O documento não é inócuo. É, antes de mais nada,
o resultado de uma montagem, consciente ou
inconsciente, da história, da época, da sociedade
que o produziram, mas também das épocas
sucessivas durante as quais continuou a viver,
talvez esquecido, durante as quais continuou a ser
manipulado, ainda que pelo silêncio. O documento
é uma coisa que fica, que dura, e o testemunho, o
ensinamento (para evocar a etimologia) que ele traz
devem ser em primeiro lugar analisados,
desmistificando-lhe o seu significado aparente. O
documento é monumento. Resulta do esforço das
sociedades históricas para impor ao futuro –
voluntária ou involuntariamente – determinada
imagem de si próprias. (2003, p.537-538).
LE GOFF, Jacques. Documento/monumento. In:
FONSECA, Thaís N. L. (orgs.). História e
Memória. 5 ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp,
2003, p. 525-541
Sobre as considerações postas por Le Goff, é
correto afirmar que a Documentação: