De modo geral os padres, latinos anteriores a Agostinho se sentiram pouco atraídos pela filosofia e,
quando se ocuparam dela, não criaram ideias verdadeiramente novas. Os primeiros apologistas
tiveram uma formação jurídico-retórica ao passo que, para outros pensadores latinos, prevaleceram
os interesses estritamente teológicos e pastorais. Identifique o que há de verdade no que se diz
abaixo sobre os pensadores latinos.
I. O primeiro escrito apologético é de Octávio de Minucio Felix, para o qual interessam as coincidências entre
os filósofos gregos e o cristianismo. Ele afirma que os filósofos gregos asseveram as mesmas coisas que são
cridas pelos cristãos, mas isso não significa que os cristãos tenham seguido os passos dos gregos, mas
porque eles se deixaram conduzir por um distante vislumbre que brilhou diante de seus olhos, graças à
predicação dos profetas sobre a divindade.
II. Tertuliano afirmou que existe uma semelhança fundamental entre os filósofos e os cristãos: “existe uma
semelhança fundamental entre o filósofo e o cristão: ambos são candidatos ao céu, ambos abominam a fama
terrena e a venda de palavras, ambos custodiam a verdade.” Sendo assim, Tertuliano afirma que tanto em
Atenas quanto em Jerusalém se busca a verdade com simplicidade de coração.
III. Tertuliano se mostra partidário da ontologia estóica. Para ele, o ser é corpo (nihil enim, si non corpus, nihil
est incorporale, nisi quod non est). Para Tertuliano, Deus é corpo, ainda que sui generis, do mesmo modo que
é alma, também é corpo.
IV. A filosofia mosaica de Ambrósio implicou na aquisição de novos conceitos ignorados pelo pensamento
grego, começando pela noção de criação que é formulada pela primeira vez de um modo sistemático: Deus
cria a matéria do nada e logo imprime nela a forma; para criar o mundo físico, Deus cria previamente o cosmos
inteligível (as ideias) como modelo ideal, e este cosmos inteligível não é mais que o Logos de Deus no ato de
formar o mundo.
V. O eixo central da filosofia de Cipriano é a noção de Logos, entendida em um triplo sentido: (A ) princípio
criador do mundo; (B ) princípio de qualquer forma de sabedoria, que inspirou aos profetas e aos filósofos; (C )
princípio de salvação (Logos Encarnado).