Leia o texto a seguir.
“Vivemos num mundo confuso e confusamente
percebido. Haveria nisto um paradoxo pedindo uma
explicação? De um lado, é abusivamente mencionado o
extraordinário progresso das ciências e das técnicas, das
quais um dos frutos são os novos materiais artificiais que
autorizam a precisão e a intencionalidade. De outro lado,
há, também, referência obrigatória à aceleração
contemporânea e todas as vertigens que cria, a começar
pela própria velocidade. Todos esses, porém, são dados
de um mundo físico fabricado pelo homem, cuja
utilização, aliás, permite que o mundo se torne esse
mundo confuso e confusamente percebido. Explicações
mecanicistas são, todavia, insuficientes. É a maneira
como, sobre essa base material, se produz a história
humana que é a verdadeira responsável pela criação da
torre de babel em que vive a nossa era globalizada.
Quando tudo permite imaginar que se tornou possível a
criação de um mundo veraz, o que é imposto aos
espíritos é um mundo de fabulações, que se aproveita do
alargamento de todos os contextos para consagrar um
discurso único. Seus fundamentos são a informação e o
seu império, que encontram alicerce na produção de
imagens e do imaginário, e se põem ao serviço do
império do dinheiro, fundado este na “economização" e
na monetarização da vida social e da vida pessoal. De
fato, se desejamos escapar à crença de que esse mundo
assim apresentado é verdadeiro, e não queremos admitir
a permanência de sua percepção enganosa, devemos
considerar a existência de pelo menos três mundos num
só. O primeiro seria o mundo tal como nos fazem vê-lo: a
globalização como fábula; o segundo seria o mundo tal
como ele é: a globalização como perversidade; e o
terceiro, o mundo como ele pode ser: outra globalização".
Sobre a globalização por fábula é correto afirmar que:
indicativos da emergência de uma nova história. O primeiro desses fenômenos é a enorme mistura de povos, raças, culturas, gostos, em todos os continentes. A isso se acrescente, graças aos progressos da informação, a “mistura" de filosofias, em detrimento do racionalismo europeu.