais intensiva, ou realizada em floresta.

 
Alexandra O. de Almeida. Revista Pesquisa FAPESP, edição 285, nov./2019 (com adaptações)

 

Em relação ao texto CB1A1 e a seus aspectos linguísticos, julgue os itens seguintes. 

Sem prejuízo da correção gramatical e dos sentidos do texto, a expressão “por exemplo” poderia ser deslocada para o final do primeiro período do segundo parágrafo, da seguinte forma: ... favorecendo a atividade agropecuária da região Centro-Oeste, por exemplo.

O debate sobre o futuro da Amazônia depende essencialmente de como se define desenvolvimento. Diversas iniciativas governamentais — e privadas, muitas vezes ilegais — desde os anos 1970 estão centradas na ideia de ocupação do território para atividades agropecuárias e de mineração, além do uso dos rios para geração de energia elétrica, mesmo que isso implique a derrubada descontrolada da floresta. Na região Norte, o desmatamento contínuo, que já consumiu 20% da área original da floresta no Brasil, afeta negativamente o clima regional, com impacto no continente e no restante do planeta. 

 A floresta amazônica exerce um papel fundamental na chamada química atmosférica: é uma gigantesca fonte de vapor d’água, que leva chuva da região Norte até a bacia do rio da Prata, favorecendo, por exemplo, a atividade agropecuária da região Centro-Oeste. Um estudo mostra que o desmatamento 
total ou parcial das três grandes florestas tropicais do mundo — a da bacia do Congo e a do Sudeste Asiático, além da amazônica, a maior delas — causaria um aumento da temperatura do planeta de 0,7 °C, o que equivale a boa parte do aquecimento gerado pela ação humana desde a Revolução Industrial.

 O ecossistema rico e delicado da Amazônia demanda um modelo de desenvolvimento próprio que privilegie as particularidades da floresta, aproveitando sua imensa biodiversidade e respeitando a população local — indígenas, ribeirinhos e moradores das cidades. A discussão deve contemplar questões como o manejo sustentável de recursos como pesca, madeira e frutos, a oferta de infraestrutura para seus habitantes (na região que concentra 20% de água doce de toda a Terra, 30% da população não tem acesso à água potável e 87% vive sem coleta de esgoto), o combate ao desmatamento ilegal, a grilagem de terras públicas, entre outros pontos. A ciência tem a contribuir no estudo da biodiversidade; na domesticação de espécies nativas com relevância comercial; e na recuperação de pastagens abandonadas para uso em uma agricultura mais tecnológica e uma pecuária mais intensiva, ou realizada em floresta.

 
Alexandra O. de Almeida. Revista Pesquisa FAPESP, edição 285, nov./2019 (com adaptações)

 

Em relação ao texto CB1A1 e a seus aspectos linguísticos, julgue os itens seguintes.

Na expressão “além da amazônica” (último período do segundo parágrafo), está implícito o termo floresta imediatamente antes de “amazônica”.

A psicologia da inteligência artificial no mercado financeiro

A utilização da IA no mercado financeiro é, sem dúvida, uma inovação poderosa, trazendo consigo a promessa de transformar radicalmente a maneira como os mercados operam. Uma das principais vantagens da IA é sua capacidade de analisar grandes quantidades de dados em tempo real. Segundo Agrawal, Gans e Goldfarb (2019) em The Economics of Artificial Intelligence: An Agenda, a IA oferece uma eficiência inigualável na execução de transações e na gestão de portfólios, o que pode resultar em maior precisão e redução de custos operacionais para as instituições financeiras. Além disso, a capacidade da IA de operar sem a influência de emoções é uma das suas vantagens mais notáveis.

Em um mercado em que decisões rápidas e racionais são essenciais, a IA se destaca por sua capacidade de tomar decisões baseadas exclusivamente em algoritmos e dados objetivos, eliminando o impacto de vieses cognitivos que frequentemente prejudicam a tomada dedecisões humanas. Investidores e gestores de fundos, por exemplo, muitas vezes caem em armadilhas psicológicas, como o excesso de confiança ou o efeito de ancoragem, que podem levar a decisões que não apresentam a melhor qualidade possível além de perdas financeiras. A IA, por outro lado, é projetada para minimizar esses riscos, oferecendo uma abordagem mais racional e consistente para a tomada de decisões.

No entanto, a introdução da IA no mercado financeiro também apresenta desafios significativos. Um dos problemas mais críticos é a chamada “caixa preta” dos algoritmos de IA, na qual as decisões são tomadas com base em processos complexos que são frequentemente opacos para os humanos. Isso levanta questões éticas e de responsabilidade, especialmente quando as decisõesautomatizadas levam a resultados adversos. 

A falta de transparência nos modelos de IA pode criar uma situação a partir da qual não se consegue entender completamente como e por que certas decisões foram tomadas, o que é particularmente preocupante em um contexto em que erros ou vieses podem ter consequências significativas. Os algoritmos de IA podem perpetuar e até amplificar desigualdades sistêmicas, e certos grupos podem ser penalizados, ou favorecidos, exacerbando as disparidades econômicas e criando um ambiente de incerteza e desconfiança. Além disso, há um risco real de que a “desumanização” das finanças possa resultar em uma falta de discernimento contextual. As condições de mercado podem mudar rapidamente e exigir uma resposta adaptativa que vai além do que os algoritmos de IA foram programados para considerar. 

Outro aspecto crucial é o impacto da IA na percepção de controle e confiança dos investidores. Quando as decisões de investimento são automatizadas, eles podem sentir que perderam o controle sobre suas próprias finanças. Essa sensação de alienação pode levar a uma diminuição da confiança nas decisões tomadas em seu nome, mesmo que essas decisões sejam baseadas em análises robustas e imparciais. A falta de confiança pode levá-los a evitar oportunidades de mercado promissoras, subutilizando o potencial de suas carteiras e impactando negativamente o desempenho financeiro a longo prazo.

Além disso, a ascensão da IA no mercado financeiro levanta questões sobre a substituição do trabalho humano por máquinas, um tópico de grande relevância psicológica e social. A IA, com sua capacidade de executar tarefas com eficiência e precisão, pode tornar redundantes muitas das funções que antes exigiam habilidades humanas especializadas. 

À medida que o mercado financeiro continua a evoluir com a integração da IA, é importante que esses fatores sejam considerados para garantir que a tecnologia seja utilizada de maneira ética e eficaz, sem comprometer a integridade do processo decisório e o bem-estar psicológico dos indivíduos envolvidos.

SOUZA, Ronaldo. A psicologia da inteligência artificial no mercado financeiro. Disponível em: https://www.gov.br/investidor/pt-br/penso-logo-invisto/. Acesso em: 7 jan. 2025. Adaptado

No que se refere ao emprego da vírgula, a frase que atende aos aspectos da escrita formal do português, respeitando-se a norma-padrão da Língua Portuguesa, é:

A psicologia da inteligência artificial no mercado financeiro

A utilização da IA no mercado financeiro é, sem dúvida, uma inovação poderosa, trazendo consigo a promessa de transformar radicalmente a maneira como os mercados operam. Uma das principais vantagens da IA é sua capacidade de analisar grandes quantidades de dados em tempo real. Segundo Agrawal, Gans e Goldfarb (2019) em The Economics of Artificial Intelligence: An Agenda, a IA oferece uma eficiência inigualável na execução de transações e na gestão de portfólios, o que pode resultar em maior precisão e redução de custos operacionais para as instituições financeiras. Além disso, a capacidade da IA de operar sem a influência de emoções é uma das suas vantagens mais notáveis.

Em um mercado em que decisões rápidas e racionais são essenciais, a IA se destaca por sua capacidade de tomar decisões baseadas exclusivamente em algoritmos e dados objetivos, eliminando o impacto de vieses cognitivos que frequentemente prejudicam a tomada dedecisões humanas. Investidores e gestores de fundos, por exemplo, muitas vezes caem em armadilhas psicológicas, como o excesso de confiança ou o efeito de ancoragem, que podem levar a decisões que não apresentam a melhor qualidade possível além de perdas financeiras. A IA, por outro lado, é projetada para minimizar esses riscos, oferecendo uma abordagem mais racional e consistente para a tomada de decisões.

No entanto, a introdução da IA no mercado financeiro também apresenta desafios significativos. Um dos problemas mais críticos é a chamada “caixa preta” dos algoritmos de IA, na qual as decisões são tomadas com base em processos complexos que são frequentemente opacos para os humanos. Isso levanta questões éticas e de responsabilidade, especialmente quando as decisõesautomatizadas levam a resultados adversos. 

A falta de transparência nos modelos de IA pode criar uma situação a partir da qual não se consegue entender completamente como e por que certas decisões foram tomadas, o que é particularmente preocupante em um contexto em que erros ou vieses podem ter consequências significativas. Os algoritmos de IA podem perpetuar e até amplificar desigualdades sistêmicas, e certos grupos podem ser penalizados, ou favorecidos, exacerbando as disparidades econômicas e criando um ambiente de incerteza e desconfiança. Além disso, há um risco real de que a “desumanização” das finanças possa resultar em uma falta de discernimento contextual. As condições de mercado podem mudar rapidamente e exigir uma resposta adaptativa que vai além do que os algoritmos de IA foram programados para considerar. 

Outro aspecto crucial é o impacto da IA na percepção de controle e confiança dos investidores. Quando as decisões de investimento são automatizadas, eles podem sentir que perderam o controle sobre suas próprias finanças. Essa sensação de alienação pode levar a uma diminuição da confiança nas decisões tomadas em seu nome, mesmo que essas decisões sejam baseadas em análises robustas e imparciais. A falta de confiança pode levá-los a evitar oportunidades de mercado promissoras, subutilizando o potencial de suas carteiras e impactando negativamente o desempenho financeiro a longo prazo.

Além disso, a ascensão da IA no mercado financeiro levanta questões sobre a substituição do trabalho humano por máquinas, um tópico de grande relevância psicológica e social. A IA, com sua capacidade de executar tarefas com eficiência e precisão, pode tornar redundantes muitas das funções que antes exigiam habilidades humanas especializadas. 

À medida que o mercado financeiro continua a evoluir com a integração da IA, é importante que esses fatores sejam considerados para garantir que a tecnologia seja utilizada de maneira ética e eficaz, sem comprometer a integridade do processo decisório e o bem-estar psicológico dos indivíduos envolvidos.

SOUZA, Ronaldo. A psicologia da inteligência artificial no mercado financeiro. Disponível em: https://www.gov.br/investidor/pt-br/penso-logo-invisto/. Acesso em: 7 jan. 2025. Adaptado

No texto, para convencer o leitor de que a IA é mais eficiente do que o ser humano na tomada de decisões, além de um argumento de autoridade, o autor utilizou um argumento por

A linguagem não é um artefato cultural que aprendemos da maneira como aprendemos a dizer a hora ou como o governo federal está funcionando. Ao contrário, é claramente uma peça da constituição biológica de nosso cérebro. A linguagem é uma habilidade complexa e especializada, que se desenvolve espontaneamente na criança, sem qualquer esforço consciente ou instrução formal, que se manifesta sem que se perceba sua lógica subjacente, que é qualitativamente a mesma em todo indivíduo, e que difere de capacidades mais gerais de processamento de informações ou de comportamento inteligente. 

 Por esses motivos, alguns cientistas cognitivistas descreveram a linguagem como uma faculdade psicológica, um órgão mental, um sistema neural ou um módulo computacional. Mas prefiro o simples e banal termo “instinto”. Ele transmite a ideia de que as pessoas sabem falar mais ou menos da mesma maneira que as aranhas sabem tecer teias. A capacidade de tecer teias não foi inventada por alguma aranha genial não reconhecida e não depende de receber a educação adequada ou de ter aptidão para arquitetura ou negócios imobiliários. As aranhas tecem teias porque têm cérebro de aranha, o que as impele a tecer e lhes dá competência para fazê-lo com sucesso. 

 Pensar a linguagem como um instinto inverte a sabedoria popular, especialmente da forma como foi aceita nos cânones das ciências humanas e sociais. A linguagem não é uma invenção cultural, assim como tampouco a postura ereta o é. Não é uma manifestação da capacidade geral de usar símbolos: uma criança de três anos é um gênio gramatical, mas é bastante incompetente em termos de artes visuais, iconografia religiosa, sinais de trânsito e outros itens básicos do currículo de semiótica. 

 Embora a linguagem seja uma habilidade magnífica exclusiva do Homo sapiens entre as espécies vivas, isso não implica que o estudo dos seres humanos deva ser retirado do campo da biologia, pois existem outras habilidades magníficas exclusivas de uma espécie viva em particular no reino animal. Alguns tipos de morcegos capturam insetos voadores mediante um sonar Doppler. Alguns tipos de aves migratórias viajam milhares de quilômetros comparando as posições das constelações com as horas do dia e épocas do ano. No show de 
talentos da natureza, somos apenas uma espécie de primatas com nosso próprio espetáculo, um jeito todo especial de comunicar informação. 

 Do ponto de vista do cientista, a complexidade da linguagem é parte de nossa herança biológica inata; não é algo que os pais ensinam aos filhos ou algo que tenha de ser elaborado na escola. O conhecimento tácito de gramática de uma criança em idade pré-escolar é mais sofisticado que o mais volumoso manual de estilo ou o mais moderno sistema de linguagem de computador, e o mesmo se aplica a qualquer ser humano saudável. 

Steven Pinker. O instinto da linguagem: como a mente cria a linguagem. 
Tradução: Claudia Berliner. São Paulo: Martins Fontes, 2004 (com adaptações).

A respeito das ideias e de aspectos linguísticos do texto precedente, julgue os itens que se seguem.

Os dois-pontos no último período do terceiro parágrafo são empregados com a finalidade de introduzir uma explicação sobre o fato de que crianças aprendem a falar uma língua tão rapidamente, apesar de não dominarem o uso de símbolos em geral.

TEXTO I

A aprovação do III Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Plansan) 2025-2027, principal instrumento da política brasileira de Segurança Alimentar e Nutricional, foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira, 5 de março. O III Plansan reforça o compromisso do Governo Federal de retirar o Brasil do Mapa da Fome até 2026.

A decisão pela aprovação unânime foi tomada pelo Pleno Ministerial da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), ainda na segunda quinzena de fevereiro. O documento estabelece 18 estratégias intersetoriais e 219 iniciativas voltadas à segurança alimentar e nutricional e considera desafios como aumento dos preços de alimentos, fome em territórios específicos (Amazônia, povos indígenas e população em situação de rua) e impactos das mudanças do clima.

“É um marco no processo de reconstrução das políticas públicas de segurança alimentar e nutricional, e parte do esforço do governo brasileiro de erradicar novamente a fome e garantir o direito humano à alimentação adequada da população brasileira”, pontuou o ministro Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome).

Disponível em: https://www.gov.br/secom/pt-br/assuntos/noticias/2025/03/plano-de-seguranca-alimentar-e-nutricional-projeta-que-brasil-saira-do-mapa-da-fome-ate-2026. Adaptado. Acesso em: 20 de maio de 2025.


TEXTO II

A CASA QUE A FOME MORA

(...)
Eu pensava que a fome
Fosse magricela e feia,
Mas era uma sereia
De corpo espetacular
E quem iria culpar
Aquela linda princesa
De tirar o pão da mesa
Dos subúrbios da cidade
Ou pisar sem piedade
Numa criança indefesa?

Engoli três vezes nada
E perguntei o seu nome
Respondeu-me: sou a fome
Que assola a humanidade,
Ataco vila e cidade,
Deixo o campo moribundo,
Eu não descanso um segundo
Atrofiando e matando,
Me escondendo e zombando
Dos governantes do mundo.

Me alimento das obras
Que são superfaturadas,
Das verbas que são guiadas
Pro bolsos dos marajás
E me escondo por trás
Da fumaça do canhão,
Dos supérfluos da mansão,
Da soma dos desperdícios,
Da queima dos artifícios
Que cega a população

(...)

Se vocês continuarem
Me caçando nas favelas,
Nos lamaçais das vielas,
Nunca vão me encontrar,
Eu vou continuar
Usando o terno xadrez,
Metendo a bola da vez,
Atrofiando e matando,
Me escondendo e zombando
Da burrice de vocês.

Fonte: Melo, Antônio Francisco Teixeira. A casa que a fome mora. Fortaleza: Imeph, 2016. p. 8.


TEXTO III

Fonte: Portal DCM, Diário do Centro do Mundo. Disponível em: <https://shre.ink/eFqT>. A imagem mostra um homem com roupas remendadas e duas moedas na mão diante de um local com placa“ossougue”, onde estão expostos ossos. Acesso: 07 de junho de 2025.

Sobre as tensões discursivas homologadas pelos textos I, II e III, é CORRETO afirmar que:

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