Na Crítica da Razão Pura (KrV), Kant busca um método adequado para a metafísica de modo que ela
possa trilhar um caminho seguro. Com este propósito, ele acaba por proporcionar à Filosofia o que
até hoje conhecemos por Revolução Copernicana do pensar. Com isso, Kant acredita ter salvo a
metafísica das garras do racionalismo e do empirismo. Neste contexto, é correto dizer:
I. Para que a metafísica alcance finalmente a dignidade de uma ciência, Kant propõe que ela faça uma
revolução em seu modo de pensar, uma revolução que coloque, como no caso da matemática e da ciência
natural, o sujeito cognoscente numa relação criadora com o objeto.
II. Na Dialética Transcendental, Kant mostra que, no modo tradicional de pensar o objeto da metafísica, o
incondicionado, não pode ser pensado sem contradição. Esta contradição permanece insuperável no novo
modo de pensar, posto que as contradições, agora denominadas de antinomias são insuperáveis.
III. Kant pretende, na Crítica da Razão Pura, superar não apenas o racionalismo, o empirismo e o ceticismo,
mas também funda, sobretudo, uma nova posição do sujeito em relação à objetividade.
IV. Para a nova teoria kantiana, sobretudo na última parte da Crítica da Razão Pura, consegue-se perceber
que Kant obteve êxito em seu intento: provou que o objeto não deve mais regular-se pelo conhecimento, mas
sim o conhecimento é que deve se deixar regular pelo objeto.
V. Com a mudança do fundamento da objetividade, a teoria do objeto, a ontologia, passa a depender de uma
teoria do sujeito, de modo que não pode mais haver uma ontologia autônoma. O mesmo vale para a teoria do
conhecimento.