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“Diferenças, distinções, desigualdades... A escola

entende disso", diz LOURO (2003, p. 57). É nela

também que os constructos históricos - e culturais -

são trabalhados e levados à educação de meninos e

meninas. Os estudos de gênero vêm, no entanto,

buscar compreender as construções culturais que se

firmaram, por meio da sociedade, quando esta

estabeleceu normas ao convívio social.


É desafiador “criar reflexões sobre as barreiras

culturais promovidas pela sociedade, em relação às

construções de corpos femininos e masculinos, que,

por se fixarem como “naturais", tornaram-se parte

da educação de crianças e jovens, no ambiente

escolar. E, por se tratar de uma instituição

indispensável no cotidiano social, a escola se

transforma em uma das grandes protagonistas

produtora de distinções de gênero".

Em relação à história, é importante observar que

também a educação física escolar tem sido

problematizada sob uma perspectiva de gênero por

diversas pesquisas. SOUSA (1994) desenvolveu

uma pesquisa pioneira na área, intitulada “Meninos

a marcha, meninas a sombra". Nesse trabalho, por

meio de uma abordagem histórica, a autora analisa

as construções dos gestos femininos e masculinos e

a relação destes com os fatores sociais que se

instalaram na sociedade. Isto é, entende que a

educação física “explicita valores sacralizados pelo

patrimônio cultural de nossa sociedade", segundo

ela, articulados por instituições e organizações, tais

como a Igreja, o Estado, a Escola, a Medicina, a

Família e a Indústria Cultural (1994).

Sobre o processo histórico da Educação Física e a

discussão de gênero é correto afirmar:

I. A trajetória de inserção das mulheres nos

esportes modernos revela um longo processo de

proibições. Essa trajetória também indica

disputas e contestações de regras e normas

legais que vetam a aquisição de práticas

corporais específicas voltadas para o bom

desempenho feminino nos esportes. Trata-se de

um desafio a ser também enfrentado pelas

escolas diante da esportivização da educação

física escolar.

II. É importante levar as discussões de gênero mais

profundamente nas aulas de educação física,

bem como na escola como um todo, uma vez

que é também neste local que o corpo e o

caráter, vistos e produzidos de formas únicas,

estarão representando, sob o mesmo palco, as

atribuições e acomodações que lhes couberam,

permitindo conflitos e possibilidades entre as

diferenças.

III. A educação corporal diferenciada por gênero,

disseminada na vida social, separa meninos e

meninas em suas práticas corporais, revelando

relações de poder que atravessam as

experiências de jogo e a ocupação dos espaços

escolares.

IV. A ocupação generificada dos espaços escolares

e o esporte como expressão da dominação

masculina são fortes exemplos de

enfrentamentos masculinos da ordem e das

normas presentes na escola.

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